Pautada pela ética, Abramed conquistou proximidade com governo levando as principais demandas do setor aos tomadores de decisão
3 de dezembro de 2020
A construção de bom relacionamento com o governo é uma atividade indispensável à vida associativa. Criar uma via de diálogo com os principais formuladores de políticas públicas, garante que as demandas do setor que está sendo representado sejam exibidas com clareza e objetividade, além de permitir que os processos decisórios se baseiem na realidade vivida por cada segmento. Em uma década de atuação, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) evoluiu consideravelmente suas relações governamentais vencendo obstáculos e conquistando notoriedade.
O acesso aos poderes executivo e legislativo – no atual
cenário vivido no país – é envolto em questionamentos. “Sabemos que nos últimos
anos as relações entre o setor público e o setor privado ficaram estigmatizadas
no Brasil. No entanto, esse relacionamento somado à troca de informações dele
decorrente é fundamental para garantir uma regulação equilibrada”, comenta Armando
Monteiro Bisneto, advogado e especialista em Relações Governamentais.
Para ele, a melhor forma de quebrar esse preconceito que
leva muitas pessoas a olharem com desconfiança para essa relação está na
transparência. “O diálogo deve respeitar a ética, a legalidade e o compliance.
A Abramed, bem como seus associados, sempre se pautou por esses valores. Assim,
a aproximação com o governo precisou apenas de uma organização de rotinas e de
uma ‘tradução’ do peculiar ambiente de Brasília”, completa.
Ao longo de dez anos, foram diversas as conquistas obtidas
na conversa direta com o governo e o diálogo segue cada vez mais fortalecido.
Atualmente, a Associação tem apresentado estudos e pesquisas para fundamentar
seus questionamentos a respeito dos impactos da reforma tributária no setor de
saúde. “Acredito que esse tema, que é muito complexo, é a nossa meta mais
ambiciosa da atualidade”, relata o advogado.
Com a pandemia – que impactou absolutamente todos os setores sem exceção – houve um impulso a essa aproximação. “Ficou ainda mais clara a relevância da medicina diagnóstica para a saúde da população, o que nos permitiu evoluir muito na relação com nossos stakeholders, especialmente do legislativo”, comenta Fábio Cunha, diretor do Comitê Jurídico da Abramed. Essa vitória se deu, pois, apesar da pandemia, as atividades governamentais seguiram e a entidade se manteve ativa nas discussões junto aos tomadores de decisão, inclusive defendendo os pleitos relativos à reforma.
É importante lembrar que o diálogo não pode ser pontual para
suprir uma ou outra necessidade esporádica, como reforça Cunha. “Temos que
construir relações duradouras, consistentes e frequentes. Esse é um
relacionamento de confiança que tem que ser fortalecido ao longo dos anos tendo
em vista a relevância institucional”, diz. O executivo complementa afirmando
que a Abramed é encarada como uma associação bastante conceituada e que essa
credibilidade deve ser mantida ao longo dos anos.
Mesmo com os avanços, o executivo acredita que ainda há
muito a ser feito, já que o setor de saúde, de forma geral, não está no mesmo
nível de organização de outros setores que há muito tempo atuam de forma
conjunta e estratégica na defesa de seus interesses. “Precisamos cada vez mais
unir os diversos atores da complexa cadeia de saúde em agendas positivas para
que possamos atuar em bloco defendendo a saúde do Brasil”, afirma.
Para vencer esse desafio, é preciso quebrar uma barreira mencionada por Monteiro Bisneto. “Há, ainda, uma cultura vigente no nosso país onde o agente público ou político é visto como uma autoridade, e não como um servidor”, finaliza.
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