Painel
teve presença da Quest Diagnostics e do Hospital Israelita Albert Einstein
A “Medicina Diagnóstica do Futuro” foi o tema discutido no ComMeets
21, uma iniciativa do Fórum Inovação Saúde (FIS), que contou com a mediação de Wilson
Shcolnik, presidente do conselho de administração da Abramed. No dia 12 de
novembro, Carlos Moreira, diretor gerente da Quest Diagnostics CALA (Caribe e
América do Sul); e Eliezer Silva, diretor de medicina diagnóstica e
ambulatorial do Hospital Israelita Albert Einstein, estiveram juntos para
mostrar seus cases e suas visões de mercado.
Em sua apresentação, Eliezer Silva mostrou que a medicina
diagnóstica começou desde a fundação do Albert Einstein para dar todo o suporte
necessário ao processo assistencial. “São 50 anos de experiência. Quando
decidimos montar unidade de urgência e consultórios médicos, tivemos uma
expansão da medicina diagnóstica, sempre casada com a assistência. Cada unidade
lançada era associada a um serviço, papel preponderante dentro do hospital. Nos
últimos três anos, decidimos criar a rede de atenção primária e, novamente, ela
esteve presente – nos exames essenciais, permeando todos os níveis de atenção,
participando ativamente na sustentabilidade da instituição. Atendemos o SUS,
administramos dois hospitais, 23 unidades básicas, AMAS, Caps”, revela.
Carlos Moreira apresentou toda a expertise da Quest, inclusive o know-how em promover muito mais do que
diagnósticos. “Trabalhamos na direção e consideração de riscos, bem como na
predição de doenças e enfermidades antes mesmo dela existirem. Os investimentos
nessa linha são altos, como espectrometria de massa, mobilidade iônica, entre
outras tecnologias. Afinal, é preciso obter resultados melhores em saúde por
meio de insights no diagnóstico”.
O Albert Einstein foi o primeiro laboratório brasileiro a
diagnosticar um paciente com Covid. “Em janeiro de 2020, criamos uma rotina
semanal, depois diária para o enfrentamento da doença. Isso foi fundamental
para fazer uma previsão da curva de progressão e traçar a taxa de ocupação
hospitalar e terapia intensiva. No final de fevereiro, registramos 135
internados na rede privada. Participamos da criação do Hospital Campanha do
Pacaembu, tivemos que desenvolver nossa área de biologia molecular,
precisávamos criar uma capacidade operacional brutal. Apoiamos, e continuamos
apoiando, o Instituto Butantan na realização dos exames RT-PCR”.
Para Silva, a área de imagem foi fundamental, principalmente na
medida que os processamentos de exames de pulmão foram demandados de maneira
intensa, dando suporte tanto a unidade de pronto atendimento, quanto terapia
intensiva. “Nos preparamos muito. O que achamos que ia acontecer em 2020,
aconteceu no ano seguinte. Em 2021, tivemos 303 pacientes internados (o dobro
do ano anterior) e quase 100 pacientes em ventilação mecânica. Fomos obrigados
a criar um hospital de campanha dentro da nossa unidade no Morumbi. O fato é
que a medicina diagnóstica vem se estruturando em processos e dando suporte em
tempo real para assistir adequadamente os pacientes. Hoje, em novembro de 2021,
temos oito internados e apenas dois em ventilação mecânica”.
Os investimentos da Quest durante o auge da pandemia foram
massivos. “Colocamos para operar 25 centros de testagem nos Estados Unidos,
repentinamente. Hoje, fazemos 200 mil testes PCR e 350 mil de antígeno por dia.
Prestamos um serviço importante para as empresas que não podiam deixar seus
funcionários em casa. Foram 6.800 postos de atendimentos nos EUA e 30 mil
espalhados pelo mundo, por meio dos nossos parceiros. Foi muito importante ter
tido essa estrutura e capacidade de grandes testagens”, afirma Moreira.
Revolução tecnológica
No final do ano passado, o diretor de medicina diagnóstica do Einstein
recebeu a missão de coordenar o processo de transformação digital da
instituição. “Um desafio enorme de aproximar as áreas de TI, big data,
assistenciais e de negócios. Ao desenhar a jornada do paciente começamos pela
medicina diagnóstica. Notamos que havia um distanciamento enorme desses
processos da ponta que tem íntima relação com a experiência do cliente na
percepção da equipe de tecnologia. Ouvimos com frequência: ‘não sabia que era
para isso’. Nosso propósito da mudança é entender as necessidades mais triviais
de forma integrada. Durante a pandemia, saltamos de 200 mil clientes atendidos
diretamente pelo médico para uma base de 2 milhões por meio dos recursos
digitais. O que notamos é que o indivíduo aprendeu a usar a tecnologia”.
Moreira
afirma que na Quest o digital sempre teve papel importante. “São 1,800 milhão
de testes diariamente, 7 mil postos de atendimentos, 3.700 veículos de coleta,
23 aviões, 56 bilhões de data points
de pacientes. É muito investimento em pesquisa e desenvolvimento para combinar
dados e algoritmos. O uso da tecnologia é caro, mas permite informações mais
precisas e de qualidade superior que conseguem trazer aspecto de predição”,
finaliza.