Assinado por Luiz Fernando Barcelos, presidente da SBAC, artigo homenageia os trabalhadores da medicina diagnóstica
* Por Luiz Fernando Barcelos
Como
não enfatizar a atuação incansável dos profissionais dos Laboratórios Clínicos
ao longo da pandemia de COVID-19? Esses trabalhadores da saúde que atuam na
linha de frente, assim como nos demais Serviços Auxiliares de Diagnóstico e
Tratamento (SADT), dentro ou fora dos hospitais, merecem todo o nosso
reconhecimento.
A
infecção pelo novo coronavírus reforçou a competência das nossas equipes
laboratoriais. Quando um indivíduo começa a apresentar febre, tosse seca, cansaço
ou outros sintomas sugestivos, é o teste RT-PCR, apontado como padrão ouro para
detecção da COVID-19, que indicará se ele está ou não infectado. Somado a exames
de imagem como a tomografia computadorizada do tórax capaz de apontar
alterações típicas dessa infecção.
Em
tantos casos em que a doença se agrava e acarreta internação, novamente são os
exames laboratoriais responsáveis pelo monitoramento daquele paciente durante
todo o período em que está hospitalizado. Entre os exames laboratoriais
relevantes em casos de COVID-19 estão hemograma, gasometria arterial,
coagulograma, proteína C-reativa, perfil metabólico, glicemia, ferritina,
desidrogenase lática, biomarcadores cardíacos, hemoculturas, entre tantos
outros. Quantos profissionais estão envolvidos e dedicados às análises dessas
amostras? São, inclusive, os resultados desses exames os responsáveis também
por basear a tomada de decisões médicas para que aquele paciente tenha alta
assim que estiver estabilizado e pronto para ir para casa.
No
processo de recuperação, esse paciente também será acompanhado por exames diversos
para analisar possíveis sequelas da COVID-19 e checar a evolução de seu quadro
clínico.
Enfim,
sistematicamente, o Laboratório Clínico é essencial no diagnóstico, no
acompanhamento, nos critérios de alta e cura dos pacientes em todas as
patologias.
E
não podemos nos esquecer que esses profissionais que se dedicam as análises
clínicas também alimentam um banco de dados epidemiológicos extremamente
importante para que governantes possam adotar medidas sanitárias, políticas e
sociais para controle da pandemia. Sem saber se os casos estão aumentando ou
diminuindo – por meio dos exames que são notificados – não há como traçar uma
estratégia.
Precisamos
colocar os profissionais dos Laboratórios Clínicos e dos Serviços Auxiliares de
Diagnóstico lado a lado com todos os médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e
demais profissionais envolvidos na linha de frente prestando uma assistência
incansável e impecável diante de um cenário de pressão, estresse e cansaço.
Esses trabalhadores da saúde estão dando suporte para que todas as outras
especialidades possam compreender as condições clínicas de cada indivíduo
infectado, garantindo um melhor prognóstico.
Devemos
reconhecer e homenagear os profissionais dos Laboratórios Clínicos por toda
dedicação ao sistema de saúde brasileiro.
* Luiz Fernando Barcelos é presidente da Sociedade
Brasileira de Análises Clínicas