Identificar tipo e quantidade de anticorpos produzidos contra Covid-19 será eficiente estratégia para controle da pandemia
26 de janeiro de 2021
Os
testes sorológicos convencionais usados para diagnosticar a Covid-19 ajudaram a
traçar o perfil epidemiológico da doença no Brasil até agora. Porém, com o
avanço da ciência e a evolução da pandemia, é necessária a utilização de testes
quantitativos para SARS-CoV-2, que podem ser utilizados tanto para acompanhar a
evolução de pacientes que tiveram uma infecção natural quanto para conferir se
a resposta vacinal foi eficiente.
Em
ambos os casos, é importante detectar a quantidade de anticorpos IgG direcionados
ao domínio S1 da proteína Spike do vírus, onde está localizada a região RBD.
Este é o principal sítio que permite a ligação do vírus na célula do
hospedeiro, especificamente na região ACE2. Portanto, todo anticorpo
direcionado para essa região provavelmente apresenta uma capacidade de
neutralização maior.
“O
kit diagnóstico anti-SARS-CoV-2 QuantiVac foi desenvolvido pelo método ELISA e
usa um antígeno altamente específico, baseado no domínio S1 viral para
quantificar os anticorpos da classe IgG, apresentando alta correlação com a
detecção de anticorpos neutralizantes. Uma grande vantagem dos testes pelo
método ELISA é que qualquer departamento de imunologia pode realizá-los, ao
contrário da PRNT, padrão ouro para identificação de anticorpos neutralizantes
que necessita de uma estrutura de biossegurança de nível 3, muito rara no
Brasil”, explica Michel Soane, gerente de pesquisa e desenvolvimento do
Eurohub, hub de geração e disseminação de conhecimento da EUROIMMUN Brasil.
Soane
ressalta que estudos demonstraram que entre os indivíduos que positivaram em testes S-RBD, 86%
possuíam anticorpos neutralizantes. Por outro lado, com os testes direcionados
ao nucleocapsídeo, esse percentual foi de apenas 74% (McAndrews et al, 2020). Esses
números demonstram a importância da quantificação dos anticorpos anti-S1.
É fundamental destacar que nenhuma vacina possui
eficácia de 100%, portanto, ser imunizado contra SARS-CoV-2 não garante que o
indivíduo está totalmente protegido. Para confirmar, é necessária a realização
do teste sorológico para a quantificação de anticorpos após tomar todas as
doses recomendadas.