Encontro virtual expôs panorama do mercado, identificou tendências e compartilhou dados relevantes do setor
20 de outubro de 2020
Com participação de Wilson Shcolnik e Priscilla Franklim
Martins, respectivamente presidente do Conselho de Administração e
diretora-executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed),
episódio do Ciclo de Palestras promovido pelo A.C. Camargo Cancer Center, em 16
de outubro, traçou um panorama do mercado de diagnóstico na saúde suplementar
brasileira, elencando os principais desafios e tendências do setor.
O encontro foi moderado por dois executivos do A.C. Camargo:
Marcos Cunha, diretor de negócios, e Edson Costa, supervisor de estratégia e
inteligência. Quem participou teve acesso a um compilado de dados relevantes
que traduzem o atual cenário do país.
“Vivemos um momento de incerteza devido à instabilidade
econômica visto que a maior parte dos beneficiários dependem de seus empregos
para terem acesso a convênios e à rede da saúde suplementar”, comentou Shcolnik
ao dizer que a perspectiva dos economistas, hoje, é positiva e indica
crescimento de muitos setores.
O executivo mencionou quais tem sido os principais pleitos
do setor, enfatizando o impacto da Reforma Tributária. “Apoiamos a reforma que
é muito importante para o país, mas temos preocupações com relação ao aumento
da carga de impostos em toda a cadeia de saúde. Por isso nossa luta é pela
neutralidade e, via Abramed, estamos em contato direto com o Governo para expor
quais serão esses impactos”, declarou.
Shcolnik também mencionou o ambiente regulatório. Citou
questões relativas às consultas públicas 911 e 912 que estão em andamento pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e preocupam os especialistas por
permitir que exames sejam realizados fora dos ambientes altamente controlados
dos laboratórios, expondo os pacientes à riscos de segurança; a revisão da RDC
50, que trata da infraestrutura e de projetos para serviços em saúde; e sobre a
RDC 330 que, publicada em 2019 e com vigência prevista para início em dezembro,
trata da infraestrutura e do funcionamento de clínicas de diagnóstico por
imagem. “Quanto à RDC 330 solicitamos adiamento à Anvisa pois muitas clínicas e
hospitais precisam de mais tempo para se adequar”, explicou.
Outro ponto que foi amplamente debatido durante a palestra
diz respeito à incorporação de novos exames no Rol de Procedimentos e Eventos
em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que, inclusive, está
com consulta pública aberta. “Precisamos sempre continuar estudando esses
impactos para que novos recursos sejam trazidos para o sistema de saúde
nacional. Esse é um desafio permanente, pois as inovações não param, são
incessantes, e temos de colocá-las à disposição do público”, esclareceu.
União e compartilhamento
O A.C. Camargo Cancer Center detém muito conhecimento em
oncologia e entende que é possível compartilhar esse conhecimento a fim de
tornar tanto o acesso ao diagnóstico quanto aos tratamentos mais fáceis pelo
país. Para Cunha, as oportunidades são inúmeras. “Temos um serviço B2B para
prover exames específicos e, como fazemos muita pesquisa, às vezes temos alguns
painéis que ainda não estão no mercado”, disse sobre dividir essa expertise com
outros hospitais e laboratórios.
Para Priscilla, o caminho é benéfico: “Existem enormes
oportunidades tanto assistenciais quanto de geração de negócios para o
hospital. No Brasil, que tem dimensões continentais, há muitos vazios
assistenciais que precisam ser encarados de forma mais pragmática. Pensar em
parcerias como forma de suprir essas carências é trazer um olhar interessante
ao cenário”.
Painel Abramed
Shcolnik também aproveitou a oportunidade para falar sobre a
terceira edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico. O relatório, que está
em fase final de consolidação e deve ser lançado no próximo mês, traz este ano um capítulo inteiro dedicado ao tema COVID-19, e informações detalhadas sobre o mercado de medicina
diagnóstica, abordando desde o número de exames complementares realizados no
país; distribuição de profissionais do setor no território nacional; detalhes
sobre o mercado de trabalho; número de resultados de exames acessados pela
Internet; e mais detalhes sobre o comportamento do paciente no ramo da medicina
diagnóstica.