Número de exames e positividade de covid-19 continuam a cair, segundo Abramed

De 14 a 20 de janeiro, o número de exames caiu 22,5% em relação à semana anterior; enquanto a positividade teve decréscimo de 1,1 ponto percentual

Dados reunidos pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), cujos associados respondem por cerca de 60% de todos os exames realizados pela saúde suplementar no país, revelam que o número de exames de covid-19 realizados e a taxa de positividade vêm caindo a cada semana.

De 14 a 20 de janeiro de 2023, foram realizados 13.548 exames, com 14,5% de positividade, contra 17.502 na semana anterior, de 7 a 13 de janeiro, com 15,6% positivos. A diferença no número de exames foi de 22,5%; em relação à positividade, registrou-se apenas 1,1 ponto percentual de decréscimo.

Nas últimas seis semanas, o maior valor, tanto de exames realizados quanto de positividade, foi registrado de 10 a 16 de dezembro de 2022, quando os laboratórios associados à Abramed realizaram 37.948 exames, com 34,9% de positividade. Em comparação com a semana atual, representa uma queda de 64,2% na quantidade de exames e de 20,4 pontos percentuais em positividade.

A Abramed lembra que vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenir doenças infecciosas e é de extrema importância, pois não apenas protege a pessoa vacinada, mas também a comunidade como um todo. Além disso, a vacinação evita complicações graves e mortes relacionadas às doenças imunizadas.

A medicina diagnóstica ajuda a identificar as doenças infecciosas em uma fase precoce, o que permite que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível e evita o agravamento da doença. Além disso, também é usada para determinar se uma pessoa está realmente infectada com uma determinada doença, o que é importante para a tomada de decisão sobre a vacinação. Isso é fundamental quando se trata de doenças infecciosas que podem ser transmitidas de pessoa para pessoa, como a covid-19.

Publicado em: 16/1/2023

Teste pode antecipar em 15 anos o diagnóstico da Doença de Alzheimer

Solução inovadora possui alto nível de automação, qualidade e segurança para levar resultados mais rápidos e precisos aos pacientes

Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2021, cerca de 1,2 milhão de brasileiros apresentavam alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados a cada ano. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões e, segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, os números poderão alcançar 74,7 milhões em 2030 e 139 milhões de pessoas em 2050, devido ao envelhecimento da população e a quatro fatores de risco associados à Doença de Alzheimer (DA), como: tabagismo, obesidade, altos níveis de glicose no sangue e escolaridade. 

Com mais de duas décadas de pesquisa científica sobre DA, a Roche Diagnóstica vem trabalhando em testes com biomarcadores inovadores para resolver questões clínicas e detectar a patologia em seus estágios iniciais, contribuindo para interromper sua progressão e, assim, preservar o que torna as pessoas quem elas são. “Trazemos para o mercado os testes IVD, em amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR), que aumentam a precisão do diagnóstico e a confiança do médico”, explica Sandra Sampaio, diretora de Marketing da Roche.

Os critérios clínicos atuais para o diagnóstico da DA requerem que o paciente apresente algum grau de demência, sendo feito, na maioria das vezes, pela exclusão de outras patologias. Nesse sentido, a tecnologia da Roche é capaz de avaliar a dosagem de proteínas no líquor que possuem associação com a Doença de Alzheimer. A dosagem dessas proteínas, também conhecidas como biomarcadores TAU e beta-amiloide, permitem o diagnóstico e são detectáveis na fase de Comprometimento Cognitivo Leve (CCL). Acúmulo de beta-amiloide e tau são as principais características patológicas do Alzheimer e podem surgir 15 anos antes do início dos sintomas.

Outro benefício do teste é a automação, algo muito relevante tanto para os laboratórios quanto para o paciente. Com ele, é possível simplificar o processo de execução, além de excluir interferentes por ser um sistema fechado de diagnóstico. Dessa forma, o laboratório passa a ter uma maior padronização, levando a resultados de alta precisão para os pacientes e, também, de uma forma mais rápida. Os testes Elecsys® CSF para DA (biomarcadores Aβ-42, tTAU e pTAU) da Roche Diagnóstica já estão aprovados pela Anvisa e podem ser prescritos por geriatras, psiquiatras e neurologistas, por exemplo. 

Publicado em 24/1/2023

Perspectivas da medicina diagnóstica para 2023: oportunidades e desafios

Por Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed

Os avanços tecnológicos, o aumento do envelhecimento populacional, e a crescente preocupação com a saúde e o bem-estar tendem a impulsionar o setor de medicina diagnóstica no Brasil e no mundo. Entre os desafios a serem superados, podemos considerar a existência de infraestrutura, recursos tecnológicos e humanos capacitados para lidar com o contínuo aumento da demanda. Também deverá ser solucionado o acesso a exames laboratoriais e de imagem, que têm trazido avanços proporcionando o cuidado personalizado, gerando economia para o sistema de saúde e benefícios diretos aos pacientes.

Serão necessários investimentos para dotar os serviços com equipamentos que disponham de tecnologias mais avançadas, e a expansão, verificada para novos mercados na prestação de serviços de saúde, exigirá novos aprendizados.

Não podemos esquecer que para conviver com essa nova realidade é preciso uma mudança de cultura. O conhecimento médico avança e já há exames preditivos disponíveis, levando as pessoas a compreender a importância de cuidar de sua saúde antes que as doenças ocorram, em vez de aguardar o aparecimento de sintomas e até que elas sejam diagnosticadas.

Entre os novos exames podemos citar a biópsia líquida, um exame de sangue que possibilita detecção de câncer, testes genéticos para identificar predisposição a certas doenças hereditárias e os exames moleculares que possibilitam reclassificar doenças conhecidas, possibilitando indicação precisa de tratamentos. Equipamentos de diagnóstico por imagem modernos, que introduziram várias formas de imagem funcional e molecular já podem ser operados à distância e integrados com inteligência artificial, possibilitando a identificação de lesões e tumores cada vez menores.

Em 2023, esperamos ver um aumento na utilização de tecnologias de inteligência artificial (IA) em todas as áreas da medicina diagnóstica, o que pode trazer benefícios significativos para os pacientes, como aumento da precisão e rapidez dos diagnósticos. No entanto, também devemos estar atentos aos desafios potenciais da IA, como a necessidade de supervisão e regulamentação adequada para garantir a precisão dos resultados e a segurança dos pacientes.

A telessaúde também tem se tornado cada vez mais popular, permitindo que os pacientes tenham acesso a cuidados de saúde, o que amplia o acesso das pessoas a exames de diagnóstico, principalmente em áreas remotas. Outra tendência é o crescimento da medicina personalizada, que se baseia no uso de dados genéticos e outros marcadores para personalizar o tratamento e os diagnósticos para cada paciente individualmente. Isso pode levar a melhores desfechos e reduzidos efeitos colaterais.

Também é preciso estarmos cientes dos desafios financeiros e de infraestrutura necessária atrelados a essas tecnologias avançadas. É importante que os profissionais de saúde estejam capacitados para lidar com elas e sejam capazes de interpretar e utilizá-las de maneira eficaz para beneficiar os pacientes.

A demonstração de valor que cada exame pode trazer para atividade médica será cada vez mais necessária. Já é tema há muitos anos a necessidade de mudança da forma de pagamento fee-for-service para uma abordagem baseada em valor, Value Based Healthcare (VBH), em que o pagamento é feito de acordo com o valor dos serviços de saúde entregues aos pacientes e ao sistema de saúde, levando em conta a qualidade e a aplicação prática dos resultados reportados, não apenas o volume de procedimentos realizados.

Isso exige que a medicina diagnóstica demonstre seu valor e o impacto na saúde dos pacientes, e que os provedores de serviços trabalhem juntos com outras especialidades médicas para fornecer cuidados integrados e coordenados.

Também é tendência a crescente estruturação de ecossistemas integrados de saúde que incluam serviços de medicina diagnóstica. Esses ecossistemas são projetados para fornecer uma abordagem holística, permitindo que os pacientes tenham acesso a uma ampla variedade de serviços médicos e de saúde, num mesmo ambiente, seja corporativo ou empresarial.

No âmbito regulatório, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou sua agenda 2023, incluindo tópicos que deverão ser discutidos pela Abramed neste ano. Entre eles, as diretrizes para organização do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e a descentralização das ações de inspeção e fiscalização sanitárias, regulamentação da análise prévia de dispositivos médicos para diagnóstico in vitro e Regulamento Técnico para o Funcionamento de Provedores de Ensaios de Proficiência para Serviços que executam Exames de Análises Clínicas. Vale lembrar que a nossa entidade sempre atua em estreita colaboração com autoridades regulatórias para ajudar no desenvolvimento do setor de diagnóstico no país.

Vale mencionar, ainda, a disseminação da cultura ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), sigla em inglês para ambiental, social e governança corporativa. Organizações mais maduras na adoção de estratégias nesse contexto podem direcionar e apoiar as que estão ingressando. Exatamente enxergando a relevância e poder do compartilhamento de conteúdo e de melhores práticas, que a Abramed estruturou, em 2022, o Comitê ESG, com o desafio de desmitificar a relação que o tema possui com práticas exclusivamente voltadas às questões ambientais, trazendo a discussão para o contexto da área da saúde.

Como mencionado anteriormente, o setor está vivendo um intenso processo de transformação digital e de inovação com foco na ampliação do acesso à saúde. A medicina diagnóstica contribui diretamente para a crescente do ecossistema empresarial e pode contribuir com outros objetivos de desenvolvimento sustentável que abrangem as temáticas voltadas ao crescimento econômico e emprego; padrões de produção e consumo sustentáveis, e as medidas para combater a mudança do clima dinâmica econômica e social do país e tem também uma responsabilidade grande na redução e neutralização dos impactos das suas atividades no planeta.

Muitos laboratórios associados à Abramed já trilham o caminho da sustentabilidade, outros estão iniciando. A pauta ESG tem enorme potencial para o segmento, mas ainda há, sim, muito a evoluir. É necessário provocar uma mudança no mindset dos líderes.

Estamos cientes das oportunidades e dos desafios que a medicina diagnóstica enfrentará neste ano e comprometidos a trabalhar com nossos associados e parceiros para abordar esses desafios e aproveitar as oportunidades de melhoria do segmento. Continuaremos a promover a educação, a pesquisa, a ética e a transparência em colaboração com outras Entidades e autoridades sanitárias.

Contem sempre conosco!

Roche é a mais nova parceira institucional da Abramed

Sandra Sampaio, diretora de estratégia e marketing da Roche, fala sobre as contribuições da empresa para o setor de medicina diagnóstica

Fundado em 1896, na Suíça, o Grupo Roche hoje está presente em mais de 100 países, entre eles o Brasil, operando mundialmente em duas divisões: a Farmacêutica e a Diagnóstica. Seu objetivo é inovar para transformar os cuidados com a saúde e melhorar a vida dos pacientes ao redor do mundo por meio da inovação.

A empresa é a mais nova parceira institucional da Abramed, chegando para contribuir para o desenvolvimento do setor de diagnósticos através de soluções inovadoras que colaboram para a sustentabilidade da cadeia de saúde e a ampliação do acesso da população a exames precisos e rápidos.

Nesta entrevista exclusiva, Sandra Sampaio, diretora de estratégia e marketing da Roche, fala sobre as perspectivas para 2023, soluções digitais, otimização de processos, o papel da indústria, a participação da marca no mercado brasileiro e ações de ESG.

Abramed em Foco – Quais são as perspectivas da companhia para 2023? Há potencial para crescimento? Quais são as prioridades de negócios?

Sandra Sampaio – Nosso ponto de partida é sempre de fora para dentro, ou seja, do paciente para a Roche. E, quando olhamos para fora, vemos alguns aspectos do mercado que indicam potencial de crescimento em 2023. Por exemplo, mesmo a pandemia já estando num momento mais calmo, ainda existe represamento de procedimentos, principalmente na saúde suplementar. Também há muita movimentação no mercado de saúde em relação à consolidação, verticalização e formação de ecossistemas. Sem falar no avanço da saúde digital, que vem ajudando no maior acesso da população à atenção primária. Apesar desses potenciais, sabemos que ainda existem os desafios inerentes.

Em relação a prioridades, podemos citar três que consolidam bem o nosso objetivo: uma delas é continuar aumentando o acesso de maneira sustentável, principalmente fortalecendo as parcerias já estabelecidas e criando novas. A segunda é intensificar o processo de levar ao mercado de saúde mais soluções digitais, que ajudam a ampliar o acesso. Pensando nisso, contamos com um portfólio abrangente e estamos preparando mais inovações para 2023, fruto da dedicação à pesquisa e desenvolvimento. A terceira prioridade é fortalecer a experiência do cliente por meio da expansão de nossos serviços, oferecendo soluções digitais que garantem mais agilidade.

Abramed em Foco – Como tecnologia e qualidade fazem a diferença no mercado?

Sandra Sampaio – As empresas que atuam no setor sabem que 70% das decisões clínicas são tomadas com base em diagnóstico. E, quando se fala em diagnóstico, a qualidade não pode ser opção, ela é fundamental. Pensando pela perspectiva do paciente, estamos falando em qualidade de vida, algo de que não podemos abrir mão. Pelo ponto de vista da instituição de saúde, qualidade significa diagnóstico mais preciso, num tempo menor. Para essas organizações, qualidade é sinônimo de reputação. E, quando se alia qualidade com tecnologia, para garantir que o diagnóstico seja entregue corretamente no tempo certo, assegura-se também o crescimento sustentável das instituições.

Abramed em Foco – A pandemia de covid-19 trouxe uma necessidade emergencial de otimizar os processos de diagnóstico a fim de expor o paciente ao menor risco possível. Quais são os caminhos para que se consiga tornar os exames mais eficazes?

Sandra Sampaio – O primeiro caminho é escolher um teste que realmente possua a qualidade necessária para prover o diagnóstico com precisão e acurácia, que vai garantir melhor resultado e melhor direcionamento do paciente. No entanto, é importante lembrar que além do teste, há outros fatores na tomada de decisão. Precisamos aliar o teste de alta qualidade ao uso correto de protocolos específicos, provendo o conhecimento necessário para os profissionais que vão fazer uso dele. E aqui vejo outro caminho muito importante, mas que ainda está muito numa fase inicial: como dar mais apoio à decisão médica. É preciso garantir o emprego de protocolos que façam sentido para a enfermidade, como o correto uso do teste, e aliar isso ao poder de uma solução digital para permitir que o médico tome a melhor decisão. Só para tornar-se um pouco mais concreto, podemos citar a patologia digital, que por meio do scanner digital e softwares de rastreabilidade provêm a informação de maneira mais abrangente, com alta qualidade e rápida para o profissional da saúde. Na ponta, esse profissional também pode se valer de algoritmos que usam de inteligência artificial e vários outros componentes para enviar ao médico algumas possibilidades que vão tornar a decisão mais rápida e melhor. Assim, o teste acaba sendo mais eficaz.

Abramed em Foco – Qual é o papel da indústria na ampliação de acesso da população a exames de qualidade e na implementação de ações que promovam melhorias aos processos já estabelecidos?

Sandra Sampaio – A indústria é responsável por trazer inovações. A Roche é uma das empresas que mais investem em pesquisa e desenvolvimento, top 10 entre as indústrias de todos os setores. Em diagnóstico, é a número um em investimento em pesquisa e desenvolvimento, pois consegue trazer com velocidade e frequência muito grande mais tecnologia e soluções para ampliar o acesso da população a exames. Cito novamente a patologia digital, que permite às instituições oferecer um serviço de medicina diagnóstica para além das paredes do laboratório, pois o teste pode ser realizado remotamente, utilizando uma lâmina que será escaneada e avaliada por um profissional e oferecendo apoio à decisão com auxílio dos algoritmos. Mas vai muito além de anatomia patológica. Um exemplo bem recente é o lançamento do sistema cobas 5800, um instrumento que faz testes moleculares utilizando PCR como metodologia. O menu inclui desde diagnóstico de HIV e hepatites até testes voltados para a saúde da mulher, como HPV e clamídia. O que quero dizer é que precisamos garantir que instituições de saúde, laboratórios e hospitais, independentemente de seu tamanho, também tenham condições de realizar testes mais especializados, que usem diferentes tecnologias. Com esse lançamento, estamos levando para laboratórios médios e pequenos a possibilidade de realizar testes com a mesma qualidade que hoje um laboratório de grande porte é capaz de oferecer. Essa também é uma forma de proporcionar acesso.

Outro exemplo é que a Roche está trazendo para o mercado brasileiro o teste para Alzheimer, enfermidade com grande relevância, não só em escala nacional, mas também mundial. Temos, ainda, o teste para identificação de insuficiência cardíaca, que passou a ser aplicado para estratificação de risco de pacientes diabéticos. Isso significa que, a partir de agora, é possível, com o mesmo teste já usado para outra enfermidade, ampliar o acesso, mostrando para pacientes diabéticos qual nível de risco para determinada doença eles têm. Inovando e levando essa solução para o mercado, conseguimos mostrar com exemplos claros o papel da indústria. Também estamos trazendo um painel sindrômico que ajuda a fazer, de uma única vez, um diagnóstico mais preciso e rápido. Mais de 20% do nosso faturamento é direcionado para pesquisa e desenvolvimento. Por ser uma empresa familiar, temos um olhar muito forte para a sustentabilidade.

Gostaria de falar, ainda, sobre a importância do papel da indústria no ecossistema de saúde, que é muito complexo e precisa de integração. A Roche acredita que essa parceria precisa ser de valor e ajudar a levar acesso para beneficiar pacientes e clientes. Eu me questiono se a indústria é vista com o papel que ela realmente tem. Nossa cadeia de saúde é bem complexa, e a indústria está ali na ponta, provendo os insumos. A visão desse papel precisa passar por uma transformação, sair do âmbito de fornecedor para o de parceiro. O foco da Roche é no paciente, portanto, as parcerias que fazemos são sempre para beneficiá-lo e ajudar meu parceiro a beneficiar o cliente ou o parceiro dele.

Abramed em Foco – Como a empresa avalia a participação dela no mercado brasileiro?

Sandra Sampaio – A participação da Roche é muito positiva. A marca é líder no mercado diagnóstico no Brasil e globalmente. Aliando-se o altíssimo investimento para gerar mais soluções e inovações, isso nos traz mais perspectivas de ampliar ainda mais o acesso da população à saúde. “Doing now what patients need next” é o que nos representa, o olhar para o paciente. A empresa tem um propósito muito forte e inovação no seu “DNA”. Isso sem dúvida tem trazido mais resultados para o mercado de forma mais contundente. Por outro lado, olhando a falta de acesso da população brasileira à saúde, ainda há muito trabalho a fazer e estamos muito empenhados nessa missão.

Abramed em Foco – Para a Roche, é dever e responsabilidade zelar pela sustentabilidade nos negócios e no ecossistema de saúde, impulsionar o desenvolvimento de soluções que agreguem valor aos clientes e beneficiem cada vez mais pacientes. Como se dão as ações de ESG da companhia?

Sandra Sampaio – Para a Roche, não é um tema novo, a empresa tem um olhar muito especial para as boas práticas relacionadas aos fatores ambiental, social e governança corporativa em âmbito regional, nacional e global. Nossa responsabilidade social de reduzir o impacto ambiental pela metade é super ambicioso. Todos os colaboradores passam por treinamento para garantir o conhecimento e tudo que isso implica no dia a dia da instituição. A Roche é considerada, há mais de 10 anos, uma das empresas mais sustentáveis do planeta, segundo o índice de sustentabilidade da Dow Jones, o que nos orgulha muito e reforça nossas práticas de ESG. No Brasil, temos uma equipe local responsável por esse tema, abordando o cuidado às pessoas e a implementação das práticas, pois é importante que tenham conhecimento de sua responsabilidade dentro da responsabilidade da Roche. A empresa também atua com programas sociais em comunidades. ESG é e continuará sendo uma pauta dentro das nossas reuniões de liderança sênior.

Abramed em Foco – Como a Roche enxerga a atuação da Abramed na medicina diagnóstica? O que espera da entidade como parceira para melhoria do setor?

Sandra Sampaio – A Abramed representa a voz da medicina diagnóstica. Embora haja muitas oportunidades de ampliar os acessos, também há desafios; por exemplo, quando falamos de medicina preventiva, vemos que o investimento na área é muito baixo. O Brasil investe em torno de 9,4% do PIB em saúde, mas o investimento em diagnóstico representa 0,5% do montante, menos do que vários países, inclusive da América Latina. Isso mostra que o olhar para a medicina diagnóstica ainda é raso. Temos uma saúde muito reativa, que enfoca o tratamento e não a prevenção. A Abramed tem feito um trabalho que tende a se intensificar cada vez mais, elevando o valor do diagnóstico no nosso país. Seu papel é muito importante dentro de um desafio que é ainda maior.

Painel Abramed 2022 – O DNA do Diagnóstico trará comparativos entre sistemas de saúde de diferentes países e boas práticas de ESG

O documento passou a ser lançado no início do ano, para que as informações do ano anterior sejam fechadas e comparáveis

O Painel Abramed 2022 – O DNA do Diagnóstico, uma publicação da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), será lançado ainda no primeiro trimestre de 2023 e traz diversas novidades, reforçando sua relevância no mercado de saúde ao apresentar o panorama do setor de medicina diagnóstica no Brasil com responsabilidade, transparência e abrangência.

Lançado em 2018, o Painel tem um processo de concepção estruturado e, nesta edição, traz mudanças no formato de elaboração e lançamento, sendo o material divulgado para o mercado no início do ano, para que as informações de um ano inteiro sejam fechadas e comparáveis. Além disso, serão inseridas atualizações de dados de outros anos. “Essa primeira mudança permite contrastar dois anos cheios, 2021 e 2022, ficando mais fácil e atraente para os leitores”, explica Bruno Santos, coordenador de Inteligência de Mercado da Abramed.

Outra novidade é a construção de uma seção que compara o sistema de saúde do Brasil com o de outros países. Foram escolhidos cerca de 10 ou 12 nações para se fazer uma descrição detalhada de como funciona o sistema de saúde de cada um. Muitos pensam que nos Estados Unidos, por exemplo, não há sistema de proteção pública, mas, na verdade, cerca de 60% dos americanos dependem do sistema financiado pelo governo.

“A ideia é trazer essas informações para as pessoas entenderem como a situação no Brasil se compara à de outros países, especialmente no que diz respeito à produção assistencial e aos exames de imagem. A quantidade de exames de imagem feitos no Brasil é muito diferente da quantidade dos Estados Unidos, da Alemanha e da China? Qual é o resultado disso? Queremos mostrar como esses sistemas diferem e quais são os resultados disso”, explica Santos.

Para Ademar Paes Junior, membro do Conselho de Administração da Abramed, o material é uma rica fonte de pesquisa, conhecimento e informação. Ele destaca, justamente, a revisão dos sistemas de saúde, comparando o Brasil e o mundo.

“Isso é extremamente importante para entendermos que existe uma grande complexidade, não só no Brasil, mas também em outros países em relação ao funcionamento dos sistemas de saúde, para equilibrar os orçamentos públicos e privados”, explica. Assim como no Brasil, há na Inglaterra um sistema universal, mas na maioria existem sistemas complementares, com graus variados de participação da iniciativa privada e do governo, assim como diferentes modelos de orçamento e financiamento.

Em relação a essas comparações, Santos acrescenta que o modelo em si não embute grandes diferenças assistenciais, são outras condicionantes que impactam a saúde. “Os americanos têm um estilo de vida totalmente diferente do inglês, mostrando, então, que o comportamento importa muito mais do que o modelo de saúde”, expõe.

O Painel fornecerá um panorama para que as empresas do setor de medicina diagnóstica possam conhecer esses sistemas e se inspirar para desenvolver novos modelos usando a criatividade. “A inovação e a criatividade serão fundamentais para superar o momento de dificuldade que o sistema de saúde vive atualmente no Brasil, tanto em termos de financiamento, quanto de relacionamento de confiança entre as partes envolvidas”, complementa Paes Junior. Segundo ele, as negociações ficam direcionadas, basicamente, a reajustes, sendo que é necessário propor novos modelos: o grande desafio para o setor.

Panorama geral

O mais importante referente à edição 2022 do Painel são os dados setoriais, pois as associadas realizam aproximadamente 70% dos exames de medicina diagnóstica do setor privado brasileiro. Vale lembrar que a Abramed inclui empresas de todos os portes, as quais atuam com laboratórios clínicos, serviços de patologia, serviços de análise de líquor, radiologia e diagnóstico por imagem.

O panorama de dados setoriais permite definir parâmetros de comparação entre medicina diagnóstica privada e pública. “Inclusive, há uma grande oportunidade nesse ponto para o setor privado contribuir para a melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS), eventualmente até pensando em parcerias público-privadas, levando o que é feito na medicina diagnóstica privada para o SUS”, acrescenta Paes Junior.

De acordo com ele, é crucial trabalhar para que as empresas brasileiras tenham um setor de medicina diagnóstica saudável, a fim de prosperar e oferecer aos usuários brasileiros o que há de melhor no mundo. Mas, isso só será possível, se houver um ambiente adequado e equilibrado, que é justamente uma das missões da Abramed.

“O nosso papel é criar um espaço saudável para que essas companhias possam se desenvolver e garantir que os pacientes em todo o país, estejam eles em São Paulo, Florianópolis, Recife, Belém ou Brasília, tenham a segurança de que estão recebendo atendimento semelhante ao que encontrariam nas melhores clínicas e hospitais do mundo, como Berlim, Nova York, Paris ou Tóquio”, expõe Paes Junior.

Para facilitar a coleta e manter os dados atualizados constantemente, a Abramed vem construindo sistemas de pesquisa e coleta de dados automatizados, organizados em dashboards, utilizando inteligência artificial do tipo NLP (Natural Language Processing), além de dashboards inteligentes.

Sustentabilidade

Outra novidade nesta edição é o capítulo dedicado ao tema ESG – Governança ambiental, social e corporativa (do inglês Environmental, social, and corporate Governance), com ações adotadas pelas associadas e indicadores que possam guiar todo o setor a seguir essas práticas fundamentais com foco em meio ambiente, social e governança. “Assim, continuamos a melhorar cada vez mais nosso setor, a exemplo de outros que já têm avançado no tema”, acrescenta Paes Junior.

A inclusão desse capítulo no Painel mostra que o setor está preocupado com essas questões e demonstra para as empresas associadas e para o mercado como um todo que é importante medir e implementar essas medidas. Além disso, a inclusão também serve como uma forma de divulgar o que já está sendo feito no setor e mostrar o que ainda precisa ser feito.

“O Painel Abramed é uma ferramenta essencial para o setor de saúde como um todo, pois permite que as empresas se inspirem em líderes do setor, identifiquem seu posicionamento atual no mercado, verifiquem se suas estratégias de produtos e serviços estão alinhadas às tendências do segmento e planejem seu futuro com base em tendências emergentes”, finaliza Paes Junior.

Número de exames de covid-19 realizados na primeira semana de janeiro tem queda de 20,5%

De 26 de novembro de 2022 a 6 de janeiro de 2023, tanto o número de exames quanto de positividade foram diminuindo.

Na semana de 31 de dezembro de 2022 a 6 de janeiro de 2023, foram realizados na saúde suplementar 20.379 exames de covid-19, com 21,9% de positividade, segundo dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Na semana anterior, de 24 a 30 de dezembro de 2022, o total de exames foi de 25.621, com 27,1% de positividade. O resultado mostra queda de cerca de 20,5% no número de exames e de 5,2 pontos percentuais em positividade.

Comparando com o ano anterior, foram realizados 244.135 exames na primeira semana de janeiro de 2022, com 35,13% positivos. Em número de exames, a queda foi de mais de 91% em relação à primeira semana de janeiro de 2023, e de 13,2 pontos percentuais em positividade.

De 26 de novembro de 2022 até 6 de janeiro de 2023, tanto o número de exames quanto de positividade foram diminuindo gradativamente. Por exemplo, a positividade, que era de 39,6%, foi caindo para 38%, 34,9%, 32,6%, 27,1% até chegar em 21,9%.

No acumulado do ano de 2022, os associados à Abramed realizaram 4.440.811 exames de covid-19, com 35,7% de positividade. Outubro foi o mês que registrou menor número de exames realizados: 76.195, enquanto setembro registrou a menor taxa de positividade: 4%. Já os maiores índices do ano foram no mês de janeiro, com 1.210.169 exames e 49,7% de positividade.

Mesmo depois de muitos meses de pandemia, os casos de COVID-19 continuam a ocorrer. Um dos principais motivos é a falta de vacinação suficiente na população. Enquanto não houver uma imunidade coletiva suficiente, a doença poderá continuar a se espalhar.

A Abramed reforça que a vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenir doenças infecciosas e sua importância é inestimável. Ela protege não apenas a pessoa vacinada, mas também a comunidade como um todo. Além disso, a vacinação evita complicações graves e mortes relacionadas às doenças imunizadas. É importante vacinar-se regularmente de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde.

Também vale ressaltar que os exames de diagnóstico são fundamentais para identificar doenças e determinar o tratamento adequado. Eles permitem que os médicos confirmem ou descartem a suspeita de uma doença, determinem sua extensão e acompanhem a evolução do tratamento. Os exames de diagnóstico também são importantes para a prevenção e detecção precoce de doenças, o que pode aumentar significativamente as chances de cura e evitar complicações graves.