Inteligência artificial promete revolucionar a medicina diagnóstica

Inteligência artificial promete revolucionar a medicina diagnóstica

O uso das de tecnologias disruptivas no setor é promessa de melhoria do acesso e do cuidado; assunto pautou o 2º Encontro Latino-Americano de IA em Saúde

A aplicação da inteligência artificial (IA) tem sido tema central na medicina diagnóstica. A leitura de dados beneficiada pelos algoritmos, a leitura de imagens além do que o olho vê, a codificação de processos, a telerradiologia, tudo isso vem beneficiando o setor, tornando-o mais sustentável e proporcionando resultados precisos. A temática pautou o 2º Encontro Latino-Americano de IA em Saúde, que aconteceu durante a Jornada Paulista de Radiologia, a JPR 2023.

O pesquisador em tecnologia na radiologia, Paul Yi, da Universidade de Maryland (EUA), deixou claro que a substituição do humano não deve ser uma preocupação. São os médicos que alimentam sistemas, que fazem a triagem dos processos e são eles que estão à frente na cadeia de cuidado. As transformações tecnológicas são permanentes e jamais substituíram o homem. Há 20 anos se discutia telemedicina. O estudioso, por exemplo, se debruça sobre a IA há seis.

No Brasil, o uso de IA vem transformando o setor. A possibilidade de economizar insumos, focando prognósticos melhores, possibilita que o paciente não tenha que refazer procedimentos ou procurar por doenças em lugares errados, o que ajuda a evitar gastos desnecessários. Aliás, a medicina está mais preventiva com a chegada de tecnologias. Hari Trivedi, da Universidade de Atlanta (EUA), defendeu a aplicabilidade na construção de diagnóstico e demanda de tratamento a pacientes.

Felipe Barjud, coordenador médico de Informática, Inovação e Novos Negócios do departamento de Imagem do Hospital Albert Einstein, ressalta a importância da educação. Para ele, há interação diferente com o tema entre os profissionais mais jovens e os antigos. Felipe Campos Kitamura, head de Inovação Aplicada e IA na Dasa, lembrou que é necessário atenção ao processamento de dados. Além de também produzirem respostas equivocadas, eles podem criar padrões exclusivos com relação ao acesso.

A democratização foi tema de carta aberta elaborada por diversos presidentes de grandes multinacionais de tecnologia, como Google, enviada à imprensa em abril deste ano. No documento, foi ponderado o avanço nas pesquisas antes de se entender como o avanço galopante da IA pode interferir negativamente em diferentes setores. Aqui, a legislação é recente e trata de proteção de dados.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já falava sobre a temática em 2021. Segundo o relatório Ethics and governance of artificial intelligence for health (Ética e governança da inteligência artificial para a saúde, em tradução livre) da entidade vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), é preciso garantir alguns princípios para a regulamentação e governança da IA: proteger a autonomia humana; promover o bem-estar, a segurança e o interesse público; garantir a transparência, a explicabilidade e a inteligibilidade; promover a responsabilidade e a prestação de contas; garantir a inclusão e a equidade e promover a inteligência artificial que seja responsiva e sustentável.

Enquanto isso, a Lei Geral de Proteção de Dados é usada para garantir a proteção de dados do paciente e a tranquilidade para a exposição de seus diagnósticos. O Projeto de Lei 21/20 cria o marco legal do desenvolvimento e uso da IA pelo poder público, por empresas, entidades diversas e pessoas físicas. O texto, em tramitação na Câmara dos Deputados, estabelece princípios, direitos, deveres e instrumentos de governança para a IA a fim de que se garantam os direitos humanos e os valores democráticos.

Associe-se Abramed

Assine nossa Newsletter