Abramed está ativa nas discussões sobre as necessidades do setor de diagnóstico frente às propostas que tramitam no Congresso Nacional
22 de junho de 2020
Com a
pandemia do novo coronavírus diversos temas que fluíam no Congresso Nacional
tiveram seus trâmites desacelerados, entre eles a Reforma Tributária. No início
de março, poucos dias após o diagnóstico do primeiro paciente com COVID-19 no
Brasil, o governo formalizou uma Comissão Mista composta por deputados e
senadores e encarregada de, com base na PEC 45/19 e na PEC 110/19, elaborar uma
proposta única para simplificação do sistema tributário nacional. Agora,
passados três meses, o tema está ganhando força novamente no poder legislativo
e a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) segue atuando para
apresentar os impactos das propostas na saúde nacional.
Fortalecendo
o diálogo com outros setores com demandas similares, a Abramed participou de
dois eventos virtuais realizados no dia 17 de junho e organizados para tratar
da retomada da economia e da importância da Reforma Tributária frente às
necessidades no período pós-pandemia.
“Devido ao
enfrentamento da COVID-19, a pauta da Reforma Tributária deixou de ser
priorizada, porém o governo está retomando o tema para que a discussão seja
fortalecida no segundo semestre. Em defesa da sustentabilidade do setor de
medicina diagnóstica estamos ativos neste debate junto a entidades parceiras
que também temem pelos resultados de uma reforma que não aposta em neutralidade
e excepcionalidade para o setor de saúde”, comenta Priscilla Franklim Martins,
diretora-executiva da Abramed.
Pela manhã, Priscilla
representou o segmento no webinar “Reforma Tributária: Pensando a retomada da
economia”. Organizado pelo portal de notícias políticas, jurídicas e econômicas
Migalhas, o encontro – que lançou o Instituto Brasileiro Independente de
Estudos Fiscais e Econômicos (IBIEFE) – também recebeu Pedro Westphalen, médico
e deputado federal (PP/RS); Marco Aurélio Ferreira, diretor-executivo da
Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp); e Alberto Macedo, consultor
técnico da Associação Nacional dos Auditores-Fiscais de Tributos dos Municípios
e Distrito Federal (ANAFISCO).
Moderado por
Eduardo Muniz, consultor para Reforma Tributária da Abramed, e por Renato
Nunes, sócio do Machado Nunes Advogados, o debate reforçou a importância de os
setores estabelecerem boa interlocução com as autoridades a fim de apresentar as
suas necessidades e os impactos dos atuais textos que tramitam na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal.
Tanto
Priscilla quanto Marco Aurélio apresentaram a atual situação do setor de saúde
perante os textos que estão em tramitação, enfatizando que a saúde é um
segmento estratégico e que precisa ser observada com excepcionalidade e
neutralidade. “A Reforma Tributária é muito bem-vinda desde que feita de forma
responsável, pois onerar esse setor essencial pode significar inviabilizá-lo”,
declarou Priscilla.
Segundo a
executiva, caso seja aprovada uma reforma que aumente ainda mais a carga
tributária da medicina diagnóstica, o setor não conseguirá se manter sem
repassar os custos aos pacientes, o que deve gerar uma queda considerável no
número de beneficiários dos planos de saúde e, por consequência, aumento
expressivo da população totalmente depende do Sistema Único de Saúde (SUS).
Após ouvir as
declarações da Abramed e da Anahp, Pedro Westphalen se posicionou em defesa do
setor. “Saúde é um dos setores com maior empregabilidade no país e se a reforma
vier, de fato, como está prevista, trará um impacto muito grande e o setor não
aguentará. Esse debate é atual e muito importante e agora é a hora de fazermos
pressão e de demonstrar, claramente, para os parlamentares qual a real
situação”, disse.
Diálogo
aberto – Já no
período da tarde, a medicina diagnóstica brasileira teve a oportunidade de
apresentar suas demandas diretamente para o deputado federal Aguinaldo Ribeiro
(PP/PB), relator da Comissão Mista da Reforma Tributária, em um evento
organizado pelo escritório Honda Teixeira Araújo Rocha Advogados.
Wilson
Shcolnik e Fábio Cunha, respectivamente presidente do Conselho de Administração
e diretor da Câmara Jurídica da Abramed, representaram a Associação no webinar
“Reforma Tributária – Novo cenário pós pandemia”, que também recebeu Elizabeth
Guedes, presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP);
Luiz Lemos Leite, presidente da Associação Nacional das Sociedades de Fomento
Mercantil (ANFAC); e Paulo Roberto Rossi, presidente-executivo da Associação
Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) para um debate moderado por
Armando Monteiro Bisneto, advogado e assessor parlamentar.
Com demandas
similares, os setores de saúde e educação prezam por uma reforma que não traga
uma carga de impostos ainda mais elevada. “Nosso setor de medicina diagnóstica defende
a reforma tributária como simplificação e fonte de desenvolvimento econômico,
porém o aumento da alíquota distorceria muito a nossa carga atual e teríamos
uma perda muito grande”, declarou Cunha.
Após as
argumentações da Abramed e da ANUP, o deputado Ribeiro declarou que será um
desafio aprovar a reforma que, antes da pandemia, já era necessária e que agora
torna-se ainda mais importante, e mencionou que o setor de serviços precisará
ser analisado com cautela. “Já estudávamos soluções para o setor de serviços
como, por exemplo, a desoneração da folha de pagamento como instrumento para
neutralizar o desequilíbrio. E isso não está descartado”, declarou.
Complementando
o raciocínio, Cunha enfatizou a responsabilidade dos setores na geração de
empregos formais e qualificados. “Sairemos dessa grande crise sanitária e
enfrentaremos problemas de empregabilidade onde a proteção ao emprego tanto na
saúde quanto na educação será muito importante”, disse.
Entenda a
Reforma Tributária e os impactos ao setor de saúde – Clique AQUI e confira uma matéria
explicativa publicada pela Abramed com detalhes sobre os impactos da Reforma
Tributária na área de medicina diagnóstica e na saúde como um todo. O texto
apresenta o atual cenário e traz, inclusive, informações de um estudo elaborado
pela Associação sobre os prejuízos da reforma ao setor. Entre os dados
levantados, um possível aumento de aproximadamente 72% sobre a carga tributária
atual caso a reforma siga sem que os líderes do governo compreendam as demandas
do sistema de saúde brasileiro.