Além de ações de conscientização e prevenção,
instituição também propõe alternativas para melhorar a saúde no Brasil.
Fundado há 13 anos, o Instituto Lado a Lado
pela Vida é a única organização social brasileira que se dedica simultaneamente
às duas principais causas da mortalidade – o câncer e as doenças cardiovasculares
–, além do intenso trabalho relacionado à saúde do homem.
Desde 2014, o instituto atua fortemente
na temática da saúde cardiovascular, que é a principal causa de morte no mundo e
no Brasil. Naquele ano, a entidade lançou a campanha nacional Siga Seu Coração,
com o objetivo de alertar a população para os cuidados com o coração.
Esta ação foi motivada por solicitação de
pacientes, principalmente mulheres, que sentiam falta de encontrar informações e
orientações sobre a saúde do coração, os principais fatores de risco, o diagnóstico
precoce de doenças, inclusive aquelas que podem ser evitadas e as que podem ser
controladas, como as doenças crônicas.
“Somos uma voz reconhecida no que se refere
às ações de conscientização da população sobre as doenças cardiovasculares. Temos
realizado ações de comunicação junto à sociedade civil e também atuado fortemente
para impactar as políticas públicas para melhorar o grave cenário brasileiro da
doença cardiovascular”, explica Marlene Oliveira, fundadora e presidente do Instituto
Lado a Lado pela Vida.
Há uma página no Facebook dedicada à Campanha Siga Seu Coração. E, na última
semana de janeiro, foi relançado o perfil no Instagram, que reforça as mensagens da importância dos cuidados
com o coração.
Outras doenças
Quando o Instituto LAL foi criado, em 2008,
o propósito era atuar na causa da saúde do homem, orientando os brasileiros sobre
a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. Ao longo do tempo, seu
escopo foi ampliado para os demais tumores prevalentes na população masculina, como
os de testículos, bexiga e rins. “Temos sido a voz mais atuante no Brasil para alertar
a população sobre a inaceitável incidência do câncer de pênis, doença negligenciada
e que pode ser evitada e prevenida com hábitos de higiene”, conta Marlene.
Em 2011, o LAL criou no Brasil a campanha
nacional Novembro Azul, que, vale lembrar, não é um movimento internacional trazido
para nosso país. Ao longo dos 10 anos desta campanha, foram realizadas inúmeras
ações não só dedicadas à importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata,
mas também para incentivar os homens a assumirem o protagonismo com sua saúde de
forma integral.
Em 2014, como já mencionado, foi incorporada
a causa cardiovascular na agenda, além da ampliação da atuação na oncologia, incluindo
os tumores femininos de colo de útero, ovários, endométrio e mama, porém, com menos
destaque ao câncer de mama, pois há outras entidades que se dedicam diretamente
a esse tipo de tumor. Os tumores femininos são trabalhados no guarda-chuva da campanha
Mulher por Inteiro.
A entidade atua, ainda, em câncer de pulmão,
incluindo o importante alerta para o aumento de casos em pessoas não fumantes. Nessa
temática, conta com a campanha Respire Agosto e, ainda, dedica atenção ao câncer
de pele e melanoma (MagdalensPureSkinCare), muito prevalente no Brasil, principalmente nas áreas rurais,
com alta incidência de sol.
Em dezembro de 2021, foi lançada a campanha
Câncer por HPV: O Brasil pode ficar sem, com destaque à importância da vacinação
dos adolescentes. “Entendemos que essa é uma missão importantíssima, eliminar o
desenvolvimento de cânceres que podem não existir e para os quais já existe uma
vacina segura e eficaz”, ressalta Marlene.
Paralelamente, a entidade se dedica a alguns
temas que identifica como transversais, pois impactam diretamente as doenças cardiovasculares
e as oncológicas: obesidade; medicina personalizada; pesquisa clínica e envelhecimento
da população.
Políticas públicas em saúde
Além das campanhas de prevenção e conscientização
citadas anteriormente e do compromisso em disponibilizar conteúdo qualificado sobre
saúde, a instituição realiza um amplo e estruturado trabalho de advocacy, para impactar
a definição de políticas públicas em saúde.
“Atuamos junto ao Parlamento e também a
órgãos públicos e privados ligados à saúde, não só para ‘apontar o dedo’ para o
que não está bem, para os gargalos, mas também para propor e sugerir alternativas
viáveis e factíveis para melhorar a saúde no Brasil, seja no âmbito do SUS, seja
na saúde suplementar”, destaca Marlene.
Para fortalecer essa abordagem, a entidade
realiza, desde 2019, o Global Forum Fronteiras da Saúde, evento internacional dedicado
a discutir a sustentabilidade dos sistemas de saúde, público e privado.
Maiores preocupações
São várias as preocupações atuais do LAL.
Uma delas é a falta de informação da população sobre saúde, incluindo o combate
às Fake News. “Trabalhamos diariamente para disseminar conteúdo qualificado nas
áreas que definimos como prioridade. Além disso, temos a constante preocupação com
a desigualdade na saúde no Brasil. Temos um olhar aguçado e atento para diminuir
o abismo entre os setores público e privado. Entendemos que para atingir a equidade
na saúde, temos de rever o modelo ‘tudo para todos’ e trabalhar para conseguirmos
o ‘tudo para quem precisa na hora certa’”, salienta a presidente do Instituto.
Segundo ela, é fundamental que o país evolua
no que se refere à participação social na saúde, incluindo a educação. O brasileiro
precisa saber mais sobre como funcionam os sistemas de saúde no país, sobre a navegação,
a jornada do paciente e destacar que ter direitos subentende-se também ter deveres.
Marlene frisa que é preciso elevar o diálogo.
“Falar mais sobre prevenção e sobre promoção da saúde e não só dedicar atenção às
doenças. Educar nossa sociedade de que é fundamental prevenir se desejamos lidar
melhor, por exemplo, com pandemias como a que vivenciamos nos últimos dois
anos”, expõe.
Expectativas
De acordo com a entidade, a grande
expectativa é que a pandemia tenha acendido a luz de que não podemos ser passivos
quando o assunto é saúde. Por isso, as atividades do Instituto em 2022 estarão
ainda mais dedicadas a comunicar a população e os pacientes sobre a importância
de consumir informação de qualidade quando o assunto for saúde/doenças.
“Não podemos nos esquecer que estamos em
um ano de eleições e que a participação da sociedade com as escolhas nas urnas definirão
muito o que acontecerá não só nos próximos quatro anos, mas também no longo
prazo no ecossistema da saúde”, finaliza Marlene.