Associadas da
Abramed investiram entre R$ 600 milhões a R$ 1 bilhão em 2021 em inovações que
ajudaram a melhorar a excelência, a qualidade dos diagnósticos e oferecer
melhores experiências para os pacientes. A adoção dos canais digitais é uma das
principais tendências
A transformação digital vem
acontecendo aceleradamente, impulsionada pela pandemia. Não por acaso, segundo
a Distrito, maior ecossistema independente de startups do Brasil, os
investimentos em healthtechs – cruciais para apoiar o processo de
inovação no setor de saúde no país – mais que dobraram de 2020 para 2021.
Inteligência Artificial (IA), telemedicina, telerradiologia, internet das
coisas (IoT), wearables, tecnologias móveis, dados, automação de
processos e de fluxo laboratoriais, assistentes virtuais, assistentes por voz e
o 5G são tecnologias que já se fazem presentes e assumirão um papel cada vez
mais importante na medicina diagnóstica.
Apesar do panorama complexo e
desafiador, em 2020 e 2021, o setor de medicina diagnóstica continuou
investindo em novas tecnologias e formas de atendimento para ofertar soluções
de diagnóstico laboratorial e de imagem.
Segundo dados do Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico, os
investimentos em novos equipamentos e também em tecnologias variaram entre R$
600 milhões a R$ 1 bilhão em 2021, valores que podem ter sido de 50% a 80%
superiores aos de 2020. Isso está
relacionado ao reaquecimento do setor, após a queda nos primeiros meses da
pandemia.
As vantagens da incorporação da
tecnologia são inúmeras e impactam em diagnósticos mais precisos e rápidos,
elevando consideravelmente as chances de controle e tratamento de inúmeras
doenças e contribuindo para um melhor cuidado. Também possibilita a ampliação
do acesso à saúde, traz agilidade e otimiza os fluxos, apoiando na busca da
sustentabilidade. Além de oferecer melhores experiências, um serviço de
excelência e uma jornada mais fluída para os pacientes.
A tecnologia, de acordo com
Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, trouxe a
velocidade necessária para atender a demanda que cresceu exponencialmente no
último ano. O setor de medicina diagnóstica
é, desde sempre, um forte usuário e demanda atualizações frequentes, em
especial no parque de diagnóstico por imagem, área que oferece exames cada vez
mais com precisão e dispõe de recursos capazes de capturar imagens menores, com
riquezas de detalhes.
Os exames genéticos também estão
exigindo novos equipamentos analíticos e metodologias. Isso inclui, por
exemplo, dispositivos simples e testes rápidos, que permitem atendimento
hospitalar e realização de procedimentos na beira do leito; e exames de alta
complexidade, “como foi o sequenciamento de Nova Geração muito utilizado para
detecção de mutações na medicina personalizada, que também foi empregado na
pandemia”, complementa Shcolnik.
Outro legado deixado pela
pandemia é a consolidação dos canais digitais. É fato que essa é uma tendência
que veio para ficar e será cada vez mais aprimorada. Afinal, o paciente está
cada vez mais exigente e buscando uma experiência mais similar com a que está
acostumado em outros setores de sua vida. Quase 70% dos associados, segundo o
Painel Abramed 2021, desenvolveram aplicativos, que englobaram desde o processo
de agendamento, atendimento ao paciente, através do web check-in, até a
checagem de resultados. Isso foi crucial para desafogar as filas e diminuir o
tempo de permanência dessas pessoas nas unidades.
“Os canais digitais têm uma
vantagem enorme para os pacientes por uma série de motivos. Hoje a história
dele está no aplicativo. Isso em saúde pública muda desfecho, porque você
consegue fazer com que em algum momento o médico olhe toda a sua história e
este é mais é um legado que a medicina diagnóstica está trazendo. Quanto mais
pessoas pudermos impactar com a tecnologia, mais saúde coletiva teremos, mais
diagnósticos precisos, mais informações clínicas em uma base de dados”,
ressalta Shcolnik.
Tendências de mercado
A telerradiologia veio para ficar
e surge como apoio para a realização de exames à distância, comandados
remotamente por médicos especialistas e feitos por braços robóticos. Isso tudo
permite não só ampliar o acesso, levando os exames para regiões mais distantes,
como também diminui o tempo de realização e aumenta a assertividade dos
diagnósticos, inclusive com apoio da inteligência artificial para fazer as
primeiras triagens e reconstruir as imagens em 3D.
A transmissão em tempo real de
exames por meio de streaming é também outra tendência, que ajuda a melhorar a
entrega dos resultados ao paciente. Com este tipo de plataforma, é possível
ampliar a oferta de exames com qualidade, fomentando uma comunicação ativa entre
especialistas e generalistas – profissionais capacitados para realizarem
diagnósticos e indicar cuidados mais generalistas, avaliando o paciente de
forma mais integral e sem observar uma área específica. O médico que está
realizando o exame pode solicitar, por exemplo, a qualquer tempo, apoio ao
revisor durante a aquisição de imagens ou na conclusão do laudo.
O reconhecimento de voz,
utilizando inteligência artificial, pode ajudar a converter áudio em laudo,
minimizando as chances de erros na hora de digitar o documento. O recurso reduz
o tempo despendido com a elaboração do laudo, o que é crucial, por exemplo, em
locais de alta demanda ou em casos de urgência e emergência.
Já IoT, aliada a predição da
inteligência artificial, consegue eliminar a necessidade de esperar pelas
ocorrências, e habilita a capacidade de prever que elas ocorrerão e, desta
forma, agir para evitá-las. Com este tipo de tecnologia é possível monitorar à
distância e em tempo real, ambientes e equipamentos de engenharia clínica e de
infraestrutura. Desta forma, é possível prever quebras e mau funcionamento que
poderiam interromper a realização de exames complexos, como tomografia
computadorizada e ressonância magnética.
“Vivemos um processo
irreversível, a tecnologia e o digital têm papel importante na eficiência do
diagnóstico, na melhoria da experiência do paciente, na qualidade do
atendimento e também na redução de custos. Por isso, a Abramed está sempre
atenta às novas tendências tecnológicas e também em estratégias que podem
contribuir para geração de valor no setor”, finaliza Shcolnik.