Entre funcionários
e dependentes, a instituição somou quase 5 mil infectados e para o melhor
controle desse cenário investiu em um monitoramento forte, promovendo assistência
segura de forma remota
Considerando que a Covid-19 não é
apenas um comprometimento clínico, visto que traz consigo impactos sociais,
econômicos, comunitários e psicológicos, do mesmo modo que se vivenciou o lado
triste, também se notou uma grande preocupação social que merece ser destacada.
Durante a pandemia, o Hospital Israelita Albert Einstein buscou identificar as
necessidades dos infectados e planejar ações para o acolhimento dos
colaboradores e seus familiares.
Foram envolvidos o Serviço Social
e a equipe de Saúde Populacional e após o diagnóstico positivo, médico e
enfermeiro responsáveis pelo contato com o colaborador, identificavam as
necessidades para que a assistente social entrasse em contato. No total, o
projeto fez a avaliação social de 4.726 pessoas com Covid-19 (97%
sintomáticos). Além do suporte social e emocional, foram direcionados 1.362
kits de higiene e 298 cestas básicas a essa população. Importante frisar que
foram somente dois óbitos neste grupo.
“Criamos um cinturão de segurança
durante o qual foram realizados mais de 150 mil contatos para identificação das
necessidades básicas das pessoas, inclusive daquelas que viviam nas comunidades
e tinham dificuldade de manter o isolamento”, disse a Gerente Médica de Saúde
Populacional e Saúde Corporativa do Hospital Israelita Albert Einstein, Raquel
Dilguerian de Oliveira Conceição.
Nesta ação, o Einstein fez um
mapeamento da força interna de trabalho, detectou necessidades básicas de
alimentação em 30% da equipe, e para isso fez a opção de, mesmo com a pandemia,
manter o refeitório aberto de modo a prover refeição de qualidade para todos.
Para a comunidade, além de doação de cestas básicas, foram feitas captação e
distribuição de máscaras e álcool gel para que as pessoas pudessem evitar a
disseminação do novo coronavírus em casa.
A abordagem centrada no
monitoramento e estratificação de riscos no ambiente de cuidado hospitalar, com
foco na garantia de equidade para o atendimento de colaboradores e dependentes,
encabeçou a responsabilidade social da instituição nesse período. Todos os
casos graves de Covid-19 de colaboradores e suas famílias, por exemplo,
poderiam receber atendimento na UTI do Einstein, caso necessário – isso foi
determinante para que não houvesse nenhum óbito em 2020.
A instituição atuou de diferentes
maneiras no enfrentamento à crise do coronavírus. Outro exemplo foi a
preocupação em atender a todos os pacientes, usando a gestão inteligente de
leitos para responder às diferentes demandas. Houve rápida mobilização de todas
as áreas, da assistencial à pesquisa, o que garantiu que a organização
apresentasse respostas rápidas e eficientes.
“Além disso, atuamos para a
criação ou expansão de estruturas em São Paulo voltadas ao atendimento via SUS
– Sistema Único de Saúde, como: o hospital de campanha do Pacaembu – que
em dez dias estava com 216 leitos prontos para uso, sendo 16 de UTI, frutos de
doações também da iniciativa privada; ampliação de leitos de UTI para pacientes
infectados na Unidade de Pronto Atendimento do Campo Limpo e no Hospital
Municipal Vila Santa Catarina; e uma nova ala para Covid-19 no Hospital
Municipal Dr. Moysés Deutsch – M’Boi Mirim, com ajuda das empresas Ambev e
Gerdau”, detalha a gerente.
Raquel conta que a solidariedade
e atuação em parceria, inclusive entre setores público e privado, aconteceu em
todas as frentes. O Einstein é parte, por exemplo, da Aliança para condução de
estudo multicêntrico que é formada, além dele, pelo HCor, Hospital
Sírio-Libanês, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz,
Beneficência Portuguesa, Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e Rede
Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet). Denominada Coalizão
Covid-19 Brasil, a iniciativa conduz estudos voltados a diferentes populações
de pacientes infectados pelo novo coronavírus. Os achados dos estudos
permitiram avanços no tratamento de pacientes com Covid-19.
Além de plataforma própria de
telemedicina, que já vinha sendo utilizada desde 2012 e foi ampliada devido à
pandemia, Raquel cita também o desenvolvimento de uma nova técnica de
sequenciamento genético chamada Viroma, como outro destaque do investimento em
inovação no combate à crise. Viroma foi o primeiro exame capaz de identificar
novas variantes do SARS-CoV-2 no Brasil.
“Padronizamos, também, um método
de RT-PCR específico para detecção do coronavírus e foi a partir deste exame
que o primeiro caso positivo de Covid-19 foi diagnosticado no Brasil, em nosso
hospital. Por fim, em parceria, desenvolvemos um equipamento chamado Atmus que
auxilia na prevenção da propagação do coronavírus e outros agentes infecciosos
no ambiente hospitalar”, finaliza.