A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) participou recentemente 1ª reunião do Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar (COPISS) da ANS de 2025.Entre os temas debatidos, um dos destaques foi a retomada da revisão da Tabela TUSS 38 — instrumento que organiza a nomenclatura, codificação de procedimentos e mensagens padronizadas na comunicação entre operadoras e prestadores de serviços de saúde, incluindo a Medicina Diagnóstica. A atualização da tabela busca eliminar repetições, padronizar descrições e trazer maior clareza e objetividade aos fluxos de informação.
Para a Abramed, trata-se de uma discussão estratégica, com impactos diretos na previsibilidade financeira e na sustentabilidade do setor. A entidade tem contribuído ativamente com propostas técnicas, com foco em dois desafios principais enfrentados por seus associados: o excesso de códigos pouco aplicáveis e a subjetividade das mensagens de glosa.
Segundo Claudio Laudeauzer, líder do Comitê Padrão TISS da Abramed e Gerente Corporativo de TI do Grupo Sabin, “a TUSS 38 possui muitos códigos que acabam ficando dúbios e em duplicidade. Isso dificulta o entendimento da glosa ou da negativa, e é comum as operadoras utilizarem códigos diferentes para o mesmo motivo”.
Essa falta de padronização prejudica a gestão operacional das instituições de Saúde, impactando diretamente o tempo e os custos administrativos. “O excesso de códigos atrapalha o entendimento do real motivo da glosa ou negativa. Muitas vezes, a correção depende da interpretação da descrição da mensagem, o que pode atrasar o processo ou, até mesmo, torná-lo ineficaz”, explica o especialista.
Com a revisão em curso, o objetivo é tornar a tabela mais enxuta, objetiva e funcional. “A proposta é reduzir o número de mensagens e clarificar os textos das remanescentes. Isso vai reduzir o trabalho interpretativo e gerar uma comunicação mais assertiva”, afirma Laudeauzer. “Teremos uma tabela mais compacta e objetiva, que permitirá uma correção mais rápida e eficaz, reduzindo a recorrência das glosas”.
A participação ativa da Abramed inclui a sistematização de contribuições técnicas elaboradas por seus associados, atualmente em fase de compilação pelo grupo de trabalho do Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar, para posterior convergência entre as entidades envolvidas e envio da versão final para avaliação no COPISS.
Essa discussão também reforça a importância de se buscar, no futuro, maior interoperabilidade e padronização entre os sistemas utilizados na Saúde Suplementar brasileira. “Hoje, cada prestador possui seus códigos internos e muitas operadoras adotam protocolos próprios de comunicação. Isso gera um cenário fragmentado e de difícil sustentação. Um modelo único, padronizado e adotado por toda a cadeia traria ganhos reais de eficiência e transparência”, defende Laudeauzer.
O papel da Abramed como voz técnica da Medicina Diagnóstica em discussões como essa reforça o compromisso do setor com a promoção da qualidade da informação em saúde, a busca uma regulação mais eficiente e a construção de relações mais equilibradas e transparentes entre operadoras e prestadores.