Abramed apresentou o cenário da medicina diagnóstica em evento da Frente Parlamentar em Brasília

Na reunião com parlamentares e lideranças da saúde, também foi destacada a 5ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico

A Abramed participou de reunião da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), no dia 7 de novembro, em Brasília. No encontro, a entidade apresentou o “Cenário do setor de Medicina Diagnóstica – Desafios e Oportunidades”, com base nos dados do 5º Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, além de discutir “Desafios e perspectivas do Setor da Saúde”, junto a parlamentares e outras lideranças da área da Saúde.

Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, salientou a relevância da medicina diagnóstica para a sustentabilidade do sistema de saúde e mencionou o reconhecimento da importância dos exames pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que publicou em 19 de outubro deste ano a quarta lista dos exames laboratoriais essenciais, recomendando aos governos dos países membros a oferta em nível nacional.

Apresentando dados do 5º Painel Abramed, Shcolnik mostrou que o segmento tem experimentado um crescimento significativo nos últimos anos, impulsionado por fatores como aumento populacional, envelhecimento da população, crescente preocupação com saúde e bem-estar, além do avanço tecnológico. 

No entanto, segundo informações da publicação, as despesas com saúde no país atingiram entre R$ 912 bilhões e R$ 951 bilhões em 2022, com um aumento real de cerca de 10% em relação a 2019. Este aumento foi impulsionado pelo crescimento do setor de medicina diagnóstica, que representou menos de 20% das despesas totais com saúde.

Shcolnik também abordou os desafios do setor, começando pelo no-show, que acontece quando o paciente agenda exames, mas não comparece. No caso específico de exames de imagem, o índice chegou a 25% em 2022, segundo dados do Painel. Essa prática prejudica a disponibilidade para outros pacientes, o que impacta diretamente no acesso aos serviços de saúde.

Outro desafio apontado foi o prazo médio de pagamento das operadoras aos prestadores de serviços. O Painel revela que em 2022 esse prazo chegou a 52 dias, tendo superado a marca de 70 dias no primeiro semestre de 2023. A longa espera por pagamentos afeta significativamente os fluxos de caixa das empresas, gerando repercussões em toda a cadeia, impactando a qualidade e a continuidade dos serviços prestados.

Shcolnik também citou a questão das glosas, ou seja, os exames realizados e não remunerados pelas operadoras de saúde. Alguns desses casos apresentam justificativas plausíveis, enquanto outros carecem de razões fundamentadas. Esse fenômeno atingiu 5% em 2022, de acordo com o Painel, representando um impacto significativo no sistema, uma vez que afeta diretamente a receita dos prestadores de serviços. Isso pode prejudicar a capacidade de investimento, o pagamento de salários e a expansão de serviços de diagnóstico de alta qualidade.

Há também a questão dos laudos não acessados. Shcolnik salientou que o número real de laudos não acessados é substancialmente inferior aos valores frequentemente divulgados pela mídia como desperdício. Em 2022, por exemplo, esse índice foi de 3,8% para exames laboratoriais e 9% para exames de imagem, segundo dados do Painel. Ele destacou que o acesso online aos laudos está em crescimento constante, e a fonte mais precisa para informações são os próprios laboratórios, não a mídia ou as operadoras de saúde. 

Shcolnik reforçou que a Abramed trabalha para a adequada utilização dos recursos da cadeia da saúde, considerando que a entidade é o elo que atua no diagnóstico e na prevenção, o que reduz o desperdício. Vale lembrar que os resultados de exames laboratoriais apoiam cerca de 70% das decisões médicas. Segundo ele, a busca pela responsabilidade na utilização de recursos é prioridade da Abramed, contribuindo significativamente para a eficiência da cadeia da saúde.

Por fim, o presidente do Conselho de Administração da entidade citou a falta de interoperabilidade no sistema de saúde brasileiro, que dificulta o compartilhamento eficiente de dados entre diferentes pontos de atenção à saúde. Além disso, segundo o executivo, a integração de todos os stakeholders no setor é crucial para garantir a sustentabilidade do sistema.

Uma solução para lidar com esses desafios, conforme destacou Shcolnik, é o uso da inteligência artificial (IA), que, na medicina diagnóstica, colabora para diagnósticos mais rápidos e precisos. Essa tecnologia não apenas aprimora a qualidade dos cuidados de saúde, mas também desempenha um papel crucial em toda a cadeia de saúde. Isso porque permite a análise eficiente de grandes conjuntos de dados, como imagens médicas e registros clínicos, identificando padrões complexos que podem passar despercebidos pela detecção humana. 

Debate

Após a apresentação do Painel, Shcolnik participou do debate sobre os “Desafios e perspectivas do Setor da Saúde”, juntamente com Bruno Sobral, diretor-executivo da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) e Giovanni Cerri, presidente do Instituto Coalizão Saúde (ICOS), sob a moderação do deputado federal Dr. Zacharias Calil, coordenador-estadual da FPE do Goiás.

Calil defendeu a desburocratização do setor da medicina diagnóstica para fomentar o empreendedorismo. “É preciso simplificar os trâmites para permitir que os empreendedores entrem no setor”, disse.

Giovanni Cerri, por sua vez, ressaltou a necessidade do uso das tecnologias. “O empreendedorismo pode melhorar o acesso para a medicina diagnóstica, reduzindo as desigualdades através das tecnologias, da telemedicina, até por meio da inteligência artificial”, expôs.

Cerri afirmou, ainda, que o Brasil precisa deixar de ser dependente de meios externos para suprir a própria demanda. “Na pandemia, nós vimos o quanto o país é dependente de equipamento, isso tem que mudar”, destacou.

De forma geral, os participantes salientaram que a medicina diagnóstica é crucial para o Brasil e que tecnologias podem transformar o acesso à saúde e reduzir desigualdades.
Na ocasião, a Abramed entregou a 5ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, publicação recém-lançada e que traz uma visão aprofundada do setor de diagnóstico no Brasil, podendo fornecer insights a empreendedores para identificar oportunidades, inovar tecnologicamente, estabelecer parcerias estratégicas e garantir conformidade regulatória. Investidores podem utilizar essas informações para decisões financeiras informadas, impulsionando o crescimento e a criação de valor no mercado.

Inteligência artificial e 5G pautaram a participação da Abramed no Global Summit APM 2023

Cesar Nomura, VP do Conselho de Administração da entidade, falou sobre “Conectividade na saúde e seus impactos na Medicina Diagnóstica”

A interseção entre conectividade e métodos de diagnóstico no contexto atual da tecnologia é fortemente impulsionada pela inteligência artificial (IA). Ela é empregada na análise de grandes conjuntos de dados clínicos, imagens médicas e informações genéticas, auxiliando os profissionais na identificação precoce de doenças, tomada de decisões mais informadas e personalização de tratamentos.

Essa sinergia entre IA e métodos diagnósticos é otimizada pela implementação da tecnologia 5G, que vem crescendo no Brasil. Sua capacidade de transmitir dados em altas velocidades e com baixa latência é um fator determinante para a eficácia das aplicações de IA na medicina diagnóstica.

O tema foi abordado por Cesar Nomura, vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed, durante o Global Summit Telemedicine & Digital Health APM 2023, realizado de 20 a 22 de novembro, em São Paulo. Ele apresentou a palestra “Conectividade na saúde e seus impactos na Medicina Diagnóstica”, no Painel Nacional Soluções em Saúde Digital e Telessaúde.

Como exemplo do uso dessas tecnologias, Nomura lembrou que, durante a pandemia, cientistas do Hospital das Clínicas de São Paulo desenvolveram uma plataforma de IA, chamada RadVid19, para identificar casos de Covid-19 em tomografias. Algoritmos eram aplicados às imagens enviadas para a nuvem, disponibilizando os resultados em apenas 10 minutos. A solução foi criada em apenas um mês e meio, abrangendo 50 hospitais, que processaram 27 mil tomografias, gerando uma das maiores bases de exames de tomografia de Covid-19 do mundo.

Apesar do sucesso, segundo Nomura, a quantidade de tomografias processadas, considerando o tamanho do Brasil, poderia ter sido ainda mais expressiva se houvesse maior colaboração com o governo, o que destaca o potencial de expansão e impacto positivo desse tipo de ferramenta.

Atualmente, o 5G é considerado uma das tecnologias de conectividade que mais impactam a saúde, oferecendo rapidez, baixa latência e alta confiabilidade, estando presente em quase todos os lugares. “A conectividade avançada, como o 5G, permite integrar equipamentos como ultrassom, endoscópios, dermatoscópios, raios-x, entre outros, a centros de referência remotos, com médicos especialistas, permitindo o diagnóstico remoto através de imagens transmitidas em tempo real”, explicou.

O advento da tecnologia 5G promete revolucionar o telediagnóstico, especialmente em regiões com poucos serviços disponíveis. Na dermatologia, por exemplo, diversos algoritmos de inteligência artificial proporcionam informações mais detalhadas do que um diagnóstico realizado por um clínico geral ou profissionais menos experientes nessas localizações.

O potencial transformador é evidente ao considerar as taxas de mortalidade em comunidades afastadas, afetadas pela escassez de serviços de saúde. Oferecer um serviço de pré-natal ou ultrassom, com um especialista à distância, pode ajudar a melhorar a saúde pública no Brasil.

Já existem iniciativas em andamento, como a realização de ressonância e tomografia à distância por diversos grupos no país, como o InovaHC – Centro de Inovação do Hospital das Clínicas, permitindo fazer exames em locais sem especialistas, gerando ganhos de escala, aumento na qualidade e na produção, além de redução de custos.

Outro exemplo é o projeto OpenCare5G, criado por um grupo de empresas de diferentes setores e o Hospital das Clínicas da USP, que visa criar uma rede privativa de 5G, oferecer o telediagnóstico em áreas remotas e desenvolver novas habilidades, empoderando a força de trabalho local, induzindo novos pesquisadores no âmbito de telecom e telediagnóstico.

Nomura explicou que o caso inicial do projeto OpenCare5G envolveu um ultrassom portátil conectado via 5G a um centro de referência médico. Um agente de saúde local com treinamento básico opera o dispositivo e um médico especializado localizado remotamente orienta o agente local, salva imagens e fornece o diagnóstico. Tudo em tempo real.

Segundo ele, o verdadeiro avanço só é alcançável através da colaboração entre entidades públicas, privadas, academias e indústrias. “Ao unir esforços para idealizar e implementar soluções inovadoras, podemos maximizar os resultados, fazendo mais com menos em benefício da saúde da população”, disse.

Debate

Na sequência, o vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed participou de um debate sobre “Soluções em Saúde Digital e Telesaúde” com participação de Cleidson Cavalcante, pesquisador em IoMT | UTI Respiratória do InCor HC/FMUSP, e Felipe Cabral, gerente médico de Saúde Digital do Hospital Moinhos de Vento.

Uma das discussões foi sobre barreiras na implantação de ferramentas de interação à distância entre os profissionais de saúde. Para Cabral, a primeira delas pode ser a tecnológica, mas não é a principal. “A questão humana é um grande desafio, ou seja, o próprio médico querer uma segunda opinião de outro. Essa relação precisa ser de parceria, é importante trabalhar isso”, disse.

Nomura concordou, mas, para Cavalcante, a experiência foi diferente. No momento de dificuldade durante a pandemia, no caso da teleUTI geral adulto, houve uma grande necessidade de buscar outros profissionais. Ele lembrou, ainda, que na área de Terapia Intensiva é comum a discussão entre pares. “Além disso, quando os dados são entregues em tempo real, ou seja, quando os dois lados estão com acesso às mesmas informações, é importante já deixar combinado que aquele cujo sistema primeiro identificar alguma ocorrência deverá entrar em contato com o plantonista”, explicou.

Sobre a sustentabilidade da adoção de modelos conectados no Brasil, Nomura considera que é importante fazer primeiro a “lição de casa”. “Precisamos de integração entre as instituições de saúde e uma política de saúde pública por região”, destacou.

A respeito do uso da tecnologia na promoção de saúde, os participantes consideraram que é preciso comprometimento para conectar a população aos sistemas das instituições. As pessoas necessitam ser monitoradas e acessadas antes de desenvolverem a doença, evitando uma internação e as chances de complicação em seu quadro de saúde, além de reduzir os custos do sistema. A prevenção é o futuro e há ferramentas que podem contribuir nesse monitoramento.

“Se não nos prepararmos para as mudanças tecnológicas, seremos atropelados ou vamos acabar aceitando o que vier. O uso de aplicativos e tudo que vem de saúde digital é um caminho sem volta, mas é preciso dosar o que utilizar, porque nenhuma tecnologia é capaz de substituir o profissional humano”, salientou Nomura.

CFM, AMB e CBR alertam sobre riscos de usurpação da função do médico em exames de ultrassonografia

A Lei 12.842/2013 deixa claro que a emissão de laudo de exames endoscópicos e de imagem é atividade privativa do médico

O Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) assinaram um comunicado conjunto para alertar a população sobre os riscos associados à realização de exames de ultrassonografia por profissionais não médicos.

A ultrassonografia, procedimento médico não invasivo, tem se expandido em diversas áreas da medicina, desempenhando papel crucial em diagnósticos precisos e acompanhamento de patologias. No entanto, as entidades médicas ressaltam a complexidade dessas áreas e a necessidade de conhecimentos profundos de embriologia, anatomia, patologia, além do domínio da técnica ultrassonográfica associada à clínica específica de cada especialidade.

O comunicado destaca que, embora as imagens documentadas representem apenas uma fração mínima das varreduras multiplanares visualizadas pelo médico durante o exame, são fundamentais para a elaboração de laudos diagnósticos. Esse processo, realizado em tempo real, exige não apenas a aplicação da técnica, mas também a interpretação correta das imagens, considerando a expertise do médico na área.

A Abramed expressa seu total apoio ao comunicado e destaca sua importância para a promoção da precisão diagnóstica e a segurança do paciente. Como defensora dos mais altos padrões éticos e técnicos na prática médica, a entidade ressalta a necessidade de garantir que os procedimentos ultrassonográficos sejam conduzidos exclusivamente por profissionais médicos altamente qualificados, assegurando a interpretação adequada das imagens e a emissão de laudos precisos que orientem o tratamento e o acompanhamento clínico.

Leia o comunicado na íntegra neste link.

Jota entrevista Abramed sobre previsão de aumento em fusões e aquisições no setor da saúde

O Jota PRO Saúde, serviço de inteligência do Jota, veículo de imprensa independente, publicou em sua newsletter exclusiva para assinantes uma análise da Abramed sobre fusões e aquisições no setor da saúde.

O entrevistado, Ademar Paes Junior, membro do Conselho de Administração da entidade, disse que esse mercado deve voltar a crescer em 2024, após queda nos últimos anos, como mostrou a 5ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico

Veja Saúde publica artigo da Abramed em defesa da inclusão da tomossíntese no rol da ANS

Em defesa da inclusão da tomossíntese digital mamária 3D no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração, e Marcos Queiroz, líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, da Abramed, escreveram o artigo “Combate ao câncer de mama: tomossíntese digital mamária 3D é grande aliada”.

O texto foi publicado com exclusividade pela Veja Saúde, em 21 de novembro de 2023. Nele, os autores defendem a tecnologia que, comprovadamente, aumenta em até 30% a detecção do câncer em comparação à mamografia convencional.

Shcolnik e Queiroz reforçaram que a Abramed atua em estreita colaboração com o governo, a comunidade médica e outras instituições, reforçando seu compromisso de garantir aos pacientes a melhor assistência diagnóstica possível, com qualidade, rapidez e eficiência.

Leia a matéria completa neste link.

Novembro Azul: A inteligência artificial como aliada no diagnóstico precoce e tratamento adequado do câncer de próstata

Algoritmos de IA podem identificar sinais iniciais da doença, aumentando as chances de sucesso no tratamento

A inteligência artificial (IA) tem desempenhado um papel fundamental na saúde em várias áreas, especialmente oncológica. Neste Novembro Azul, mês usual de conscientização à respeito de doenças masculinas, a Abramed chama atenção para sua aplicação no combate ao câncer de próstata. Afinal, a IA pode ajudar tanto na detecção quanto no diagnóstico e no planejamento terapêutico.

Quem explica é Regis Otaviano França Bezerra, radiologista do Hospital Sírio-Libanês – associada Abramed – e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Segundo ele, a IA pode ser utilizada na análise de imagens, permitindo que os algoritmos avaliem exames médicos, como ressonâncias e ultrassonografias para detectar anormalidades sutis ou áreas suspeitas de câncer de próstata. “Dessa forma, esses modelos de aprendizado oferecem dados importantes para aprimorar a precisão na identificação de regiões cancerígenas”, expõe.

O segundo ponto está relacionado à estratificação de risco. Utilizando algoritmos que incorporam informações como idade, histórico familiar e níveis de biomarcadores, a IA possibilita uma análise mais precisa. Outros papéis igualmente relevantes da IA estão na radiômica e na patômica, dois campos emergentes na pesquisa médica que visam extrair dados de alta dimensão de imagens médicas e amostras de tecidos, respectivamente. Em resumo, trata-se da extração de dados tanto da patologia quanto da imagem.

Outro aspecto relevante é a aplicação da inteligência artificial nos sistemas de suporte à decisão, especialmente em cenários nos quais há uma profusão de dados complexos. “Quando lidamos com volumes substanciais de informações, como dados clínicos, de imagem, de patologia e histórico familiar, a integração dessas informações em sistemas de inteligência artificial possibilita o fornecimento de suporte para decisões clínicas mais precisas e embasadas”, salienta Regis.

Mais uma utilização da IA é no monitoramento do progresso da doença. Isso significa que, ao enfrentar o câncer de próstata, é possível acompanhar de perto sua evolução e a resposta ao tratamento. Esse monitoramento permite avaliar se um paciente específico terá uma resposta positiva ou negativa a um determinado tratamento.

Por último, Regis cita a integração com os registros eletrônicos de saúde. Ao conectar os dados do paciente a esses registros, tem-se uma visão abrangente do histórico médico, permitindo uma análise mais personalizada do indivíduo.

Inteligência Artificial na prática

Há alguns meses, o médico patologista Leonard Medeiros, líder de pesquisa no Grupo Oncoclínicas, conduziu um estudo que revelou a maior precisão no diagnóstico do câncer de próstata com a aplicação da inteligência artificial. O estudo, intitulado “Aplicação independente no mundo real de um sistema automatizado de detecção de câncer de próstata de nível clínico”, destaca a eficiência aprimorada do processo por meio dessa nova tecnologia.

A inteligência artificial permite a análise digitalizada do tecido prostático, reduzindo a possibilidade de falso negativo ao detectar áreas menores do câncer que poderiam passar despercebidas pelo método tradicional com microscópio. A pesquisa indicou uma redução de 65,5% no tempo de diagnóstico, evidenciando os benefícios da inteligência artificial na detecção mais rápida e precisa da doença.

O procedimento atua como um tipo de verificação dupla, assemelhando-se à atuação de uma equipe de patologistas que examinam minuciosamente a amostra. Além disso, o algoritmo desempenha um papel significativo no processo de treinamento e aprimoramento de novos profissionais. Medeiros destacou que a literatura médica evidencia uma variação na taxa de falso negativo entre 2% e 4% entre especialistas, e quando se usa o algoritmo, há uma redução para a faixa de 1% a 2%.

Informação é a chave

Mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata foram diagnosticados por ano, entre 2020 e 2022, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Os homens mais propensos a desenvolverem o tumor são aqueles com mais de 55 anos, com excesso de peso e obesidade.

“A informação é a chave para que o homem conheça e entenda a necessidade da realização de exames precoces, principalmente em relação ao rastreamento no câncer de próstata, pois só é possível classificar essa doença como agressiva ou de baixo risco após resultados de exames como PSA, toque retal e eventualmente de imagem”, comenta Igor Morbeck, Oncologista e membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida.

Segundo ele, as campanhas de conscientização são fundamentais. “Elas devem alcançar diretamente o público, eliminando preconceitos e quebrando tabus, esclarecendo que o toque retal não compromete a masculinidade, não gera complicações e é realizado em aproximadamente 30 segundos”, explica.

É preciso entender que a atenção à saúde masculina é tão importante quanto à feminina. Conforme revelam as estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os homens, em média, vivem sete anos a menos que as mulheres. Vale lembrar que o sedentarismo, o tabagismo e os hábitos de vida prejudiciais são fatores que contribuem para o surgimento de doenças crônicas, cardiovasculares, metabólicas, como diabetes, e até mesmo câncer. “A população masculina demanda nossa atenção e intenção, necessitando de cuidados especiais para combater esses desafios à saúde”, complementa Morbeck.

A pesquisa “A Saúde do Brasileiro”, realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida em parceria com o Instituto QualiBest, revela que 83% dos homens entrevistados reconhecem a necessidade de cuidar melhor da saúde, sendo que 63% expressaram grande preocupação com seu bem-estar. No entanto, mais da metade (51%) aponta a rotina estressante como o principal obstáculo para um cuidado adequado, enquanto 32% citam o acesso à saúde como um desafio.

Participaram do estudo 815 pessoas, sendo 52% dos 401 homens usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), 27% atendidos pelo Sistema Suplementar e 21% utilizando ambos os sistemas. A pesquisa também destaca que 88% dos homens consultados visitam o médico pelo menos uma vez ao ano, sendo que 84% agendam as consultas por conta própria, e apenas 10% afirmam que as esposas realizam o agendamento.

Dados do Ministério da Saúde de 2022 indicaram o aumento do índice de mortalidade por câncer de próstata em 25 estados do Brasil no período 2008/2022. A análise considerou a taxa por cada 100 mil habitantes. Entre os estados que mais registraram aumento está o Pará (111,3%), o Amapá (97,9%); o Maranhão (82,6%) o Mato Grosso (65,9%) e a Bahia (63,8%). Os que tiveram menores taxas de crescimento são Rio de Janeiro (12,5%), São Paulo (14,8%), Distrito Federal (17,5%) e Rio Grande do Sul (19,2%). Mato Grosso do Sul e Acre tiveram redução de casos em 4,5% e 24,5%.

Abramed destaca a importância de nova lista de exames para diagnósticos essenciais publicada pela OMS

Foram incluídos três novos testes para o vírus da Hepatite E e a recomendação de dispositivos de monitoramento de glicose

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou a Lista de Diagnósticos Essenciais (EDL) de 2023, com exames laboratoriais considerados essenciais para identificar e diagnosticar diversas condições de saúde, baseados em evidências científicas. A recomendação é que ela seja usada como um guia para os países escolherem os melhores testes de diagnósticos in vitro (DIV). O objetivo é garantir que os sistemas de saúde em todo o mundo tenham acesso aos exames mais eficazes e atualizados para melhorar o diagnóstico precoce e o tratamento de várias doenças.

Este ano, a lista apresenta duas novidades. Uma delas é a inclusão de três novos testes para o Vírus da Hepatite E (HEV), incluindo um teste rápido, visando facilitar o diagnóstico e a vigilância da infecção por HEV. A hepatite E, que ocorre globalmente em casos esporádicos, pode levar a complicações graves, sendo a inclusão vital para a gestão eficaz de surtos, especialmente dada à subnotificação dessa infecção. De acordo com o Ministério da Saúde, de 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil.

A segunda é a recomendação para incluir dispositivos de monitoramento de glicose de uso pessoal juntamente com as orientações médicas existentes para diabetes. Esta sugestão visa aprimorar o gerenciamento da doença e reduzir resultados negativos, considerando que a diabetes é uma doença crônica que causou 1,5 milhão de mortes no mundo em 2019, segundo a OMS, com maior impacto nos países de rendimento médio-baixo. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem, no Brasil, mais de 16,8 milhões de adultos (20 a 79 anos) com a doença, o que representa 6,9% da população nacional. O país ocupa a quinta colocação em número de casos no mundo.

Além dessas atualizações, o Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Diagnóstico In Vitro da OMS (SAGE IVD) revisou 12 solicitações para a EDL de 2023, recomendando a inclusão de oito novos DIVs e modificações em testes já listados, abrangendo condições como tuberculose, HIV e diabetes melito.

Outros testes recentemente incorporados à lista abrangem distúrbios endócrinos, saúde reprodutiva, materna e neonatal, e saúde cardiovascular, proporcionando uma abordagem abrangente para diagnósticos in vitro.

“Essa publicação da OMS evidencia o reconhecimento do valor dos exames laboratoriais para os sistemas de saúde, seja para o diagnóstico precoce, seja para o gerenciamento de doenças crônicas”, salienta Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Segundo ele, a inclusão de novos testes na lista não apenas reflete a evolução constante da medicina diagnóstica, mas também reforça a importância de fornecer ferramentas atualizadas e eficazes para a identificação precoce e o manejo adequado de condições de saúde críticas. “A Abramed está atenta a esses avanços e continuará colaborando ativamente com os órgãos reguladores e instituições do setor para garantir que as inovações em diagnóstico beneficiem a população brasileira”, completa.

Orientação 

A Lista de Diagnósticos Essenciais, atualizada a cada dois anos, não impõe prescrições, mas visa apoiar os países na melhoria do acesso aos diagnósticos in vitro, fornecendo um quadro político para decisões informadas nas Listas de Diagnósticos Essenciais nacionais. Com a recente resolução 76.5 da Assembleia Mundial da Saúde (WHA) incentivando o fortalecimento da capacidade de diagnóstico, os Estados-Membros são instados a considerar estratégias nacionais de diagnóstico, alinhadas com a lista modelo da OMS.

A OMS aconselha e apoia países em todo o mundo na elaboração de suas Listas de Diagnósticos Essenciais, através de webinars, workshops e assistência direta. A lista, além de orientar as políticas nacionais de diagnóstico, fornece diretrizes para priorizar os DIVs em diferentes níveis do sistema de saúde, informando também agências da ONU, organizações não governamentais e setores privados sobre as necessidades prioritárias para enfrentar desafios globais de saúde.

Desafios na incorporação de exames médicos no Rol da ANS

Com estudos sobre viabilidade de exames, Abramed conquistou credibilidade para defender procedimentos junto ao órgão 

Os desafios na incorporação de exames médicos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) são uma preocupação crescente, discutida em um cenário onde a eficiência e a eficácia do uso dos recursos de saúde são fundamentais. A Abramed trouxe à tona esse assunto na Reunião Mensal de Associados (RMA) de outubro, que recebeu como convidada externa a presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), Cibele Carvalho, que falou sobre as ações da Colégio e seus impactos na medicina diagnóstica.

“Somos acusados de fazer muitos exames e de fazer alguns deles desnecessariamente. Também ouvimos que os pacientes acabam não retirando os resultados, enfim, que o nosso trabalho não tem muito valor. Sempre questionam para que todos esses exames. E por conta disso, temos muita dificuldade de incorporar novos procedimentos que trazem valor para o cuidado em saúde”, disse Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Antes de 2018, a revisão do Rol ocorria a cada dois anos, mas a partir de então, a ANS passou a realizá-la anualmente, recebendo contribuições da sociedade. Assim, neste mesmo ano, houve a incorporação de 10 exames. “Importante ressaltar que muitos deles são de baixa frequência e foram incorporados mediante uma diretriz de utilização, o que significa que apenas seriam de cobertura obrigatória em situações clínicas já previstas”, disse.

Em vista a incorporação desses 10 exames, na época, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o apoio das operadoras de saúde, contratou uma consultoria para avaliar o impacto disso, através de uma projeção, e levar os resultados para a ANS. Por sua vez, a Abramed também apurou, junto aos seus associados, a frequência desses exames, para confrontar com o levantamento da CNI.

“O estudo da Abramed, disponível no site da instituição, mostrou que o que foi projetado não refletiu a realidade dos laboratórios. As diferenças foram muitas vezes gritantes entre os números previstos e os apurados. Ou seja, não adianta as consultorias levarem dados para a ANS que não se comprovam na realidade. Com isso, a Abramed ganhou credibilidade para influenciar na incorporação de novos exames”, comentou Shcolnik.

Para ilustrar, o estudo da CNI estimou uma despesa assistencial de R$ 50,9 milhões para o ano de 2018 com base no conjunto dos 10 exames incorporados ao rol. No entanto, observou-se apenas o total de R$ 7,9 milhões com base nos dados da ANS e R$ 20 milhões considerando os dados da Abramed. Três anos após a incorporação desses exames, apenas 60% do estimado foi realmente realizado. E o impacto orçamentário real equivale a 34% do valor previsto, sendo a elastografia hepática o único exame que registrou números parecidos na comparação.

O presidente do Conselho de Administração garantiu que a entidade continuará a avançar nos estudos de incorporação de novos exames para demonstrar seu impacto econômico e também os benefícios. “É evidente que não podemos negligenciar os efeitos que essas mudanças terão tanto nos pacientes como nos médicos que receberão os resultados desses exames. Portanto, prosseguiremos com dedicação em nossas pesquisas. A Abramed tem um grupo muito forte e representativo, por isso, é seu papel apresentar dados de mercado para justificar a incorporação de exames ao Rol da ANS”, expôs Shcolnik.

Negociação

Segundo Marcos Queiroz, líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed, uma questão importante dentro desse tema é a negociação dos procedimentos com a fonte pagadora, que muitas vezes solicita contrapartidas, ainda mais em vista das dificuldades que a Saúde Suplementar vem passando com o aumento dos custos. “De fato, é muito extensa essa jornada de incorporar um novo exame. Há exemplos de sucesso e de insucesso, como da radioablação hepática, que foi incorporada, enquanto a crioablação renal, não”, expôs.

Ele lembrou que a não incorporação de procedimentos pode ter um efeito adverso para a operadora, gerando mais gastos com a substituição por outros procedimentos já incorporados, mas que não são o ideal. “Também é nossa função levar esse estudo adiante e mostrar a realidade de forma clara para a fonte pagadora, porque muitas vezes eles estão dando um tiro no próprio pé”, acrescentou.

E falando em custos, Cibele chamou atenção para a necessidade de reajuste dos preços dos procedimentos de acordo com a inflação. “Talvez com esses estudos possamos mostrar o quanto deveria ser pago por cada procedimento de acordo com a inflação, ano a ano, nos últimos dez anos, por exemplo, e o quanto de fato está sendo recebido”, ressaltou. De acordo com a presidente do CBR, é preciso vencer o medo nas negociações e ter informações embasadas para defender a incorporação de procedimentos que são importantes para os pacientes.

Outro ponto importante levantado por Cibele é sobre o direito de o prestador de serviço cobrar do paciente beneficiário de um plano de saúde por um serviço não contratualizado. “O paciente não tem o direito de escolher quantas vezes determinado procedimento é coberto pelo plano de saúde, mas também não pode pagar particular, porque a ANS proíbe. Cadê a nossa sustentabilidade econômica? E o paciente? Não tem o direito de querer realizar o procedimento no laboratório que confia?”, questionou. 

Cooperação

Alex Galoro, líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, também participou da discussão, ressaltando a evolução na compreensão do processo, o que permitiu obter mais sucesso nas incorporações de procedimentos ao Rol da ANS. Ele salientou a colaboração da indústria, que muitas vezes ajuda a obter as informações necessárias para defender o uso de determinada tecnologia. “No entanto, acredito que ainda estamos longe de atender plenamente às necessidades do setor. Se analisarmos a quantidade de exames em relação ao histórico de custo-benefício, o custo acaba sendo priorizado em relação aos benefícios”, disse.

Além disso, seria benéfico, segundo Galoro, conduzir uma análise para avaliar qual a economia que o uso desses procedimentos gerou para o sistema, evitando outros mais caros. Isso não apenas contribuiria financeiramente, mas também teria um impacto positivo na saúde do paciente. “No entanto, continuamos enfrentando desafios nas negociações com as operadoras. Portanto, é importante assumirmos um papel ativo e compartilhar nosso conhecimento e abordagem, para não ficarmos reféns nessa relação”, salientou.

Diante dos desafios na incorporação de exames médicos no Rol da ANS, fica evidente a importância da cooperação entre todas as partes envolvidas nesse processo, focando no benefício tanto para pacientes quanto para o ecossistema de saúde. A troca de informações embasadas, análises de custo-benefício e a defesa de procedimentos relevantes são passos essenciais nesse caminho, que a Abramed vem trilhando com dedicação e seriedade, congregando outras entidades em defesa da medicina diagnóstica no país.
A Análise de Impacto no Rol ANS da Abramed pode ser acessada aqui.

Combate ao câncer de mama: tomossíntese digital mamária 3D é grande aliada

Por Wilson Shcolnik* e Marcos Queiroz**

O câncer de mama é uma preocupação constante em nossa sociedade, e com razão. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres no Brasil. Enfrentar essa realidade exige uma abordagem abrangente e, principalmente, a busca por soluções inovadoras para a prevenção e o diagnóstico precoce. É com essa perspectiva que vale destacar a importância da tomossíntese digital mamária 3D, uma tecnologia crucial nessa luta.

A mamografia tradicional, sem dúvida, tem sido um pilar na prevenção do câncer de mama, contribuindo significativamente para a redução da mortalidade associada à doença. No entanto, é importante salientar que novas tecnologias e abordagens têm chegado ao setor de diagnóstico por imagem, como a tomossíntese digital mamária 3D, também conhecida como mamografia 3D.

Estudos demonstraram que a tecnologia pode aumentar a taxa de detecção do câncer de mama em até 30% em comparação à mamografia convencional. Como isso é possível? A resposta está em sua capacidade de produzir imagens tridimensionais da mama, permitindo uma visualização em camadas. Isso é fundamental para detectar lesões pequenas e identificar anormalidades em mulheres com tecido mamário denso, reduzindo as taxas de falsos positivos e falsos negativos.

Em um momento em que a saúde pública é uma preocupação constante, é encorajador saber que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abriu uma consulta pública para incorporar a tomossíntese digital mamária 3D no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. Essa incorporação, que recebeu inúmeras manifestações de apoio – incluindo o posicionamento do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) – ainda está em discussão, mas deve ser vista com seriedade, pois é um impulsionador para fazer com que a tecnologia esteja ao alcance das mulheres brasileiras que possuem planos de saúde.

Não podemos subestimar a importância do sistema de saúde suplementar em nosso país, que desempenha um papel fundamental na assistência à saúde. De acordo com a ANS, o número de beneficiários de planos de saúde no Brasil está em crescimento e atingiu 50,5 milhões no final de 2022, o maior número desde dezembro de 2014.

Este é um tema de extrema relevância para a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), cujos associados são responsáveis pela realização de 65% do volume total de exames da saúde suplementar no Brasil. Acreditamos que a inclusão da tomossíntese digital mamária 3D no rol da ANS é um passo importantíssimo para a melhoria dos serviços de saúde no país, especialmente no que se refere ao diagnóstico precoce do câncer de mama.

Atuando em prol da saúde dos pacientes, estamos sempre envolvidos em consultas públicas e debates com órgãos regulatórios e entidades de saúde, fornecendo dados e argumentos que demonstram a importância da inclusão de novos exames no rol da ANS. Além disso, estamos empenhados em promover a educação e a conscientização sobre a importância da realização de exames em laboratórios e clínicas de diagnósticos por imagem.

Trabalhamos em estreita colaboração com o governo, a comunidade médica e outras instituições, reforçando nosso compromisso de garantir aos nossos pacientes a melhor assistência diagnóstica possível, com qualidade, rapidez e eficiência.

*Wilson Shcolnik

Presidente do Conselho de Administração da Abramed

**Marcos Queiroz

Líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed

Cresce 30,68% número de exames de Covid-19 realizados pelos associados da Abramed

As empresas privadas realizaram 19.447 exames de Covid-19 na semana de 21 a 27 de outubro, com positividade de 30,6%

De 21 a 27 de outubro, foram realizados pelas empresas associadas à Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) 19.447 exames de Covid-19, contra 14.881 registrados na semana anterior, de 14 a 20 de outubro, representando um aumento de 30,68%. O número de exames de Covid-19 feitos de 21 a 27 de outubro é o mais alto das últimas seis semanas.

Já a positividade de 21 a 27 de outubro chegou a 5.948, o que significa 30,6% do total de exames realizados. Na semana de 14 a 20 de outubro foram 4.769 positivos, representando 32% do total. Mesmo com o crescimento de mais de 30% no número de exames na comparação entre as semanas, a taxa de positividade se manteve constante, ao redor de 30%. 

“O aumento no número total de testes de Covid-19 e do número absoluto de testes positivos, mesmo com a manutenção no índice de positividade, mostra o crescimento da circulação do vírus no país. A positividade em 30% é bastante alta, só mais baixa em comparação às épocas de maior incidência dos casos, na segunda e terceira ondas da pandemia”, comenta Alex Galoro, líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed.

Segundo ele, estes dados destacam a necessidade de reforçar as medidas de proteção e prevenção à infecção, incluindo, prioritariamente, a vacinação. “O Brasil ainda mantém baixa cobertura vacinal, deixando a população mais exposta à doença e a casos de maior gravidade”, completa Galoro.

Analisando o ano de 2023, a taxa de positividade mais baixa foi registrada na semana de 24 a 30 de junho: 3,5%. De lá para cá, foi aumentando gradativamente, enquanto o número de exames realizados sofreu variações a cada semana. Desde a semana de 30 de setembro a 6 de outubro, a taxa de positividade vem ficando na casa dos 30%.

Vale lembrar que os associados da Abramed são responsáveis por 65% do volume total de exames realizados na saúde suplementar no Brasil.

A Abramed desempenha um papel fundamental na compilação e no registro de dados relacionados à evolução da Covid-19. Os laboratórios clínicos associados enviam os resultados dos exames diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico pelo Ministério da Saúde.

Essas informações são essenciais para avaliar a situação da pandemia e orientar as medidas de saúde pública. A entidade também enfatiza a importância de seguir as diretrizes de prevenção e cuidados para combater a propagação do vírus e proteger a saúde de todos.