Abramed lança position paper para promover a interoperabilidade na medicina diagnóstica

Abramed lança position paper para promover a interoperabilidade na medicina diagnóstica

Entre as iniciativas presentes no documento estão o projeto LOINC + SEIDIGI e a capacitação para profissionais de saúde

18 de setembro de 2024 – A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) lançou o position paper do Comitê de Interoperabilidade, um documento que delineia as iniciativas e estratégias para promover a integração de sistemas de informação na medicina diagnóstica. Ele visa consolidar um espaço institucional que permita avançar com a agenda de interoperabilidade no setor, desenvolver projetos na intersecção entre os setores público e privado, e fomentar a troca de melhores práticas e desafios entre os principais players do setor.

“Para os associados da Abramed, este position paper é fundamental, pois estabelece diretrizes claras e organizadas para a implementação de interoperabilidade em suas operações. Isso facilita a comunicação e a integração de dados entre diferentes sistemas de saúde, promovendo uma maior eficiência e qualidade nos serviços prestados”, explica o líder do Comitê de Interoperabilidade, Atualpa Carvalho de Aguiar, diretor de Tecnologia e Inteligência Digital do CURA grupo.

Para o setor de medicina diagnóstica como um todo, a importância do documento está na criação de um ambiente colaborativo e padronizado, no qual os dados de saúde possam ser compartilhados de maneira segura e eficiente. “Isso é essencial para melhorar a qualidade dos diagnósticos, reduzir erros médicos e otimizar os processos administrativos”, complementa.

Projeto LOINC + SEIDIGI

O position paper detalha uma série de iniciativas. Entre elas, o Projeto LOINC + SEIDIGI, uma colaboração técnica com a Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI) do Ministério da Saúde. Este projeto visa traduzir todos os códigos LOINC dos exames constantes na Lista Nacional de Notificação Compulsória para a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), o que é imprescindível para padronizar e integrar dados de saúde em nível nacional.

São vários os impactos esperados na RNDS com a implementação desta parceria. Um deles é a melhoria na interoperabilidade, ao facilitar a troca de dados entre todas as partes envolvidas. Outro ponto positivo é o aprimoramento da qualidade dos dados. “Com a utilização de um padrão universal, espera-se um aumento significativo na qualidade e precisão dos dados de saúde compartilhados, reduzindo a possibilidade de erros e inconsistências nos registros médicos”, comenta Aguiar.

A padronização dos códigos dos exames na RNDS ajudará no monitoramento mais eficaz de doenças, agravos e eventos de saúde pública, permitindo uma resposta mais rápida e coordenada a surtos e epidemias. Além disso, facilitará pesquisas em saúde pública e análises epidemiológicas. “A tradução dos códigos LOINC contribuirá para a criação de um repositório de dados robusto, que pode ser utilizado para o desenvolvimento de políticas de saúde baseadas em evidências”, salienta.

Veja aqui a formalização da parceria do Ministério da Saúde com a Abramed, que aconteceu no 8º FILIS.

Curso de especialização

A criação de um Curso de Especialização em Interoperabilidade é mais uma proposta apresentada no position paper. Este curso visa formar profissionais capacitados na área de interoperabilidade em saúde, abordando desde padrões de comunicação até estudos de casos internacionais, e demandará parcerias estratégicas com instituições de ensino e organizações especializadas.

“O mercado de saúde está cada vez mais voltado para a digitalização e a adoção de tecnologias avançadas, exigindo que os profissionais de saúde possuam competências não apenas clínicas, mas também tecnológicas. A falta de interoperabilidade pode levar a duplicações de exames, atrasos no atendimento, erros médicos e aumento dos custos operacionais. Portanto, a capacitação é necessária”, destaca Aguiar.

Espera-se que esses profissionais possam liderar e executar projetos que envolvam a implementação e a manutenção de sistemas de informação integrados em suas instituições, sendo capazes de identificar e superar barreiras tecnológicas e organizacionais, promovendo uma cultura de inovação e melhoria contínua.

Além disso, poderão desenvolver habilidades para educar e engajar outros profissionais da saúde, criando um ambiente propício para a adoção de tecnologias interoperáveis que melhoram os cuidados ao paciente e a gestão dos serviços de saúde.

Futuro da Interoperabilidade

O futuro da interoperabilidade na medicina diagnóstica brasileira é promissor, com avanços tecnológicos e organizacionais que transformarão a maneira como os dados de saúde são gerenciados e utilizados. Segundo o entrevistado, a expectativa é que, nos próximos anos, a interoperabilidade não apenas melhore a eficiência dos processos clínicos e administrativos, mas também contribua significativamente para a qualidade dos cuidados de saúde oferecidos aos pacientes em todo o país.

A incorporação de tecnologias emergentes, como inteligência artificial (IA) e machine learning, permitirá a análise e a interpretação mais rápida e precisa dos dados de saúde. Essas tecnologias ajudarão na detecção precoce de doenças, na personalização de tratamentos e na melhoria dos resultados clínicos.

Com a interoperabilidade, haverá também uma maior ênfase na segurança e privacidade dos dados de saúde. Espera-se que as instituições invistam em tecnologias e práticas para garantir a conformidade com regulamentações, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), protegendo as informações dos pacientes contra acessos não autorizados e violações de dados. A interoperabilidade resultará em uma maior eficiência operacional e na redução de custos, além de melhorar os resultados de saúde dos pacientes. 

“Associações como a Abramed continuarão desempenhando um papel crucial na promoção e na implementação de iniciativas de interoperabilidade. Elas fornecerão orientação, recursos e apoio para que seus associados adotem as melhores práticas e se adaptem às novas exigências tecnológicas e regulatórias”, finaliza Aguiar.

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