A parceria impulsiona a automatização de processos e a inovação no setor, trazendo benefícios para pacientes e instituições
20 de fevereiro de 2025 – A 6ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico revelou que 69% das empresas associadas à Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, que representam cerca de 80% do mercado de exames na saúde suplementar no país, têm parcerias com startups. Esse movimento demonstra o potencial da inovação e da adaptação às novas tecnologias para alavancar o setor.
O Brasil se destaca no cenário de startups de saúde na América Latina, concentrando 64,8% das healthtechs que receberam investimentos em 2024. Os dados do Relatório HealthTech Recap 2024, lançado pelo Distrito em parceria com a Associação Brasileira de Startups de Saúde (ABSS), mostram que o país impulsionou o crescimento de 37,6% do setor na região, com um total de US$ 253,7 milhões em investimentos, ante US$ 184,3 milhões em 2023.
“As startups já possuem soluções desenvolvidas, com dados e relevância no mercado. É muito mais fácil implementar algo que já existe do que construir do zero. É só conectar com o ambiente hospitalar ou de diagnóstico”, afirma Bruno Borghi, presidente da ABSS, mentor de startups do Hub Inova HC e Account Executive da HexaIT.
A automação de processos, proporcionada pelas soluções das startups e healthtechs, traz vantagens para pacientes e instituições. Os pacientes se beneficiam da praticidade e da rapidez no acesso aos resultados, enquanto as instituições ganham em eficiência, redução de custos e otimização de processos. “Há soluções para tudo e para todos os mercados. Essas empresas já nascem com um modelo de negócio disruptivo, focado em resolver dores e necessidades das instituições”, destaca Borghi.
A agilidade nos resultados dos exames, que podem ser acessados em tempo real por médicos e hospitais, facilita o diagnóstico e o cuidado com o paciente. A integração de dados é um dos principais focos das startups, que oferecem soluções para facilitar a análise de laudos e o acesso a informações relevantes. A inteligência artificial também colabora, auxiliando na identificação de problemas e agilizando o trabalho dos profissionais de saúde.
Um dos pontos de destaque ao buscar parcerias com startups e healthtechs, segundo Borghi, é a questão de custos, que são mais acessíveis em comparação com empresas já consolidadas. “Estas oferecem modelos de negócio padronizados, com pouca ou nenhuma alteração, o que chamamos de ‘prateleira’. Já as startups permitem a parametrização e a modelagem do negócio, entregando soluções que vão além do que a instituição precisa, ou seja, algo mais específico e customizado. É claro que empresas consolidadas no mercado possuem sua relevância, mas, em termos de modelos de negócio e precificação, as startups costumam ser mais práticas e adaptáveis”, destaca.
Borghi ensina que existem diferentes modelos de parceria, como os Proof of Concept (POCs), que permitem às empresas de saúde testarem a aderência das soluções às suas necessidades antes de implementá-las. “A incubação é mais difícil, pois exige a disponibilização de informações e a criação de algo novo. Acreditamos em provas de conceito para garantir a validação da solução”, explica.
Tecnologias na saúde
A adoção de tecnologias emergentes como machine learning, blockchain e inteligência artificial tem o potencial de transformar os modelos de negócios tradicionais. O machine learning permite o aprimoramento contínuo das soluções, o blockchain garante a segurança dos dados dos pacientes e a inteligência artificial otimiza processos e resultados.
“Sabemos que dados de saúde valem muito mais que dados de cartão de crédito. Ao adotarmos essas tecnologias, o paciente se sente mais seguro, pois a instituição demonstra seu compromisso com a proteção de seus dados. Essa segurança é um diferencial que a instituição pode levar ao mercado, mostrando que se preocupa com a privacidade e a confidencialidade das informações de seus pacientes”, afirma Borghi.
Ainda existem diversos setores dentro da medicina diagnóstica que podem ser mais explorados pelas startups. O presidente da ABSS ressalta que as instituições precisam estar abertas à inovação e entender que as soluções tecnológicas são investimentos, não custos.
Além disso, é fundamental quebrar barreiras culturais e o medo da tecnologia. “O pior é o pensamento ‘sempre foi assim’, pois impede a evolução e a busca por novas oportunidades”, afirma. A resistência à mudança pode levar à perda de clientes e de competitividade no mercado.
Segundo o presidente da ABSS, o ponto fundamental para a evolução da saúde como um todo é a colaboração entre hospitais, operadoras de saúde e demais instituições, criando um sistema integrado e eficiente. O cenário é promissor.