A medicina diagnóstica no centro da tomada de decisão

A medicina diagnóstica no centro da tomada de decisão

Painel da Abramed na grade oficial da JPR 2023 discutiu as novas formas de se fazer medicina diagnóstica para promover acesso à Saúde, melhor gestão de insumos e sustentabilidade financeira

A Abramed promoveu painel sobre “Futuro da medicina diagnóstica” durante a 53ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR). Os participantes destacaram a utilização de tecnologia para promoção do acesso à Saúde e ética nos procedimentos.

Moderado por César Nomura, vice-presidente do Conselho de Administração da entidade, participam do painel Wilson Shcolnik, presidente do conselho de administração da Abramed, Fábia Tetteroo-Bueno, CEO Phillips Latin America; Eliezer Silva, diretor do Sistema de Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein e membro do Conselho de Administração da Abramed, Romeu Domingues, presidente do Conselho de Administração da Dasa. Milva Pagano, diretora-executiva, abre as duas discussões.

A medicina diagnóstica é peça chave nas deliberações sobre acesso à Saúde, e se tornou peça-chave na implantação de tecnologias sustentáveis e na discussão para a saudabilidade das operadoras, que representam 90% da sua demanda.  Wilson Shcolnik, presidente do conselho de administração da instituição, destaca que “de todos os exames realizados na rede suplementar, 60% são feitos pelos associados da Abramed”. A Abramed tem cadeira na mesa de discussões da Agência Suplementar de Saúde (ANS), atuando como elo fundamental nas tomadas de decisão e na elaboração de políticas.

César Nomura lembrou que “a medicina diagnóstica é fundamental pelo seu potencial de precocidade de enfrentamento de doenças, prevenção e acompanhamento”, mas, ele completa, a medicina deve ser mais assertiva. Exaltando a realização do evento, destacou que é importante que as sociedades representativas ocupem espaços de diálogo e sejam protagonistas. “A Abramed busca olhar a medicina diagnóstica para o futuro. São sementes que estamos plantando.”

Mas a falta de eficiência ou as fraudes de algumas clínicas e hospitais ainda vilanizam o setor. “Escutamos falar de más práticas”, comenta Shcolnik. Segundo a Abramed, constatam-se pedidos de exames excessivos sem mesmo haver análise clínica. Ressaltando que os diálogos incluem as operadoras, o presidente destaca que o fomento de boas práticas e ética é fundamental e inegociável. Mas a pertinência é conhecida pelos profissionais.

Leonardo Vedolin também repercute a importância das análises diagnósticas. Segundo ele, o setor é grande gerador de dados e impacta muito a vida das pessoas. “Temos potencial de fazer análise preditiva, antecipar tendências e diminuir custos, e isso tem papel fundamental na crise.”

Fábia Tetteroo-Bueno destaca a interoperabilidade para evitar pedidos duplos e refação de exames. E defende que, frente aos problemas como envelhecimento populacional, falta de recursos humanos e acesso, a indústria deve investir em inovação para o prestador de serviços melhorar a eficiência da medicina diagnóstica, que já lança mão de inteligência artificial (IA) e softwares modernos de leitura e atendimento remotos. Segundo ela, o uso de IA pode melhorar em até 80% a eficiência, produtividade e velocidade na execução de exames.

“Mas é necessário ensinar médicos e enfermeiros a usar a tecnologia e analisar dados. No futuro, todos terão que saber usar”, comenta a CEO. Segundo ela, outro fator importante, além do ensino de novas formas de se fazer medicina nas universidades e para os formados há muitas décadas, é necessário regular as mudanças dinâmicas que acontecem e garantir a ética nos processos. Nomura somou à discussão o fato de que a Abramed, atenta ao tema levantado por Fábia, tem Código de Conduta e estimula seus associados para que eles sejam seguidos. “Isso deve ser multiplicado em todas as instituições.”

Repercutindo o futuro, tema do painel, em outra frente, Eliezer Silva, diretor do Sistema de Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein e membro do Conselho de Administração da Abramed, ponderou que a falta de estratégia com que os stakeholders se relacionam com o setor só piora a visão de futuro. “Agimos sem entender do ponto de vista epidemiológico, não desenhamos promoção, criamos um sistema reativo para ser consumido, como um shopping.” Nesse contexto, ele ressalta que o próprio paciente deve ser informado sobre como usar a prestadora de Saúde e reconhece que os médicos também devem mudar a forma de agir. E vai além, o médico não pode trabalhar sob pressão de pagamentos, mas sob a lógica do cuidado.

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