Abramed promoveu debate sobre cenário atual e perspectivas futuras da medicina diagnóstica

Líderes discutiram os desafios para alcançar eficiência e produtividade e a necessidade de cooperação pela sustentabilidade do setor

26 de junho de 2024 – A Reunião Mensal de Associados (RMA) de junho da Abramed, realizado no Hospital Sírio-Libanês, contou com discussão sobre o “Cenário Atual e Perspectivas Futuras da Medicina Diagnóstica” e participação de importantes líderes da área.  Foi um valioso momento de troca de experiências sobre modelos de negócio, custos, eficiência, tecnologia e cooperação entre os stakeholders do setor. 

Cesar Nomura, presidente do Conselho de Administração da Abramed, abriu o debate, que teve como moderador Eliézer Silva, diretor do Sistema de Saúde Einstein no Hospital Albert Einstein e membro do Conselho de Administração da Abramed. Participaram da discussão: Fernando Torelly, CEO do HCor; Rafael Lucchesi, diretor geral Diagnósticos e Ambulatorial na Dasa; e Fernando Ganem, diretor geral do Hospital Sírio-Libanês.

Torelly destacou que a saúde suplementar no Brasil enfrentou grandes mudanças nos últimos anos a partir dos desafios trazidos pela pandemia de Covid-19. Em 2023, após um ano de esperança de recuperação, as operadoras de planos de saúde registraram um prejuízo operacional de R$ 11,5 bilhões. Em 2024, a complexidade no relacionamento com as operadoras aumentou, afetando o fluxo de caixa dos hospitais.

Segundo ele, um ponto importante nesse cenário é diferenciar os prestadores pela qualidade e não apenas pelo preço. Caso contrário, a indústria de saúde começará a perder. Considerando que a população brasileira com mais de 60 anos dobrará nos próximos 25 anos, essa questão se torna ainda mais crucial, pois isso trará grandes desafios de eficiência, acesso e desigualdade na saúde.

Para as instituições que fazem parte da Abramed, o CEO do HCor diz que o maior desafio é a concorrência. “Precisamos estabelecer a qualidade como um padrão essencial para competir, em vez de focar exclusivamente em contratos com operadoras e redução de preços para atrair demanda. Com certeza, o paciente não será o maior beneficiado por esse modelo concorrencial que estamos implementando.”

Tecnologia

Segundo Lucchesi, há 10 anos, havia grandes expectativas de avanços em integração de dados e muito se investiu em tecnologia para alcançar uma saúde mais integrada, eficiente e sustentável. “No entanto, parece que estamos retrocedendo. Este é um momento extremamente desafiador, com movimentos de sobrevivência no setor, especialmente na medicina diagnóstica. O fluxo de caixa tornou-se muito mais crucial e menos previsível do que no passado, o que levou a uma queda significativa nos investimentos”, expôs.

Segundo Lucchesi, as tendências atuais no setor de saúde não parecem mudar, com uma pressão crescente especialmente sobre pequenos e médios prestadores, que sofrem mais devido à menor capacidade de escala, planejamento de fluxo de caixa e levantamento de capital. “Esses prestadores também têm menos força nas negociações com operadoras, o que é prejudicial para o setor, que necessita de capilaridade.”

Lucchesi ressalta o papel da tecnologia para aumentar a produtividade, mesmo que isso implique em custos adicionais. “Acredito que podemos continuar crescendo com produtividade se o setor encontrar um equilíbrio. Dados recentes mostram uma leve melhora, impulsionada pelo repasse de preços para os clientes. Em 2024, é provável que tenhamos uma carteira menor, com menos pessoas acessando serviços de alta qualidade e rede aberta, resultando em preços mais altos. Isso pode significar menos pacientes em serviços premium.”

Colaboração

Na opinião de Ganem, é preciso discutir como aumentar a eficiência, focando principalmente nos processos e tentando ao máximo evitar mudanças em relação às pessoas. “A radiologia desempenha um papel fundamental nisso, contribuindo para a eficiência através da otimização do uso das máquinas e evitando no show.”

Conforme avalia, há oportunidades nesse sentido e na colaboração com outras instituições. “Precisamos avaliar até que ponto cada instituição pode reduzir custos sem comprometer a qualidade dos resultados para se manter competitiva e credenciada.”

Para qualquer instituição, três fatores são essenciais, de acordo com Ganem: o paciente precisa perceber valor na sua instituição e continuar buscando seus serviços; o corpo clínico deve ver sentido em cuidar dos pacientes dentro da instituição; e a operadora precisa reconhecer o valor de estar associada à sua instituição. “Este último ponto é o mais desafiador. Embora se fale muito sobre valor na saúde, na prática, isso raramente se traduz em ações concretas de remuneração, tempo e desempenho”, disse.

Para Ganem, é responsabilidade de todos os que lideram instituições sérias e comprometidas com a qualidade encontrar mecanismos para resolver os desafios. “Cada instituição tem sua própria agenda, mas resolver esses problemas individualmente pode ser difícil. Negociações individuais são importantes, mas também precisamos do envolvimento de outras instituições.”

Neste ponto, Torelly diz que é fundamental sentar todos juntos para encontrar soluções e lembra: “Estamos vivendo não mais na saúde baseada em evidências, mas na saúde baseada na eficiência. Quem não for eficiente não vai sobreviver.”

Como exemplos de parceria pela sustentabilidade do sistema, Eliézer disse que o Hospital Einstein, junto à Mayo Clinic, está explorando modelos bem-sucedidos de inteligência artificial. Durante uma consultoria, foi destacado que a transformação de uma instituição baseada em dados, análise e inteligência artificial começa com mudanças na mentalidade das pessoas.

“A eficiência trazida por esses modelos pode alcançar até 25%, abrangendo desde processos cotidianos como assinaturas de contratos até logística de medicamentos. Inspirados pela iFood, que expandiu para várias verticais, vemos que outras indústrias são mais cooperativas e integradas, enquanto o setor de saúde ainda enfrenta barreiras entre prestadores e operadoras”, disse.

Ele acredita que, como setor, é preciso mostrar a diferença do que se propõe: um aumento de custo necessário, mas acompanhado de ganhos em produtividade que ajudam a sustentar o setor. “Propomos uma agenda integrada para abordar essas questões de forma conjunta”, acrescenta.

Para Torelly, 2024 deve ser o ano do diálogo no setor da saúde. “Conflitos não levam a lugar nenhum quando todos estão sofrendo. Precisamos criar uma agenda de curto prazo e estruturante que fortaleça financeira e estruturalmente a saúde, para não ficarmos discutindo pagamentos de procedimentos. Estamos presos em discussões transacionais menores enquanto enfrentamos um problema macroeconômico de sustentabilidade do setor.”

Segundo ele, as lideranças da Abramed, Anahp, FenaSaúde e Abramge deveriam unir esforços para criar uma agenda política estratégica. “Continuar disputando pequenas vantagens apenas nos fará perder outra oportunidade de realizar uma grande transformação. Devemos explorar alternativas, como apoiar ações das operadoras que possam gerar mais recursos sem afetar os prestadores”, contou.

Por sua vez, Ganem resumiu essa discussão em três pontos essenciais: inteligência, cooperação e a necessidade de deixar de lado as vaidades. Ao final, Nomura ressaltou a importância da qualidade e da eficiência para direcionar o setor. “Junto aos associados, a Abramed tem discutido intensamente essas questões, que fazem parte do nosso Estatuto Social e do Regulamento Interno. Valorizamos muito esse compromisso com a excelência nas operações de nossos associados.”

O encontro terminou com uma visita guiada ao Hospital Sírio-Libanês.

FILIS 2024: líderes da Saúde se reúnem para debater um futuro mais sustentável

O evento será no dia 29 de agosto, no Teatro B32, em São Paulo; as inscrições estão abertas e as vagas são limitadas

26 de junho de 2024 – Ponto de encontro para todos os membros da cadeia de saúde, o Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), organizado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), chega à sua 8ª edição, reunindo grandes nomes para discutir os desafios e as soluções que moldam o futuro do segmento no Brasil.

O evento, que tem como macrotema “Saúde Inovadora: Oportunidades para um setor sustentável”, acontecerá no dia 29 de agosto de 2024, das 8h00 às 18h00, no Teatro B32, em São Paulo, e promete ser um espaço valioso para a troca de conhecimentos.

“Em mais esta edição do FILIS, reiteramos nosso compromisso e protagonismo em promover agendas propositivas para a área. Este ano, a participação das agências reguladoras e do Ministério da Saúde reforça a importância de uma colaboração ampla e integrada para enfrentar os desafios e avançar em soluções inovadoras e sustentáveis para toda a cadeia”, declara Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

Ela participará da solenidade de abertura junto a Cesar Higa Nomura, presidente do Conselho de Administração da entidade. A primeira palestra será proferida por uma autoridade governamental, que apresentará um panorama amplo do setor de saúde no país. 

Logo após, será realizada a entrega da 6ª edição do Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld, que reconhece e homenageia personalidades que se destacaram por contribuições significativas para o avanço do setor. Criado pela Abramed em 2018, a premiação leva o nome de uma das maiores autoridades em patologia clínica e hematologia do Brasil, que foi membro da Câmara Técnica da entidade. 

O evento está repleto de debates e palestras que aprofundarão questões de alta relevância para toda a cadeia. O primeiro debate terá como tema “Integrando a cadeia de valor: Desafios e soluções para melhoria do cuidado em saúde”.

Para fortalecer o networking dos convidados, haverá uma pausa, chamada de Leaders Connection: uma oportunidade para líderes de diferentes áreas se reunirem informalmente para um momento de verdadeira interação.

Na sequência, terá início um bloco especial com duas palestras abordando aquecimento global e mudanças climáticas. Essas apresentações serão a base para o debate “Impactos das Mudanças Ambientais e Climáticas na Saúde Brasileira”, reunindo especialistas na área.

O intervalo para almoço será mais uma oportunidade para networking informal. Logo após, haverá uma palestra com mais uma autoridade governamental, trazendo contribuições para o desenvolvimento da Saúde Suplementar no Brasil.

Lideranças do setor público e privado estarão no debate “O papel da qualidade para a sustentabilidade do setor”, compartilhando experiências e inspirando mudanças. Ao final, outro Leaders Connection promoverá a interação entre os presentes, que poderão conferir, na sequência, o Momento Transformação, com a apresentação de um case de inovação.

O último debate abordará o tema: “Interoperabilidade na Saúde: Desafios, Perspectivas e Inovações”, trazendo relevantes personalidades do governo, da indústria e de instituições de saúde para falar deste assunto que tem sido o foco da Abramed, em prol da integração de todo o setor. O encerramento será com Lídia Abdalla, vice-presidente do Conselho de Administração da entidade.

O FILIS é uma plataforma essencial para discussões estratégicas sobre as tendências e inovações no setor de saúde. A presença de autoridades, especialistas e líderes de várias áreas assegura um debate rico e diversificado, contribuindo para o desenvolvimento e aprimoramento das políticas e práticas de saúde no Brasil.

As inscrições estão abertas e as vagas são limitadas. Faça parte dessa jornada de transformação!

Serviço

8ª edição do FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde

Tema: “Saúde Inovadora: Oportunidades para um setor sustentável”

Quando: 29 de agosto de 2024

Horário: Das 9h00 às 18h00

Onde: Teatro B32, São Paulo

Garanta já sua participação: http://www.abramed.org.br/filis

Casos de dengue caem 26% e casos de covid-19 sobem 14% na rede privada, segundo Abramed

Os resultados são enviados diretamente à RNDS/DATASUS, contribuindo para o monitoramento epidemiológico do Ministério da Saúde

26 de junho de 2024 – Os casos de dengue registrados na rede privada caíram 26% na comparação entre as semanas de 9 a 15 de junho e de 16 a 22 de junho, passando de 5.550 para 4.091. Os dados são da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), cujos associados representam cerca de 65% do volume total de exames realizados na saúde suplementar no Brasil.

Com relação ao número de exames realizados, a variação é baixa. Entre os dias 9 e 15 de junho, foram realizados 26.781, enquanto de 16 a 22 de junho, o número de exames caiu para 26.250, uma variação de 2%.

Ao analisar o período completo das últimas seis semanas, de 12 de maio a 22 de junho, os dados revelam uma tendência geral de queda na positividade dos exames de dengue. No total, foram realizados 236.430 exames com uma taxa de positividade média ponderada de 29,8%, resultando em 70.556 casos positivos.

Já os dados de exames de Covid-19 realizados na rede privada, segundo associados da Abramed, mostram um aumento de 14% na positividade, comparando as semanas de 9 a 15 de junho e de 16 a 22 de junho, passando de 353 para 311 casos. Esta quantidade é a maior registrada ao longo das últimas seis semanas, de 12 de maio a 22 de junho.

Em relação ao número de exames, de 9 e 15 de junho foram realizados 9.519, contra 9.171, da semana posterior, de 16 a 22 de junho. A queda foi de 4%.

Nas últimas seis semanas, de 12 de maio a 22 de junho, foram realizados 59.353 exames de Covid-19, com uma taxa de positividade média ponderada de 2,4%, resultando em 1.449 casos positivos. O valor mais baixo de positividade no período foi registrado na semana de 19 a 25 de maio, quando foram realizados 11.232 exames, com uma taxa de positividade de apenas 1,4%, resultando em 157 casos positivos.

Prezando pela precisão e qualidade dos resultados, a Abramed defende que os exames sejam feitos em laboratórios clínicos. Vale lembrar que os associados enviam os resultados dos exames diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico do Ministério da Saúde. Essas informações são essenciais para avaliar a situação da doença e orientar as medidas de saúde pública.

Abramed debate “O papel do ESG na Medicina Diagnóstica”

Parceria entre a Abramed, o Comitê de ESG e a Roche Diagnóstica, o encontro contou com representantes do Pacto Global da ONU, do Capitalismo Consciente e associados da entidade

26 de junho de 2024 – Para discutir como práticas sustentáveis, de governança e socialmente responsáveis moldam o futuro da saúde, a Abramed realizou, em 20 de junho, um encontro especial com profissionais referências, na sede da Roche Diagnóstica Brasil, em São Paulo.

Flavia Vianna, gerente de Saúde e Trabalho do Pacto Global Brasil da ONU; Lidia Abdalla, CEO do Grupo Sabin e vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed; Daniela Garcia, CEO do Capitalismo Consciente Brasil; e Sandra Sampaio, diretora de estratégia da Roche Diagnóstica trouxeram excelentes insights sobre o tema, sob mediação de Daniel Perigo, gerente de Sustentabilidade do Grupo Fleury e Líder do Comitê de ESG da Abramed.

Como anfitrião, Carlos Martins, CEO da Roche Diagnóstica Brasil, abriu o encontro, lembrando que, em 2024, a empresa foi eleita, pelo 15º ano consecutivo, a mais sustentável do setor de saúde, de acordo com o índice Dow Jones. “Sustentabilidade, segurança, diversidade e inclusão são vistas de forma muito séria por nós. Iniciamos há dois meses um projeto de alta profundidade, que tem como objetivo impactar quatro pilares: pessoas, pacientes, nossa cultura e, consequentemente, a sociedade”, explicou.

Logo após, Lidia apresentou a Abramed e ressaltou a relevância desse primeiro encontro para discutir o tema ESG e seus impactos na medicina diagnóstica. Na sequência, Périgo destacou que a reunião é um desejo antigo do Comitê de criar maneiras para estimular as melhores práticas de ESG nas empresas. “Sabemos que o trabalho é grande, mas há muitas oportunidades. Nosso grupo se dedica a conversar sobre esse tema e contribuir para o avanço das iniciativas”, expôs.

O encontro contou com palestra da Flavia, que iniciou falando sobre o Pacto Global Brasil da ONU, formado por 10 movimentos ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das questões mais urgentes do Brasil. “Trata-se de um chamado às empresas para promover ações concretas por meio de compromissos públicos. Somos a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com abrangência e engajamento em 162 países”, expôs.

O Pacto Global da ONU – Rede Brasil é a segunda maior rede local do mundo, com mais de 1.900 participantes. Os mais de 50 projetos conduzidos no país abrangem, principalmente, os temas: Água e Saneamento, Alimentos e Agricultura, Energia e Clima, Direitos Humanos e Trabalho, Anticorrupção, Engajamento e Comunicação.

Flavia explicou o Movimento Mente em Foco, iniciativa do Pacto Global da ONU no Brasil que convida empresas a agir em benefício de seus colaboradores e da sociedade no combate ao estigma e ao preconceito social ao redor da saúde mental. O objetivo é que a saúde mental seja tratada não apenas como uma medida emergencial, mas, de forma preventiva e humanizada, como um tema perene e que faça parte da estratégia de negócio das companhias.

“É fundamental falar de sustentabilidade no trabalho, mas, se não olharmos para as pessoas, não vamos conseguir fazer a transformação que queremos no planeta. Cuidar da saúde mental é urgente e necessário. Portanto, ambicionamos ter, em 2030, mil empresas com programas estruturantes de saúde mental, impactando 10 milhões de trabalhadores”, disse.

Flavia também divulgou o Guia prático para construção de um ambiente de trabalho com segurança psicológica. “Trouxemos o assunto da saúde mental, mas reforçamos a saúde integral, ou seja, física e emocional. A proposta é colocar as pessoas nas tomadas de decisão das empresas”, expôs, lembrando que a saúde mental é responsabilidade de todas as pessoas, da liderança e de cada um, para um mundo corporativo mais saudável. “Sendo assim, precisamos realizar um trabalho preventivo, muito mais que um atendimento emergencial, sem tabu”, reforçou.

Após apresentação, foi aberta a mesa de debates com os demais participantes. Daniela começou explicando que o Capitalismo Consciente é um movimento que objetiva ajudar as empresas a implementarem práticas de estratégia e liderança conscientes, gerando um impacto positivo nos resultados, nas pessoas e no planeta. “A empresa é um sistema, que depende das boas relações com trabalhadores, fornecedores e comunidade”, disse.

Segundo ela, existem várias maneiras de externalizar isso, como a educação dos consumidores sobre medicamentos e a gestão de resíduos. Por exemplo, o descarte adequado de radiografias. “Uma empresa que ensina esses procedimentos está fortalecendo sua relação com os stakeholders externos que consomem seus produtos”, disse.

A Roche, por exemplo, busca engajar outros stakeholders da cadeia em suas ações sustentáveis, como explicou Sandra. São mais de 60 mil fornecedores, o que significa que a comunicação e a gestão dessa cadeia são fundamentais. “A Roche apoia os ODS e tem como meta, em relação aos parceiros, reduzir, até 2030, pelo menos 18% da emissão produzida de forma indireta”, disse.

Em relação aos distribuidores, a empresa garante o cumprimento das metas através do código de conduta, ética e sustentabilidade, que permeia todo o programa de desempenho. Para o paciente, há ações de conscientização sobre o descarte de medicamentos em parceria com outras empresas. E expandindo o impacto à comunidade, a Roche, por meio de um programa global, incentiva os colaboradores a fazerem doações a instituições que ajudam crianças em situação de vulnerabilidade. “Temos muitas ações internas e externas, o tema ESG é um dos critérios, por exemplo, para eleger fornecedores”, disse.

Falando sobre tecnologia, Sandra ressaltou o valor da inteligência artificial, destacando seu papel na redução do tempo de processos e na sustentabilidade do laboratório. Este tema está diretamente relacionado à medicina de precisão, que foca na prevenção e na diminuição de desperdícios. “No âmbito local, é fundamental dialogar com os órgãos de saúde competentes para ampliar o acesso da população a essas tecnologias e melhorar os desfechos para os pacientes”, expôs.

Por sua vez, Lidia salientou que o compromisso com as metas ambientais e sociais deve estar na agenda das lideranças, pois dar o exemplo é essencial para o engajamento. “Quando as pessoas se sentem respeitadas e ouvidas, começam a ver que o impacto vai além delas, atingindo seu círculo de amigos e a comunidade. Mas se nada disso sensibiliza o líder, há a questão da lucratividade, pois a empresa se torna mais competitiva quando investe em ESG e sua reputação sobe”, declarou. 

Sobre como começar, Lidia disse que não é necessário reinventar a roda; basta buscar exemplos do que está funcionando bem. “É importante fazer benchmarking com empresas de outros segmentos também. Às vezes, encontramos boas práticas simples que podemos implementar no dia a dia. Começar é difícil, mas depois é questão de manter o foco e o compromisso. Fazer e replicar: esse é o maior potencial que temos como profissionais, influenciar aqueles ao nosso redor”, expôs.

De fato, Flavia comentou que o desafio é enorme e que precisamos nos unir para enfrentar o problema. “Não podemos mais olhar para uma catástrofe e achar que ela está longe, pois ela está muito perto de nós. Precisamos nos mobilizar. O Impacto Global também destaca a importância do movimento das empresas para a transformação. Muitas colocam a responsabilidade no público, mas cabe a elas reconhecerem o poder que têm de transformar e gerar receita de forma responsável e sustentável. Precisamos estar dispostos a separar o tempo necessário para estarmos juntos, ouvir o que os especialistas estão dizendo e aprender com o que outras empresas estão fazendo, promovendo a troca de experiências”, disse.

Questionada sobre tendências em ESG, Daniela respondeu que, em termos de business, é reportar cada vez mais, afinal, ESG não é uma escolha, mas uma jornada. Já em termos de negócio e reputação, a tendência é analisar como a empresa se organiza e amplifica a sua atuação a respeito desses temas com transparência e ética. “Por fim, a tendência global é olhar para dados, ajudando o ser humano a viver melhor. Estamos caminhando para a sociedade 5.0, que é a tecnologia a serviço do bem-estar”, disse.

Daniela reforçou que ESG é cultura, assim como a transformação digital, e precisa ser trabalhado transversalmente. “Procure entre seus pares líderes de outras áreas para que, juntos, possam comprometer a liderança a ser patrocinadora desse tema. De forma mais pragmática, ignorar o impacto positivo pode resultar em problemas na gestão de riscos, na área financeira e na reputação.”

Segundo Daniela, precisamos ter uma visão sistêmica. Se não olharmos para nós como parte do todo, não vamos caminhar. “O sistema precisa fluir, esse é aprendizado da pandemia. Todos devem seguir a mesma jornada e trabalhar com propósito. O recado é muito claro: precisamos ter consciência do nosso impacto, intencionalidade das ações e buscar a melhor performance possível com foco na prosperidade da sociedade.”

Ao final, Flavia deixou uma frase bem conhecida e inspiradora: sonho que se sonha só é só um sonho, mas um sonho que se sonha junto se torna realidade. “Precisamos sonhar com um mundo sustentável, inclusivo e que contemple todas as pessoas. E que elas estejam saudáveis em sua integralidade, porque só assim teremos um mundo seguro e saudável para cada um de nós.”

Associados da Abramed exploram a tecnologia para reduzir impacto ambiental na medicina diagnóstica

Iniciativas impulsionam a transformação ecossistêmica, refletindo o compromisso ético do setor com o meio ambiente

17 de junho de 2024 – Como toda atividade produtiva, a medicina diagnóstica impacta o meio ambiente, exigindo uma gestão consciente e eficiente dos recursos naturais e das emissões de gases de efeito estufa geradas pelas operações assistenciais e administrativas. Um aspecto chave no setor é a gestão adequada de água, efluentes, energia, resíduos e emissão de CO2.

Para ajudar nesse processo, as empresas do setor vêm investindo em tecnologia, como destaca Andrea Pinheiro, membro do Comitê ESG da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e diretora de Relações Institucionais e Comunicação Corporativa do Grupo Sabin. Segundo ela, a inovação tecnológica tem contribuído de forma decisiva em várias frentes. “A adoção de métodos de construção sustentáveis, a automação predial para iluminação e refrigeração, captação de águas da chuva e estações de tratamento de efluentes mais inovadoras viabilizam o reúso de um volume maior de água, por exemplo”, explica.

Como mostra o Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, quase metade das associadas participantes do levantamento recorre a fontes alternativas, como poços artesianos, água pluvial e água de reúso. As empresas não apenas captam água de forma responsável, mas também adotam práticas de conservação e uso eficiente da água em suas operações.   

“Aqui no Grupo Sabin, adquirimos, em 2021, uma nova Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) para nosso maior Núcleo Técnico Operacional (NTO) em Brasília, permitindo a reutilização de 100% da água consumida no processamento de amostras clínicas para regar jardins e nas descargas sanitárias, totalizando 2,6 milhões de litros reutilizados no último ano”, conta Andrea.

Segundo ela, desde 2019, a empresa investe em projetos de migração de matriz energética, alcançando em 2023 a marca de 45% da energia consumida proveniente de fontes renováveis em todo o país. “Além disso, reciclamos 196,3 toneladas de material e recebemos o Certificado de Neutralização de Emissões de Gases de Efeito Estufa pelo terceiro ano consecutivo, com uma redução de 40% nas emissões em comparação com o ano anterior”, complementa.

Em relação ao processo analítico, Andrea acrescenta que a automação, através do uso de esteiras automatizadas em laboratórios de análises clínicas, é um grande divisor de águas. Essas esteiras transportam amostras de forma eficiente e organizada, permitindo a redução do número de tubos e do volume das amostras necessárias para a realização de exames. Como consequência, há uma redução significativa dos resíduos gerados. A cada ano, a evolução dessas esteiras automatizadas traz novos aspectos de integração que melhoram a gestão desses indicadores de eficiência e sustentabilidade.

Na área de diagnóstico por imagem, a tecnologia permite a digitalização e o uso de sistemas de laudos digitais. Isso significa que os resultados dos exames, como radiografias, ressonâncias magnéticas e tomografias, podem ser armazenados e compartilhados de forma eletrônica. Além da economia de recursos na cadeia de insumos, como toners de impressora e energia elétrica, a tecnologia também possibilita agilizar o processo de análise e de suporte ao diagnóstico à comunidade médica.

Vale destacar que a própria evolução dos sistemas de informações laboratoriais permitiu a disponibilização de laudos e históricos de exames digitais não só por meio de sites, mas também de aplicativos, contribuindo para a redução da impressão de laudos. Segundo o Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, em 2022, a quantidade de laudos acessados por meio eletrônico foi de aproximadamente 122 milhões, o que equivale a cerca de 19% do total de exames realizados. “Esses dados mostram que ainda temos um grande espaço para evoluir tanto tecnologicamente quanto na conscientização e educação dos usuários dos serviços”, expõe Andrea. 

Apesar da transformação digital, as empresas de medicina diagnóstica ainda possuem em suas operações a necessidade de impressão, guarda e descarte de papeis devido ao faturamento que envolve guias físicas em seus processos transacionais com as operadoras de saúde. “Os investimentos em sistemas integradores e que permitem a interoperabilidade dessas transações também contribuem positivamente na gestão ambiental”, acrescenta.

Além das associadas, a própria Abramed colabora para as práticas sustentáveis, ajudando a reunir e consolidar ações realizadas pelas empresas do setor. A entidade possui também um papel relevante nas discussões e contribuições técnicas a partir de seus comitês e consultas públicas sobre mudanças regulatórias. 

“Outra entrega importante se refere à geração de informações, indicadores e conteúdos, como o Painel Abramed, que permite acompanhar a evolução do setor, inspirando e dando suporte aos associados e outras empresas na expansão de suas ações e programas ambientais”, salienta Andrea.

Por fim, vale ressaltar que a adoção de práticas ESG não só mitiga os impactos no meio ambiente, mas também reflete um compromisso ético com a saúde e o meio ambiente. Além de demonstrar responsabilidade socioambiental, essas ações ajudam a fortalecer relações com clientes, fornecedores e outros stakeholders.

Ferramentas diagnósticas são fundamentais para mitigar os impactos da Covid longa

Conheça os sistemas e órgãos afetados, os principais exames para o diagnóstico de cada caso e as evidências até então

17 de junho de 2024 – A pandemia de Covid-19 trouxe desafios sem precedentes para a saúde pública e, agora, estudos se debruçam sobre as sequelas da Covid-19 ou Covid longa, condição caracterizada pela persistência ou desenvolvimento de novos sintomas três meses ou mais após a infecção inicial pelo SARS-CoV-2, sem que exista outra justificativa médica para o quadro clínico.

Segundo Estudo Multicêntrico Brasileiro, cerca de 10% a 20% dos pacientes que tiveram Covid-19, especialmente aqueles com formas mais graves da doença ou que já tinham problemas crônicos de saúde, podem apresentar sintomas relacionados à Covid longa. “O número de pessoas com sequelas da doença e sintomas persistentes é significativo, o que impacta diretamente a demanda por serviços de medicina diagnóstica”, comenta Marcos Queiroz, líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e diretor de Medicina Diagnóstica no Albert Einstein.

A Covid longa tem o potencial de afetar múltiplos sistemas e os principais órgãos do nosso corpo, sendo relacionada a mais de 200 sintomas diferentes na literatura médica, como: fadiga persistente, dificuldade respiratória, dor no peito, problemas de memória e concentração, dores musculares e articulares, alterações no paladar e olfato, taquicardia e outros sintomas cardíacos. 

De acordo com Queiroz, o comprometimento pulmonar na Covid-19 nas suas formas mais graves gerou sequelas, como cicatrizes pulmonares e diminuição da capacidade respiratória, aumentando, nestes casos, a demanda por exames diagnósticos específicos, como radiografia, tomografia de tórax e prova de função pulmonar.

“Essa demanda tem exigido planejamento e uma série de medidas para garantir o bom atendimento dos pacientes nos serviços de medicina diagnóstica, como disponibilidade ampliada de horários para exames, equipes médicas e de enfermagem capacitadas e rápida entrega de resultados. No entanto, com a diminuição da pressão causada pelos casos agudos de Covid-19, os sistemas de saúde estão mais aptos a atender pacientes com suspeita de Covid longa de forma eficaz, sem maiores dificuldades”, explica.

Queiroz destaca que, especialmente durante a fase aguda da Covid-19, houve um aumento significativo de fenômenos tromboembólicos. Isso, em parte, é atribuído à inflamação e ao dano vascular causados pelo vírus, resultando na formação de coágulos nos vasos sanguíneos, principalmente tromboses venosas. Esses coágulos podem, por exemplo, se desprender dos vasos e migrar para os pulmões, causando embolia pulmonar, gerando falta de ar e dor no peito, com potencial risco de vida.

O líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed também ressalta que em uma pequena proporção de casos, os coágulos não são totalmente dissolvidos e podem levar à doença tromboembólica crônica. No entanto, ainda não está claro se esse fenômeno será observado na Covid longa e com qual frequência.

“Testes de sangue são fundamentais para detectar marcadores de inflamação e avaliar o estado da coagulação. Técnicas de imagem avançadas, como ultrassonografia com Doppler vascular, angiotomografia computadorizada e angiorressonância magnética, são cruciais para identificar coágulos sanguíneos e avaliar danos vasculares”, explica.

Queiroz acrescenta, ainda, que avaliações cardíacas, incluindo ecocardiograma, eletrocardiograma e ressonância magnética cardíaca, são empregadas para monitorar complicações cardiovasculares, como inflamação do miocárdio, pericardite e infarto agudo do miocárdio.

“A detecção precoce e o gerenciamento abrangente por meio dessas ferramentas diagnósticas são fundamentais para mitigar os impactos de longo prazo da Covid longa na saúde e melhorar os resultados dos pacientes, considerando que este aspecto ainda não foi completamente explorado na literatura médica”, destaca o entrevistado.

Já as condições neurológicas frequentemente identificadas em pacientes com Covid longa incluem: confusão mental, cefaleias crônicas, neuropatia periférica e encefalite. No entanto, por serem queixas muito frequentes, a relação causal com infecção prévia por Covid-19 nem sempre é clara. Os exames utilizados para identificar essas condições são ressonância magnética (RM) do cérebro, eletroencefalograma (EEG), estudos de condução nervosa e avaliações neuropsicológicas.

Tecnologia 

Sobre as inovações tecnológicas, Queiroz menciona que a pandemia foi um grande catalisador no desenvolvimento de novos algoritmos e ferramentas de inteligência artificial, conhecimentos que podem ser utilizados no melhor entendimento das alterações a longo prazo da infecção por Covid-19. Isso se dá por meio da análise de dados longitudinais coletados ao longo do tempo, incluindo sintomas, exames laboratoriais, imagens, avaliações funcionais, anotações médicas e monitoramentos.

O objetivo é compreender melhor a doença, suas diferentes formas de apresentação, evolução e os resultados dos tratamentos, permitindo um entendimento mais preciso de como a Covid longa se manifesta em cada indivíduo, qual a evolução esperada, o momento ideal para intervenção e o tratamento mais eficaz para cada caso.

Fronteiras da IA na Medicina: desafios regulatórios e potencial transformador

Por Rogéria Cruz*

Na saúde e na medicina diagnóstica, a inteligência artificial está revolucionando a forma como os profissionais lidam com diversas tarefas, desde a triagem de pacientes até a personalização de tratamentos. Sua aplicação abrange o apoio ao diagnóstico por imagem, a condução de pesquisas médicas avançadas e a otimização de processos de trabalho. A IA permite avaliar uma grande quantidade de dados de um paciente de maneira ágil e precisa, analisando prontuários eletrônicos para compilar o histórico de saúde, identificar riscos e ajudar na formulação de terapias personalizadas.

Por exemplo, na área de diagnóstico por imagem, existe um protocolo de AVC que permite uma avaliação mais rápida e facilita a comunicação entre a imagem e o pronto atendimento. Também há uma ferramenta que realiza o cálculo automatizado da idade óssea em radiografias de mão, outra que detecta fraturas em radiografias de extremidades, e mais uma, ainda, que utiliza tecnologia avançada para a detecção automática de alterações em radiografias de tórax.

Já estamos testemunhando modelos que trazem maior eficiência e redução de custos, o que tem impulsionado debates maduros sobre o impacto de uma regulamentação restritiva que não permita captar todo o benefício possível.

E justamente para regulamentar o tema, está em tramitação e discussão no Congresso Nacional o Projeto de Lei (PL) 2338/2023, que propõe estabelecer um novo marco regulatório para a IA no Brasil, visando garantir a proteção dos direitos fundamentais, a implementação de sistemas seguros e confiáveis e o desenvolvimento responsável dessa ferramenta. 

Recentemente, uma nova proposta foi apresentada para o texto regulatório, trazendo mudanças significativas e introduzindo algumas novidades. Entre elas, a criação do Sistema Nacional de Regulação e Governança de Inteligência Artificial (SIA), que atuará em cooperação e harmonização com as demais agências e órgãos reguladores. Além disso, a proposta prevê a implementação de Códigos de Conduta, certificadoras e mecanismos de autorregulação.

A regulamentação precisa considerar questões éticas e de segurança, como a garantia do uso responsável das tecnologias, a segurança e o tratamento adequado dos dados, a acessibilidade, o impacto social, a desigualdade digital e as implicações morais e sociais específicas dessas tecnologias. É fundamental discutir sobre ética na inteligência artificial e garantir transparência. A tecnologia deve ser desenvolvida e usada de maneira responsável e justa, com o objetivo de atender a sociedade.

Enquanto a regulamentação está em tramitação, as empresas que atuam no setor de saúde precisam lidar com a tecnologia de forma responsável, utilizando dados confiáveis. É fundamental realizar uma análise de impacto algorítmico e implementar uma supervisão humana com monitoramento constante.

Os principais obstáculos que ainda precisam ser superados para uma regulamentação mais eficaz e abrangente são diversos. O maior desafio reside em buscar uma regulamentação que promova a inovação, mitigue os riscos e garanta segurança jurídica. Este é um processo complexo e desafiador.

Observando o cenário internacional, vemos discussões avançadas nos Estados Unidos e na Europa. Enquanto os Estados Unidos focam em iniciativas principiológicas e estruturas de governança e avaliação de risco, a União Europeia optou por uma legislação mais robusta e prescritiva, como o AI ACT, com 458 páginas.

Recentemente, tive a oportunidade de saber como o tema é tratado no Reino Unido e sua abordagem criteriosa e ponderada, com cinco princípios orientadores fundamentais: segurança, robustez, transparência, governança e segurança jurídica, que despertaram minha simpatia. Neste momento, estamos em busca de uma legislação que estimule o desenvolvimento socioeconômico, a inovação e a competitividade do país, sem deixar de lado a proteção de direitos e garantias. 

A colaboração entre governos, empresas de tecnologia, profissionais de saúde, reguladores e entidades, como a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), é essencial para o desenvolvimento da regulamentação em IA na área da saúde. A entidade tem desempenhado um papel de destaque nesse cenário, participando ativamente de discussões e audiências públicas, com o objetivo de sensibilizar senadores, deputados e a sociedade em geral sobre o impacto da IA no setor.

Inclusive, a Abramed desenvolveu a pesquisa “O uso da IA na medicina diagnóstica brasileira”, com dados de 30 laboratórios privados, que representam 65% de todos os exames realizados na Saúde Suplementar no Brasil. Segundo o documento, o uso da IA impacta mensalmente um número significativo de pacientes, variando de 10 mil a 140 mil, dependendo do porte e capacidade dos laboratórios.

Essa colaboração multifacetada pode gerar uma série de benefícios, incluindo a redução da desigualdade e a ampliação do acesso aos serviços de saúde. A inteligência artificial tem o potencial de ampliar as habilidades humanas e melhorar os resultados clínicos. Portanto, ouvir e valorizar todos os setores envolvidos, em uma abordagem integrativa, é fundamental para assegurar o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico do país, garantindo ao mesmo tempo a segurança, a eficácia e a ética no uso da IA.

Questões cruciais como responsabilidade civil, definição e classificação de riscos, governança e sanções estão sendo discutidas e refinadas. Estamos engajados com a sociedade na construção desse caminho, contribuindo ativamente para o texto em discussão. Já conseguimos a prorrogação, solicitada pelo Senador Eduardo Gomes, até o dia 18 de julho, da Comissão Temporária Interna sobre Inteligência Artificial no Brasil (CTIA). Essa prorrogação garante discussões integrativas e multissetoriais, promovendo um debate amplo e aprofundado.

À medida que avançamos rumo a uma regulamentação abrangente da IA, é essencial manter um diálogo contínuo entre todos os envolvidos. Com a colaboração entre governo, empresas, profissionais de saúde e entidades reguladoras, podemos moldar um futuro em que a IA aprimore os cuidados de saúde, promovendo tanto a inovação quanto a segurança dos pacientes.

*Rogéria Cruz, Líder do Comitê de Proteção de Dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e Diretora-Executiva Jurídica da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein

17/06/2024

SBT News publica matéria sobre regulamentação da IA com participação da Abramed

A Abramed foi fonte de matéria no SBT News online, em 10 de junho de 2024, sobre a regulamentação da Inteligência Artificial no Brasil. O texto, assinado por Guilherme Resck, abordou o Projeto de Lei (PL) que foi discutido no Senado Federal.

Na matéria, a Abramed afirmou que, para assegurar que a inteligência artificial seja usada de forma ética e segura, é fundamental estabelecer normas gerais para desenvolvimento, implementação e uso responsável da tecnologia.

A entidade também salientou que não há como negar a importância do respeito às singularidades de cada setor, sobretudo pela transversalidade dos sistemas de IA. “Neste sentido, a participação dos agentes da cadeia de saúde para auxílio no amadurecimento da norma é essencial”, pontuou.

Veja aqui o conteúdo na íntegra.