Em encontro realizado com os associados, vice-presidente do sindicato falou sobre as mudanças trazidas pela reforma trabalhista ao sistema sindical
20 de novembro de 2019
A reforma trabalhista aprovada em 2017 modificou as obrigações das empresas em relação aos sindicatos. Em função disso, cada empresa tem definidas políticas diferentes de relacionamento com essas entidades. Por esse motivo, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) recebeu, no dia 19 de novembro, em sua sede, Luiz Fernando Ferrari Neto, vice-presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (Sindhosp) para falar sobre o trabalho que vem realizando e os benefícios que uma empresa obtém quando se relaciona com um sindicato da categoria.
Ferrari informou que o Sindhosp está buscando ouvir as necessidades dos segmentos da saúde para atender aos anseios do setor. “Somos a entidade sindical mais estruturada da saúde no Brasil, por isso nos coube o papel de nos reinventarmos após a reforma trabalhista, que acabou com as contribuições sindicais. Nossa proposta é ofertar mais serviços para juntos podermos enfrentar os problemas, buscar as soluções e dialogar com o setor.”
A entidade tem sete regionais no interior do estado e com outros cinco sindicatos compõe a Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estados de São Paulo (Fehoesp), que possui assento na Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) para debater assuntos importantes do setor na esfera federal e com as agências nacionais de Saúde Suplementar (ANS) e de Vigilância Sanitária (Anvisa). O sindicato oferece assessoria jurídica e contábil; comitês; comissões de Recursos Humanos, de clínicas, de segurança e saúde ocupacional; além de cursos e treinamentos para aperfeiçoamento e qualificação profissional, visando ao fortalecimento do setor. “Com a reforma, o que prevalece é o negociado sobre o legislado. Por isso, precisamos de segurança nas negociações com mais de 50 categorias profissionais para que tenhamos força no processo negocial, que está cada vez mais difícil. Não podemos enfraquecer”, destacou Ferrari.
Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, comentou que o segmento de medicina diagnóstica tem dificuldades específicas, bem como que o período é de transição e de tomada de decisões. “É necessário clareza nas ações e pontuarmos nossas necessidades ao sindicato. Precisamos de soluções e para isso temos de decidir se queremos um setor forte ou enfraquecido.”
A questão da perda do poder de negociação com os sindicatos de empregados também foi lembrada no encontro. Associados disseram que, como essas entidades estão enfraquecidas, não há apoio nem força para que o negociado sobre o legislado seja satisfatório ao setor. A sugestão de Shcolnik foi que se promovam encontros com os sindicatos das categorias ao longo do ano, e não somente na data-base da negociação coletiva. “Podemos nos aproximar deles mostrando quão difícil está o cenário, contextualizá-los das dificuldades do segmento para termos um bom diálogo no processo negocial. Nesse ponto o Sindhosp pode nos ajudar. Precisamos ser mais unidos.”
Ferrari concluiu dizendo que é preciso também melhorar a troca de informação na saúde suplementar para que a interação entre os atores do setor de saúde seja maior. “Com vontade política é possível fazer acontecer. Estamos no mesmo barco, por isso é importante estarmos coesos num sindicato forte.”