A Interoperabilidade na Saúde ao redor do mundo

A Interoperabilidade na Saúde ao redor do mundo

Brasil e outros países enfrentam desafios para integrar e otimizar sistemas. Interoperabilidade tem se tornado uma palavra-chave no cenário atual da saúde digital, especialmente impulsionada pela pandemia.

4 de setembro de 2024 – Nos últimos anos, a digitalização acelerada dos sistemas de saúde gerou uma imensa quantidade de dados. Cerca de 30% de todos os dados gerados na internet provêm de sistemas de saúde. Embora 80% a 90% das pessoas reconheçam a importância desses dados, muitos ainda lutam para utilizá-los de maneira eficaz.

Os insights são da palestra apresentada por Olivier Convard, Lifecycle Leader of Digital Infrastructure na Roche Information Solutions, durante o 8º FILIS. Segundo ele, o custo da interoperabilidade é elevado, estimado em 30 bilhões de reais, e vem crescendo, enquanto o aumento de ataques cibernéticos, que afetaram mais da metade dos sistemas de saúde, é uma preocupação crescente.

Portanto, a proteção dos dados de saúde é fundamental, uma vez que abrange tanto a privacidade quanto a segurança das informações sensíveis dos pacientes. “Para abordar essa questão, é importante lembrar da transformação digital que o Brasil enfrentou. O custo da baixa interoperabilidade nos sistemas de saúde é de R$ 30 bilhões. Além disso, é alarmante o aumento de 74% nos ataques cibernéticos em todo o mundo em 2022, em comparação com 2021”, apontou Convard.

Ainda de acordo com ele, muitos profissionais consideram que a inteligência artificial será valiosa para o laboratório. Globalmente ainda não existe uma abordagem padronizada de interoperabilidade, já que a integração de dados de saúde envolve uma série de complexidades. Hoje, os laboratórios e hospitais utilizam uma variedade de sistemas e tecnologias de diferentes fornecedores, o que torna a troca de dados um desafio significativo.

Para Convard, a infraestrutura digital tem um relevante papel nesse processo, servindo como uma camada de integração que facilita a comunicação entre sistemas diversos. A falta de uma infraestrutura digital coesa pode levar a ciclos de implementação ineficientes, nos quais múltiplas equipes trabalham simultaneamente em projetos, aumentando o risco de falhas e ineficiências operacionais.

Melhorias e Futuro da Interoperabilidade

A boa notícia é que o cenário está mudando. O FDA tem aprovado um número crescente de algoritmos de detecção de doenças, o que sugere um progresso na certificação e implementação dessas tecnologias. Exemplos concretos de como a interoperabilidade pode ser aprimorada incluem a integração de algoritmos clínicos aos sistemas hospitalares e a coleta de dados adicionais para melhorar a visibilidade dos testes laboratoriais. Esses casos destacam a importância de uma infraestrutura digital robusta e modular que possa suportar a implementação simultânea de múltiplos projetos e otimizar a eficiência.

Para enfrentar esses desafios, Convard disse ser essencial ter uma infraestrutura digital sólida, garantir a excelência operacional e adotar práticas robustas de cibersegurança. A interoperabilidade não deve ser vista apenas como uma questão técnica, mas como uma oportunidade para melhorar a eficiência, reduzir custos e oferecer cuidados de saúde mais rápidos e precisos. “O futuro da saúde digital depende da capacidade dos sistemas de se integrar de forma eficaz, protegendo dados sensíveis e aproveitando as inovações tecnológicas para proporcionar um atendimento mais eficiente e personalizado”, finalizou.

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