Em live da You Care Brasil, executiva reforça relevância dos exames preventivos para diagnóstico precoce do câncer de mama
30 de outubro de 2020
A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para
2020 é de que 29,7% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil sejam de
câncer de mama. A alta estatística assusta e liga um alerta ainda maior nesse
Outubro Rosa: as mulheres precisam estar atentas à sua saúde, realizando os
exames preventivos e, assim, ampliando suas chances de bons prognósticos caso
sejam identificadas patologias como essa. Para falar sobre esse assunto,
Priscilla Franklim Martins, diretora-executiva da Associação Brasileira de
Medicina Diagnóstica (Abramed), participou de uma live comandada por Daniela
Camarinha, sócia diretora da You Care Brasil.
Na ocasião, Priscilla trouxe outros dados alarmantes. “Serão
mais de 76 mil casos de câncer de mama somente no Brasil em 2020. E,
infelizmente, desse montante, aproximadamente 16,9% viram óbito. Estamos
falando em muitas mulheres morrendo, muitas vidas sendo perdidas também pela
ausência de exames preventivos”, comentou.
A alta taxa de mortalidade poderia ser reduzida com
iniciativas que priorizam a prevenção. Considerando que, no Brasil, 70% dos
diagnósticos de câncer são feitos nos estadiamentos 3 e 4, podemos perceber que
há muito espaço para investir em conscientização. “Nos Estados Unidos, apenas
2% dos cânceres são identificados assim tão tarde”, comentou Priscilla sobre
como o nosso país precisa investir em prevenção e valorizar os exames
diagnósticos que a cada dia estão mais tecnológicos e com maior capacidade de
identificação precoce de tumores. Uma mamografia, por exemplo, consegue
identificar um nódulo de até 1mm no seio, ou seja, antes mesmo de ser possível
senti-lo pela palpação.
Comentando ter ficado assustada com esses números, Daniela
também apoia essas campanhas. “Sabemos que apenas com prevenção vamos conseguir
sustentar a saúde no Brasil”, pontuou.
As previsões do INCA para 2020 não consideram, ainda, um
cenário de pandemia, o que pode se tornar ainda mais drástico no futuro, visto
que muitos exames diagnósticos e tratamentos foram atrasados (ou paralisados) devido
ao receio trazido pela alta transmissibilidade do novo coronavírus.
“Vimos, no setor de diagnóstico, uma debandada muito
preocupante dos pacientes. Claro que houve o impacto nos negócios, já que
laboratórios e clínicas de imagem sentiram queda média de 70% no número de
atendimentos nos primeiros meses da pandemia, mas esse afastamento é muito
prejudicial à saúde das pessoas. Há quem interrompeu tratamentos e há quem
estava com o pedido médico de um exame e o engavetou. Quantas doenças deixaram
de ser diagnosticadas em tempo hábil de serem tratadas?”, questionou Priscilla.
Para trazer o paciente de volta aos serviços de saúde foi
preciso investir em uma comunicação transparente, mostrando que saúde já é um
setor altamente regulado e que os protocolos de segurança, já existentes, foram
ainda mais reforçados. “Tivemos que educar a população de que outras doenças
não esperam a COVID-19 passar, que elas não podiam esperar a vacina chegar para
fazer os exames que poderiam também salvar suas vidas”, disse a diretora.
Daniela questionou, então, o que o Brasil precisa para
melhorar esse cenário.
Toda essa atuação educacional, para Priscilla, deveria ser
iniciada ainda no período escolar, para que as crianças crescessem aprendendo
sobre saúde e sobre a importância da prevenção. Além disso, as famílias
precisam estar unidas, para que todos cuidem uns dos outros. “Muitas vezes a
mulher, quando vira mãe, está tão dedicada à família, aos filhos, que deixa de
se cuidar. O homem também precisa aprender que ele faz parte disso, que ele
também é responsável pela família. É uma mudança cultural, mas sou otimista e
vejo que ela está acontecendo”, declarou.
Outros pontos mencionados pela diretora foram o investimento
em políticas públicas mais eficientes, que facilitem o acesso à saúde; e a
união de todos os elos da complexa cadeia, para que todos estejam alinhados em
um mesmo propósito de prevenção. “É bom para o paciente e é bom para o
sistema”, disse.
Priscilla também aproveitou a oportunidade para apresentar a
Abramed, falar de todo o empenho dos grupos de trabalho que desenvolvem ações
diversas buscando melhorias para o setor de diagnósticos, e comentou que a
entidade está comemorando 10 anos agora em 2020.
A live está disponível no Instagram da YouCare e pode ser
assistida AQUI.