Abramed presente em nova reunião da CATEC

Câmara técnica debate, desde novembro de 2018, questões relativas ao relacionamento entre operadoras de saúde e prestadores de serviços

26 de março de 2019

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizou, dia 21 de março no Rio de Janeiro (RJ), nova reunião da Câmara Técnica de Contratualização e Relacionamento com Prestadores (CATEC) para debater as propostas de encaminhamento aos problemas regulatórios apontados pela Agência. Inicialmente esta seria a última reunião, porém após o encerramento foi apresentada a necessidade de ao menos mais um encontro para finalizar os debates acerca dos temas apresentados.

O evento, que recebeu Rodrigo Aguiar, diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, contou com a presença de Marília Bortolotto, membro da Câmara Jurídica Abramed, que acompanhou a reunião e fez seus apontamentos representando o setor de medicina diagnóstica. “A discussão ainda está bastante lenta e estamos a anos de um consenso. Todos os pontos foram debatidos preliminarmente e hoje foi a primeira vez que a ANS fez propostas concretas para endereçar cada um deles”, declarou Marília.

Com o objetivo principal de colocar em discussão a atual relação entre operadoras e prestadores de serviço, melhorando a comunicação entre as partes que hoje é repleta de ruídos, a reunião tratou de oito pontos principais: remuneração de materiais e medicamentos de uso hospitalar; remuneração por pacotes de consultas em oftalmologia; dificuldades na negociação contratual; glosa sobre o faturamento e não-pagamento da remuneração devida; aplicação irregular de reajuste; rescisão contratual; subnotificação das irregularidades pelos prestadores de serviços; e questões envolvendo órteses, próteses e materiais especiais (OPME).

A CATEC foi criada para colher subsídios para avaliação da necessidade de revisão ou aprimoramento da regulação setorial acerca da contratualização entre as operadoras de planos de assistência à saúde e os prestadores de serviço.

“Quando se debate a remuneração de materiais e medicamentos de uso hospitalar, vejo que a orientação prevalente será a transferência da margem desses materiais e medicamentos para as diárias e taxas sem prejuízos aos prestadores”, pontua Marília que enfatiza que é necessário estabelecer um prazo para que seja tomada essa atitude. Hoje, a RN nº 363/2014 – que revogou a RN nº 241/2010 – prevê a possibilidade de utilização de tabelas de referência para a remuneração dos serviços e procedimentos contratualizados.

No dia seguinte à ultima reunião foi realizada uma audiência pública para apresentação dos problemas regulatórios já identificados e para dar mais visibilidade à questão, garantindo espaço para participação direta da sociedade e de outras entidades representativas. 

Ana Amélia Lemos fala sobre o atual momento político-econômico do Brasil

Abramed acompanhou plenária realizada pelo ComSaude da Fiesp

22 de Março de 2019

Em reunião plenária realizada dia 21 de março pelo ComSaude da Fiesp (Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde e Biotecnologia), a ex-senadora e jornalista Ana Amélia Lemos, atual secretária extraordinária de Relações Federativas do Rio Grande do Sul, foi convidada para apresentar sua visão sobre o momento político-econômico do Brasil e suas expectativas para o ano. Claudia Cohn e Priscilla Franklim Martins, respectivamente presidente do Conselho e diretora-executiva da Abramed, acompanharam o encontro.

Ruy Baumer, diretor-titular do ComSaude, abriu o evento reforçando que o comitê possui apenas um partido: o da Saúde. E após elencar algumas das ações que vêm sendo impulsionadas pela instituição – como o CBEXs Futuro, projeto que visa capacitar novos líderes para o setor – e de citar o + Saúde, realizado periodicamente para esclarecer o público a respeito de prevenção e enfermidades, Baumer convidou Ana Amélia para se apresentar.

“Estar aqui, na Fiesp, no meio das lideranças que fazem o sistema de saúde brasileiro, no campo da pesquisa clínica e da inovação, é prova de reconhecimento e respeito pela minha atuação em prol do setor, por sempre ter levado em consideração que Saúde tem pressa, é prioridade”, disse Ana Amélia que, enquanto senadora, criou leis para beneficiar a população que precisava de serviços especializados de Saúde, como a lei nº 12.880/2013, que incluiu na cobertura obrigatória dos planos de saúde o tratamento, em casa, contra o câncer, com remédios de uso oral.

“Nós estamos vivendo uma crise política e institucional. Eu espero que os pacientes brasileiros continuem tendo seus direitos garantidos”, reforçou. Outra iniciativa na área da Saúde, já em vigor, foi a lei nº 13.362/2016, que garante, no Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso das mulheres portadoras de deficiência a equipamentos adequados no diagnóstico e tratamento dos cânceres de mama e de colo de útero.

Baumer fez questão de reconhecer a trajetória de prestígio de Ana Amélia no Senado Federal. “Sempre uma apoiadora do nosso setor. Todas as vezes em que precisamos levar questões importantes para continuar desenvolvendo o setor da Saúde, ela nos recebeu muito bem, nos apoiou quando nós precisávamos”, afirmou.

Durante a plenária, Baumer também falou sobre os custos da saúde corporativa, enfatizando que esse é um tema que afeta tanto prestadores de serviço quanto os fornecedores da indústria de saúde e as empresas que pagam esses valores pelos seus funcionários.

Com apoio da Abramed, CLAVS19 debate saúde baseada em valor

Congresso reuniu palestrantes nacionais e internacionais para a troca de conhecimentos sobre mudanças no modelo de remuneração

20 de Março de 2019

Nos dias 18 e 19 de março, a cidade de São Paulo foi palco da primeira edição do CLAVS – Congresso Latino-Americano de Valor em Saúde, evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (IBRAVS) para reunir lideranças interessadas em debater as vertentes de uma mudança de cultura no setor para privilegiar o valor. Entidade parceira do congresso, a Abramed foi representada pela diretora-executiva, Priscilla Franklim Martins, que acompanhou os dois dias de intensa programação.

“Na medicina diagnóstica, a saúde baseada em valor é valiosa para a transformação do atual cenário brasileiro. Precisamos mudar a forma como lidamos com as relações entre custo e qualidade”, comentou Priscilla enfatizando que investir em um novo modelo de remuneração garante maior preocupação com os desfechos dos pacientes e não com a volumetria de procedimentos realizados.

Para a diretora-executiva da Associação, acompanhar as apresentações de grandes nomes da saúde brasileira e ter a oportunidade de aprender com experiências internacionais foi muito válido. “A programação do CLAVS foi muito bem formulada, relevante para a discussão desse tema e trouxe cases de sucesso para que possamos nos inspirar, traçando estratégias alinhadas com as necessidades do Brasil”, diz.

O evento que lotou o auditório do WCITY Events Center | Espaço Ballroom em São Paulo, recebeu, entre outros, Denizar Vianna Araújo, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, para falar sobre os desafios do setor e José Henrique German, secretário de Estado da Saúde de São Paulo, que tratou sobre mensuração de valor aplicado ao mercado público.

Com sucesso, Abramed realiza 1º Bootcamp de Jornalismo em Saúde

Grandes líderes do setor apresentaram dados de mercado para jornalistas das mídias impressa, eletrônica, televisiva e, também, do rádio

15 de Março de 2019

Na sexta-feira, 15 de março, a Abramed realizou a primeira edição do Bootcamp de Jornalismo
em Saúde e reuniu, em sua sede em São Paulo, grandes líderes do setor a fim de levar
informação de qualidade e desmistificar dados falaciosos que são divulgados sobre a saúde
brasileira. Na plateia estiveram jornalistas das mídias impressa, eletrônica, televisiva e,
também, do rádio.

“Nos profissionalizamos e, ao perceber que tanto a sociedade quanto a mídia utilizavam dados
de terceiros, nos mobilizamos e trabalhamos muito para publicar nosso primeiro Painel com o
DNA do Diagnóstico no Brasil”, comentou a presidente do Conselho da Abramed, Cláudia
Cohn, a respeito da publicação lançada em meados de 2018 pela Abramed que, de forma
inédita, consolidou dados da medicina diagnóstica no país.

Após a apresentação de Cláudia, parceiros e representantes de algumas das associadas fizeram
suas apresentações trazendo números relevantes e tirando as dúvidas de todos os
influenciadores presentes. William Malfatti, do Grupo Fleury e que atua como diretor do
Comitê de Comunicação Abramed, fez uma introdução reforçando a importância do combate
às fake news. “Vivemos em uma era de desinformação e epidemia de fake news. Temos, hoje,
o intuito de nos aproximarmos de vocês para divulgação das informações mais adequadas. A
gente trata da saúde e vocês cuidam da comunicação”, disse.

Abrindo a agenda de palestras, Patrícia Holland, diretora-executiva da BP Medicina
Diagnóstica, falou sobre a importância do bom relacionamento dos formadores de opinião
com stakeholders de saúde; Lídia Abdalla, CEO do Sabin e membro do Conselho Deliberativo
da Abramed, fez uma apresentação sobre o impacto e a interação do diagnóstico no apoio à
conduta médica; e Leandro Figueira e Eliezer Silva, respectivamente diretor de relacionamento
da Alliar Médicos à Frente e diretor de medicina diagnóstica do Hospital Israelita Albert
Einstein, apresentaram a responsabilidade do diagnóstico para equilíbrio econômico do
sistema. “Temos, no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas trabalhando na área de saúde sendo
que 15% delas estão no setor de medicina diagnóstica”, pontuou Silva.

A programação contou ainda com uma apresentação bastante completa de Wilson Shcolnik,
presidente da SBPC/ML e diretor da Câmara Técnica da Abramed, sobre mitos e verdades no
que tange ao desperdício e à subutilização no segmento de medicina diagnóstica. Na
sequência, Emerson Gasparetto, vice-presidente médico do Dasa, e Gustavo Meirelles, gestor
médico em Radiologia com ênfase em Estratégia e Inovação do Grupo Fleury falaram sobre
inovação em diagnósticos e benefícios aos pacientes.

Encerrando a manhã, o vice-presidente do Conselho da Abramed, Conrado Cavalcanti, fez uma
apresentação bastante valiosa sobre as tendências do setor. Na ocasião, apresentou números
do segmento. “Em 2017 as empresas associadas à Abramed atenderam 30 milhões de
pacientes”, disse ao relembrar que vivemos em uma época de mudança de perfil na qual o
paciente está a cada dia mais empoderado, exigente e engajado.

Devido ao sucesso da primeira edição do Bootcamp de Jornalismo em Saúde, a Abramed
planeja realizar novas edições em um futuro próximo. O intuito é criar um bom canal de
comunicação com a mídia a fim de que todas as informações por ela divulgadas sejam validadas pela Associação que hoje representa 50,2% no volume de exames realizados na saúde suplementar brasileira.

Cláudia Cohn e executivos das associadas Abramed estão entre os 100 Mais Influentes da Saúde

Premiação foi realizada no encerramento da SAHE 2019 para homenagear líderes da saúde no país

15 de Março de 2019

A sétima edição da premiação 100 Mais Influentes da Saúde, que reconhece o desempenho e a dedicação de líderes do segmento, foi realizada pelo Grupo Mídia na noite de 14 de março. A cerimônia, que encerrou a edição 2019 da SAHE (South America Health Exhibition), nomeou Cláudia Cohn, presidente do Conselho da Abramed, na categoria Entidades Setoriais. Além de Cláudia, diversas empresas associadas tiveram seus executivos subindo ao palco para receber prêmios em outras cinco categorias.

“Agradeço toda a diretoria do Grupo Mídia pelo reconhecimento do nosso trabalho. Seguiremos engajados em influenciar a melhoria da saúde no Brasil usando o modelo de empresas éticas, sustentáveis e inovadoras no setor de serviços diagnósticos”, disse Cláudia.

O prêmio 100 Mais Influentes da Saúde homenageia dez personalidades do setor em cada uma das dez categorias: Arquitetura, Infraestrutura e Facilities; Autoridade Pública; Empresário; Entidade Setorial; Gestor na Saúde; Indústria; Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; Referência; Saúde Suplementar e Tecnologia.

Confira, abaixo, a lista de associados Abramed que foram premiados.

Entidades Setoriais
Claudia Cohn, presidente da Abramed

Empresários
Tobias Thabet Martins, diretor comercial do Diagnósticos do Brasil
Pedro de Godoy Bueno, presidente da Dasa

Gestor da saúde
Fernando Andreatta Torelly, diretor executivo no Hospital Sírio-Libanês
Henrique Neves, Diretor Geral da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein

Pesquisa, desenvolvimento e inovação
José Claudio Terra, diretor-executivo de Inovação e Gestão do Conhecimento do Hospital Albert Einstein

Referência
Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein
Paulo Chapchap, CEO do Hospital Sírio Libanês
Denise Santos, CEO da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo

Tecnologia
Ailton Brandao, CIO do Hospital Sírio-Libanês
Ricardo Orlando, CIO da Dasa

Em apresentação na SAHE, Abramed destaca valor que a medicina diagnóstica traz para a saúde

Segundo o vice-presidente do Conselho da Abramed, Conrado Cavalcanti, setor de medicina diagnóstica tem papel fundamental no tratamento do paciente e vem passando por profundas transformações, incentivadas pelo novo momento de mercado e advento de novas tecnologias

14 de Março de 2019

As fake news que propagam mensagens erradas sobre o setor de medicina diagnóstica e o uso de novas tecnologias para melhorar a experiência do paciente são os principais desafios que o setor de medicina diagnóstica enfrenta. O tema foi discutido no painel liderado pelo vice-presidente do Conselho da Abramed, Conrado Cavalcanti, na SAHE (South America Health Exhibition), que aconteceu em São Paulo no dia 13 de março.

No painel “Medicina Diagnóstica: evolução e perspectivas de um mercado que movimenta mais de 35 bilhões por ano”, Conrado apresentou os dados atualizados do setor e mostrou como a propagação de mensagens falsas pode prejudicar a imagem da medicina diagnóstica. “Uma mentira falada repetidamente pode virar verdade”, disse ele, exemplificando com a questão do desperdício de exames. “A imprensa constantemente divulga que o índice de desperdício de exames é de 30%. Fizemos um levantamento na Abramed que mostra que, na verdade, o percentual é de 3,5%. Outra teoria propaga que a realização de exames seria um desperdício”.

Para Cavalcanti, a medicina diagnóstica tem papel fundamental no tratamento do paciente e vem passando por profundas transformações, incentivadas pelo novo momento de mercado e advento de novas tecnologias, para proporcionar uma experiência de excelência ao paciente. O objetivo é passar a oferecer uma medicina baseada em valor. “Podemos potencializar o contato com o paciente além de laudo e exames. Mapeamos todas as vezes que interagimos com o nosso paciente desde sua vinda ao hospital até o momento em que ele vem retirar o exame e constatamos que são 20 a 30 oportunidades de interagir com ele para promover uma melhor experiência”, pontuou.

Em sua apresentação, Cavalcanti  destacou ainda que o mercado de saúde passa por um momento de consolidação. Esse movimento de fusões e aquisições, potencializado pelo interesse de fundos estrangeiros no setor, mostra as oportunidades de crescimento do segmento. “Os fundos de private equity têm interesse porque o nosso mercado é pulverizado, a população está envelhecendo, o que provoca aumento do mercado no futuro. Além disso, o setor tem margens positivas e muito espaço para melhoria em gestão, sinergia e escala. Tem bastante espaço para crescer”, afirmou.

A tecnologia e a inovação ajudarão a resolver um velho problema de custos. A evolução que trazem ao setor pode contribuir para aumentar os ganhos em novos procedimentos. “Talvez seja a solução para aumentar o acesso à saúde para as pessoas e gerar estabilidade no setor.”

Debate

Para discutir os pontos de sua apresentação, Conrado promoveu um uma mesa-redonda que contou com a participação de Leonardo Vedolin, diretor médico RDI do Dasa; Patricia Holland, superintendente executiva de SADT da Beneficência Portuguesa (BP); e William Malfatti, diretor de comunicação, relações institucionais e relacionamento com clientes do Grupo Fleury.

Para Patrícia, da BP, a questão do desperdício de exames pode ser resolvida com um maior engajamento do médico, que tem um papel fundamental no processo. “Vimos nos últimos anos que fazer uma gestão da carteira permite aumentar o número de consultas e exames, no entanto o tratamento fica com custo menor, o que diminui gastos com internação.” Para ela, é preciso estimular uma mudança de mindset. “A BP se posiciona hoje como um polo de saúde, e não mais um hospital. Atendemos desde a prevenção, com vários centros médicos, e a medicina diagnóstica tem um papel fundamental na nossa estratégia do tratamento à reabilitação. Como polo de saúde, você se diferencia pela experiência do cliente.”

A percepção de que exames normais seriam desperdício foi contraposta por Vedolin, do Dasa. Segundo ele, o exame normal está longe de ser underused. “Ele é o primeiro passo da cadeia de investigação diagnóstica e, se exclui uma doença, tem grande valor em diversas situações. Por exemplo, uma mamografia normal em uma paciente de mais de 50 anos nos dá um indicativo de risco negativo de câncer no futuro muito alto.”

A era das fake news pode trazer consequências drásticas para a área de saúde. Usando o exemplo do movimento antivacina, que surgiu por conta de um estudo que depois foi desmentido, Malfatti, do Grupo Fleury, falou sobre as iniciativas que a Abramed vem adotando para combater a propagação de informações enganosas.

“Precisamos demostrar o fator de contribuição que a medicina diagnóstica tem para a saúde das pessoas e para o equilíbrio dos sistemas. Ela não é inimiga do sistema e não põe em risco a sustentabilidade dele. A Abramed tem levado para fora as boas práticas do nosso setor visando propagar o valor gerado para as pessoas, a prática da medicina e a sustentabilidade.”

BP aposta em parcerias colaborativas para ampliar a qualidade do sistema

Confira a entrevista com Patrícia Holland, diretora-executiva da BP Medicina Diagnóstica

Março de 2019

Apostando em parcerias com grandes players do setor de saúde, a BP Medicina Diagnóstica tem a colaboração como um de seus principais lemas. Para a diretora-executiva Patrícia Holland, essas parcerias são uma tendência. “Acreditamos que agregar conhecimento próprio com a expertise de um parceiro é uma boa oportunidade para alavancar os negócios e consolidar o setor”, diz.

Esperando que a Abramed mantenha o olhar atento no que é convergente e divergente dentro do setor de Medicina Diagnóstica, a executiva acredita que a união do setor amplia a visão dos desafios e ajuda a buscar soluções cada vez mais sustentáveis. Confira a entrevista completa!

Abramed em foco: Considerando sua experiência no setor de Healthcare, quais são os grandes desafios da Medicina Diagnóstica no Brasil?

Patrícia Holland: Em um país de dimensões continentais como o Brasil, acredito que um dos maiores desafios do setor seja integrar e otimizar toda a cadeia, reduzindo os desperdícios e ampliando o acesso da população aos diferentes tipos de diagnóstico por meio de novos modelos de negócios.

A BP tem o diferencial de oferecer uma linha completa de cuidado, independentemente do tipo de serviço que o paciente necessita, ou do momento em que ele se encontra em relação à própria saúde (prevenção, diagnóstico ou tratamento, por exemplo). Com isso, além de diagnóstico, oferecemos soluções de tratamento e toda a assistência necessária, proporcionando um atendimento mais assertivo.

Isso nos permite entregar mais que um resultado de exame, oferecendo uma experiência melhor e mais integrada, que se torna atrativa tanto para as pessoas que nos procuram espontaneamente quanto para os médicos que referenciam os pacientes.

Abramed em foco: A BP vem investindo fortemente em tecnologia, visto que foi premiada pela utilização do Watson e apostou, recentemente, em uma parceria com a Universidade de Pittsburgh para segunda opinião médica via videoconferência. O fortalecimento do setor está, ao seu ver, diretamente atrelado à inovação tecnológica?

Patrícia Holland: Há bastante inovação tecnológica no setor de Medicina Diagnóstica e ela deve estar, cada vez mais, atrelada a uma maior assertividade no diagnóstico, impactando positivamente na vida do paciente.

A inovação, porém, não está relacionada apenas a equipamentos, mas também em formas de otimização dos serviços como o agendamento sem burocracia, por exemplo. O gerenciamento de filas e de ociosidade dos equipamentos, além do balanceamento da oferta e da demanda de horários e médicos, juntamente com outras iniciativas, contribuem para que o paciente tenha uma melhor experiência. Na BP Medicina Diagnóstica, estamos implementando melhorias importantes no nosso processo de agendamento para garantir um atendimento ainda mais desburocratizado e rápido para quem procura pelos nossos serviços.

Vale ressaltar também que, no âmbito da saúde básica, a tendência das teleconsultas desponta como uma opção para amparar o atendimento à população de regiões com pouco acesso a instituições de saúde, proporcionando mais segurança, menos burocracia e custo mais baixo.

Abramed em foco: Em 2017 a BP já havia firmado parceria com outro nome de peso do setor a fim de ampliar o atendimento à população (Grupo Fleury). Acredita que essas parcerias são uma tendência do mercado?

Patrícia Holland: Essas parcerias são uma tendência e há bastante espaço no mercado brasileiro, que está num momento de consolidação. Um dos valores da BP é “Colaboração Nos Leva Mais Longe” e, por isso, acreditamos que agregar conhecimento próprio com a expertise de um parceiro é uma boa oportunidade para alavancar os negócios e consolidar o setor. Além da parceria com o Grupo Fleury para exames de análises clínicas, a BP mantém acordo com o laboratório Bacchi para análises de anatomia patológica e com a Medtronic para consultoria visando aumentar a eficiência operacional da nossa área de Hemodinâmica. Essas parcerias contribuem para que os pacientes da BP tenham acesso a serviços especializados de alta qualidade.

Abramed em foco: Acredita ser importante que uma associação como a Abramed reúna serviços diversos dentro da área de medicina diagnóstica incorporando desde atuações hospitalares, grandes grupos de laboratório e até mesmo as pequenas empresas atuantes?

Patrícia Holland: A dinâmica e as particularidades da Medicina Diagnóstica são distintas do segmento hospitalar. A Abramed leva em consideração todas as particularidades do setor que, muitas vezes, podem não convergir com as especificidades de um hospital. Por isso é muito importante que as instituições do segmento de Medicina Diagnóstica estejam unidas para discutirem normativas específicas como, por exemplo, a carga horária dos profissionais e impostos que afetam diretamente o negócio. Quanto maior for o engajamento dos associados, maior será o leque de soluções e boas práticas para o setor.

Além disso, é importante lembrar que a Medicina Diagnóstica é responsável por grande parte das decisões médicas e, portanto, a Abramed exerce um papel fundamental de reunir as instituições do setor para que, juntas e de forma multidisciplinar, pensem na aplicação de novas tecnologias como forma de otimizar os serviços e busquem novos modelos de colaboração que possam potencializar as atividades do setor.

Abramed em foco: O que a BP espera da Abramed?

Patrícia Holland: A BP espera que a Abramed amplie o corpo de associados para ter mais representatividade em todo o Brasil e que mantenha o olhar atento no que é convergente e divergente dentro do setor de Medicina Diagnóstica. Unir os associados amplia a visão dos desafios e ajuda a buscar soluções cada vez mais sustentáveis e oferecer serviços de excelência. Além disso, continuar promovendo fóruns de atualização e discussão geram incentivo para a melhoria da saúde no País.

Artigo: Inteligência artificial e inteligência médica juntas por um cenário de saúde melhor

Março de 2019

É natural que novidades despertem tanto curiosidade quanto receio. Quando pensamos na inteligência artificial sendo utilizada no setor de saúde, essa verdade torna-se ainda mais perceptível. Afinal, os profissionais de saúde devem sentir-se ameaçados ou auxiliados pela inteligência artificial?

Segundo dados do CB Insights, as centenas de startups de inteligência artificial que atuam no setor de saúde movimentaram US$ 4,3 bilhões desde 2013, tornando-se as mais ativas dentre todas as indústrias focadas nessa tecnologia. E saúde é um campo tentador para quem pretende desenvolver algoritmos inteligentes, capazes de prover ganhos de tempo, produtividade e qualidade.

Mas o primeiro ponto que deve ser salientado é que a inteligência artificial carece da inteligência médica para ser assertiva e, de fato, inteligente. A indústria precisa atuar em conjunto com médicos e profissionais de saúde capazes de avaliar, validar e ensinar os algoritmos, pois esses mecanismos podem gerar excelentes resultados desde que tenham sido treinados a seguir algumas regras que só podem ser traçadas por quem tem conhecimento da área de saúde.

Na medicina diagnóstica – que vivencia uma grande revolução por conta da inserção tecnológica –, a inteligência artificial precisa de médicos para apontar aos algoritmos o que deve ser identificado como anomalia em um exame de imagem. Atualmente, o Brasil já atua em pesquisas com inteligência artificial em diversas situações na área de saúde, como na detecção de pneumonias de forma automática, na avaliação da idade óssea e no reconhecimento de achados urgentes em exames de imagem. No setor de diagnósticos, a inteligência artificial já vem se consolidando como uma excelente parceira para as subdivisões de genômica, proteômica e radiologia.

Essa novidade só pode ser transformada em resultado de qualidade ao unir as principais características do ser humano, profissional de saúde, às da máquina, em um trabalho em conjunto e coordenado. Enquanto o homem é criativo, adaptativo e intuitivo, a inteligência artificial é consistente, objetiva e precisa. Características complementares, não excludentes.

Tanto que o Jobs at Risk, gráfico publicado recentemente pelo instituto My Foresight com base em dados de consultorias e auditorias globais, lista as profissões que estão mais ameaçadas pela inserção tecnológica e da inteligência artificial. Nela profissionais como enfermeiros, cientistas, dentistas e veterinários correm muito menos risco do que, por exemplo, policiais e secretárias. Isso ocorre pois no setor de saúde a inteligência artificial chega prioritariamente para somar, ao automatizar processos, promover ganhos de eficiência, reduzir as chances de erros e aumentar a qualidade.

Quando pensamos na inteligência artificial sendo utilizada para substituir a atividade do profissional de saúde, mais uma vez nos deparamos com uma vantagem. Hoje o mundo vive uma pandemia de burn out na classe médica. Ao assumir a presidência da WMA (Associação Médica Mundial), o doutor Leonid Eidelman abordou essa questão enfatizando sua relevância. Em seu discurso realizado em outubro de 2018, afirmou que metade dos médicos no mundo já apresentam sintomas de exaustão.

Entre diversos fatores que levam a esse esgotamento, estão especificamente as tarefas extremamente burocráticas que devem ser executadas pelo corpo clínico e a informatização que, a cada dia, exige que esses profissionais passem mais e mais horas em frente aos computadores. Informações da AllScripts divulgadas pela Health IT & CIO Report afirmam que os profissionais de medicina passam metade de seus dias inserindo dados em prontuários eletrônicos e conduzindo trabalhos administrativos, reduzindo o contato com os pacientes a apenas 27% de sua rotina diária.

Essa retirada do profissional de sua atividade-fim causa falta de motivação, com consequências diversas. É nesse momento que vemos mais uma vantagem do investimento em inteligência artificial, pois profissionais esgotados e imersos em uma pandemia de burn out podem ser auxiliados por essa tecnologia para reduzir a carga administrativa, permitindo que se dediquem com mais ênfase às suas atividades relacionadas a medicina, diagnóstico e interação com colegas médicos e pacientes.

Ainda pensando na inteligência artificial em parceria com a inteligência médica, mais uma vantagem pode ser apontada, principalmente no longo prazo. A OMS (Organização Mundial de Saúde) alerta que haverá escassez de cerca de 18 milhões de profissionais de saúde até 2030. Aliado a isso, o envelhecimento populacional, a inversão da pirâmide etária, a mudança epidemiológica que aumenta a prevalência de doenças crônicas e o aumento da expectativa de vida nos levarão à necessidade a cada dia maior de profissionais para cuidar dessa população. A inteligência artificial tem papel relevante, novamente, para otimização desse atendimento, ao fornecer algoritmos inteligentes que auxiliam na obtenção de diagnósticos mais precisos, na tomada de decisões, na análise de big data e na elaboração de planos de tratamento mais efetivos.

Enquanto muitos profissionais estão ansiosos e receosos, vários outros estão trabalhando para adaptar-se a essa realidade, pois a inteligência artificial na saúde deixou de ser o futuro e passou a ser o presente. Aliada à inteligência médica e às atividades humanas que não serão passíveis de substituição por máquinas, como relacionamento interpessoal, empatia e acolhimento, a união do homem com a máquina tem todo o potencial para tornar o cenário de saúde cada vez melhor.

*Gustavo Meirelles é gestor médico de radiologia, estratégia e inovação no Grupo Fleury e membro da Câmara de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed

Abramed realiza 1º Bootcamp de Jornalismo em Saúde

Direcionado a jornalistas do setor, evento será nesta sexta-feira de forma gratuita; objetivo é promover a troca de experiências e conhecimento em medicina diagnóstica e saúde

Março de 2019

Jornalistas do setor de saúde terão a oportunidade de participar gratuitamente do 1º Bootcamp Abramed de Jornalismo. O evento, que será realizado na sede da Abramed nesta sexta-feira, 15 de março, promoverá a troca de experiências e conhecimentos em medicina diagnóstica e saúde.

Durante toda a manhã especialistas do setor dividirão com os participantes seus conhecimentos em comunicação abordando, por exemplo, a responsabilidade da medicina diagnóstica para equilíbrio econômico do sistema de saúde; desperdício e subutilização; inovação e tendências do mercado.

Cláudia Cohn, presidente do Conselho da Abramed, e Priscilla Franklim Martins, diretora executiva da Associação farão a abertura e as boas-vindas. Na sequência, William Malfatti, diretor do Comitê de Comunicação Abramed, fará a introdução do curso que se estende por toda a manhã. Conrado Cavalcanti, vice-presidente do Conselho da Associação fará a apresentação final falando sobre as tendências do setor.

Confira, abaixo, a programação completa:

8h30: Welcome coffee – Priscilla Franklim Martins, diretora executiva da Abramed

9h: Abertura – Claudia Cohn, presidente do Conselho Abramed | Dasa

9h10: Introdução – William Malfatti, diretor do Comitê de Comunicação Abramed | Grupo Fleury

9h20: A importância do bom relacionamento dos formadores de opinião com stakeholders de saúde – Patrícia Holland, superintendente executiva | SADT – Beneficência Portuguesa

9h30: O impacto e interação do diagnóstico no apoio à conduta médica – Lídia Abdalla, Conselho Deliberativo Abramed | Sabin Medicina Diagnóstica

9h50: A responsabilidade da Medicina Diagnóstica para o equilíbrio econômico do sistema de saúde – Leandro Figueira, Conselho Deliberativo Abramed | Alliar Médicos à Frente; Eliezer Silva, Conselho Deliberativo Abramed | Hospital Israelita Albert Einstein

10h10: Medicina Diagnóstica: desperdício e subutilização, mitos & verdades – Wilson Shcolnik, diretor da Câmara Técnica Abramed | Presidente SBPC/ML | Grupo Fleury

10h50: Inovação em diagnósticos e benefícios aos pacientes – Emerson Gasparetto, vice-presidente médico Dasa; Gustavo Meirelles, gestor médico em Radiologia com ênfase em Estratégia e Inovação | Grupo Fleury

11h30: Tendências do setor – Conrado Cavalcanti, vice-presidente do Conselho Abramed | Hospital Sírio Libanês

12h: Encerramento e almoço de relacionamento

Mulheres com mais de 64 anos são maioria em exames diagnósticos

Painel Abramed mostra que em um universo de 29 milhões de atendimentos, mulheres representaram 67% do total de pacientes que realizaram exames diagnósticos em 2017

Março de 2019

O envelhecimento da população combinado com o empoderamento do paciente fez com que a demanda por exames diagnósticos aumentasse no Brasil. Estima-se que, em 2017, tenham sido realizados 2 bilhões de exames no País, sendo o SUS (Sistema Único de Saúde) responsável por 1,2 bilhão, e a Saúde Suplementar, por 816,9 milhões.

As mulheres compõem a maioria dos pacientes atendidos em todas as faixas etárias. Em um universo de 29 milhões de atendimentos, elas representaram 67% do total de pacientes que realizaram exames diagnósticos em 2017. Além de maior cuidado com a saúde, o resultado revela uma rotina de acompanhamento e prevenção da saúde feminina. Dos exames periódicos, a mamografia teve crescimento de 5% e a ressonância magnética 10,8%.

A principal faixa etária atendida foi de mulheres entre 40 a 64 anos, cuja participação foi de 37%. No entanto, as pacientes com idade superior a 64 anos foram as que se destacaram no levantamento (78%).

Os dados fazem parte de levantamento na base de empresas filiadas a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica). Em 2017, os exames laboratoriais realizados pelas empresas da Abramed representavam 50,2% do total realizado no período e nos exames de imagem, que é de 17%.

Impacto da internet

Os exames são responsáveis por mais de 70% das decisões médicas. Realizar exames, portanto, é primordial para um diagnóstico certo. O levantamento da Abramed aponta um crescimento acelerado do número de acessos pela internet, com taxa média anual de 23% no período entre 2015 e 2017. Do total, 14,3 milhões de laudos não foram retirados em 2017, ou seja, 3,5% dos exames realizados.

De acordo com a Abramed, é importante desmistificar uma falsa verdade amplamente disseminada, inclusive por órgãos do Governo Federal. “O desperdício alardeado por lideranças da saúde, que apontam que cerca de 30% dos exames não são retirados pelos pacientes, é incabível”.

O mercado de Medicina Diagnóstica no Brasil gerou uma receita bruta de aproximadamente R$ 35,4 bilhões em 2017. Com mais de 23 mil estabelecimentos que realizam procedimentos de diagnose, laboratorial, imagem e outros; o setor é responsável por 241.931 empregos formais. As empresas da Abramed representam 50,2% dos exames na Saúde Suplementar e 21% no total do País.

Além da importância econômica da Medicina Diagnóstica tanto como geradora de renda e emprego como impulsionadora da inovação tecnológica, os dados provenientes deste setor são responsáveis por mais de 70% das decisões médicas.