Abramed publica relatório sobre boas práticas em canais de denúncias no setor de medicina diagnóstica

Desvio de comportamento e assédio moral lideram entre temas mais denunciados em 2023, com tempo médio de apuração de 30 dias

O Comitê de Governança, Ética e Compliance (GEC) da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) acaba de lançar o relatório técnico sobre boas práticas de canais de denúncias em laboratórios de análises clínicas, clínicas de radiologia e diagnóstico por imagem e hospitais. A publicação objetiva difundir boas práticas e promover a implementação e gestão eficazes desses canais.

As informações foram apuradas com 10 empresas associadas à Abramed, que responderam questionários estruturados com perguntas quantitativas e qualitativas. Os participantes representam um setor com receita de 24 bilhões de reais e são responsáveis por mais de 65% do total de exames realizados na saúde suplementar no Brasil.

O modelo de terceirização do canal de denúncias é o adotado por 70% das empresas ouvidas. Embora 60% dos participantes possuam políticas sobre o processo de apuração, a publicação avalia que há espaço para melhorias na definição de políticas de consequências. Desvio de comportamento e assédio moral lideram entre temas mais denunciados em 2023, com tempo médio de apuração de 30 dias.

O relatório revela também que a maior parte das denúncias não é tratada pela própria área de Compliance, sendo 60% encaminhadas para outras áreas ou consultoria externa. O material destaca ainda a importância dos canais de denúncias como instrumentos para garantir conformidade regulatória, segurança do paciente, proteção contra fraudes e corrupção, melhoria da qualidade do serviço e promoção de uma cultura de transparência e responsabilidade.

“Os canais de denúncia são ferramentas essenciais para empresas de todos os setores, em especial, o de saúde, que é feito de pessoas para pessoas. Dar aos colaboradores a possibilidade de relatar, de forma segura e com apuração independente, eventuais desvios de conduta e não conformidades, ajuda a criar uma cultura justa, proteger a integridade da organização e beneficiar o paciente”, explica Rafael Pedro Salustiano, membro do Comitê GEC da Abramed e coordenador de Compliance na Dasa.

Segundo ele, o objetivo da Abramed com o material foi trocar informações de forma segura e criar um documento de alta qualidade, de fácil leitura, que possa servir de guia para empresas que ainda não possuam um setor de compliance ativo. “O relatório pretende fornecer um caminho prático para a criação desses canais, abordando de maneira macro os critérios e diretrizes essenciais”, explica.

Neste processo, Salustiano faz questão de lembrar a importância da cultura organizacional, que influencia diretamente a qualidade das denúncias recebidas. “Ações de letramento, sensibilização e reforço contínuo dos valores de cultura ajudam a criar ambientes seguros onde as pessoas se sintam livres para expor seus relatos de forma precisa e eficaz, ajudando a manter altos padrões éticos e de conduta nas instituições.”

O executivo destaca também que uma política de apuração bem definida é fundamental para conduzir investigações imparciais e evitar conflitos de interesse. “A política de consequências deve observar os termos do código de conduta da empresa para determinar as medidas apropriadas para cada situação, desde abordagens que promovam atitudes alinhadas aos valores de cultura da companhia, até punições amparadas pela legislação.”, expõe Salustiano.

Em um setor altamente regulado, como o da saúde, o Compliance ganha ainda mais relevância. Para a Abramed, a evolução dos canais de conduta ainda está em curso, mas já mostra um avanço positivo na experiência dos colaboradores, dos pacientes e na qualidade dos serviços. Importante destacar que canal de denúncias e canal de conduta são sinônimos, assim como Compliance e integridade.

Acompanhamento de indicadores

A definição de indicadores é essencial para um monitoramento eficaz dos canais de denúncias, para acompanhamento da qualidade, rapidez das apurações e identificação de melhorias. Eles fornecem dados importantes para auditorias internas, administração e stakeholders, ajudando a identificar problemas, como o tempo de resposta a diferentes tipos de denúncias, a qualidade das apurações e o respeito à governança. “Esses indicadores tornam o canal mais robusto e direcionam melhorias necessárias para alcançar padrões de excelência”, conta Salustiano.

Exemplos de indicadores utilizados pelos associados da Abramed incluem o volume de acessos ao canal para entendimento da quantidade de denúncias realizadas; triagem da qualidade dos relatos para avaliação de procedência com o processo de investigação; planos de ação criados para avaliar se o direcionamento das medidas está focado em recuperação, aculturamento ou desligamento dos denunciados e envolvidos; tempo médio de apuração, que monitora quanto tempo correu para findar as investigações, principalmente em casos que necessitam de celeridade, como fraude, corrupção e violência no trabalho; e denúncias finalizadas com sua procedência para assegurar que a governança foi respeitada.

“Esta publicação da Abramed é fundamental para orientar os associados, ajudando-os a entenderem se estão no caminho certo para estabelecer padrões de excelência. Sendo um setor ainda em desenvolvimento, com desafios e práticas novas, vejo a entidade na vanguarda da criação de um modelo padronizado e eficiente que ajude a construir o futuro do Compliance”, conclui Salustiano.

Abramed completa 14 anos e reafirma protagonismo no setor de medicina diagnóstica no Brasil

A entidade representa mais de 65% do volume total de exames realizados na saúde suplementar no país

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) celebra, em julho de 2024, seus 14 anos de história, marcados por um trabalho sério, ético e transparente, que originou inúmeras conquistas. Fundada em 2010, a entidade foi criada com o objetivo de unir forças em prol da medicina diagnóstica no Brasil. Desde então, se consolidou como protagonista no setor, representando hoje mais que 65% do volume total de exames realizados na saúde suplementar no país.

Ao longo dos anos, a associação tem se posicionado como uma voz ativa em diversas frentes, promovendo a sustentabilidade e a ética. Em 2017, lançou seu Código de Conduta, estabelecendo padrões de comportamento que norteiam as ações dos associados. “Nosso compromisso é sempre agir de forma correta, garantindo a segurança do paciente e a qualidade dos serviços diagnósticos”, afirma Milva Pagano, diretora-executiva​.

A inovação e a interoperabilidade são temas centrais na agenda da Abramed. No último ano, a entidade implantou um comitê dedicado à interoperabilidade, buscando melhorar a comunicação entre diferentes sistemas de informação na saúde. “Adotar padrões de codificação de exames laboratoriais e de imagem é crucial para a interoperabilidade e estamos trabalhando junto ao Ministério da Saúde para acelerar esse processo”, explica Milva​.

Também no último ano, a associação esteve envolvida em diversos assuntos de grande relevância para o setor, participando fortemente das discussões sobre a reforma tributária, buscando um tratamento diferenciado para o segmento de saúde. Além disso, esteve na linha de frente na revisão da RDC 302/2005, da Anvisa, que culminou na RDC 786/2023, responsável por estabelecer os requisitos técnico-sanitários para laboratórios clínicos.

A Abramed continua desempenhando um papel fundamental na divulgação de dados relativos aos exames de Covid-19 e dengue realizados na rede privada, auxiliando o Ministério da Saúde no monitoramento epidemiológico e na tomada de decisões informadas. Essas informações também balizam a imprensa e fornecem à sociedade dados precisos e atualizados sobre a evolução dessas doenças.

Vale lembrar que a associação tem participado de discussões com órgãos governamentais, como ANVISA, ANS e o Ministério da Saúde, buscando sempre garantir que as políticas públicas e regulatórias estejam alinhadas com as melhores práticas e inovações do setor. “Nosso protagonismo se reflete em diversas frentes: na defesa da qualidade e segurança dos serviços, na promoção de tecnologias inovadoras, na sustentabilidade do setor e na participação ativa em discussões sobre telessaúde e inteligência artificial”, acrescenta Milva.

Faz parte da missão da Abramed promover eventos que fortaleçam a medicina diagnóstica no Brasil. A entidade marca presença em importantes encontros do setor, como a Jornada Paulista de Radiologia (JPR) e a Feira Hospitalar, que servem de palco para suas iniciativas. Nessas ocasiões, sempre promove debates valiosos, destacando-se como uma voz influente na discussão de inovações, boas práticas e regulamentações.

Em termos de produção de materiais, a Abramed lançou no último ano a pesquisa “O uso da IA na medicina diagnóstica brasileira”, que aborda a aplicação de inteligência artificial em 30 laboratórios privados, além da Cartilha de Boas Práticas sobre os impactos da RDC 786 na assinatura eletrônica. Sem falar do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, publicação anual que oferece um panorama abrangente do setor no Brasil. “Trata-se de uma ferramenta essencial para profissionais e empresas da área, fornecendo dados e insights que ajudam na tomada de decisões e no desenvolvimento de novas estratégias para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades no mercado de medicina diagnóstica”, ressalta Milva.

Vale destacar, ainda, a newsletter Abramed em Foco, que traz, mensalmente, os principais temas que envolvem o setor, incluindo artigos, notícias e matérias com grandes especialistas da áreas, sobre atualidades, tecnologia, inovações e tendências, colaborando para a disseminação de informações relevantes para todo o mercado.

Outra iniciativa relevante da entidade que merece destaque é o Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), um evento emblemático que promove a integração de toda a cadeia do setor. Este fórum reúne líderes para discutir tendências, inovações e desafios, fortalecendo a colaboração entre diversos stakeholders da saúde​. Desde sua primeira edição, em 2016, tornou-se uma referência para a troca de experiências e conhecimento entre profissionais, gestores, autoridades e especialistas do setor.

“Em nome da Abramed, gostaria de expressar minha profunda gratidão aos nossos associados e parceiros pelo comprometimento e colaboração ao longo desses 14 anos. Sem o apoio e a participação ativa de cada um de vocês, não teríamos alcançado tantas conquistas e superado tantos desafios. Juntos, continuaremos a promover a inovação e a excelência na medicina diagnóstica, em prol de todo o sistema de saúde e, principalmente, dos pacientes”, finaliza Milva.

Muito além do compliance: medicina diagnóstica incorpora conceito de Integridade às operações

Por Sara Cepillo e Vasconcelos*

Cada vez mais, as empresas do setor de medicina diagnóstica têm se dedicado a garantir a qualidade, a segurança e a confiabilidade dos seus serviços introduzindo iniciativas que envolvem governança, ética e compliance. Como resultado, nos últimos anos, temos observado um avanço significativo na forma como elas se estruturam e operam, evoluindo do compliance para a integridade.

Embora muitas vezes usados como sinônimos, esses conceitos têm distinções importantes. O compliance foca no cumprimento de leis e regulamentações, enquanto a integridade vai além, incorporando princípios éticos nas operações diárias e na tomada de decisões.

A transição do compliance para a integridade reflete uma abordagem mais holística e sustentável, onde a ética é integrada nas operações e cultura organizacional, resultando em benefícios a longo prazo tanto para a organização quanto para a sociedade.

Promover uma cultura de integridade envolve liderança ética, engajamento e responsabilidade de todos os colaboradores, bem como a criação de um ambiente de transparência e confiança. Essa abordagem não só assegura a conformidade legal, mas também promove comportamentos éticos e sustentáveis a longo prazo.

Fazem parte da integridade desde códigos de conduta e políticas internas até canais de denúncia e análises regulatórias. Na Abramed, que representa mais de 65% do volume total de exames realizados na saúde suplementar no país, nos comprometemos com a integridade de diferentes maneiras.

Para se associar, as empresas precisam atender a requisitos organizacionais e éticos estabelecidos. Nosso Código de Conduta abrange pilares éticos e de integridade, definindo o padrão de comportamento obrigatório a todos os associados, e a Cartilha de Compliance – Guia de Boas Práticas para o setor de Medicina Diagnóstica orienta e baliza suas ações.

Além disso, a Associação mantém um canal de denúncias confidencial, onde partes interessadas podem reportar, sem medo de retaliação, qualquer comportamento inadequado ou violação das normas éticas e de compliance, que afetam a integridade do setor. As denúncias são investigadas e endereçadas de maneira imparcial e rigorosa. No caso de problemas identificados, são adotadas ações corretivas.

A fim de gerir e organizar este tema, a Abramed conta com o Comitê de Governança, Ética e Compliance (Comitê GEC), comprometido com diversas ações práticas para fomentar a atuação transparente e responsável no setor. É papel do Comitê comunicar regularmente os membros e partes interessadas sobre suas atividades, incluindo relatórios e resultados dos trabalhos desenvolvidos, promovendo a transparência e mantendo um diálogo aberto e transparente com todos os envolvidos.

O Comitê GEC avalia continuamente as práticas de governança, ética e compliance do setor, aprendendo com experiências passadas e aprimorando abordagens que possam fortalecer os valores definidos pela Abramed e o direcionamento estratégico de pautas relevantes para os associados. Como exemplo, estamos revisitando a matriz de riscos desenvolvida em 2021 para refinar os riscos relacionados ao clima, assim como o impacto em sustentabilidade ambiental e setorial.

Essas ações refletem o compromisso da Abramed em promover uma cultura de integridade, responsabilidade e conformidade dentro da Associação. O Comitê GEC busca constantemente formas de inovar e melhorar a prática e a abordagem de governança, ética e compliance, utilizando feedback de stakeholders e acompanhando as tendências e avanços do setor. Importante ressaltar que temos nos posicionado ativamente em relação aos Projetos de Lei de pesquisa clínica e inteligência artificial, que se relacionam a essa temática em diversos pontos.

No contexto da pesquisa clínica, apoiamos iniciativas e reconhecemos seu papel fundamental na descoberta e no aprimoramento de tratamentos, medicamentos e métodos de diagnóstico. Defendemos regulamentações claras e eficazes que garantam segurança jurídica à sociedade, bem como a segurança dos participantes e a integridade dos dados tratados, incentivando parcerias entre instituições de pesquisa, indústrias farmacêuticas e centros de diagnóstico. O Comitê GEC programou, para o segundo semestre de 2024, um workshop para os associados justamente sobre a nova Lei Federal de Pesquisa Clínica, nº 14.874/2024, sancionada em 28 de maio de 2024.

Em relação à inteligência artificial, reconhecemos seu potencial para aumentar a eficiência, a precisão e a personalização dos diagnósticos e serviços de saúde em geral. Defendemos a criação de um marco regulatório que viabilize a inovação e, ao mesmo tempo, garanta o uso responsável, ético, seguro e transparente da IA, protegendo os dados dos pacientes e promovendo a capacitação de profissionais de saúde para o uso adequado desta tecnologia.

A inteligência artificial pode trazer benefícios para medicina diagnóstica e serviços de saúde em geral, incluindo a melhoria na qualidade do atendimento, a otimização dos recursos, diagnósticos mais precisos, tomadas de decisões clínicas mais rápidas, análise preditiva, automação de tarefas repetitivas, personalização do tratamento, monitoramento contínuo da saúde, avanços na pesquisa e desenvolvimento, e redução de custos.

Contudo, é essencial que esses avanços estejam atrelados a uma governança robusta da IA e ao uso responsável dessa tecnologia, assegurando que os benefícios sejam alcançados de forma ética, sustentável, equitativa, responsável e segura, protegendo os direitos dos pacientes e garantindo a transparência dos processos.

Ao fomentar uma cultura de integridade, fortalecemos a confiança nos serviços de medicina diagnóstica, garantindo que a qualidade e a segurança sejam prioritárias em todas as etapas do cuidado ao paciente. Cumprindo nosso papel de forma responsável, esperamos inspirar todos os stakeholders da cadeia de saúde a se comprometerem com esses princípios.

*Sara Cepillo e Vasconcelos, Líder do Comitê de Governança, Ética e Compliance da Abramed, Consultora de Governança, Riscos e Integridade no Grupo Fleury. Advogada, pós-graduada em Direito Digital e Gestão da Inovação pela FIA, com LL.M em Direito e Prática Empresarial, com módulo internacional focado em American Corporate Law pelo CEU Law School.

18/07/2024

Segundo OMS, diagnóstico é fundamental para eliminar hepatites virais até 2030

Julho Amarelo é o mês de conscientização da doença. Em apoio, a Abramed promove a importância do diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento adequado

18 de julho de 2024 – O diagnóstico é um dos pilares fundamentais para eliminar as hepatites virais até 2030, conforme meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença representa uma preocupação global crescente, sendo a segunda principal causa infecciosa de morte no mundo. Com 3,5 mil óbitos diários e 1,3 milhão de mortes anuais, a hepatite viral se compara à tuberculose, a maior causa infecciosa de mortalidade, segundo a OMS.

“Esses números alarmantes destacam a necessidade urgente de medidas eficazes para combater essa crise de saúde pública e reforçam a importância do diagnóstico precoce como uma estratégia essencial na luta contra as hepatites virais”, salienta Alex Galoro, médico patologista clínico, líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

Segundo a OMS, as mortes registradas em 187 países aumentaram de 1,1 milhão, em 2019, para 1,3 milhão, em 2022. A hepatite B foi responsável por 83% desses óbitos, enquanto a hepatite C respondeu por 17%. Apesar da disponibilidade de melhores ferramentas de diagnóstico e tratamento, a testagem e o tratamento dos pacientes estagnaram. 

Estima-se que, em 2022, 254 milhões de pessoas viviam com hepatite B e 50 milhões com hepatite C. A maioria das infecções foi registrada entre adultos de 30 a 54 anos, com homens representando 58% de todas as infecções. Em todas as regiões do mundo, até o fim de 2022, apenas 13% das pessoas com infecção crônica por hepatite B foram diagnosticadas, e apenas 3% recebiam terapia antirretroviral adequada.

Dados do Ministério da Saúde indicaram mais de 700 mil casos de diagnósticos positivos da doença de 2000 a 2021. Só por hepatite C, foram mais de 62 mil óbitos no período.

Segundo Galoro, o principal obstáculo para a detecção precoce das hepatites virais é que a maioria delas é assintomática, não gerando sintomas até que a doença atinja um estágio mais avançado. “Nesses casos, o diagnóstico tardio reduz significativamente as oportunidades de tratamento e intervenção eficaz, comprometendo a saúde do paciente e aumentando os riscos de complicações graves, como cirrose e câncer de fígado”, expõe. 

Por isso, é fundamental realizar a triagem na população através de exames laboratoriais, especialmente em grupos de risco, mas também de maneira ampla, uma vez que não há uma população específica exclusivamente exposta ao risco de hepatite. 

“A grande dificuldade está em garantir que esses exames de triagem alcancem toda a população no Brasil, tanto em áreas remotas quanto nos grandes centros urbanos. Muitas vezes, há falta de solicitação médica para a pesquisa de hepatite”, explica.

Galoro ressalta que apesar das orientações do Conselho Federal de Medicina (CFM) para que os médicos solicitem testes de sorologia para hepatite durante consultas de rotina, essa prática ainda não é amplamente adotada. “O diagnóstico precoce permite também a interrupção da transmissão do vírus, já que a pessoa diagnosticada pode tomar medidas para evitar sua propagação.”

Além de expandir o acesso a testes e diagnósticos, o relatório da OMS cita mais sete ações que devem ser tomadas pelos países para que a meta de eliminar as hepatites em 2030 continue viável. São elas: mudar políticas para implementação de tratamento equitativo; fortalecer esforços de prevenção da atenção primária; simplificar a prestação de serviços, otimizando a regulamentação e o fornecimento de produtos; desenvolver casos de investimento em países prioritários; mobilizar financiamento inovador; utilizar dados aprimorados para ação; e envolver as comunidades afetadas e a sociedade civil e avançar nas pesquisas para melhorar o diagnóstico e as possíveis curas para a hepatite B.

A Abramed reitera seu compromisso em apoiar as metas globais de eliminação das hepatites virais, promovendo a importância do diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento adequado, garantindo assim uma melhor qualidade de vida para todos os pacientes.

Tipos de hepatites virais

As principais hepatites virais são A, B e C, sendo os tipos D e E menos frequentes. A hepatite A é transmitida principalmente por contaminação fecal, geralmente devido à falta de saneamento básico, e tende a ser auto eliminada, embora possa evoluir para uma hepatite fulminante em casos graves, possivelmente necessitando de um transplante de fígado.

A hepatite B pode ser transmitida por via sexual e pelo contato com sangue contaminado, e possui um índice de transmissibilidade maior do que o HIV. A principal forma de prevenção é a vacina. A hepatite C é transmitida principalmente pelo contato com sangue, sendo comum entre usuários de drogas intravenosas.

As hepatites B e C são mais destacadas devido à maior prevalência e gravidade, sendo as principais causas de complicações, como cirrose e câncer de fígado. Portanto, o diagnóstico e a triagem contínua dessas hepatites são essenciais para o controle e tratamento da doença.

FILIS 2024: ANS, Anvisa e Anahp participam de debate sobre qualidade em saúde

Encontro terá a participação de representantes de órgãos reguladores, medicina diagnóstica e hospitais

15 de julho de 2024 – No dia 29 de agosto, o 8º Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), realizado pela Abramed, reunirá no Teatro B32, em São Paulo, grandes nomes do setor para abordar o macro tema “Saúde Inovadora: Oportunidades para um setor sustentável”.

Um dos debates que serão realizados ao longo do dia abordará o tema “O papel da qualidade para a sustentabilidade do setor”, com a participação de Antônio Britto, diretor da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp); Daniel Meirelles, diretor da Terceira Diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); e Maurício Nunes da Silva, diretor de Desenvolvimento Setorial na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O moderador será Wilson Shcolnik, membro do Conselho de Administração da Abramed e gerente de Relações Institucionais do Grupo Fleury.

“A Abramed, que congrega tanto laboratórios clínicos, de anatomia patológica quanto clínicas de diagnóstico por imagem, espera que este debate com representantes e diretores de órgãos reguladores possa abrir caminhos e renovar expectativas. Trazendo nossas visões de mercado como usuários de novas tecnologias, queremos apresentar à Anvisa e à ANS as inovações mais recentes, criando oportunidades de reconhecimento para os prestadores e promovendo uma regulação mais direcionada à inovação emergente em nosso país”, comenta Shcolnik.

Ele também acredita que as sociedades médico-científicas, que congregam profissionais atuantes no setor de medicina diagnóstica, possam contribuir significativamente para a atualização dos padrões técnicos e requisitos de qualidade exigidos. Isso se deve à necessidade contínua de adaptação aos novos conhecimentos, aos modelos de prestação de serviços e às novas tecnologias que são constantemente introduzidas no mercado pela indústria. “Essa colaboração com os órgãos reguladores será uma grande oportunidade”, reforça.

Segundo Shcolnik, é importante incluir a ANS nesse debate, pois tanto as operadoras de saúde quanto os prestadores de serviço têm interesse no bem-estar dos beneficiários e pacientes. Também é do interesse das operadoras que eles não adoeçam ou que cuidem para o não agravamento de doenças, pois isso tornaria o tratamento mais difícil e, sobretudo, mais custoso.

“O programa Qualiss-ANS teve a boa intenção de premiar ou reconhecer os prestadores de serviços que investem em qualidade. No entanto, o número de serviços acreditados no Brasil ainda é muito pequeno, tanto na área hospitalar quanto na laboratorial e de diagnóstico por imagem. Infelizmente, a iniciativa da ANS ainda não atingiu os objetivos esperados, pois o reconhecimento em termos de divulgação para o público leigo e a obtenção de reajustes contratuais diferenciados não foram alcançados”, explica.

Com relação à Anvisa, Shcolnik destaca que a missão da agência é eliminar ou reduzir os riscos na prestação de serviços de saúde. Isso inclui regular tanto o registro dos produtos utilizados na assistência à saúde quanto os serviços de saúde em si. Na área de laboratórios clínicos, a agência possibilita e aprova o registro de kits de diagnóstico in vitro, contando com uma gerência específica para avaliar documentos e evidências que garantam que os kits de diagnóstico que chegam ao mercado não apresentem riscos para os pacientes.

“Para o setor de prestação de serviços, isso é essencial. Basta lembrar que, durante a pandemia da Covid-19, vários dispositivos de testes rápidos apresentaram resultados falsos, demonstrando baixa qualidade ou desempenho, tanto no Brasil quanto em outros países. Isso ocorreu porque a maioria desses dispositivos – e é importante destacar que existem centenas de testes rápidos – não são avaliados antes de serem colocados no mercado”, expõe.

Portanto, segundo Shcolnik, o debate será uma excelente oportunidade para abordar esse assunto com Daniel Meirelles, da Terceira Diretoria da Anvisa. O objetivo é despertar a atenção da agência e de seus servidores para a necessidade de solucionar esse problema. “Além disso, na área de diagnóstico por imagem, a Anvisa tem se preocupado em disciplinar e regular boas práticas em outros setores, como medicina nuclear, por exemplo. Essa iniciativa também é recebida pelos prestadores com muita alegria”, complementa.

Sobre a participação da Anahp, Shcolnik frisa que a entidade, assim como a Abramed, compartilha a preocupação com a qualificação dos seus associados. Esse compromisso é evidenciado pelos critérios de admissão, que já exigem investimentos comprovados em qualificação na prestação de serviços.

“Infelizmente, o número de hospitais que adotam essas iniciativas ainda é baixo, assim como o de laboratórios. Esse movimento, iniciado há quase 25 anos, ainda não alcançou os resultados esperados, apesar dos diversos estímulos para indução da qualificação. Um ponto importante é a necessidade de que o público compreenda melhor o valor dessas iniciativas, pois, no final das contas, os beneficiários dos serviços são os principais interessados em sua implementação”, salienta.

Não perca esta oportunidade única de participar do 8º FILIS e discutir o papel da qualidade para a sustentabilidade do setor com os principais líderes do setor!

Serviço

8ª edição do FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde

Tema: “Saúde Inovadora: Oportunidades para um setor sustentável”

Quando: 29 de agosto de 2024

Horário: Das 9h00 às 18h00

Onde: Teatro B32, São Paulo

Garanta já sua participação: http://www.abramed.org.br/filis

Abramed promoveu debate sobre cenário atual e perspectivas futuras da medicina diagnóstica

Líderes discutiram os desafios para alcançar eficiência e produtividade e a necessidade de cooperação pela sustentabilidade do setor

26 de junho de 2024 – A Reunião Mensal de Associados (RMA) de junho da Abramed, realizado no Hospital Sírio-Libanês, contou com discussão sobre o “Cenário Atual e Perspectivas Futuras da Medicina Diagnóstica” e participação de importantes líderes da área.  Foi um valioso momento de troca de experiências sobre modelos de negócio, custos, eficiência, tecnologia e cooperação entre os stakeholders do setor. 

Cesar Nomura, presidente do Conselho de Administração da Abramed, abriu o debate, que teve como moderador Eliézer Silva, diretor do Sistema de Saúde Einstein no Hospital Albert Einstein e membro do Conselho de Administração da Abramed. Participaram da discussão: Fernando Torelly, CEO do HCor; Rafael Lucchesi, diretor geral Diagnósticos e Ambulatorial na Dasa; e Fernando Ganem, diretor geral do Hospital Sírio-Libanês.

Torelly destacou que a saúde suplementar no Brasil enfrentou grandes mudanças nos últimos anos a partir dos desafios trazidos pela pandemia de Covid-19. Em 2023, após um ano de esperança de recuperação, as operadoras de planos de saúde registraram um prejuízo operacional de R$ 11,5 bilhões. Em 2024, a complexidade no relacionamento com as operadoras aumentou, afetando o fluxo de caixa dos hospitais.

Segundo ele, um ponto importante nesse cenário é diferenciar os prestadores pela qualidade e não apenas pelo preço. Caso contrário, a indústria de saúde começará a perder. Considerando que a população brasileira com mais de 60 anos dobrará nos próximos 25 anos, essa questão se torna ainda mais crucial, pois isso trará grandes desafios de eficiência, acesso e desigualdade na saúde.

Para as instituições que fazem parte da Abramed, o CEO do HCor diz que o maior desafio é a concorrência. “Precisamos estabelecer a qualidade como um padrão essencial para competir, em vez de focar exclusivamente em contratos com operadoras e redução de preços para atrair demanda. Com certeza, o paciente não será o maior beneficiado por esse modelo concorrencial que estamos implementando.”

Tecnologia

Segundo Lucchesi, há 10 anos, havia grandes expectativas de avanços em integração de dados e muito se investiu em tecnologia para alcançar uma saúde mais integrada, eficiente e sustentável. “No entanto, parece que estamos retrocedendo. Este é um momento extremamente desafiador, com movimentos de sobrevivência no setor, especialmente na medicina diagnóstica. O fluxo de caixa tornou-se muito mais crucial e menos previsível do que no passado, o que levou a uma queda significativa nos investimentos”, expôs.

Segundo Lucchesi, as tendências atuais no setor de saúde não parecem mudar, com uma pressão crescente especialmente sobre pequenos e médios prestadores, que sofrem mais devido à menor capacidade de escala, planejamento de fluxo de caixa e levantamento de capital. “Esses prestadores também têm menos força nas negociações com operadoras, o que é prejudicial para o setor, que necessita de capilaridade.”

Lucchesi ressalta o papel da tecnologia para aumentar a produtividade, mesmo que isso implique em custos adicionais. “Acredito que podemos continuar crescendo com produtividade se o setor encontrar um equilíbrio. Dados recentes mostram uma leve melhora, impulsionada pelo repasse de preços para os clientes. Em 2024, é provável que tenhamos uma carteira menor, com menos pessoas acessando serviços de alta qualidade e rede aberta, resultando em preços mais altos. Isso pode significar menos pacientes em serviços premium.”

Colaboração

Na opinião de Ganem, é preciso discutir como aumentar a eficiência, focando principalmente nos processos e tentando ao máximo evitar mudanças em relação às pessoas. “A radiologia desempenha um papel fundamental nisso, contribuindo para a eficiência através da otimização do uso das máquinas e evitando no show.”

Conforme avalia, há oportunidades nesse sentido e na colaboração com outras instituições. “Precisamos avaliar até que ponto cada instituição pode reduzir custos sem comprometer a qualidade dos resultados para se manter competitiva e credenciada.”

Para qualquer instituição, três fatores são essenciais, de acordo com Ganem: o paciente precisa perceber valor na sua instituição e continuar buscando seus serviços; o corpo clínico deve ver sentido em cuidar dos pacientes dentro da instituição; e a operadora precisa reconhecer o valor de estar associada à sua instituição. “Este último ponto é o mais desafiador. Embora se fale muito sobre valor na saúde, na prática, isso raramente se traduz em ações concretas de remuneração, tempo e desempenho”, disse.

Para Ganem, é responsabilidade de todos os que lideram instituições sérias e comprometidas com a qualidade encontrar mecanismos para resolver os desafios. “Cada instituição tem sua própria agenda, mas resolver esses problemas individualmente pode ser difícil. Negociações individuais são importantes, mas também precisamos do envolvimento de outras instituições.”

Neste ponto, Torelly diz que é fundamental sentar todos juntos para encontrar soluções e lembra: “Estamos vivendo não mais na saúde baseada em evidências, mas na saúde baseada na eficiência. Quem não for eficiente não vai sobreviver.”

Como exemplos de parceria pela sustentabilidade do sistema, Eliézer disse que o Hospital Einstein, junto à Mayo Clinic, está explorando modelos bem-sucedidos de inteligência artificial. Durante uma consultoria, foi destacado que a transformação de uma instituição baseada em dados, análise e inteligência artificial começa com mudanças na mentalidade das pessoas.

“A eficiência trazida por esses modelos pode alcançar até 25%, abrangendo desde processos cotidianos como assinaturas de contratos até logística de medicamentos. Inspirados pela iFood, que expandiu para várias verticais, vemos que outras indústrias são mais cooperativas e integradas, enquanto o setor de saúde ainda enfrenta barreiras entre prestadores e operadoras”, disse.

Ele acredita que, como setor, é preciso mostrar a diferença do que se propõe: um aumento de custo necessário, mas acompanhado de ganhos em produtividade que ajudam a sustentar o setor. “Propomos uma agenda integrada para abordar essas questões de forma conjunta”, acrescenta.

Para Torelly, 2024 deve ser o ano do diálogo no setor da saúde. “Conflitos não levam a lugar nenhum quando todos estão sofrendo. Precisamos criar uma agenda de curto prazo e estruturante que fortaleça financeira e estruturalmente a saúde, para não ficarmos discutindo pagamentos de procedimentos. Estamos presos em discussões transacionais menores enquanto enfrentamos um problema macroeconômico de sustentabilidade do setor.”

Segundo ele, as lideranças da Abramed, Anahp, FenaSaúde e Abramge deveriam unir esforços para criar uma agenda política estratégica. “Continuar disputando pequenas vantagens apenas nos fará perder outra oportunidade de realizar uma grande transformação. Devemos explorar alternativas, como apoiar ações das operadoras que possam gerar mais recursos sem afetar os prestadores”, contou.

Por sua vez, Ganem resumiu essa discussão em três pontos essenciais: inteligência, cooperação e a necessidade de deixar de lado as vaidades. Ao final, Nomura ressaltou a importância da qualidade e da eficiência para direcionar o setor. “Junto aos associados, a Abramed tem discutido intensamente essas questões, que fazem parte do nosso Estatuto Social e do Regulamento Interno. Valorizamos muito esse compromisso com a excelência nas operações de nossos associados.”

O encontro terminou com uma visita guiada ao Hospital Sírio-Libanês.

FILIS 2024: líderes da Saúde se reúnem para debater um futuro mais sustentável

O evento será no dia 29 de agosto, no Teatro B32, em São Paulo; as inscrições estão abertas e as vagas são limitadas

26 de junho de 2024 – Ponto de encontro para todos os membros da cadeia de saúde, o Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), organizado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), chega à sua 8ª edição, reunindo grandes nomes para discutir os desafios e as soluções que moldam o futuro do segmento no Brasil.

O evento, que tem como macrotema “Saúde Inovadora: Oportunidades para um setor sustentável”, acontecerá no dia 29 de agosto de 2024, das 8h00 às 18h00, no Teatro B32, em São Paulo, e promete ser um espaço valioso para a troca de conhecimentos.

“Em mais esta edição do FILIS, reiteramos nosso compromisso e protagonismo em promover agendas propositivas para a área. Este ano, a participação das agências reguladoras e do Ministério da Saúde reforça a importância de uma colaboração ampla e integrada para enfrentar os desafios e avançar em soluções inovadoras e sustentáveis para toda a cadeia”, declara Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

Ela participará da solenidade de abertura junto a Cesar Higa Nomura, presidente do Conselho de Administração da entidade. A primeira palestra será proferida por uma autoridade governamental, que apresentará um panorama amplo do setor de saúde no país. 

Logo após, será realizada a entrega da 6ª edição do Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld, que reconhece e homenageia personalidades que se destacaram por contribuições significativas para o avanço do setor. Criado pela Abramed em 2018, a premiação leva o nome de uma das maiores autoridades em patologia clínica e hematologia do Brasil, que foi membro da Câmara Técnica da entidade. 

O evento está repleto de debates e palestras que aprofundarão questões de alta relevância para toda a cadeia. O primeiro debate terá como tema “Integrando a cadeia de valor: Desafios e soluções para melhoria do cuidado em saúde”.

Para fortalecer o networking dos convidados, haverá uma pausa, chamada de Leaders Connection: uma oportunidade para líderes de diferentes áreas se reunirem informalmente para um momento de verdadeira interação.

Na sequência, terá início um bloco especial com duas palestras abordando aquecimento global e mudanças climáticas. Essas apresentações serão a base para o debate “Impactos das Mudanças Ambientais e Climáticas na Saúde Brasileira”, reunindo especialistas na área.

O intervalo para almoço será mais uma oportunidade para networking informal. Logo após, haverá uma palestra com mais uma autoridade governamental, trazendo contribuições para o desenvolvimento da Saúde Suplementar no Brasil.

Lideranças do setor público e privado estarão no debate “O papel da qualidade para a sustentabilidade do setor”, compartilhando experiências e inspirando mudanças. Ao final, outro Leaders Connection promoverá a interação entre os presentes, que poderão conferir, na sequência, o Momento Transformação, com a apresentação de um case de inovação.

O último debate abordará o tema: “Interoperabilidade na Saúde: Desafios, Perspectivas e Inovações”, trazendo relevantes personalidades do governo, da indústria e de instituições de saúde para falar deste assunto que tem sido o foco da Abramed, em prol da integração de todo o setor. O encerramento será com Lídia Abdalla, vice-presidente do Conselho de Administração da entidade.

O FILIS é uma plataforma essencial para discussões estratégicas sobre as tendências e inovações no setor de saúde. A presença de autoridades, especialistas e líderes de várias áreas assegura um debate rico e diversificado, contribuindo para o desenvolvimento e aprimoramento das políticas e práticas de saúde no Brasil.

As inscrições estão abertas e as vagas são limitadas. Faça parte dessa jornada de transformação!

Serviço

8ª edição do FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde

Tema: “Saúde Inovadora: Oportunidades para um setor sustentável”

Quando: 29 de agosto de 2024

Horário: Das 9h00 às 18h00

Onde: Teatro B32, São Paulo

Garanta já sua participação: http://www.abramed.org.br/filis

Casos de dengue caem 26% e casos de covid-19 sobem 14% na rede privada, segundo Abramed

Os resultados são enviados diretamente à RNDS/DATASUS, contribuindo para o monitoramento epidemiológico do Ministério da Saúde

26 de junho de 2024 – Os casos de dengue registrados na rede privada caíram 26% na comparação entre as semanas de 9 a 15 de junho e de 16 a 22 de junho, passando de 5.550 para 4.091. Os dados são da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), cujos associados representam cerca de 65% do volume total de exames realizados na saúde suplementar no Brasil.

Com relação ao número de exames realizados, a variação é baixa. Entre os dias 9 e 15 de junho, foram realizados 26.781, enquanto de 16 a 22 de junho, o número de exames caiu para 26.250, uma variação de 2%.

Ao analisar o período completo das últimas seis semanas, de 12 de maio a 22 de junho, os dados revelam uma tendência geral de queda na positividade dos exames de dengue. No total, foram realizados 236.430 exames com uma taxa de positividade média ponderada de 29,8%, resultando em 70.556 casos positivos.

Já os dados de exames de Covid-19 realizados na rede privada, segundo associados da Abramed, mostram um aumento de 14% na positividade, comparando as semanas de 9 a 15 de junho e de 16 a 22 de junho, passando de 353 para 311 casos. Esta quantidade é a maior registrada ao longo das últimas seis semanas, de 12 de maio a 22 de junho.

Em relação ao número de exames, de 9 e 15 de junho foram realizados 9.519, contra 9.171, da semana posterior, de 16 a 22 de junho. A queda foi de 4%.

Nas últimas seis semanas, de 12 de maio a 22 de junho, foram realizados 59.353 exames de Covid-19, com uma taxa de positividade média ponderada de 2,4%, resultando em 1.449 casos positivos. O valor mais baixo de positividade no período foi registrado na semana de 19 a 25 de maio, quando foram realizados 11.232 exames, com uma taxa de positividade de apenas 1,4%, resultando em 157 casos positivos.

Prezando pela precisão e qualidade dos resultados, a Abramed defende que os exames sejam feitos em laboratórios clínicos. Vale lembrar que os associados enviam os resultados dos exames diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico do Ministério da Saúde. Essas informações são essenciais para avaliar a situação da doença e orientar as medidas de saúde pública.

Abramed debate “O papel do ESG na Medicina Diagnóstica”

Parceria entre a Abramed, o Comitê de ESG e a Roche Diagnóstica, o encontro contou com representantes do Pacto Global da ONU, do Capitalismo Consciente e associados da entidade

26 de junho de 2024 – Para discutir como práticas sustentáveis, de governança e socialmente responsáveis moldam o futuro da saúde, a Abramed realizou, em 20 de junho, um encontro especial com profissionais referências, na sede da Roche Diagnóstica Brasil, em São Paulo.

Flavia Vianna, gerente de Saúde e Trabalho do Pacto Global Brasil da ONU; Lidia Abdalla, CEO do Grupo Sabin e vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed; Daniela Garcia, CEO do Capitalismo Consciente Brasil; e Sandra Sampaio, diretora de estratégia da Roche Diagnóstica trouxeram excelentes insights sobre o tema, sob mediação de Daniel Perigo, gerente de Sustentabilidade do Grupo Fleury e Líder do Comitê de ESG da Abramed.

Como anfitrião, Carlos Martins, CEO da Roche Diagnóstica Brasil, abriu o encontro, lembrando que, em 2024, a empresa foi eleita, pelo 15º ano consecutivo, a mais sustentável do setor de saúde, de acordo com o índice Dow Jones. “Sustentabilidade, segurança, diversidade e inclusão são vistas de forma muito séria por nós. Iniciamos há dois meses um projeto de alta profundidade, que tem como objetivo impactar quatro pilares: pessoas, pacientes, nossa cultura e, consequentemente, a sociedade”, explicou.

Logo após, Lidia apresentou a Abramed e ressaltou a relevância desse primeiro encontro para discutir o tema ESG e seus impactos na medicina diagnóstica. Na sequência, Périgo destacou que a reunião é um desejo antigo do Comitê de criar maneiras para estimular as melhores práticas de ESG nas empresas. “Sabemos que o trabalho é grande, mas há muitas oportunidades. Nosso grupo se dedica a conversar sobre esse tema e contribuir para o avanço das iniciativas”, expôs.

O encontro contou com palestra da Flavia, que iniciou falando sobre o Pacto Global Brasil da ONU, formado por 10 movimentos ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das questões mais urgentes do Brasil. “Trata-se de um chamado às empresas para promover ações concretas por meio de compromissos públicos. Somos a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com abrangência e engajamento em 162 países”, expôs.

O Pacto Global da ONU – Rede Brasil é a segunda maior rede local do mundo, com mais de 1.900 participantes. Os mais de 50 projetos conduzidos no país abrangem, principalmente, os temas: Água e Saneamento, Alimentos e Agricultura, Energia e Clima, Direitos Humanos e Trabalho, Anticorrupção, Engajamento e Comunicação.

Flavia explicou o Movimento Mente em Foco, iniciativa do Pacto Global da ONU no Brasil que convida empresas a agir em benefício de seus colaboradores e da sociedade no combate ao estigma e ao preconceito social ao redor da saúde mental. O objetivo é que a saúde mental seja tratada não apenas como uma medida emergencial, mas, de forma preventiva e humanizada, como um tema perene e que faça parte da estratégia de negócio das companhias.

“É fundamental falar de sustentabilidade no trabalho, mas, se não olharmos para as pessoas, não vamos conseguir fazer a transformação que queremos no planeta. Cuidar da saúde mental é urgente e necessário. Portanto, ambicionamos ter, em 2030, mil empresas com programas estruturantes de saúde mental, impactando 10 milhões de trabalhadores”, disse.

Flavia também divulgou o Guia prático para construção de um ambiente de trabalho com segurança psicológica. “Trouxemos o assunto da saúde mental, mas reforçamos a saúde integral, ou seja, física e emocional. A proposta é colocar as pessoas nas tomadas de decisão das empresas”, expôs, lembrando que a saúde mental é responsabilidade de todas as pessoas, da liderança e de cada um, para um mundo corporativo mais saudável. “Sendo assim, precisamos realizar um trabalho preventivo, muito mais que um atendimento emergencial, sem tabu”, reforçou.

Após apresentação, foi aberta a mesa de debates com os demais participantes. Daniela começou explicando que o Capitalismo Consciente é um movimento que objetiva ajudar as empresas a implementarem práticas de estratégia e liderança conscientes, gerando um impacto positivo nos resultados, nas pessoas e no planeta. “A empresa é um sistema, que depende das boas relações com trabalhadores, fornecedores e comunidade”, disse.

Segundo ela, existem várias maneiras de externalizar isso, como a educação dos consumidores sobre medicamentos e a gestão de resíduos. Por exemplo, o descarte adequado de radiografias. “Uma empresa que ensina esses procedimentos está fortalecendo sua relação com os stakeholders externos que consomem seus produtos”, disse.

A Roche, por exemplo, busca engajar outros stakeholders da cadeia em suas ações sustentáveis, como explicou Sandra. São mais de 60 mil fornecedores, o que significa que a comunicação e a gestão dessa cadeia são fundamentais. “A Roche apoia os ODS e tem como meta, em relação aos parceiros, reduzir, até 2030, pelo menos 18% da emissão produzida de forma indireta”, disse.

Em relação aos distribuidores, a empresa garante o cumprimento das metas através do código de conduta, ética e sustentabilidade, que permeia todo o programa de desempenho. Para o paciente, há ações de conscientização sobre o descarte de medicamentos em parceria com outras empresas. E expandindo o impacto à comunidade, a Roche, por meio de um programa global, incentiva os colaboradores a fazerem doações a instituições que ajudam crianças em situação de vulnerabilidade. “Temos muitas ações internas e externas, o tema ESG é um dos critérios, por exemplo, para eleger fornecedores”, disse.

Falando sobre tecnologia, Sandra ressaltou o valor da inteligência artificial, destacando seu papel na redução do tempo de processos e na sustentabilidade do laboratório. Este tema está diretamente relacionado à medicina de precisão, que foca na prevenção e na diminuição de desperdícios. “No âmbito local, é fundamental dialogar com os órgãos de saúde competentes para ampliar o acesso da população a essas tecnologias e melhorar os desfechos para os pacientes”, expôs.

Por sua vez, Lidia salientou que o compromisso com as metas ambientais e sociais deve estar na agenda das lideranças, pois dar o exemplo é essencial para o engajamento. “Quando as pessoas se sentem respeitadas e ouvidas, começam a ver que o impacto vai além delas, atingindo seu círculo de amigos e a comunidade. Mas se nada disso sensibiliza o líder, há a questão da lucratividade, pois a empresa se torna mais competitiva quando investe em ESG e sua reputação sobe”, declarou. 

Sobre como começar, Lidia disse que não é necessário reinventar a roda; basta buscar exemplos do que está funcionando bem. “É importante fazer benchmarking com empresas de outros segmentos também. Às vezes, encontramos boas práticas simples que podemos implementar no dia a dia. Começar é difícil, mas depois é questão de manter o foco e o compromisso. Fazer e replicar: esse é o maior potencial que temos como profissionais, influenciar aqueles ao nosso redor”, expôs.

De fato, Flavia comentou que o desafio é enorme e que precisamos nos unir para enfrentar o problema. “Não podemos mais olhar para uma catástrofe e achar que ela está longe, pois ela está muito perto de nós. Precisamos nos mobilizar. O Impacto Global também destaca a importância do movimento das empresas para a transformação. Muitas colocam a responsabilidade no público, mas cabe a elas reconhecerem o poder que têm de transformar e gerar receita de forma responsável e sustentável. Precisamos estar dispostos a separar o tempo necessário para estarmos juntos, ouvir o que os especialistas estão dizendo e aprender com o que outras empresas estão fazendo, promovendo a troca de experiências”, disse.

Questionada sobre tendências em ESG, Daniela respondeu que, em termos de business, é reportar cada vez mais, afinal, ESG não é uma escolha, mas uma jornada. Já em termos de negócio e reputação, a tendência é analisar como a empresa se organiza e amplifica a sua atuação a respeito desses temas com transparência e ética. “Por fim, a tendência global é olhar para dados, ajudando o ser humano a viver melhor. Estamos caminhando para a sociedade 5.0, que é a tecnologia a serviço do bem-estar”, disse.

Daniela reforçou que ESG é cultura, assim como a transformação digital, e precisa ser trabalhado transversalmente. “Procure entre seus pares líderes de outras áreas para que, juntos, possam comprometer a liderança a ser patrocinadora desse tema. De forma mais pragmática, ignorar o impacto positivo pode resultar em problemas na gestão de riscos, na área financeira e na reputação.”

Segundo Daniela, precisamos ter uma visão sistêmica. Se não olharmos para nós como parte do todo, não vamos caminhar. “O sistema precisa fluir, esse é aprendizado da pandemia. Todos devem seguir a mesma jornada e trabalhar com propósito. O recado é muito claro: precisamos ter consciência do nosso impacto, intencionalidade das ações e buscar a melhor performance possível com foco na prosperidade da sociedade.”

Ao final, Flavia deixou uma frase bem conhecida e inspiradora: sonho que se sonha só é só um sonho, mas um sonho que se sonha junto se torna realidade. “Precisamos sonhar com um mundo sustentável, inclusivo e que contemple todas as pessoas. E que elas estejam saudáveis em sua integralidade, porque só assim teremos um mundo seguro e saudável para cada um de nós.”

Associados da Abramed exploram a tecnologia para reduzir impacto ambiental na medicina diagnóstica

Iniciativas impulsionam a transformação ecossistêmica, refletindo o compromisso ético do setor com o meio ambiente

17 de junho de 2024 – Como toda atividade produtiva, a medicina diagnóstica impacta o meio ambiente, exigindo uma gestão consciente e eficiente dos recursos naturais e das emissões de gases de efeito estufa geradas pelas operações assistenciais e administrativas. Um aspecto chave no setor é a gestão adequada de água, efluentes, energia, resíduos e emissão de CO2.

Para ajudar nesse processo, as empresas do setor vêm investindo em tecnologia, como destaca Andrea Pinheiro, membro do Comitê ESG da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e diretora de Relações Institucionais e Comunicação Corporativa do Grupo Sabin. Segundo ela, a inovação tecnológica tem contribuído de forma decisiva em várias frentes. “A adoção de métodos de construção sustentáveis, a automação predial para iluminação e refrigeração, captação de águas da chuva e estações de tratamento de efluentes mais inovadoras viabilizam o reúso de um volume maior de água, por exemplo”, explica.

Como mostra o Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, quase metade das associadas participantes do levantamento recorre a fontes alternativas, como poços artesianos, água pluvial e água de reúso. As empresas não apenas captam água de forma responsável, mas também adotam práticas de conservação e uso eficiente da água em suas operações.   

“Aqui no Grupo Sabin, adquirimos, em 2021, uma nova Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) para nosso maior Núcleo Técnico Operacional (NTO) em Brasília, permitindo a reutilização de 100% da água consumida no processamento de amostras clínicas para regar jardins e nas descargas sanitárias, totalizando 2,6 milhões de litros reutilizados no último ano”, conta Andrea.

Segundo ela, desde 2019, a empresa investe em projetos de migração de matriz energética, alcançando em 2023 a marca de 45% da energia consumida proveniente de fontes renováveis em todo o país. “Além disso, reciclamos 196,3 toneladas de material e recebemos o Certificado de Neutralização de Emissões de Gases de Efeito Estufa pelo terceiro ano consecutivo, com uma redução de 40% nas emissões em comparação com o ano anterior”, complementa.

Em relação ao processo analítico, Andrea acrescenta que a automação, através do uso de esteiras automatizadas em laboratórios de análises clínicas, é um grande divisor de águas. Essas esteiras transportam amostras de forma eficiente e organizada, permitindo a redução do número de tubos e do volume das amostras necessárias para a realização de exames. Como consequência, há uma redução significativa dos resíduos gerados. A cada ano, a evolução dessas esteiras automatizadas traz novos aspectos de integração que melhoram a gestão desses indicadores de eficiência e sustentabilidade.

Na área de diagnóstico por imagem, a tecnologia permite a digitalização e o uso de sistemas de laudos digitais. Isso significa que os resultados dos exames, como radiografias, ressonâncias magnéticas e tomografias, podem ser armazenados e compartilhados de forma eletrônica. Além da economia de recursos na cadeia de insumos, como toners de impressora e energia elétrica, a tecnologia também possibilita agilizar o processo de análise e de suporte ao diagnóstico à comunidade médica.

Vale destacar que a própria evolução dos sistemas de informações laboratoriais permitiu a disponibilização de laudos e históricos de exames digitais não só por meio de sites, mas também de aplicativos, contribuindo para a redução da impressão de laudos. Segundo o Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, em 2022, a quantidade de laudos acessados por meio eletrônico foi de aproximadamente 122 milhões, o que equivale a cerca de 19% do total de exames realizados. “Esses dados mostram que ainda temos um grande espaço para evoluir tanto tecnologicamente quanto na conscientização e educação dos usuários dos serviços”, expõe Andrea. 

Apesar da transformação digital, as empresas de medicina diagnóstica ainda possuem em suas operações a necessidade de impressão, guarda e descarte de papeis devido ao faturamento que envolve guias físicas em seus processos transacionais com as operadoras de saúde. “Os investimentos em sistemas integradores e que permitem a interoperabilidade dessas transações também contribuem positivamente na gestão ambiental”, acrescenta.

Além das associadas, a própria Abramed colabora para as práticas sustentáveis, ajudando a reunir e consolidar ações realizadas pelas empresas do setor. A entidade possui também um papel relevante nas discussões e contribuições técnicas a partir de seus comitês e consultas públicas sobre mudanças regulatórias. 

“Outra entrega importante se refere à geração de informações, indicadores e conteúdos, como o Painel Abramed, que permite acompanhar a evolução do setor, inspirando e dando suporte aos associados e outras empresas na expansão de suas ações e programas ambientais”, salienta Andrea.

Por fim, vale ressaltar que a adoção de práticas ESG não só mitiga os impactos no meio ambiente, mas também reflete um compromisso ético com a saúde e o meio ambiente. Além de demonstrar responsabilidade socioambiental, essas ações ajudam a fortalecer relações com clientes, fornecedores e outros stakeholders.