Com o aumento global de casos de câncer, Abramed enfatiza a importância do diagnóstico precoce

Com o aumento global de casos de câncer, Abramed enfatiza a importância do diagnóstico precoce

Inovações prometem revolucionar a precisão do diagnóstico e a personalização do tratamento, destacando a importância da Medicina de Precisão no combate à doença.

Em alusão ao Dia Mundial de Combate ao Câncer (4/2), a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) reforça a urgência de intensificar os esforços em pesquisa, prevenção, diagnóstico e tratamento para enfrentar o crescimento dos casos de câncer globalmente.

Divulgada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1º de fevereiro de 2024, a pesquisa Globocan 2022 mostrou que aproximadamente 20 milhões de pessoas em todo o mundo foram diagnosticadas com câncer em 2022, com a previsão de que esse número ultrapasse 35 milhões nos próximos 30 anos. Atualmente, 53,5 milhões de indivíduos vivem com a doença, considerando um período de prevalência de cinco anos.

No cenário brasileiro, foram identificados 627.193 novos casos em 2022. O tipo mais prevalente, excluindo o câncer de pele não melanoma, foi o de próstata, com 102.519 (representando 16,3% do total e 32,1% no recorte por gênero). Em segundo ficou o câncer de mama, que apresentou 94.728 novos casos (15,1% do total e 30,8% no recorte por gênero).

De fato, esse número tem aumentado ano a ano. “A projeção para 2023 é de um incremento de cerca de 12% em relação a 2022. Para se ter uma ideia, a taxa de crescimento da população brasileira foi de 0,52% ao ano, de acordo com o Censo de 2022”, expõe Marcos Queiroz, líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e diretor de medicina diagnóstica no Hospital Albert Einstein.

Ele se baseia nos dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que estima a ocorrência de 704 mil novos casos de câncer no Brasil neste ano, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, responsáveis por 70% da incidência. “Isso acontece porque essas regiões têm a maior população do país, além de serem locais onde os métodos diagnósticos são mais disponíveis, favorecendo a detecção das lesões”, acrescenta.

Segundo o oncologista Carlos Gil, presidente do Instituto Oncoclínicas e diretor médico da Oncoclínicas&Co., associada Abramed, com o aumento da expectativa de vida da população em geral, os casos também tendem a crescer. Além disso, fatores ambientais, como estilo de vida, além de algumas mutações genéticas hereditárias em casos mais raros, influenciam no aparecimento da doença.

“Medidas de prevenção e políticas que promovam exames regulares para detecção precoce de tumores são fundamentais para as chances de sobrevivência das pessoas. O grande desafio é fazer com que tanto os tratamentos quanto os exames preventivos cheguem com equidade às pessoas. Há um desafio médico, mas também social no combate ao câncer”, explica.

Novidades em diagnóstico

São muitas as novidades para o diagnóstico de câncer. Entre elas, Queiroz cita os testes de análise molecular somática, que consistem no estudo da presença de mutações e outros biomarcadores em tecidos tumorais. Isso ajuda os médicos a entenderem melhor a biologia do câncer e a personalizarem o tratamento de acordo com as características genéticas do tumor.

“Recentemente, foi lançado o primeiro painel molecular para o estudo do linfoma e outras neoplasias linfoides. O desenvolvimento desses painéis é fundamental para um diagnóstico mais preciso e para direcionar terapias mais eficazes”, explica Cristóvão Mangueira, diretor médico de Análises Clínicas do Hospital Albert Einstein.

Também há painéis germinativos para avaliar predisposição hereditária ao câncer. Isso permite intervenções preventivas, como aconselhamento genético e monitoramento mais frequente. Há, ainda, a biópsia líquida, que envolve o estudo do sangue do paciente para pesquisa de mutações com impacto clínico. A biópsia líquida é menos invasiva do que biópsias tradicionais de tecidos e pode ser usada para monitorar a resposta ao tratamento e detectar precocemente a recorrência do câncer.

Existem também pesquisas avaliando o sequenciamento de genoma completo (WGS, do inglês Whole Genome Sequencing), que permite uma análise abrangente de todo o material genético de uma célula ou tecido. No contexto do câncer, o WGS pode revelar mutações específicas que impulsionam o crescimento tumoral, possibilitando estratégias terapêuticas mais personalizadas.

“Outra inovação presente nos Estados Unidos e que deve chegar ao Brasil em breve é a utilização de biópsia líquida para rastreio de diversos tipos de câncer, atuando como diagnóstico precoce, ou seja, antes de os sintomas aparecerem”, explica Mangueira.

Por último, surgiram, recentemente, aparelhos para a detecção intraoperatória de tecido tumoral através de espectrometria de massa (Mass Spect Pen). O dispositivo pode ser usado durante uma intervenção cirúrgica para análise em tempo real de tecidos biológicos. Ele permite a identificação rápida e precisa de tecido tumoral, ajudando os cirurgiões a distinguirem entre tecido saudável e canceroso durante a operação.

Já na área de imagem molecular, estão sendo desenvolvidos novos métodos de diagnóstico para câncer, que utilizam marcadores especiais para exames de PET-CT, como o FAPI (inibidor da proteína de ativação de fibroblastos), mais sensível que o tradicional PET-FDG para alguns tipos de tumores. Também há o marcador PET-FES, para detectar e acompanhar o câncer de mama. “Esses novos marcadores tornam o diagnóstico e o acompanhamento das lesões neoplásicas muito mais precisos”, reforça Queiroz.

“Dessa forma, todos esses avanços direcionam a um tratamento mais específico, melhorando o resultado clínico desses pacientes. É a chamada Medicina de Precisão, que significa personalizar o tratamento com base nas características únicas de cada caso”, explica.

Dia Nacional da Mamografia: exame fundamental para o diagnóstico do câncer de mama

Além do Dia Mundial do Combate ao Câncer (4/2), é celebrado, em 5 de fevereiro, o Dia Nacional da Mamografia, principal método de rastreio para diagnóstico precoce do câncer de mama, que muitas vezes não é realizado na frequência recomendada, especialmente em países em desenvolvimento.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade. No entanto, o Ministério da Saúde preconiza o rastreamento bianual, a partir dos 50 anos.

“A alta taxa de ocorrência de diagnósticos em estágio mais avançado que ainda ocorre no país e o desafio relacionado à equidade de acesso a tratamentos avançados impulsionam a letalidade”, frisa Gil.

A Abramed desempenha um papel crucial nesse cenário. As empresas associadas realizaram 1.4 milhão de mamografias em 2022, o que equivale a 29% dos exames na Saúde Suplementar e 16% do total no Brasil, segundo o Ministério da Saúde e a 5ª Edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico.

“A conscientização sobre a importância da mamografia, especialmente a tomossíntese, exame de mamografia tridimensional, que apresenta resultados ainda melhores que a mamografia tradicional, e o acesso a informações respaldadas por profissionais de saúde são fundamentais para salvar vidas e combater a doença”, salienta Queiroz.

Estudos demonstraram que a tomossíntese pode aumentar a taxa de detecção do câncer de mama em até 30% em comparação à mamografia convencional. A resposta está em sua capacidade de produzir imagens tridimensionais da mama, permitindo uma visualização em camadas. Isso é fundamental para detectar lesões pequenas e identificar anormalidades em mulheres com tecido mamário denso, reduzindo as taxas de falsos positivos e falsos negativos.Em 2023, a Abramed apoiou fortemente a inclusão do exame no rol de procedimento da ANS em prol da sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro.

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