Pandemia de COVID-19 movimenta mercado de biologia molecular

Confira a entrevista com Guilherme Ambar, CEO da Seegene Brazil, sobre as mudanças que vêm ocorrendo na medicina diagnóstica

26 de agosto de 2020

Até que o SARS-CoV-2 chegasse ao Brasil, o país não tinha uma ampla atuação no ramo de biologia molecular, área que estuda o ponto de vista molecular dos organismos e atua, inclusive, com DNA e RNA gerando resultados diagnósticos muito precisos. Porém, com a popularização dos testes RT-PCR para detecção da COVID-19, o tema vem ganhando espaço e a população passa a entender que biologia molecular não está restrita ao diagnóstico de doenças complexas.

Em entrevista exclusiva para a Abramed em Foco, Guilherme Ambar, CEO da Seegene Brazil, marca focada no mercado de diagnóstico in vitro, fala sobre como a crise do novo coronavírus vem promovendo mudanças nesse cenário e sobre como a empresa atua para a popularização dessas técnicas, reconhecidas por sua assertividade.

Com altos investimentos em desenvolvimento de tecnologia em sua sede na Coreia do Sul, a Seegene detém mais de 160 patentes que prometem tornar o diagnóstico molecular mais acessível. No Brasil, está mudando suas instalações de Belo Horizonte (MG) para o interior de São Paulo a fim de melhorar sua cadeia logística. Além disso, promove investimentos diversos para permitir que mais brasileiros possam realizar exames de alta confiabilidade.

Confira a entrevista completa.

Abramed em Foco – Qual é, hoje, o cenário da biologia molecular no Brasil?

Guilherme Ambar – Por aqui, biologia molecular ainda é uma técnica bastante cara, pois nosso país nunca investiu, de fato, nesse segmento. Como a demanda sempre foi pequena, não houve uma redução de custos significativa ao longo do tempo e somente os grandes laboratórios implementavam essa técnica. Antes de estourar a pandemia de COVID-19, apenas poucos laboratórios realizavam esses exames no país. Quando o coronavírus chegou ao Brasil, com a crescente demanda de testes moleculares RT-PCR, que são apontados como o padrão ouro para diagnóstico da infecção, faltou estrutura para a realização de tantos testes simultâneos. E enfrentamos o primeiro grande gargalo. Com base nisso, outros laboratórios passaram a visar a biologia molecular. Neste ano a Seegene Brazil já deu suporte para que oito laboratórios menores investissem em suas próprias estruturas, deixando de terceirizar esses exames.

Abramed em Foco – Podemos nos comparar a outros países?

Guilherme Ambar – É difícil comparar. Somos um continente perto de países da Europa. Analisar de que forma nações como Alemanha, Espanha e Itália lidam com a biologia molecular, e trazer essa percepção para nossa realidade não é simples. Um equipamento que, no exterior, custa 20 mil dólares, por exemplo, aqui no Brasil custa 200 mil reais. Um robô que custa 80 mil dólares, aqui passa de 1 milhão de reais. É uma discrepância muito grande que faz com que fora do nosso país, mesmo um laboratório pequeno tenha condições de investir, já aqui é mais complicado. E isso tudo ocorre por não termos fabricação interna, o que nos torna dependente das importações. Estamos sempre amarrados ao mercado externo.

Isso faz com que a Seegene tenha, na Itália, mais de 200 plataformas espalhadas e, no Brasil, hoje, pouco mais de 20. Com a entrada de novos players no mercado e o fomento do desenvolvimento de produtos nacionais, o mercado brasileiro tem muito a ganhar pois o potencial é imenso.

Abramed em Foco – A pandemia de COVID-19 promoveu mudanças nesse cenário?

Guilherme Ambar – Acreditamos que no período pós-pandemia o diagnóstico molecular vai estar muito mais presente, já que mais laboratórios brasileiros estarão capacitados a realizar esses testes. Além disso, há uma popularização, pois devido ao novo coronavírus e a relevância que o diagnóstico tomou diante da pandemia, todos já sabem e entendem o que é um RT-PCR. E isso acaba incentivando o mercado, visto que a pressão popular ajuda a difundir a técnica.

Abramed em Foco – Havia uma percepção equivocada de que biologia molecular eram exames apenas para doenças mais raras ou complexas?

Guilherme Ambar – Existem diversas aplicações para a biologia molecular e ela não está, de forma alguma, atrelada apenas à alta complexidade. Temos desde painéis oncológicos que medem 328 mutações relacionadas à câncer; até painéis para testes de infecções por vírus respiratórios super comuns como a influenza e a H1N1.

Importante ressaltar que a biologia molecular pode ser utilizada para detecção de inúmeras doenças que hoje são identificadas por tentativa e erro, acelerando o diagnóstico e tornando-o muito mais assertivo. Para um paciente que busca atendimento e tem uma infecção respiratória, por exemplo, temos um painel capaz de identificar 26 vírus do sistema respiratório. Sabendo exatamente qual o agente causador, o tratamento será muito mais eficiente. É garantia de melhor qualidade de vida desse paciente e de maior sustentabilidade para os sistemas de saúde.

Abramed em Foco – Como a pandemia de COVID-19 tem impactado os negócios da Seegene?

Guilherme Ambar – Fomos uma das primeiras empresas a disponibilizar no mercado brasileiro kits para diagnóstico de COVID-19 e a Seegene cresceu muito nos últimos meses. Tanto que devido a esse aumento de operação estamos consolidando nossa mudança de Belo Horizonte (MG) para o interior de São Paulo, pois estar perto do aeroporto de Viracopos, em Campinas, nos dá maior controle logístico. Agora, como sabemos que o Brasil não tem, por prática, utilizar a biologia molecular para o diagnóstico, temos um plano de negócios focado em ganhar esse mercado, oferecendo essa opção mais assertiva.

E nossa ideia é prosseguir com a abordagem que iniciamos na pandemia de intensificar o nosso suporte para que os pequenos laboratórios, descentralizados e que atuam no interior do país, possam ter suas próprias plataformas. Tudo isso aumenta o acesso dos pacientes à biologia molecular e aumenta a demanda para todos.

Além disso, ampliamos nossa gama de produtos e nos próximos dois anos vamos começar a construir uma planta fabril em Sorocaba (SP) para atender tanto ao mercado local quanto à América Latina. Nos tornaremos o ponto focal dos negócios de toda a América Latina.

Abramed em Foco – E como a parceria com a Abramed, que acaba de completar 10 anos no mercado de medicina diagnóstica, contribui com a atuação da Seegene no nosso país?

Guilherme Ambar – A parceria com a Abramed foi crucial. Éramos uma empresa com seis meses de existência lutando para se estabelecer nesse mercado e ter esse contato com a Associação nos aproximou de grandes players do setor. Sem a Abramed, demoraríamos muito mais tempo para conseguir nos firmar.

Além disso, os eventos que a Abramed realiza são excelentes para mostrar à comunidade médica as novidades que estão surgindo. E nosso segmento, de biologia molecular, é muito veloz, tornando difícil para os médicos acompanharem todas as evoluções. Então vemos que para os associados da Abramed essa nossa parceria também é relevante para que eles consigam visualizar o que já está disponível no mercado.

Na pandemia, comunicação e transparência são características fundamentais da gestão positiva de pessoas

Segundo encontro do evento Abramed #DiálogosDigitais tratou das inúmeras mudanças nos recursos humanos durante e após a crise de COVID-19

25 de agosto de 2020

Conversando sobre a gestão de pessoas na retomada das atividades econômicas, o segundo episódio da série #DiálogosDigitais, projeto promovido pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), tratou das mudanças corporativas que foram impulsionadas pela pandemia de COVID-19 e de como essas mudanças impactarão o futuro dos recursos humanos no país.

O debate virtual foi realizado na noite de 24 de agosto e contou com a participação de Lidia Abdalla, CEO do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica; Milva Gois dos Santos Pagano, presidente-executiva da Associação Brasileira dos Profissionais de RH (ABPRH); e Tommaso Montemurno, country manager da Bracco Imaging do Brasil. Desta vez a moderação foi de Daniela Bernardo, membro do Comitê de Recursos Humanos da Abramed e sócia trabalhista da Machado Nunes.

Multinacional italiana, porém com grandes operações nos Estados Unidos e na China, a Bracco trouxe uma experiência muito enriquecedora ao debate por ter vivenciado de perto o começo da pandemia do novo coronavírus. “Foi na China que desenvolvemos nossos protocolos, políticas e abordagens para a crise, que depois foram implementadas nos outros países”, comentou Montemurno. Segundo o executivo, adaptações foram necessárias de acordo com o cenário de cada filial.

No Brasil, por exemplo, Montemurno comentou que o deslocamento dos colaboradores precisou ser modificado. “Tivemos que nos adaptar. Em alguns lugares, a política de RH indicava o uso dos meios de transporte públicos. No Brasil montamos um sistema de transporte particular para evitar que os funcionários ficassem expostos”, declarou.

Falando sobre a experiência do Sabin, que tem 5.400 colaboradores em todo o Brasil, Lidia Abdalla enfatizou como a construção de uma relação de confiança entre a empresa e os funcionários foi fundamental para que a companhia pudesse vencer os inúmeros obstáculos que surgiram em um cenário em que os times estavam inseguros.

“Tomamos um enorme cuidado para que não faltassem equipamentos de proteção individual. E realmente não faltou, em nenhum momento. Mesmo pagando mais caro, conseguimos manter essa aquisição extremamente importante para proteção dos nossos colaboradores”, pontuou. Segundo a executiva, 70% da força de trabalho do Sabin está na linha de frente, no atendimento, o que impossibilita o home office. Aliás, para Lidia, o trabalho remoto não será abraçado em sua integralidade pela rede de laboratórios. A presidente acredita que a integração, o contato próximo entre os pares, e a proximidade criada pelo trabalho presencial são indispensáveis ao crescimento, aprendizado e evolução das equipes.

Essa preocupação da empresa com os colaboradores também fez com que a companhia ampliasse seu serviço de atenção primária. Desde o começo da pandemia, colaboradores e familiares dos colaboradores tiveram acesso 24h, por meio de teleatendimento, a profissionais de saúde para consultas e dúvidas. E esse atendimento foi ampliado à saúde mental, visto que a companhia incluiu psicólogos e terapeutas ocupacionais no rol de serviços prestados ao seu público interno. “O suporte emocional tem sido um dos grandes desafios da crise”, disse Lidia.

Tomar atitudes e promover ações de nada adianta se a comunicação não for eficiente. Para Daniela Bernardo, que moderava o debate, um diálogo transparente é indispensável. “Esse é um momento sem precedentes e precisamos de uma comunicação saudável com os colaboradores. Podemos ter erros e acertos, e a comunicação é que fará a diferença”, disse ao convidar Milva Pagano, da ABPHR, para o diálogo.

A executiva à frente da Associação Brasileira dos Profissionais de RH foi direta ao mencionar que nesses momentos de crise torna-se ainda mais visível a necessidade de as empresas colocarem a preocupação com seu corpo de trabalho acima de todas as outras preocupações. Relembrando que empresas são formadas por pessoas e que os negócios dependem desses profissionais, Milva falou sobre como é importante que haja uma coerência entre os anseios pessoais e corporativos.

“Quando você tem na equipe pessoas com propósito pessoal alinhado com o propósito empresarial, tudo flui melhor. E esse alinhamento só é possível quando há preocupação genuína com o ser humano”, pontuou. A executiva ainda complementou que a comunicação é muito importante, mas que “comunicação sem empatia e sensibilidade não vale de nada”.

Essa empatia também se faz presente quando a empresa consegue olhar para cada funcionário de forma individual, entendendo suas particularidades para auxiliá-lo da melhor forma. “As pessoas lidam de forma diferente com as situações”, disse Milva.

Complementando esse raciocínio, Montemurno mencionou que uma das dicas mais valiosas que recebeu das equipes internacionais da Bracco foi a de entender a situação particular de cada membro da equipe. Segundo o executivo, não pensar na diversidade gera muitos problemas. “Uma parte da nossa força de trabalho, direcionada às vendas, foi uma das mais abaladas. As pessoas estavam acostumadas a ficar o tempo inteiro na rua, visitando clientes, e de repente se viram em casa”, exemplificou. Para atingir todos os públicos, a Bracco desenvolveu treinamentos diversos que abordavam desde as ferramentas para o melhor desempenho do trabalho remoto até aulas comportamentais e cursos com foco no emocional.

Lídia também comentou sobre a necessidade de enxergar colaborador por colaborador. “Temos líderes que se cobram de forma diferente, então criamos ações diferenciadas para cada liderança”, esclareceu.

Quanto à testagem dos colaboradores, a executiva que comanda o Sabin explicou qual foi o protocolo adotado pela empresa: foco no rastreamento. Segundo Lidia, a qualquer sinal de sintomas gripais, o colaborador é imediatamente afastado e testado por meio do RT-PCR, exame de diagnóstico para COVID-19 apontado como padrão ouro pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Com o resultado positivo, cerca de cinco dias depois todos os profissionais da área em que o colaborador estava infectado também são testados, mesmo que estejam assintomáticos. “Adotamos esse protocolo que nos dá segurança pois conseguimos controlar a disseminação de casos dentro da empresa”, esclareceu.

Priscilla Franklim Martins, diretora-executiva da Abramed, foi a responsável pela abertura e pelo encerramento do encontro. Na ocasião, trouxe aos participantes uma pergunta enviada por Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da entidade, que estava participando da plateia virtual. Shcolnik questionou os participantes qual a maior dificuldade enfrentada e como ela foi solucionada.

Para Lídia Abdalla, a maior dificuldade foi incorporar a necessidade de tomar decisões muito rapidamente e implementar mudanças de forma ágil, entrave solucionado pela criação de um comitê de crise no início da pandemia; Milva Pagano acredita que a falta de informações sobre o público interno interferiu negativamente na agilidade das medidas por parte das companhias, e que isso só pode ser solucionado com o entendimento sobre o perfil populacional e uma boa gestão da saúde; e Tommaso Montemurno disse que lidar com o desespero inicial pela falta de contato próximo com os clientes foi uma barreira que, no final das contas, foi superada de forma mais simples do que imaginavam, visto que ferramentas tecnológicas possibilitam que mesmo com o isolamento social, o contato com os parceiros fosse próximo.

O segundo episódio do Diálogos Digitais está disponível na íntegra no canal do YouTube da Abramed. Clique AQUI para assistir. A próxima edição está marcada para dia 8 de setembro e falará do cuidado à distância, enfatizando a era da telessaúde. Fique atento às redes sociais da Abramed para se inscrever. Os interessados inscritos ganham três meses de assinatura premium no Canal Meio, tendo acesso diário à um resumo relevante de notícias.

Poder360 destaca números da Abramed sobre o impacto da Reforma Tributária na medicina diagnóstica

O Poder360 publicou, no dia 19 de agosto, matéria sobre os impactos da reforma na carga tributária das empresas de serviços. Segundo o veículo, a carga de impostos vai aumentar para 20% das 8,99 milhões de empresas do setor de serviços com a criação da CBS (Contribuição Sobre Bens e Serviços), proposta pelo governo federal.

O jornal destacou dados do estudo elaborado pela Abramed sobre o impacto da reforma no setor de medicina diagnóstica e para o atendimento assistencial. O principal deles está em um possível aumento de até 40,4% na carga tributária de laboratórios e clínicas de imagem.

Leia a matéria na integra: https://bityli.com/8Vwzr

União da Saúde e Educação por uma Reforma Tributária justa é destaque no Valor Econômico

O Valor Econômico publicou matéria, no dia 20 de agosto, sobre a união entre os setores privados de educação e saúde para tentar barrar o projeto de reforma tributária proposta pelo governo federal. Os setores se juntaram na luta por mudanças fiscais justas e que não inviabilizem a atuação da esfera privada, indispensável para o atendimento da demanda brasileira.

O texto evidencia que ambos os setores pagam hoje 3,65% de PIS e Cofins e, com a mudança, teriam que desembolsar 12% da receita em Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), o novo imposto do governo.

Fabio Cunha, diretor do comitê jurídico da Abramed, foi uma das fontes entrevistadas para a matéria e disse “Os nossos setores são de mão de obra, não podemos importar professores e técnicos de saúde da China como faz a indústria com seus insumos”.

Confira a matéria completa em: https://bit.ly/34m3y8y

Aumento de 40% nos custos de exames: Veja publica dados da Abramed sobre impacto da Reforma Tributária no setor

O jornalista Thomas Traumann publicou na Veja, no dia 19 de agosto, matéria sobre os impactos da proposta da reforma tributária, enviada pelo governo ao Congresso Nacional, nas empresas do setor de serviços. O texto destaca dados de estudo elaborado pela Abramed que prevê aumento de até 40% nos custos de exames, índice que certamente será repassado pelos planos de saúde.

Leia o texto completo: https://bityli.com/f67dd

Papel do diagnóstico na jornada de volta ao trabalho é debatido em evento on-line

Abramed participa de painel virtual Valor em Saúde

13 de agosto de 2020

A saúde corporativa, a questão assistencial, exames de sorologia e análises clínicas e até outras infecções respiratórias (além das causadas pela COVID-19) estiveram entre os assuntos abordados pelos especialistas que participaram da mesa redonda digital “O Papel do Diagnóstico na jornada de volta ao trabalho” tema do Valor em Saúde, evento on-line organizado pela TMJobs na última quarta-feira, dia 12 de agosto.

Moderador do painel, o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Wilson Shcolnik, destacou quão complementares foram as apresentações dos quatro participantes: o médico Marco Antonio Cyrillo, da diretoria da Sociedade Brasileira de Infectologia; a infectologista Nancy Bellei, professora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp); Leonardo Piovesan, que gerencia o programa de saúde integral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; e o diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Rodrigo Rodrigues Aguiar.

“Essa pandemia atingiu nosso país e provocou mudanças em toda a sociedade”, afirmou  Shcolnik, que diante da informação divulgada pelo diretor da ANS de que a agência deliberaria, no dia seguinte ao talk show, a incorporação dos exames sorológicos na testagem da COVID-19, questionou os debatedores sobre a eficácia desse tipo de teste independentemente da fase de contaminação ou imunização que cada paciente se encontra.

Marco Antonio Cyrillo lembrou que a COVID-19 é muito nova e que, por enquanto, estão sendo utilizados modelos epidemiológicos que partem de versões anteriores do coronavírus. “É muito importante conhecer epidemiologia, conhecer as medidas realmente eficientes e seguramente diminuir o contágio utilizando medidas não farmacológicas porque os estudos são muito conflitantes. Várias sociedades têm se manifestado, inclusive a Sociedade Brasileira de Infectologia, com relação a tratamentos terapêuticos ou profiláticos que não tem respaldo da literatura e não existam em estudos bem desenhados”, disse ele, que é diretor do hospital IGESP, destacando por conta disso a importância dos testes sorológicos para a diminuição da quantidade de novos casos de Covid-19.

Já a apresentação da infectologista da Unifesp Nancy Bellei abordou justamente os vários tipos de exames aplicados para testar os pacientes, bem como as cargas virais e as fases de contágio, considerando os diferentes sintomas apresentados pelos infectados, e ainda que há pacientes assintomáticos. Ela também explicou sobre vacinação e citou que a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, da Inglaterra, já começou a ser testada em profissionais da Unifesp.

Wilson Shcolnik perguntou também a respeito das mudanças demandadas na rotina de trabalho de agências reguladoras e órgãos governamentais, como a ANS, bem como os desafios enfrentados pelos serviços de saúde como o programa de saúde integral do hospital Oswaldo cruz. “Foi preciso cuidar de seus colaboradores, médicos, enfermeiros, auxiliares, uma gama de profissionais que atuam dentro do hospital e também os pacientes que procuram o hospital”, disse ele.

De acordo com Leonardo Piovesan, muitos dos atendimentos do Oswaldo Cruz migraram para a plataforma de telemedicina e foi aplicada testagens em larga escala entres os colaboradores. “Facilitou porque já tínhamos mapeados os colaboradores de grupo risco e também uma plataforma de telemedicina”, disse ele, explicando que o hospital alemão ofereceu um serviço de consultoria empresarial no qual infectologistas fazem o mapeamento de layouts de escritórios, orientam os médicos do trabalhos sobre as testagens para o coronavírus mais adequadas a cada caso e ainda ministram palestras aos colaboradores para evitar o contágio da COVID-19.

Menos de 30 dias antes de deixar a sua posição na ANS, Rodrigo Rodrigues Aguiar, aproveitou a oportunidade, a pedido de Shcolnik, para avaliar o trabalho da agência nos últimos anos. “Mesmo não sendo capaz de responder se temos um setor melhor do que tínhamos há três anos, que tenhamos deixado a semente ai que possa germinar para melhor o setor de saúde suplementar”, afirmou, destacando os projetos de melhoria do modelo de atenção primária, bem como a construção nacional de indicadores de hospitais que ficarão prontos no final de 2020.

Folha de S.Paulo entrevista presidente da Abramed sobre cobertura obrigatória de exames sorológicos para COVID-19 por planos de saúde

Cobertura obrigatória de exames sorológicos para COVID-19 por planos de saúde é destaque na edição impressa do jornal Folha de S.Paulo do sábado 15/8. A determinação foi feita pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) durante a última semana.

O presidente do Conselho de Administração, Wilson Shcolnik, foi uma das fontes entrevistadas para a matéria e disse ver “muita vantagem para os usuários” nessa resolução.

Shcolnik vê com especial entusiasmo o acesso aos exames laboratoriais, com controle de qualidade e validação, pelos usuários de planos de saúde, diminuindo o risco imposto com os testes rápidos comercializados sem validação.

Leia a matéria completa em: https://bit.ly/3h6MHtU

Presidente da Abramed fala à CNN Brasil sobre a resolução que determina que planos de saúde devem cobrir os testes sorológicos para COVID-19

O presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, concedeu entrevista à CNN Brasil sobre a resolução da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) que determina que planos de saúde devem cobrir os testes sorológicos para COVID-19.

“A resolução da ANS foi muito prudente. A Agência ouviu especialistas e recomendações, que nós concordamos, sobre a necessidade do exame ser realizado sob prescrição médica após o 8ª dia do aparecimento dos sintomas ou em casos que a pessoa teve contato com alguém infectado”, disse ao veículo.

Em conversa com o canal de televisão, Shcolnik também destacou o papel desses exames no combate à pandemia e esclareceu dúvidas sobre as diferenças dos tipos de testes utilizados para a detecção da doença. Confira a entrevista completa em: https://bit.ly/abramednamídia_cnnbrasil

Primeiro episódio da série Abramed Diálogos Digitais fala de retomada econômica e os impactos na saúde

Evento digital recebeu executivos do Grupo Fleury, Hospital Sírio-Libanês e XP Investimentos

11 de agosto de 2020

Em um momento de tantos desafios, fica ainda mais clara a importância do diálogo aberto e da troca de experiências. Neste contexto, nasce o projeto #DiálogosDigitais, uma série de eventos digitais, promovido pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), para dialogar sobre os mais variados temas que afetam a cadeia da saúde. O primeiro episódio da série recebeu, na noite de 11 de agosto, lideranças da saúde e especialistas para tratar da retomada econômica na nova realidade.

Com as incertezas que permeiam o cenário nacional abalado pela pandemia de COVID-19, como gestores, médicos e economistas encaram os desafios que estão pela frente? Moderado por Priscilla Franklim Martins, diretora-executiva da Abramed, o diálogo contou com a participação de Carlos Alberto Marinelli, CEO do Grupo Fleury; Paulo Chapchap, diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês; e Rachel de Sá, economista da XP Investimentos.

Logo após a confirmação do primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no Brasil, a crise começou a se instalar. Com a paralisação de algumas atividades, sendo mantidos apenas os serviços essenciais, a economia começou a enxergar que os desafios seriam enormes. Ainda dentro dessa perspectiva, hospitais, laboratórios e clínicas de imagem viram sua movimentação entrar em vertiginosa queda com a suspensão de atendimentos eletivos, visto que a prioridade do país era identificar e tratar pessoas acometidas pela COVID-19.

Diante de tantas incertezas – estávamos frente a uma doença nova em uma situação difícil de ser compreendida em tão pouco tempo – o conhecimento foi evoluindo tanto na área da saúde quanto na economia. É o que explica Rachel de Sá. “No começo, a maior parte dos economistas do mundo entendiam que vivíamos uma crise de oferta. Porém, depois da compreensão de que o grande problema do novo coronavírus não era a letalidade, mas sim a disseminação muito rápida que ameaçava os sistemas de saúde, entramos em isolamento social e a economia mundial parou. Começamos, então, a avaliar que a COVID-19 era uma crise da economia real, que trazia tanto problemas de oferta quanto de demanda”, disse.

Para os serviços de saúde, a crise também se instalou. Apontando que a incerteza é o maior desafio de todos nesse momento, Carlos Marinelli, falando sob a ótica do Grupo Fleury, traçou um panorama das atividades da rede ao longo dos últimos meses enfatizando que os resultados da companhia mostram que o segundo trimestre de 2020 foi, de fato, muito desafiador.

Lembrando de cenários internacionais como o de Nova Iorque, nos Estados Unidos, que acusou aumento de 800% no número de mortes nas residências por doenças cardíacas ocasionadas principalmente pelo receio das pessoas buscarem atendimento médico e, assim, serem contaminadas com a COVID-19 nos equipamentos de saúde, Marinelli avaliou o segundo semestre. “Cuidados de saúde são prioritários e chega uma hora que a pessoa precisa ir ao médico, precisa fazer seus exames. Quando projetamos 2020, pensamos que uma segunda onda de infecções pelo novo coronavírus não seja o cenário mais provável, visto que infelizmente não tivemos um controle tão efetivo da pandemia”, pontuou. “A gente não teve um colapso do sistema de saúde, o que foi muito positivo. Mas isso não quer dizer que controlamos a pandemia da melhor maneira”, completou.

Ao falar sobre a contenção do patógeno na sociedade, o executivo declara que todos estão a cada dia aprendendo mais sobre a doença e sobre como os serviços devem se comportar em um país continental como o Brasil, onde os surtos chegaram em tempos e com intensidades diferentes. “Trabalhamos com pesquisadores da USP e da Unifesp para entender a prevalência de COVID-19 na cidade de São Paulo e o que vemos é uma divergência muito grande em função do nível de renda, visto que em regiões mais pobres já vemos soro prevalência batendo 23%”, apontou. Segundo Marinelli, quando a porcentagem de pessoas que já tiveram contato com o vírus chega a esse patamar, começamos a observar características de imunidade de rebanho. “E é isso que reforça nossa percepção de que não necessariamente teremos uma segunda onda”, disse.

Trazendo dados sobre como o Hospital Sírio-Libanês foi impactado pelo alto número de casos de COVID-19 de março até hoje, Paulo Chapchap fez uma análise de como a pandemia provocou uma mudança na saúde geral da população, mesmo naqueles indivíduos que não se contaminaram com o novo coronavírus. “Começamos a ver internações de pacientes muito mais graves. Tanto de COVID-19 quanto de quem não tinha COVID-19”, disse. O executivo no comando do hospital acredita que nos próximos meses assistiremos o número de exames de diagnóstico voltar a 90% do que era realizado na pré-pandemia.

Papel da testagem – Priscilla provocou os participantes a falarem sobre o papel do diagnóstico nesse cenário. “Sabemos quão importante é a testagem para que a retomada realmente ocorra e que temos testes cada dia mais confiáveis. Temos ciência de que o exame molecular RT-PCR é o padrão ouro para diagnóstico da COVID-19, mas vemos que os testes sorológicos estão a cada dia mais assertivos. Como está esse cenário hoje?”, questionou.

Sem deixar de reforçar que a melhor estratégia para o combate de uma pandemia infecciosa como a COVID-19 é testar, isolar e rastrear, Marinelli falou sobre o teste sorológico como um excelente caminho para empresas que estão retornando às atividades. “Muitas pessoas contaminadas não têm nenhum sintoma característico. O RT-PCR identifica a fase aguda da doença. Vamos, então, testar essas pessoas o tempo todo para identificar o patógeno? Nesse caso, testar pela sorologia é mais vantajoso. Caso o paciente apresente IgM alto, sabemos que está no período mais crítico da doença. Se tiver alto o IgG, é porque já teve contato e o corpo dele já se manifestou, mesmo que não tenha tido sintomas e complicações”, explicou.

Comportamento do cidadão – Chapchap aproveitou a oportunidade para enfatizar que vivemos uma crise onde o cidadão tem papel fundamental. “Uma infecção de transmissão respiratória como a COVID-19 é a situação em que o paciente é mais responsável pelo que acontece com ele. A gente sabe evitar essa doença e nessa pandemia somos responsáveis pela nossa saúde e pela saúde de todos que vamos encontrar”, declarou.

Para Marinelli, com o passar dos meses o conhecimento se multiplicou, mas não adianta compreender melhor a doença se o comportamento não se adéqua aos cenários. “Todos sabemos que temos que usar máscara. Não deveríamos nem estar saindo, mas se já estamos podendo sair, vamos usar a máscara”, enfatizou.

Previsão para 2021 – Para Rachel, a resposta brasileira em termos de política pública foi muito positiva. Em sua análise, a economista declarou que o Brasil, no comparativo com países emergentes da América Latina, é um dos que menos assistirá a quedas econômicas. “Os gastos desse ano estão precificados e justificados. A grande preocupação está no próximo ano”, disse ao mencionar que o que levou o país para a crise que se instalou antes da chegada da COVID-19 foi um cenário similar ao que está sendo traçado agora, onde após políticas econômicas acertadas as políticas contracíclicas permaneceram somadas à estratégia fiscal de estímulo à demanda sem que fosse necessário. “O grande problema era a oferta”, completou.

Para Chapchap, o caminho é único: “Se o Brasil se comportar do ponto de vista fiscal, ano que vem não teremos um problema tão grande para lidar”.

Em termos de saúde, Marinelli se preocupa em não perdermos tudo o que conquistamos em prevenção. Relembrando que muitas pessoas deixaram de fazer suas consultas, exames e cirurgias por medo da contaminação, mas, também, pela paralisação das atividades (muitos serviços públicos cancelaram os atendimentos eletivos), falou sobre a adaptação das instituições para separar os pacientes garantindo segurança nos atendimentos.

“Posso garantir que os locais hoje estão seguros, com fluxos completamente separados. O conhecimento vai nos ajudar a não perder ganhos significativos que tivemos. Além disso, parcimônia e equilíbrio são fatores críticos para retornarmos à nossa normalidade sem desperdiçar a grande evolução que conquistamos com as campanhas de prevenção em saúde que investimos há anos no nosso país”, disse.

Legado da pandemia – Para encerrar o debate, Priscilla trouxe uma pergunta do presidente do Conselho de Administração, Wilson Shcolnik, que questionou aos palestrantes os dois principais pontos de aprendizado que eles acreditam que ficarão para a história.

Rachel, da XP Investimentos, apontou a adesão tecnológica que fez com que as empresas conseguissem bons resultados mesmo diante da crise e a lição de que a responsabilidade fiscal não deve ser um fim, mas um meio para obtenção de respostas em momentos desafiadores; Paulo Chapchap mencionou a compreensão sobre as benesses da ciência de dados gerando informações que baseiam a tomada de decisões, além de que equipes bem treinadas e um bom ambiente de trabalho são fatores fundamentais para o enfrentamento; e Carlos Marinelli enfatizou que estabelecer uma cultura empresarial forte, aprender a fazer mais com menos, foi um dos aprendizados, assim como a percepção de que a tecnologia em saúde é real e pode contribuir de forma grandiosa para os atendimentos e a qualidade de vida de todos.

O bate-papo está disponível no canal do YouTube da Abramed (clique AQUI para assistir). O próximo debate do projeto Diálogos Digitais também tratará da nova realidade após a crise de COVID-19, porém enfocando a gestão de pessoas. Siga a Associação nas redes sociais (Instagram, Facebook e LinkedIn) e fique por dentro.

Transparência e compliance são pilares para gestão de crises

Organizações precisam ser resilientes e manter o gerenciamento de riscos ativo para superar a pandemia de COVID-19

10 de agosto de 2020

A pandemia do novo coronavírus fez com que muitas organizações corressem para ativar ou elaborar um plano de gestão de crises. A continuidade dos negócios ganhou prioridade, assim como garantir a segurança dos colaboradores, colocando-os em home office, desde que o trabalho permitisse este modelo de atuação. Ações sociais e doações ganharam força, assim como o aumento do uso da tecnologia e dos meios virtuais, e a necessidade de buscar novos fornecedores para garantir a sequência das operações.

Superar essas adversidades em meio a tão grave crise de saúde pública, mantendo a transparência, o cumprimento da legislação e os princípios das organizações, é um desafio, mas, também, deve ser o pilar de sustentação para as empresas. “Nesse cenário, é preciso ser resiliente e usar a crise para o crescimento. As diligências de compliance, a ética e as boas práticas de governança tornaram-se essenciais para evitar desvios, fraudes ou possíveis casos de corrupção”, explica Tairyne Claudino, consultora de Gestão de Riscos e Compliance do Grupo Fleury e membro do Comitê de Governança, Ética e Compliance (GEC) da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).   

Muitas instituições precisaram adotar novas rotinas e processos, mas que não estão formalizados nas políticas corporativas, nem foram atualizadas à nova realidade de trabalho remoto, como o uso intensivo de ferramentas de conferência, acesso remoto de redes corporativas e afins. Tampouco os colaboradores estavam preparados para transformar suas residências em seus postos de trabalho, o que dificulta o alinhamento às expectativas da empresa e às orientações corporativas.

Dessa maneira, segundo Tairyne, a governança e o compliance não podem, nem devem deixar de ser prioridades nas organizações. “A crise deve sim ser uma oportunidade para reavaliarmos as rotinas e procedimentos das empresas. Mas não podemos permitir que se transforme esse momento em uma crise de integridade ou de fragilidade à transparência”, afirma.

Ela lembra que em tempos de pandemia a saúde foi altamente demandada pelos setores público e privado, com solicitações de doações de testes, serviços de diagnóstico, materiais e equipamentos, para apoio no combate ao novo coronavírus. Por isso, são tão importantes os controles e a correta diligência reputacional da organização que irá receber a doação.

Tairyne orienta que deve ser avaliado se há histórico de corrupção e improbidade, de má gestão ou desvio de recursos, envolvimento de pessoas politicamente expostas ou conexões com políticos e partidos, pois um processo mal conduzido pode trazer sérias consequências para a empresa e seus executivos. “A corrupção continua sendo crime e a boa intenção não é suficiente para justificar a falta dos devidos cuidados ou desconhecimento dos executivos”, garante.

Nesse caso, é fundamental seguir todos os trâmites e ritos legais necessários, ter uma política de doações e segui-la, formalizar o processo em contrato, declaração ou termo, realizar a prévia de due diligence e mitigar os riscos advindos de potenciais conflitos de interesses. Outra etapa importante é de ser transparente e dar visibilidade às ações. Auditar e acompanhar a utilização da doação feita também são necessários. Vale pedir fotos, vídeos ou mesmo realizar uma auditoria independente.

Da mesma forma, a gestão de terceiros merece atenção, tais como parceiros de negócio, intermediários e fornecedores. Seja no âmbito público, ou privado, há um cenário diferente em razão da pandemia, o que tem exigido maior flexibilidade e busca rápida por opções. “É nesse relaxamento que podem acontecer as fraudes, muitas vezes associadas a desvios de recursos e superfaturamento”, alerta a consultora de Gestão de Riscos e Compliance do Grupo Fleury.

Mitigando impactos

Como as organizações foram atingidas de formas diferentes durante a pandemia, Tairyne orienta que neste momento a ativação de planos de contingência bem estruturados e atualizados se tornou uma necessidade para a mitigação de impactos nas operações. Como exemplo, cita os impactos logísticos, indisponibilidade de insumos, ativação de trabalho remoto pelos colaboradores, indisponibilidade de infraestrutura de tecnologia da informação (TI), etc.

Muitas empresas já possuem planos de contingência, geralmente implementando-os imediatamente em caso de grandes emergências. Mas se a instituição não dispuser de tais planos, ela deve fazer uma avaliação imediata e abrangente de todos os riscos, incluindo questões com funcionários, terceiros, governo, demais públicos externos e toda a sua cadeia logística. “Seguir um passo a passo claro e objetivo para o gerenciamento de crises é importante para que a tarefa não se torne mais uma preocupação ou um gatilho que desencadeie novos incidentes ou problemas institucionais”, argumenta Tairyne.

Estabelecer um mecanismo positivo de comunicação de informações para funcionários, clientes e fornecedores, e criar documentos de comunicação padronizados também são importantes. O gerenciamento de informações e serviços aos clientes evitam a visão negativa decorrente de negligência ou inconsistência.

Outro risco potencializado às organizações apontado pela consultora de Gestão de Riscos e Compliance trata-se da gestão de dados para garantir segurança e confidencialidade de informações.

Com a necessidade imediata de liberação das redes corporativas para realização de trabalho remoto e o uso de meios digitais para acesso à informação e contato com as outras pessoas, os aspectos relacionados à segurança de informação se tornaram ainda mais relevantes durante a pandemia.

Tairyne lembra que mesmo diante da possibilidade de prorrogação da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), com a medida provisória  n.º 959/2020, para maio 2021, ainda  em discussão, é imprescindível que as empresas se adéquem e tornem o critério de segurança da informação e proteção de dados como prioridade. 

Além disso, é necessário que as instituições implementem um processo de monitoramento da infraestrutura de Segurança da Informação e procedimentos para orientação dos colaboradores que acessam a rede corporativa de suas casas, visando aprimoramento das barreiras de segurança, protegendo assim suas informações. “A privacidade de dados permite enfrentar imprevistos e mudanças com mais tranquilidade, além de garantir melhor competitividade e diferenciação das organizações”, afirma Tairyne Claudino.