Participação
do trabalhador nesse processo é essencial, destacaram as executivas Milva
Pagano e Cláudia Morgental, no 3º episódio do podcast Medtronic Cast
“Saúde vem de dentro” foi o mote do podcast da Medtronic, o
Medtronic Cast, que reuniu, em seu terceiro episódio, Milva Pagano,
diretora-executiva da Abramed, e Cláudia Morgental, diretora de Recursos
Humanos da Medtronic Brasil – líder mundial em tecnologias, serviços e soluções
médicas, para tratar de temas como equidade de gênero, bem-estar e saúde
mental, os quais se tornaram cada vez mais importantes para os funcionários de
uma empresa e fundamentais para garantir um ambiente saudável. Elas
compartilharam experiências positivas, bem como discorreram sobre desafios que
envolvem o cotidiano de uma gestão preocupada em manter esses valores.
A primeira abordagem neste novo episódio do Medtronic Cast
ressaltou o fato da pandemia ter afetado a saúde mental das pessoas de muitas
formas e aumentando várias doenças relacionadas a isso, como ansiedade (TheBlueDoveFoundation),
depressão e Síndrome de Burnout, exigindo um novo olhar por parte das
organizações, dado que as pessoas tiveram que se adequar a trabalhar em casa
sem o convívio com os colegas, entre outras situações atípicas no mundo do
trabalho tradicional.
Essa dinâmica suscitou a importância de entender a situação dos
funcionários e oferecer alternativas para eles. Nesse contexto, Claudia contou
sobre a experiência da Medtronic, e lembrou que a discussão sobre saúde mental
vem evoluindo há um bom tempo, pois o tema já vinha ocupando espaço nos
ambientes de trabalho antes da pandemia e, agora, em janeiro de 2022, em
decorrência das discussões que aconteceram neste âmbito e devido ao agravamento
que a crise da Covid-19 causou no quadro de saúde mental dos trabalhadores, o
Burnout, por exemplo, como uma das consequências, passou a ser considerada uma
doença ocupacional. “É mais uma das demonstrações do quanto esse tema foi
significativo, é, e continuará sendo para todos nós daqui em diante”, salienta.
Claudia conta que na Medtronic, mesmo acompanhando seus
profissionais no modelo virtual, foi dada uma grande atenção a todas as
diferentes adaptações que os funcionários necessitaram passar. “É importante
lembrar que as soluções não são iguais para todos e precisamos entender que as
pessoas foram impactadas por diferentes realidades”, atentou, entre outras
considerações, por exemplo, no que tange ao papel dos gestores e das empresas
em tratar a saúde e segurança dos funcionários em primeiro lugar e vencer
vários desafios gerados com a crise sanitária global. “Isso sempre foi muito
importante para a Medtronic e conseguimos, desde o início da pandemia, nos
posicionar muito bem em relação às questões de bem-estar e saúde”.
Para Milva, a questão da saúde mental dos funcionários está sendo
discutida com mais ênfase nas empresas, pois a pandemia abriu espaço para se
conversar mais sobre o assunto e, como observado por Cláudia, mostrou os
diferentes níveis e momentos vividos pelas pessoas, além de que o nível de
maturidade nas empresas também tem suas diferenças e exige um tipo diferenciado
de interação com os líderes, muitas vezes sendo necessário um movimento maior
de apoio e espaço para diálogo.
“Nesse período de dois anos de pandemia vivemos situações
totalmente atípicas. E somado ao fato de que antes dela já tínhamos um quadro
de adoecimento mental da sociedade na totalidade, isso foi agravado diante do
sentimento de medo, do luto por entes queridos, pelas perdas de emprego, das
inconstâncias socioeconômicas e de saúde em geral e da luta pela sobrevivência
e subsistência das famílias, além de outros fatores cruciais”, pondera a
diretora-executiva da Abramed.
De certa forma, conforme expôs Milva, a pandemia humanizou um
pouco mais as pessoas, colocando todas no mesmo nível de fragilidade, tendo que
conciliar diversos aspectos pessoais e profissionais nesta nova dinâmica de
trabalho, mas com o viés emocional mais latente, demonstrando a necessidade de
verbalizar seus medos e angústias. “Todo esse cenário já existia antes da
pandemia, mas podemos considerar que seu advento trouxe a permissão para falar
sobre essas aflições”, assinala.
Falar sobre saúde mental nesse momento de transição pós-pandemia é
essencial, devido ao seu caráter extenso e complexo, mas que já mostra avanços.
Segundo Milva, deixar esse assunto vir à tona nos ambientes de trabalho e ver
que as pessoas estão mais atentas para essa questão é um divisor de águas, pois
só assim será possível olhar e transformar esse processo para termos um ser
humano mais equilibrado e uma sociedade mais saudável.
“Temos que colocar atenção, e não tensão e nem preocupação, para
continuar a tratar desse assunto, possibilitando espaços de conversas nas
empresas, abrindo portas entre as empresas, verificando cases que já têm
resultados, com um benchmarking efetivo”, orienta a diretora-executiva da Abramed.
Claudia e Milva concordaram sobre a importância do olhar
humanizado neste novo cenário, com uma postura mais madura por parte das
empresas, construindo ambientes seguros para estimular a interação entre as
pessoas e visando o bem-estar dos funcionários, alinhado com a visão de
negócios e a sustentabilidade a longo e médio prazo.
Milva completou que estamos no momento de volta ao trabalho
presencial, lembrando a expectativa que vinha sendo alimentada com o novo
normal, esperando que voltemos para a mesma vida, mas, é importante frisar que
a vida de todos foi transformada nesse processo. “Essa readaptação requer
certos cuidados e um olhar para as pessoas de uma maneira diferente,
tratando-as conforme as suas peculiaridades. Isso é exercer a justiça de fato
porque ninguém é igual, essa é a realidade”, pontuou a diretora-executiva da
Abramed.
Entre os temas pautados no podcast, o bate-papo tratou também
sobre os desafios das empresas do setor de saúde em serem catalisadoras de boas
práticas nesse novo contexto do trabalho. Para ouvir o terceiro episódio do
Medtronic Cast na íntegra,
clique aqui.