Abramed avança na discussão sobre interoperabilidade e padrão LOINC no Brasil

Abramed avança na discussão sobre interoperabilidade e padrão LOINC no Brasil

Junto ao Instituto HL7 Brasil e à SBIS, a entidade vem impulsionando a transformação digital em prol da sustentabilidade

Nos últimos anos, a área da saúde tem enfrentado um cenário de transformação digital que tem revolucionado a forma como os dados são gerenciados e compartilhados. No entanto, ainda enfrenta desafios significativos na adoção de padrões de informação que permitam a interoperabilidade entre sistemas e a melhoria da qualidade dos cuidados.

Quando se trabalha com a padronização de dados, há mais estabilidade e previsibilidade, o que facilita a antecipação de requisitos de negócios, a economia de recursos e a redução de erros, colaborando para a sustentabilidade de toda a cadeia da saúde.

A Abramed vem se dedicando para avançar na discussão da interoperabilidade e do padrão LOINC através de seus comitês e em parcerias com outras entidades, buscando uma padronização nacional. O LOINC é um modelo internacional de terminologia para procedimentos de diagnóstico laboratorial, de imagem médica e outros, que exige o detalhamento de cada exame e resultado em todos os níveis, garantindo a interoperabilidade e a qualidade dos dados.

Em 2018, a tradução do LOINC para o português no Brasil foi iniciada pela DASA. Atualmente, existem 62.659 termos na hierarquia de Laboratório no LOINC, dos quais cerca de 29 mil já foram traduzidos para português. Essa iniciativa está sendo liderada pela Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), em colaboração com o Instituto HL7 Brasil e a Abramed.

“Esse é o primeiro movimento que pode contribuir efetivamente para a priorização de algo tão relevante para a medicina diagnóstica quanto o LOINC, porque a Abramed tem os players adequados e a governança necessária para traduzir e manter o LOINC para que seja adotado como um padrão nacional. Parabéns pela proposta de enfrentar esse desafio”, disse Lincoln A. Moura Jr, consultor em estratégias de saúde digital, durante palestra na Reunião Mensal de Associados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), em setembro.

A colaboração entre a Abramed, o Instituto HL7 Brasil e a SBIS é fundamental para impulsionar essa transformação e garantir um futuro mais eficiente e seguro para a saúde no Brasil. O tema é tão importante que a associação criou recentemente o Comitê de Interoperabilidade.

Por que LOINC?

O LOINC busca estabelecer a noção de que cada exame solicitado e cada resultado devem ser detalhados em todos os níveis. Para que essa troca de informações seja eficaz, ela deve atender a alguns requisitos, como padronização, legibilidade por máquinas, adaptabilidade, base em requisitos e testabilidade.

O LOINC abrange uma ampla gama de resultados de análises clínicas, incluindo áreas como bioquímica, toxicologia, hematologia, microbiologia e muitas outras. Ele segue políticas de desenvolvimento que incluem a marcação de termos errôneos ou duplicados em vez de removê-los, o que garante a preservação de registros históricos. Esse vasto sistema tem mais de 102 mil componentes, mais de 62 mil dados de laboratórios e mais de 27 mil dados clínicos.

Seu conteúdo é organizado em um banco de dados, onde cada termo possui sinônimos e um conjunto de atributos detalhados. Uma característica essencial é que seu uso é gratuito, não exigindo acordos assinados. No entanto, para Lincoln, é fundamental estabelecer governança para determinar como e quando incorporar novos termos. Não faz sentido entidades terem suas próprias versões.

“A missão da Abramed é contribuir para a saúde pública no Brasil. Não basta termos um código LOINC para cada instituição; é necessário estabelecer um código nacional. Esse é o compromisso que vamos assumir e, posteriormente, estender esse esforço às empresas desenvolvedoras de sistemas. Afinal, elas serão as responsáveis pela relação com a tabela TUSS do Ministério da Saúde, para que os médicos compreendam que os exames serão codificados de forma que os sistemas possam se comunicar sem confusões”, ressaltou Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Sobre os entraves ao desenvolvimento da interoperabilidade, Lincoln considera que são muito mais organizacionais do que tecnológicos ou financeiros. “Envolvem mais a nossa capacidade de nos organizarmos para construir um consenso entre os diversos participantes, sejam empresas associadas da Abramed, empresas que desenvolvem softwares, o governo ou os representantes dos pacientes. Estamos falando em ter um conjunto significativo de atores que possam construir esse consenso, isso é imbatível”, finalizou.

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