Desse montante, 57% foram RT-PCR e 43% exames sorológicos
11 de novembro de 2020
No início de março, Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), declarou pandemia do novo coronavírus e pediu aos países que aumentassem seus programas de testagem como melhor caminho para conter a propagação do patógeno. Levantamento feito pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) mostra que, desde o início da crise até outubro, os laboratórios privados associados à entidade já realizaram 6,2 milhões de exames relacionados à doença no Brasil, sendo que desse montante 57% foram RT-PCR, padrão ouro utilizado para detecção na fase ativa; e 43% exames sorológicos que checam anticorpos para indicar se o individuo já teve contato com o vírus.
A rápida resposta dos laboratórios privados no país foi
fundamental para que o Brasil trabalhasse dentro dessa perspectiva. “Os números
refletem o empenho das empresas associadas à Abramed na intensificação da
oferta e na ampliação da capacidade de processamento desses testes”, comenta
Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.
Segundo o executivo, é importante ressaltar que nenhuma
nação estava preparada para enfrentar uma epidemia de um vírus desconhecido,
porém logo que o surto chegou ao Brasil, os laboratórios privados – mesmo
frente à escassez de insumos e problemas logísticos – se movimentaram para
desenvolvimento in house dos primeiros exames moleculares, ofertando com
agilidade boas possibilidades diagnósticas.
Segundo dados do Ministério da Saúde, de março até a
primeira quinzena de outubro foram realizados cerca de 15,2 milhões de exames
para COVID-19 no país. Considerando que as associadas à Abramed foram
responsáveis por 6,2 milhões de todos os exames no período, os outros 9 milhões
foram feitos por laboratórios e hospitais privados que não integram a vitrine
da Associação; pelo Sistema Único de Saúde; e pelas farmácias e drogarias.
Dos mais de 15 milhões de testes no país, 7,8 milhões foram
sorológicos (entre testes rápidos e exames laboratoriais para IGG, IGM e
anticorpos totais) e 7,5 milhões foram de RT-PCR. “Importante frisar que os
exames sorológicos realizados pelos laboratórios em ambientes controlados que
respeitam as boas práticas laboratoriais levaram a resultados mais confiáveis
do que aqueles realizados fora do ambiente laboratorial”, especifica Shcolnik.
O executivo reforça que a fim de garantir que a população
brasileira utilizasse apenas testes de qualidade, laboratórios e entidades do
setor de saúde se uniram em um projeto para verificar o desempenho dos kits
disponibilizados em território nacional, apresentando os resultados – incluindo
os que evidenciaram problemas – no portal testecovid19.org.