Abramed participa de painel virtual Valor em Saúde
13 de agosto de 2020
A saúde corporativa, a questão assistencial, exames de sorologia
e análises clínicas e até outras infecções respiratórias (além das causadas
pela COVID-19) estiveram entre os assuntos abordados pelos especialistas que
participaram da mesa redonda digital “O Papel do Diagnóstico na jornada de
volta ao trabalho” tema do Valor em Saúde, evento on-line organizado pela
TMJobs na última quarta-feira, dia 12 de agosto.
Moderador do painel, o presidente do Conselho de
Administração da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Wilson
Shcolnik, destacou quão complementares foram as apresentações dos quatro
participantes: o médico Marco Antonio Cyrillo, da diretoria da Sociedade
Brasileira de Infectologia; a infectologista Nancy Bellei, professora da Escola
Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp); Leonardo
Piovesan, que gerencia o programa de saúde integral do Hospital Alemão Oswaldo
Cruz; e o diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), Rodrigo Rodrigues Aguiar.
“Essa pandemia atingiu nosso país e provocou mudanças em
toda a sociedade”, afirmou Shcolnik, que
diante da informação divulgada pelo diretor da ANS de que a agência
deliberaria, no dia seguinte ao talk show, a incorporação dos exames
sorológicos na testagem da COVID-19, questionou os debatedores sobre a eficácia
desse tipo de teste independentemente da fase de contaminação ou imunização que
cada paciente se encontra.
Marco Antonio Cyrillo lembrou que a COVID-19 é muito nova e
que, por enquanto, estão sendo utilizados modelos epidemiológicos que partem de
versões anteriores do coronavírus. “É muito importante conhecer epidemiologia,
conhecer as medidas realmente eficientes e seguramente diminuir o contágio
utilizando medidas não farmacológicas porque os estudos são muito conflitantes.
Várias sociedades têm se manifestado, inclusive a Sociedade Brasileira de
Infectologia, com relação a tratamentos terapêuticos ou profiláticos que não
tem respaldo da literatura e não existam em estudos bem desenhados”, disse ele,
que é diretor do hospital IGESP, destacando por conta disso a importância dos
testes sorológicos para a diminuição da quantidade de novos casos de Covid-19.
Já a apresentação da infectologista da Unifesp Nancy Bellei
abordou justamente os vários tipos de exames aplicados para testar os
pacientes, bem como as cargas virais e as fases de contágio, considerando os
diferentes sintomas apresentados pelos infectados, e ainda que há pacientes
assintomáticos. Ela também explicou sobre vacinação e citou que a vacina desenvolvida
pela Universidade de Oxford, da Inglaterra, já começou a ser testada em
profissionais da Unifesp.
Wilson Shcolnik perguntou também a respeito das mudanças
demandadas na rotina de trabalho de agências reguladoras e órgãos
governamentais, como a ANS, bem como os desafios enfrentados pelos serviços de
saúde como o programa de saúde integral do hospital Oswaldo cruz. “Foi preciso
cuidar de seus colaboradores, médicos, enfermeiros, auxiliares, uma gama de
profissionais que atuam dentro do hospital e também os pacientes que procuram o
hospital”, disse ele.
De acordo com Leonardo Piovesan, muitos dos atendimentos do
Oswaldo Cruz migraram para a plataforma de telemedicina e foi aplicada
testagens em larga escala entres os colaboradores. “Facilitou porque já
tínhamos mapeados os colaboradores de grupo risco e também uma plataforma de
telemedicina”, disse ele, explicando que o hospital alemão ofereceu um serviço
de consultoria empresarial no qual infectologistas fazem o mapeamento de
layouts de escritórios, orientam os médicos do trabalhos sobre as testagens para
o coronavírus mais adequadas a cada caso e ainda ministram palestras aos
colaboradores para evitar o contágio da COVID-19.
Menos de 30 dias antes de deixar a sua posição na ANS, Rodrigo
Rodrigues Aguiar, aproveitou a oportunidade, a pedido de Shcolnik, para avaliar
o trabalho da agência nos últimos anos. “Mesmo não sendo capaz de responder se
temos um setor melhor do que tínhamos há três anos, que tenhamos deixado a
semente ai que possa germinar para melhor o setor de saúde suplementar”,
afirmou, destacando os projetos de melhoria do modelo de atenção primária, bem
como a construção nacional de indicadores de hospitais que ficarão prontos no final
de 2020.