Ideia de Saúde Distribuída vem tomando corpo de forma acelerada junto a uma telemedicina realmente conectada e organizada
30 de setembro de 2020
A
pandemia da Covid-19 deixou clara para as instituições de saúde a necessidade
de ter uma Telemedicina estratégica, com atuação estruturada e organizada para
a prestação dos serviços de saúde – o que vai muito além da interação
médico-paciente por uma ferramenta de videoconferência para tratar doenças. Vem
tomando corpo, de forma acelerada, a ideia de uma Saúde Distribuída, com uma
Telemedicina realmente conectada e organizada, para o atendimento aos
indivíduos como uma prática de cuidados da saúde, especialmente na prevenção.
Para
o Dr. Chao Lung Wen, líder do grupo de pesquisa em Telemedicina da USP,
professor da FMUSP e reconhecida autoridade no assunto, a Telemedicina é irreversível em razão
da própria transformação digital da sociedade, que ganhou um impulso
extraordinário no momento que vivemos. Em recente webinar promovido pela SYNNEX
Comstor, ele lembrou a questão da conectividade, que no Brasil caminha agora
para a 5G. E isso significa, entre outras coisas, que estamos evoluindo para casas
conectadas, o que se relaciona diretamente a casas inteligentes e ao que se
poderia chamar de Internet das Coisas Médicas.
Nesse
quadro, seria a hora de falarmos em Sociedade 5.0, uma vez que o conceito “Revolução
Industrial 4.0”, originado no Fórum Econômico de Davos em 2011, teria sido
ultrapassado, com a presença já tão disseminada em nosso cotidiano da Robótica,
com aparelhos até para a limpeza doméstica, e da Inteligência Artificial, de
que os aplicativos de trânsito são um bom exemplo. Na Saúde 5.0, que é a saúde
conectada, o cuidado com o bem-estar das pessoas é mais do que somente o
tratamento de doenças. E aí que entra a importância da Telemedicina.
Vale
a pena começar pela explicação do que não é Telemedicina. Uma simples
chamada de vídeo não caracteriza a Telemedicina. Ela também não é uma
ferramenta ou apenas um processo estruturado. Em primeiro lugar, exige a
educação digital do profissional de saúde e a pesquisa continuada para que seja
possível a prevenção, especialmente quando nos damos conta do envelhecimento da
população e do aumento de doenças crônicas. Segundo uma breve definição do Dr.
Chao, a Telemedicina “é um método de investigação e cuidados não presenciais,
usando recursos digitais interativos”.
Nesse
sentido, as empresas que fornecem tecnologias e os profissionais que
desenvolvem soluções específicas têm muito a contribuir. A Telemedicina requer
uma série de elementos com os quais ainda não contamos, como aparelhos que
possam se conectar com a casa das pessoas para aferir condições específicas de
cada paciente. Ela precisa, antes de tudo, de sistemas capazes de integrar
informações e interação com o paciente, para que o médico seja capaz de manter
o compromisso de realmente cuidar da saúde do paciente.
Já
existem avanços nessa direção, aqui no Brasil. A Yoobot, uma empresa com
foco no desenvolvimento de sistemas integrados para resolver questões ligadas a
processos, já está oferecendo uma solução que utiliza o Cisco Webex
Meetings e Cisco Webex Teams para proporcionar a utilização, em uma só
plataforma para atendimento mais simples, confortável e eficiente ao paciente,
sem que seja necessário o médico entrar em vários sistemas, com diferentes
logins, durante uma consulta. Isso implica dispersividade, prejudicando a
atenção ao paciente. Nos sistemas comuns de conferência, o próprio contato visual,
tão importante para a avaliação diagnóstica, se perde enquanto o médico navega
em busca de informações.
A
ideia é oferecer às instituições médicas um sistema realmente inteligente,
completamente seguro, que evite a redundância de dados, que seja capaz de aplicar
as regras de negócios dos sistemas internos. Além disso, esse sistema cuida da
chamada ao paciente, do seu agendamento de forma on-line e de uma consulta
simples, sem esforço, proporcionando ao médico o acesso a todos os dados referentes
ao cliente em atendimento. A coleta de informações a cada momento da interação
é também um ponto importante que permitirá ao médico adotar decisões com base
em dados sempre atualizados.
Estamos dando, com certeza, os primeiros passos em direção à implementação de uma nova organização da Telemedicina. Como já está claro, não haverá retrocesso. O que precisamos agora é acelerar o desenvolvimento de novas plataformas que sejam seguras, robustas e de fácil utilização, em benefício do médico e do paciente.
Por Adilson Wada – Healthcare Business Development Manager da SYNNEX Brasil