Especial Hospitalar: Summit Abramed debate diagnóstico como ponto de partida para a gestão da Saúde

Especial Hospitalar: Summit Abramed debate diagnóstico como ponto de partida para a gestão da Saúde

A abertura institucional do Summit Abramed foi realizada pela diretora-executiva da Associação, Milva Pagano, que também moderou o primeiro painel do evento. Com o tema “A Importância do Diagnóstico na Gestão da Saúde”, o debate contou com o presidente do Conselho de Administração da entidade, Cesar Nomura, Paula Campoy, presidente da ASAP – Aliança para Saúde Populacional, Gustavo Campana, diretor médico no DB Diagnósticos e Ademar Paes Júnior, membro do Conselho de Administração da Abramed.

Milva reforçou a necessidade de “desfragmentar o olhar sobre o diagnóstico”, destacando que ele deve ser entendido como um elemento estruturante da jornada de cuidado. Também alertou para o desafio que o setor enfrenta para mensurar desfechos clínicos com base em dados integrados que demonstrem o valor da Medicina Diagnóstica para o sistema de Saúde.

Cesar Nomura deu continuidade destacando que a sustentabilidade e qualidade da Medicina Diagnóstica estão diretamente associadas à inovação e automação. “O que nos trouxe até aqui foi inovação, e é ela que continuará nos levando adiante. Nossa responsabilidade é seguir investindo em tecnologia e qualidade para mantermos o protagonismo da Medicina Diagnóstica na sustentabilidade do sistema de Saúde”, defendeu. Para Nomura, o papel das associações é essencial para promover equilíbrio entre os diferentes interesses da cadeia e construir soluções integradas para o setor.

Na mesma linha, Gustavo Campana ressaltou o potencial estratégico dos dados gerados pelos exames laboratoriais e de imagem. “Precisamos sair do modelo fragmentado e desestruturado. A Medicina Diagnóstica pode ser o eixo de um sistema mais coordenado, com base em dados objetivos que nos permitam influenciar os desfechos clínicos e financeiros”, afirmou. Para ele, tecnologias como Inteligência Artificial só trarão impacto real se apoiadas em estruturas de big data, interoperabilidade e indicadores bem definidos.

Por outro lado, Ademar Paes Júnior trouxe uma provocação contundente: embora os exames representem cerca de 17% a 18% do custo assistencial das operadoras, seus dados ainda são pouco usados para definir estratégias populacionais e precificar Planos de Saúde. “Temos dados estruturados e de alto valor, mas seguimos guardando tudo a sete chaves, sem transformar isso em inteligência para melhorar a performance do sistema”, alertou.

Ele defendeu que os laboratórios assumam uma postura mais ativa, criando áreas de dados capazes de transformar informações clínicas em ferramentas para decisões mais precisas, contratos mais equilibrados e políticas de Saúde mais efetivas.

Encerrando o painel, Paula Campoy, presidente da ASAP, reforçou que diagnóstico é antecipação, “é entender o risco da população, personalizar o cuidado e garantir que o paciente seja o centro. Precisamos resgatar o propósito da Saúde no país — cuidar das pessoas — e o diagnóstico é a porta de entrada”.

Paula também fez críticas à visão de curto prazo nas decisões assistenciais e lembrou que exames normais também têm valor, pois evitam procedimentos desnecessários. “Não é quanto custa fazer, é quanto custa não fazer”, sintetizou.

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