Número de exames de colesterol realizados na rede privada cresce 7,2%, segundo Abramed

Número de exames de colesterol realizados na rede privada cresce 7,2%, segundo Abramed

A comparação entre o 1º semestre de 2022 e o de 2023 mostrou aumento de 15 milhões para 16,2 milhões no volume de exames

O número de exames de colesterol total realizados pelos laboratórios e clínicas particulares do Brasil aumentou 7,2% no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022, registrando um crescimento de 15 milhões para 16,2 milhões. Os dados são da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), cujos associados representam 65% do volume de exames realizados na Saúde Suplementar no país.

De acordo com Alex Galoro, líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, esse aumento pode ser creditado a alguns fatores. Entre eles, o término da pandemia de covid-19 e a retomada das atividades, que fizeram as pessoas voltar a buscar cuidados médicos e exames de rotina.

Outro motivo, também relacionado ao contexto da pandemia, é a maior conscientização sobre a importância de cuidar da saúde regularmente, para evitar complicações em algumas enfermidades. “No caso da covid-19, pessoas com doenças crônicas tiveram uma evolução mais desfavorável comparada àquelas que mantinham a saúde bem cuidada e equilibrada”, observa Galoro.

No entanto, ele chama a atenção para a saúde das crianças e jovens adultos. Segundo estudo da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), divulgado em abril deste ano, 27,4% das crianças e dos adolescentes estão com colesterol alto e 19,2% apresentam alteração no LDL, conhecido como “colesterol ruim”. Participaram 62.530 voluntários com idade entre 2 e 19 anos, de todas as regiões do país. 

Os dados ressaltam a importância de medidas preventivas e conscientização sobre hábitos saudáveis desde a infância para evitar doenças cardiovasculares precoces. “O exame de colesterol total desempenha um papel fundamental na avaliação do risco cardiovascular. Diversos estudos têm mostrado que, juntamente com a diabetes e o tabagismo, a dislipidemia, que é a alteração no metabolismo lipídico, é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares”, salienta Galoro.

Vale lembrar que os casos de infartos registrados por mês mais que dobrou nos últimos 15 anos no Brasil, e a média mensal de internações decorrentes subiu quase 160% no mesmo período. Entre jovens de até 30 anos, o crescimento foi 10% acima da média, segundo levantamento do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), com base nos dados do Ministério da Saúde. 

Além disso, as mulheres precisam se atentar também. “É um alerta para toda a população, inclusive para elas, que tinham, pela questão hormonal, uma proteção maior contra alterações cardiovasculares, mas a situação vem mudando”, acrescenta Galoro.

O estudo Global Burden of Diseases (GBD), elaborado por sociedades médicas brasileiras, como a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), revelou que a incidência de infarto em mulheres de 15 a 49 anos no Brasil saltou de 7,1 mil casos para cada 100 mil habitantes em 1990 para 11,6 mil em 2019. Em quase três décadas, o aumento foi de 62%.

Exame de perfil lipídico

O exame de colesterol total, também chamado de painel ou perfil lipídico, mostra os níveis de colesterol e triglicérides na corrente sanguínea. Com base nas informações do exame, os médicos podem avaliar com precisão o risco e até mesmo fornecer uma estimativa das chances de ocorrer um infarto ou derrame nos próximos anos. Dependendo do nível de risco identificado, são orientadas mudanças nos hábitos de vida.

O colesterol tem uma ligação direta com a alimentação, portanto uma dieta adequada, rica em fibras, frutas, verduras e legumes ajuda a reduzir os níveis de “colesterol ruim” (LDL) no organismo. A atividade física regular também contribui para a redução do LDL e dos triglicérides, além de elevar o HDL, o “colesterol bom”.

“Em alguns casos, a utilização de medicamentos pode ser necessária para o controle adequado dos níveis de colesterol no sangue. Embora a maioria das ocorrências esteja relacionada a hábitos de vida e alimentação, é importante ressaltar que algumas pessoas têm predisposição genética ou outras condições metabólicas que também requerem tratamento específico”, acrescenta Galoro.

O Dia Mundial de Combate ao Colesterol (8 de agosto) é uma data de conscientização essencial para abordar a importância da prevenção de doenças cardiovasculares e a necessidade da realização de exames.

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