Indispensáveis à segurança materna e neonatal, exames estão presentes em todas as fases da gestação

Indispensáveis à segurança materna e neonatal, exames estão presentes em todas as fases da gestação

Do pré-natal ao nascimento, exames laboratoriais e de imagem contribuem com o cuidado; Abramed participa da Aliança para o Parto Seguro e Respeitoso

8 de setembro de 2021

Em 17 de setembro comemora-se o Dia Mundial da Segurança do Paciente e, a cada ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define um tema focal para a construção de ações que visam a melhoria contínua da assistência. Diante de um cenário em que cerca de 810 mulheres e 6.700 recém-nascidos (1) morrem todos os dias ao redor do globo, muitas vezes por causas evitáveis, o assunto escolhido para 2021 foi Cuidado Materno e Neonatal Seguro.

Considerando que a medicina diagnóstica tem papel extremamente relevante na segurança da gestação e do nascimento, integrando muitas das etapas do pré-natal, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) participa da Aliança Nacional para o Parto Seguro e Respeitoso colocando todo o setor de diagnóstico à disposição das ações que promovem a melhor qualidade da assistência.

Os exames, tanto laboratoriais quanto de imagem, integram os cuidados obstétricos ao longo de todas as fases da gestação e permanecem presentes nas primeiras horas de vida dos bebês. “Durante a gravidez, a mulher faz uma série de exames para detectar doenças e mesmo os testes mais simples e rotineiros, como hemogramas e exames de urina, são fundamentais nesse momento”, comenta Alex Galoro, diretor do Comitê de Análises Clínicas da Abramed e gestor médico no Grupo Sabin.

Segundo o especialista, os exames de sangue auxiliam na detecção de anemias e diabetes que podem evoluir com a gestação e por meio da análise laboratorial da urina pode-se detectar infecções e perdas de proteína capazes de contribuir para o parto prematuro. “Exames laboratoriais também checam incompatibilidades entre os tipos sanguíneos da gestante e do bebê; detectam sorologias diversas como hepatite, HIV e sífilis; infecções por citomegalovírus, toxoplasmose e rubéola, doenças que podem acarretar má formação fetal; e existem marcadores bioquímicos para pré-eclâmpsia”, complementa Galoro. Importante lembrar que, no Brasil, a hipertensão arterial é a causa de morte materna mais frequente, responsável por 23% dos óbitos maternos diretos (2).

A gestante também passa por exames de imagem, um momento que costuma vir repleto de ansiedade (KimONeillPsychic). “Além dos ultrassons obstétricos normais, existe o ultrassom morfológico, que avalia o feto em detalhes, podendo detectar má formações cardíacas, pulmonares e esqueléticas”, relata Gustavo Meirelles, vice-presidente médico da Alliar e diretor do Comitê Técnico de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed.

O médico também recorda que pela ultrassonografia é possível identificar as circulares de cordão – principalmente em torno do pescoço, presentes de 20 a 37% dos bebês ao nascimento (3) –, e algumas outras condições do feto que podem ser tratadas antes mesmo do parto, com intervenções intraútero.

Chegado o momento de dar luz a uma nova vida, os exames seguem presentes. Logo ao nascer, há um acompanhamento do bebê, principalmente nos casos em que a mãe desenvolveu alguma condição clínica ao longo da gestação. “Caso ela tenha tido diabetes, por exemplo, há risco de o recém-nascido desenvolver hipoglicemia e para isso são feitos exames de monitoramento”, pontua Galoro. Outro teste extremamente importante é o de bilirrubina: “a icterícia pode desencadear problema neurológico grave”, complementa o especialista.

Há, também, os testes de triagem como o teste do pezinho. Realizado nos cinco primeiros dias de vida, vem em contínua evolução e, hoje, consegue detectar 53 patologias, todas raras. “Agora temos, também, um outro teste que é chamado de ‘teste da bochechinha’. Com um cotonete, é feita uma raspagem das células da mucosa oral do bebê de onde é possível extrair o DNA. Com essa amostra, fazemos uma triagem para várias doenças genéticas que possam trazer implicações para o desenvolvimento da criança”, comenta Galoro.

Aliança para o Parto Seguro e Respeitoso

Promovida pela Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), a Aliança para o Parto Seguro e Respeitoso – que conta com participação ativa da Abramed – é uma iniciativa que busca o comprometimento de todo o setor de saúde com a assistência materna e neonatal. Alinhada com a campanha proposta pela OMS, reúne cerca de 40 entidades que buscam a redução da mortalidade materna, um dos problemas de saúde pública mais graves do país.

“Muitas das causas de morte materna e neonatal são evitáveis. Precisamos da mobilização de toda a sociedade para conscientização sobre esse problema e a criação de medidas que consagrem os direitos ao parto seguro e respeitoso. Assim, unindo agências governamentais, empresas privadas, institutos, associações e profissionais de saúde, ampliamos a discussão”, comenta Victor Grabois, presidente da Sobrasp.

Representando o setor de medicina diagnóstica nessa coalizão de áreas, a Abramed reconhece a necessidade de amplificar esse tema junto a seus associados. “Nos colocarmos à disposição de todo o ciclo de cuidado para a redução das altíssimas taxas de mortalidade materna e neonatal. Os exames têm um peso enorme na construção de uma gestação segura e seguem nos acompanhando ao longo de toda a vida”, diz Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Na visão de Grabois, o setor de diagnóstico é fundamental durante todo o pré-natal, mas ainda mais importante para aquela parcela de mulheres com comorbidades e risco aumentado de complicações. “Gestantes e recém-nascidos com quadros clínicos mais graves e complexos precisam da medicina diagnóstica. Não é possível pensar em segurança do paciente sem todo o aporte laboratorial e de imagem”, diz.

O tema tornou-se ainda mais emergencial agora. Segundo divulgado pela Sobrasp, em 2021, dados do Observatório Obstétrico Brasileiro mostram que 38 gestantes morrem por semana no Brasil em decorrência da COVID-19. “Quando somamos as taxas já altas de mortalidade materna com a crise do novo coronavírus, temos uma situação trágica. Ano passado tínhamos 10 mortes maternas por semana e esse ano estamos beirando 40 mortes semanais”, finaliza Grabois.

Referências:
(1) Dia Mundial da Segurança do Paciente 2021
(2) Fatores de risco relacionados à pré-eclâmpsia
(3) Qual a melhor orientação para gestantes com 38 semanas, com circular de cordão?

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