Prevenção de Acidentes de Trabalho: profissionais de medicina diagnóstica também estão expostos a riscos

Prevenção de Acidentes de Trabalho: profissionais de medicina diagnóstica também estão expostos a riscos

As ações são direcionadas à redução do risco de exposições a agentes químicos, biológicos, físicos e ergonômicos

A celebração do Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, em 27 de julho, é uma oportunidade valiosa para lançar luz sobre o tema e estimular a reflexão acerca dessas questões, fortalecendo o compromisso com a segurança em todos os setores, incluindo a medicina diagnóstica.

Assim como em qualquer outro ramo de atividade, os profissionais da área estão expostos a riscos ocupacionais que podem resultar em doenças e acidentes de trabalho. A prevenção envolve uma abordagem multidimensional, que inclui medidas de segurança, monitoramento da saúde, treinamento adequado e atualizações constantes, além de conscientização e adoção de políticas de segurança no local de trabalho.

“As ações são direcionadas à redução do risco de exposições dos profissionais a agentes químicos, biológicos, físicos e ergonômicos”, conta Paulo R. Leal, Coordenador Médico Corporativo do Programa Viver Melhor, do Grupo Fleury, membro do Comitê de RH da Abramed e membro do Comitê Científico da Associação Paulista de Medicina do Trabalho (APMT).

No que diz respeito aos agentes químicos, é importante que os profissionais estejam capacitados e sejam permanentemente treinados para manipular e armazenar substâncias químicas de forma segura, bem como para utilizar equipamentos de proteção individual, como luvas, aventais e óculos de segurança. “Além disso, é necessário estabelecer e divulgar protocolos de higiene e descontaminação, a fim de reduzir o risco à saúde nos casos de exposições acidentais a produtos químicos tóxicos”, explica Leal.

Em relação aos agentes biológicos, frequentemente, os profissionais lidam com amostras de sangue, fluidos corporais e materiais biológicos diversos. Nesse sentido, é fundamental seguir as diretrizes de biossegurança, que incluem a adoção de práticas adequadas de coleta, transporte e descarte de amostras biológicas. O uso de barreiras de proteção, como luvas, máscaras e aventais, é essencial para prevenir a exposição a patógenos.

Leal lembra, também, que os colaboradores devem receber treinamento em ergonomia, uma vez que muitas atividades envolvem movimentos repetitivos, posturas inadequadas e levantamento de peso. “A ergonomia adequadamente aplicada aos ambientes de trabalho auxilia na prevenção de lesões musculoesqueléticas, bem como contribui para promover um ambiente de trabalho mais seguro e saudável”, acrescenta.

A conscientização e a comunicação são aspectos essenciais na prevenção de acidentes. É importante que os profissionais estejam cientes dos perigos existentes, conheçam a dimensão dos riscos associados ao seu trabalho e sejam capazes de relatar condições inseguras ou práticas inadequadas. Ações direcionadas à promoção de uma cultura de segurança, com a participação ativa de todos os colaboradores, podem contribuir significativamente para a redução de acidentes.

Também é preciso atenção aos exames de saúde regulares, incluindo os ocupacionais, para detectar precocemente possíveis problemas. Além disso, como o trabalho pode ser exigente e estressante, é necessário buscar apoio emocional. “É importante, ainda, adotar estratégias de gerenciamento do estresse, como praticar exercícios físicos, relaxamento e cuidar do bem-estar mental”, expõe Leal.

Medicina nuclear

Acidentes envolvendo a radiação utilizada em exames de imagem podem resultar na contaminação de salas, pacientes e trabalhadores. Para preveni-los, é importante tomar algumas atitudes, como minimizar a exposição contínua na sala de exames.

É recomendável estabelecer uma escala de atividades para que os profissionais não fiquem expostos por longos períodos no local. Doses pequenas de fármacos radiológicos ou exposições frequentes devem ser reduzidas para minimizar riscos à saúde. Existem limites de doses individuais aplicados a pessoas expostas que devem ser seguidos.

Outra atitude é restringir o acesso à sala de exames. Apenas as pessoas necessárias devem permanecer no local. Acompanhantes de pacientes, por exemplo, devem aguardar fora da sala durante o procedimento, evitando exposição desnecessária.

“Nos setores de diagnóstico por imagem, especificamente onde existam fontes emissoras de radiação ionizante, como radiografias ou tomografias, as colaboradoras gestantes devem ser afastadas das áreas controladas a partir da suspeita de gestação e, caso confirmada, devem ser direcionadas para atividades somente em áreas livres de radiação”, destaca Leal.

Em termos de infraestrutura, as paredes precisam ser revestidas com chumbo para prevenir contaminações, e deve haver apenas um equipamento de raios X por sala. Portas precisam permanecer fechadas durante os procedimentos, e o símbolo internacional de radiação ionizante deve ser afixado nelas para evitar acesso indevido. Todas essas medidas estão previstas na norma CNEN NN 3.05, sobre requisitos de radioproteção e segurança para serviços de medicina nuclear.

É fundamental que os profissionais recebam treinamentos adequados sobre o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e as principais medidas de proteção relacionadas à radiologia. Esses treinamentos devem ser realizados no início da atividade profissional e atualizados regularmente. Além disso, materiais educativos podem ser disponibilizados para reforçar a importância do cumprimento dos protocolos de segurança.

A saúde e segurança dos profissionais de medicina diagnóstica são fundamentais para a prestação de um atendimento de qualidade e para evitar riscos ocupacionais. “Ao adotar esses cuidados, os profissionais estão protegendo a própria saúde e contribuindo para um ambiente de trabalho seguro e saudável”, finaliza Leal.

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