FILIS 2019 recebe secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde

16 de Setembro de 2020

A participação de Francisco de Assis Figueiredo, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, na abertura do 4° FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde, no dia 30 de agosto, em São Paulo, foi destaque em matéria do site do Jornal Valor Econômico. Presente no evento, a jornalista Beth Koike salientou o discurso do secretário, exaltando a importância da união dos setores público e privado. A matéria, para assinantes e cadastrados, está disponível em: https://mla.bs/871f2829

4º FILIS recebe Shafi Ahmed, premiado cirurgião, para tratar do futuro da saúde

Shafi Ahmed, cirurgião oncológico, professor da Bradford University e da Singularity University e um dos principais influenciadores mundiais em saúde digital e realidade virtual, falará sobre o futuro da saúde e como o setor deve se preparar para mudanças

O Fórum, realizado pela Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), está sem sua quarta edição e já faz parte da agenda das lideranças da saúde, reunindo, além de CEOs, presidentes e diretores, gestores, especialistas e influenciadores diretos na tomada de decisão.

Neste ano, com o tema “Medicina Diagnóstica: Mais valor para um sistema de saúde em transformação”, o evento trará assuntos que envolvem desde questões regulatórias, passando por inovação, valor da medicina diagnóstica dentro do ciclo de cuidados do paciente, até futuro da saúde, e será encerrado por Shafi Ahmed, professor e premiado cirurgião, que falará sobre o futuro da saúde e como o setor deve se preparar para mudanças.

Em 2014, Shafi usou um Google Glass para filmar em primeira pessoa uma cirurgia. Dois anos mais tarde, fez a primeira transmissão ao vivo, em realidade virtual, de um procedimento cirúrgico, para retirada de câncer de cólon de um paciente e alcançou vários dos maiores reconhecimentos da indústria, incluindo o Future NHS Award e o Webit International Award de Melhor uso de inovação digital em saúde.

Shafi é considerado um futurista que é o decano associado do Bart’s Royal London Hospital, o maior hospital da Europa ocidental e um dos hospitais mais antigos do mundo, fundado em 1123.

4º FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde destaca a importância da união do setor Compartilhe

Na abertura, Claudia Cohn e Francisco de Assis Figueiredo abordaram os desafios da medicina diagnóstica

02 de Setembro de 2019

Durante a abertura, Claudia Cohn, presidente do Conselho de Administração da Abramed 2016-2019,destacou a contribuição do evento para a saúde do país. “Hoje, temos aqui pessoas se dedicando a aprender, discutir, trocar experiências, ensinar e sair daqui com as mãos e a mente mais aptas a melhorar a saúde do brasileiro. A saúde não é pública, tampouco é privada. Não é só do médico, do farmacêutico, do biomédico ou de quem trabalha com diagnóstico. Ela é de todos nós. Tudo o que foi programado para o FILIS é para que possamos pensar na saúde mais integrada”, disse.

Francisco de Assis Figueiredo, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, por sua vez, destacou em seu discurso a importância da união dos setores e os desafios da medicina diagnóstica. “Juntos aqui, Abramed, Anvisa, ANS e o SUS, temos a capacidade de entregar uma saúde melhor para os brasileiros”, ressaltou, afirmando que o governo precisa trabalhar em parceria com o segmento privado de medicina diagnóstica para atenção primária e secundária no SUS.

“Se falarmos em escala, a medicina diagnóstica tem, hoje, as maiores expertisespor atendimento. Além disso, se falarmos em evitar desperdícios, vocês também têm experiência”, enalteceu o secretário.

Para a CEO da Abramed, Priscilla Franklim Martins, receber o Ministério da Saúde na abertura do evento reforça a importância que a medicina diagnóstica tem na cadeia produtiva da saúde. “A Abramed tem exercido um papel importante na liderança de discussões com seus associados e com todos os elos desta engrenagem, na busca de soluções para o desenvolvimento sustentável do setor como um todo, não somente na área privada”, diz. “Influenciar a melhoria da saúde no Brasil é o nosso propósito e esse evento tangibiliza o nosso trabalho”, afirma a CEO.

Inovação traz melhorias no serviço oferecido ao paciente | pauta 4º FILIS

Influências e gargalos das novas tecnologias na saúde foram pauta do painel “Impacto das inovações setoriais” no 4º FILIS

2 de Setembro de 2019

A inovação é uma temática imprescindível a um setor como o de saúde, que caminha em busca de melhorias, tanto para garantir a total segurança dos pacientes quanto para prover uma gestão mais eficiente e sua sustentabilidade.

Essas tecnologias já são realidade, como prontuário eletrônico e ultrassom fetal impresso em 3D, bem como instigam cada vez mais a mudança no perfil de atuação dos profissionais. Por isso, elas foram pauta do primeiro painel de discussões do 4º FILIS (Fórum de Lideranças em Saúde), evento promovido pela Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica).

Roberto Godoy, general manager da Guerbet Brasil, palestrou sobre o tema e destacou que o paciente deve estar no centro das decisões médicas e na sustentabilidade do sistema como um todo. Para ele, é necessário trabalhar o modelo mental das pessoas, a cultura organizacional e o cuidado com o ambiente. Ressaltou ainda a tendência de integração entre exames genéticos, de imagem e tratamento do paciente.

“A medicina de precisão visa tratar a saúde do paciente de maneira exclusiva, levando em conta todo o seu histórico e analisando cada caso individualmente em relação a dados clínicos, genéticos e estilo de vida”, afirmou.

Convidada para fazer parte do time de debatedores, Lídia Abdalla, CEO do Sabin Medicina Diagnóstica, disse que as inovações de impacto são aquelas que conseguem oferecer saúde de qualidade, com acesso, que chegam a todos os lugares, uma vez que o “Brasil tem vários países dentro de um só”. Ela avaliou também que a tecnologia vem trazer melhorias, só que deve contribuir para a eficiência do setor.

“Precisamos ser uma saúde de qualidade não só curativa, mas também preventiva. O paciente está empoderado de informações. Isso se torna um desafio para os centros de diagnóstico. Inovar é incorporar soluções que passem para a medicina personalizada e, ao mesmo tempo, possam trazer redução de custos para a empresa”, explicou.

O debate levantou os desafios da telemedicina no Brasil. Segundo Giovanni Guido Cerri, vice-presidente do Conselho de Administração do Instituto Coalizão Saúde, a modalidade vem sendo usada amplamente há pelo menos 15 anos. “Telemedicina representa acesso, e é isso que a população precisa. Nossa preocupação tem que estar ligada à qualidade, por ser um instrumento útil. Todos que trabalham na área têm o direito de reivindicar um conjunto normativo mais favorável às inovações que estimulem o desenvolvimento seguro e sustentável do setor”, disse Cerri.

Leandro Fonseca, diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), pontuou como a inovação pode ser uma ferramenta para racionalizar recursos. E ratificou a necessidade de mudanças a fim de termos soluções para uma assistência que hoje é fragmentada. “A ANS tem trabalhado no aprimoramento da sua regulação para que possa diminuir custos de transação. Podemos destacar que hoje os ofícios são eletrônicos, não são mais de papel. E vamos avançar mais ainda nesta ANS digital”, afirmou. “No meu ponto de vista, demos um salto qualitativo muito importante na forma como a ANS analisa as novas tecnologias”, finalizou.

Ainda no âmbito das agências reguladoras, quando questionada sobre como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) lida com a inovação, Mônica Luz de Carvalho Soares, gerente-geral de Conhecimento, Inovação e Pesquisa, falou sobre a criação do LAB-i VISA, espaço colaborativo da Anvisa para criação e compartilhamento de ideias e práticas – a partir dos pilares disseminar, fomentar, conectar e acelerar –, que surgiu de uma iniciativa implantada em 2016, quando a Agência deu início ao projeto-piloto da Fábrica de Ideias, voltado a promover a cultura de inovação no âmbito do setor público. “A Anvisa tem apenas 20 anos, e a criatividade é um desafio que nos persegue, que no serviço público concorre com a rotina”, afirmou. “Mas sabemos que é necessário inovar e que existe a velocidade da informação que as empresas e as indústrias nos cobram diariamente.”

Para Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein, a visão da transformação digital deve ser uma questão muito mais cultural do que tecnológica. “E a vejo sob alguns aspectos, como trazer benefício da informação correta ao paciente, para que ele tenha responsabilidade sobre a própria saúde”, disse. Para ele, regulações são, sim, fundamentais e, no caso da saúde, estabelecem regras importantíssimas para assegurar benefícios aos pacientes e evitar práticas que possam resultar em danos, porém precisam manter-se em sintonia com as transformações do mundo. Como exemplo, ele citou a telemedicina, com seu potencial para vencer barreiras logísticas, ampliando o acesso ao atendimento, agilizando tratamentos e reduzindo custos, transcorrendo bem em países como os Estados Unidos.

4º FILIS recebe Shafi Ahmed, premiado cirurgião, para tratar do futuro da saúde

Shafi Ahmed, cirurgião oncológico, professor da Bradford University e da Singularity University e um dos principais influenciadores mundiais em saúde digital e realidade virtual, falará sobre o futuro da saúde e como o setor deve se preparar para mudanças

02 de Setembro de 2019

O Fórum, realizado pela Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), está sem sua quarta edição e já faz parte da agenda das lideranças da saúde, reunindo, além de CEOs, presidentes e diretores, gestores, especialistas e influenciadores diretos na tomada de decisão.

Neste ano, com o tema “Medicina Diagnóstica: Mais valor para um sistema de saúde em transformação”, o evento trará assuntos que envolvem desde questões regulatórias, passando por inovação, valor da medicina diagnóstica dentro do ciclo de cuidados do paciente, até futuro da saúde, e será encerrado por Shafi Ahmed, professor e premiado cirurgião, que falará sobre o futuro da saúde e como o setor deve se preparar para mudanças.

Em 2014, Shafi usou um Google Glass para filmar em primeira pessoa uma cirurgia. Dois anos mais tarde, fez a primeira transmissão ao vivo, em realidade virtual, de um procedimento cirúrgico, para retirada de câncer de cólon de um paciente e alcançou vários dos maiores reconhecimentos da indústria, incluindo o Future NHS Award e o Webit International Award de Melhor uso de inovação digital em saúde.

Shafi é considerado um futurista que é o decano associado do Bart’s Royal London Hospital, o maior hospital da Europa ocidental e um dos hospitais mais antigos do mundo, fundado em 1123.

Mayana Zatz recebe Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld

Homenagem é um reconhecimento da Abramed a profissionais que fomentam o desenvolvimento e a melhoria da saúde no Brasil

02 de Setembro de 2019

O Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld é um reconhecimento a profissionais que estimulam o desenvolvimento e a melhoria da saúde brasileira, e acontece durante o FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde. A vencedora de 2019 foi a bióloga molecular e geneticistaMayana Zatz, que recebeu a premiação das mãos de Priscilla Franklim Martins, CEO da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica).

Mayana é docente do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências de Universidade de São Paulo e exerceu o cargo de Pró-reitora de Pesquisa da universidade de 2005 a 2009. Realiza pesquisas em genética humana, com pioneirismo no campo de doenças neuromusculares. Atualmente, seu laboratório do genoma humano também realiza relevantes pesquisas no campo de células-tronco.

A homenageada foi a fundadora da Associação Brasileira de Distrofia Muscular e é Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, além de ter publicado centenas de trabalhos científicos e ganhado inúmeros prêmios nacionais e internacionais.

“Quero agradecer à Abramed ao receber esta homenagem. O Dr. Gastão era uma pessoa fantástica e tive o prazer de conhecê-lo. Nós, geneticistas, sempre temos projetos associados à medicina do futuro, sempre com a preocupação de diminuir os custos”, falou Mayana.

“Para a Abramed, é uma imensa honra resgatar a memória do Dr. Gastão com esta singela homenagem e relembrar com carinho características marcantes do nosso amigo e eterno inspirador”, lembrou Priscilla, ressaltando que alguns dos traços de personalidade do Dr. Gastão servem de parâmetro para que a entidade escolha quem vai receber o prêmio. “Este ano, quatro características foram sobressalentes: perseverança, conhecimento técnico-científico, caráter visionário e, exatamente como o Dr. Gastão, fazer história no mercado diagnóstico”, reforçou a CEO da Abramed.

O Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld é uma homenagem a este renomado profissional do setor de medicina diagnóstica, que faleceu em março de 2018, após décadas de empenho em tornar o segmento de diagnóstico mais unido.

Tecnologia de ponta e procedimentos de saúde foram assuntos do 4º FILIS

Shafi Ahmed, um dos principais influenciadores mundiais em saúde digital e realidade virtual, abordou o tema “Transformando a saúde”

02 de Setembro de 2019

O mundo passa pela quarta revolução industrial e vive a “época mais empolgante da biomedicina”. Esse é a ótica de Shafi Ahmed, cirurgião oncológico dos hospitais The Royal London e St. Bartholomew, professor das universidades Bradford e Singularity, e um dos principais influenciadores mundiais em saúde digital e realidade virtual. Sua palestra encerrou o 4º FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde, evento promovido pela Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica).

Em 2014, usando o Google Glass, Ahmed removeu um câncer de um paciente sob os olhares de centenas de universitários, em mais de 100 países. À medida que as perguntas surgiam na lente do seu Glass, ele respondia às dúvidas como se as pessoas que o questionavam estivessem ao seu lado. O procedimento transmitido ao vivo, em realidade virtual, tornou-se um novo paradigma de aprendizagem. Além disso, o cirurgião alcançou vários reconhecimentos relevantes da indústria, incluindo o Future NHS Award e o Webit International Award de Melhor Uso de Inovação Digital em Saúde.

No FILIS, ele ressaltou que o dinheiro disponível no mundo é escasso e que é preciso estabelecer metas sustentáveis para os novos desafios tecnológicos. “Precisamos mudar os currículos das universidades e ensinar os médicos a serem empreendedores. As inovações vão ocorrer em um ritmo mais acelerado e os centros de ensino precisam acompanhar. Estamos mais conectados do que nunca”, reforçou.

Para o médico, as altas tecnologias de baixo custo estarão cada vez mais acessíveis. “Sou consultor de cirurgias que ocorrem em diferentes lugares do mundo: Londres, Índia, Estados Unidos. Eu não vou a esses lugares, mas a tecnologia me leva até eles”, afirmou Ahmed, que deve lançar um novo livro em novembro sobre o tema.

Entre os exemplos de lugares que estão passando por transformação tecnológica na área da saúde, ele citou Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. “É um país rico e pequeno, com apenas três milhões de habitantes. Lá existem cerca de 50 hospitais e estão todos conectados por meio de tecnologia de ponta”, afirma, lembrando que o país investiu US$ 5,5 bilhões no sistema de saúde.

Ao final da palestra, o presidente do Conselho de Administração da Abramed 2019-2022, Wilson Shcolnik, encerrou o evento fazendo um balanço do evento e seus principais destaques. E aproveitou para convidar a todos para o 5° FILIS, que tem data marcada para o dia 28 de agosto de 2020.

Medicina diagnóstica é fundamental no ciclo de cuidados

Com a participação de palestrantes internacionais, painel discutiu assuntos relacionados à aplicação da tecnologia na melhoria do atendimento

02 de Setembro de 2019

Debater a relevância da medicina diagnóstica dentro de uma cadeia de saúde complexa foi um dos focos da 4ª edição do FILIS – Fórum de Lideranças da Saúde, evento realizado pela Abramed, no dia 30 de agosto, em São Paulo. Como macrotema, o 4º FILIS trouxe a “Medicina Diagnóstica: mais valor para um sistema de saúde em transformação” e mesclando experiências nacionais e internacionais, o painel “O papel da Medicina Diagnóstica e a sua participação no ciclo de cuidados” discutiu assuntos relacionados à aplicação da tecnologia na melhoria do atendimento – e consequentemente em melhores desfechos clínicos – sem abrir mão da humanização do sistema.

Entre os palestrantes internacionais, Khosrow Shotorbani, CEO Lab 2.0 Strategic Services e presidente do Projeto Santa Fe Foundation, mostrou que exames laboratoriais podem contribuir para a estratificação de riscos em diferentes fases da assistência ou do cuidado em saúde. O Projeto Santa Fé foi lançado com o intuito de discutir novas fronteiras que definirão a avaliação econômica futura e a colocação de serviços de diagnóstico.

Shotorbani demonstrou que exames custam muito pouco em relação ao que podem trazer de benefícios. “A cada US$ 1 dólar gasto na saúde, US$ 0,03 vão para diagnóstico e 70% dessas informações são usadas para as decisões clínicas. Logo, se uma decisão clínica custa três centavos, o custo deveria reduzir em pelo menos 30%”, detalhou.

Para o CEO, é preciso que a medicina diagnóstica “tome o seu lugar à mesa”. “Informamos ao profissional de saúde o que vem pela frente. Fazemos uma estratificação dos riscos e o que vai acontecer. Um laboratório clínico pode fazer muito, desde conectar o paciente ao gestor de saúde, até ajudar a criar um modelo de saúde do futuro. Qual o nosso papel nesses 97 centavos de dólar?”, questionou.

O painel recebeu também John Mattison, CMIO e Strategy Advisor da Kaiser Permanente, principal plano de saúde dos Estados Unidos, que mostrou várias aplicações e novos conhecimentos de genômica que vão modificar a assistência à saúde, destacando diagnóstico, tratamento do câncer e o que acontece na medicina personalizada: “O futuro já está aqui. Treinamos como repensar e atender os pacientes de maneira digital”.

Após as palestras, o debate contou com a presença de Gustavo Fernandes, Oncologista e Vice-presidente de Relações Nacionais e Internacionais da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica; Paulo Chapchap, Diretor-Geral do Hospital Sírio-Libanês; Roberto Santoro, CEO do Hermes Pardini, e Robson Miguel, Diretor de Serviços Profissionais LATAM e Canadá da Abbott Diagnostics. Discutiu-se a importância do cuidado pessoal com educação médica, bem como a necessidade de redução de desperdícios no setor.

Chapchap falou da necessidade de uma equipe de especialistas em diagnóstico dentro de um hospital, ajudando médicos a tomar decisões em situações clínicas distintas. “Se o médico tem mais informações sobre o paciente, ele vai pedir os exames que são realmente necessários. Temos vários gaps(lacunas) de diagnósticos em um hospital. Precisamos da integração entre patologia, radiologia clínica e medicina nuclear com os médicos clínicos”, afirmou, ressaltando que a consciência social do médico é fundamental. “E a consciência de valor para economizar em saúde populacional é fazer mais por aquele indivíduo que está na frente dele. A medicina está cada vez mais personalizada”, frisou.

Gustavo Fernandes lembrou da expectativa dos pacientes no consultório sobre a realização de exames e que o médico precisa de tempo para explicar o que pode ser útil. “Precisamos trazer o médico e o paciente para a prevenção através da educação, para que o especialista compreenda a pertinência daquilo que ele está pedindo”, considerou.

Reafirmando a urgência da necessidade do uso racional de recursos e a integração entre prestadores de serviços e operadoras de plano de saúde no Brasil, Roberto Santoro, CEO do Hermes Pardini, ressaltou que é preciso trazer o desfecho clínico para ma realidade da operadora. “E remunerar o médico a partir disso”, completou.

A ideia foi corroborada por Robson Miguel, da Abbot Diagnostics: “Esse processo de engajamento é onde acreditamos que vamos conseguir extrair melhores resultados”.

Healthtechs brasileiras apresentam soluções tecnológicas para saúde no 4° FILIS

CUCOhealth, GlucoGear e Neoprospecta participaram do painel “Healthtechs: transformando o acesso à saúde”

02 de Setembro de 2019

As healthtechs – empresas com propostas inovadoras e disruptivas na área da saúde – têm mudado, em todo o mundo, a maneira com que muitos pacientes vêm interagindo com os serviços de saúde.

Três startups brasileiras apresentaram suas soluções para o mercado durante o 4º FILIS (Fórum Internacional de Lideranças da Saúde), evento promovido pela Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), que aconteceu em São Paulo, dia 30 de agosto. Entre os cases apresentados estavam um aplicativo para engajar os pacientes em tratamentos médicos, outro que ajuda a controlar o diabetes e entender melhor como a glicemia se comporta, e o diagnóstico microbiológico digital, que utiliza marcadores genéticos para a identificação de micro-organismos.

A CEO e fundadora da CUCOhealth, Lívia Cunha, foi a primeira a apresentar sua solução. Fundada em 2015, a healthtech trouxe para o mercado um aplicativo gratuito de engajamento de pacientes em tratamentos médicos. Funciona como um enfermeiro digital na vida dos pacientes em tempo integral, oferecendo conteúdo segmentado para educá-los sobre a condição crônica, alertas para lembrança dos compromissos de saúde como medicamentos e medições, além de trabalhar com gamificação para beneficiar os pacientes mais engajados.

Lívia ressaltou que a empresa ajuda os pacientes a aderirem ao tratamento médico, uma vez que a cada 100 diagnósticos, somente 20 voltam na farmácia para comprar remédios. “A não adesão gera mais custos na saúde. Nós trabalhamos com hospitais e temos o paciente no centro do processo”, afirmou. A empresa atende mais de 100 mil pessoas no Brasil e outros países da América Latina, além de Estados Unidos e Alemanha.

Já o fundador e CEO da GlucoGear, Yuri Matsumoto – startup que utiliza inteligência artificial para controle do diabetes – apresentou a estratégia da empresa de oferecer tecnologias preditivas como informações para bomba de insulina. Segundo o empresário, foram desenvolvidos algoritmos para produção de canetas inteligentes de insulina com um ecossistema integrado a outras empresas para garantir um sistema 100% autônomo para as pessoas com diabetes.

Seu primeiro produto é um aplicativo chamado GlucoTrends, que tem como objetivo ajudar pacientes a controlar o diabetes e entender melhor como a glicemia deles se comporta. “Utilizando inteligência artificial, a tecnologia consegue prever a curva glicêmica futura de cada usuário e alertar para possíveis eventos de hipo ou hiperglicemia, bem como recomendar ações preventivas”, disse. “Além disso, oferece um histórico digital de glicemia, medicamentos administrados, calculadora de insulina, tabela de alimentos com contagem nutricional e registro de atividades físicas com estimativa de consumo energético.” O aplicativo traz ainda conteúdo publicado por experts em diabetes para orientar os usuários sobre os desafios do dia a dia, e também uma interação social para que usuários encontrem outros com perfil similar para compartilhar momentos, experiências e suporte emocional.

A Neoprospecta foi a última startup a se apresentar no 4º FILIS. O CEO Luiz Felipe Oliveira iniciou ressaltando que o corpo humano produz milhões de bactérias a partir do intestino e que a solução da empresa é realizar testes para saber se a microbiota do paciente está ligada à situação diagnosticada. Isso acontece através do diagnóstico microbiológico digital, que utiliza marcadores genéticos para a identificação de micro-organismos, utilizando como base as novas tecnologias de sequenciamento de DNA em larga escala. “Trabalhamos a estratégia B2B com principais players do mercado, como Dasa e Albert Einstein”, afirmou Oliveira.

Segundo ele, esse pipeline tecnológico possui duas etapas principais: a laboratorial, que compreende a purificação e extração do DNA, o preparo molecular da amostra e o sequenciamento do DNA; as etapas computacionais, que consistem em análises de bioinformática; e a implementação dos dados na plataforma de visualização.

Após a apresentação das healthtechs, Antônio Vergara, CEO da Roche Diagnóstica Brasil; iniciou o debate ressaltando que a contribuição das startups é bem-vinda, uma vez que traz interação com modelos de negócios inovadores. “Essa cooperação entre healthtechs e grandes empresas é importante, pois o setor de saúde está em constante busca de melhorias, seja para garantir a segurança dos pacientes quanto para prover uma gestão mais eficiente e sustentável”.

Pedro de Godoy Bueno, presidente da Dasa, mencionou que as grandes empresas têm processos mais lentos e atuações em diversas áreas, enquanto as startups conseguem mirar em um problema específico. “Essa cooperação é um caminho sem volta”, afirmou. “Trazer cultura de startup para dentro das empresas é um desafio. Temos várias que funcionam dentro da Dasa, e essa parceria é importante para nós e para elas também, já que é uma possibilidade de escalar. Unir é o caminho”, defendeu.

Para convergir com as grandes e garantir as parcerias, as healthtechs precisam ter, segundo ele, persistência, ciclo comercial largo e defensor interno dentro das grandes empresas. Bueno defendeu também que o capital precisa migrar para onde há mais retorno e lembra que os médicos não estão 100% prontos para o que está vindo.

Durante a discussão, Rodrigo Aguiar, Diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), lembrou que a Agência precisa tratar a inovação dentro da regulação, porém sem inibir os avanços. “Se conseguirmos não atrapalhar, já ajudamos, uma vez que a regulação é muitas vezes a antítese da inovação”, afirmou. Dessa forma, ele considera que é papel também da ANS fomentar o ambiente para novas healthtechs. “Queremos que floresçam a inovação e novas plataformas de cuidado. Temos que evitar as más práticas, sem brecar as novas”, resumiu.

Carlos Marinelli, CEO do Grupo Fleury, reforçou que as soluções oferecidas precisam estar casadas com as intenções do médico. Ele avalia, no entanto, que o momento atual oferece muitos recursos, mas não novas ideias. “Temos o big data, mas não a big idea. Há ideias muito segmentadas, que não são escaláveis”, provocou.

Renato Buselli, head LATAM da Siemens Healthineers, indicou que há verbas disponíveis no fundo de pensão do governo federal e que vivemos um momento de transformação cultural. “Precisamos de novas práticas para construir essa história de transformação”, avaliou. Ele indica, ainda, que as novas empresas devem buscar inovações disruptivas, mas também adaptar soluções que já existem, contribuindo para a evolução do mercado.

Implementação de lei de proteção de dados é urgente, avaliam especialistas participantes do 4° Filis

Painel “Quais as mudanças a LGPD trará para o setor da saúde?” trouxe exemplo da lei europeia e debateu a importância da regulação para o Brasil

02 de Setembro de 2019

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é a primeira normatização específica sobre o assunto no Brasil. Entrando em vigor a partir de 14 de agosto de 2020, ela deverá proporcionar maior transparência, segurança e confiabilidade para todos os atores da cadeia de saúde e usuários dos serviços do setor, abrindo ainda mais espaço para a inovação.

A LGPD acolhe regras constantes no Marco Civil da Internet, no Código de Defesa do Consumidor e em outras normativas precedentes inspiradas na lei de proteção de dados europeia, a GDPR (General Data Protection Regulation). Para contar a experiência nesses outros países, o 4º Filis (Fórum Internacional de Lideranças da Saúde) trouxe o palestrante internacional Vicenzo Salvatore, professor de Direito da União Europeia na Università degli studi dell’Insubria.

A lei de proteção de dados da União Europeia foi aprovada em maio de 2016 e teve dois anos para implementação. Apesar de ser recente, tem abordagem antiga, uma vez que havia diretivas desde 1995, agora regulamentadas sob o formato de legislação. “Quando a GDPR foi apresentada, o parlamento europeu fez várias emendas”, contou Salvatore, classificando o processo como lento. Para ele, “a lei veio tarde”, mas agora caminha no sentido certo, após 140 mil reclamações e pedidos de esclarecimentos.

A regulamentação prevê ainda um conselho de proteção de dados que estabelece normas, por exemplo, para como são feitos estudos clínicos, além de litígios e privacidade por projetos. “Há condução de avaliação de risco e adoção de medidas específicas para determinadas operações de dados, para aplicar as informações que estão disponíveis”, explicou.

Um exemplo de caso real citado pelo especialista é de um paciente que operou o quadril, cujas informações são disponibilizadas para a empresa que fabrica produtos ortopédicos. “O mapeamento desses dados é repassado para contribuir para que a empresa possa atender esse tipo de paciente da melhor forma”, exemplificou.

Há ainda discussão sobre por quanto tempo esse tipo de dado será armazenado e quem poderá ter acesso a ele. Hoje, a Europa usa como padrão geral cinco anos.

No Brasil, as empresas terão que se adaptar à lei de dados em menos de um ano, como ressaltou o presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética, Sandro Süffert, em sua palestra no 4º Filis. “A mensagem é de urgência para que elas acelerem seus processos.”

Ele ainda falou sobre segurança de dados, ressaltando que cada vez é preciso mais sofisticação para hackear acessos. “A globalização ajuda para o bem e para o mal, uma vez que há contribuição entre decodificadores de processos de vários países nessas invasões”, completou. Quando ocorre a invasão e há vazamento de dados, levam-se em média 350 dias para as empresas descobrirem e começarem a tomar atitudes – prazo considerado extenso para conseguir dar respostas.

Além de Salvatore e Süffert, também compuseram o debate, discutindo os benefícios e desafios na implementação da lei no Brasil, Fernando Terni, CEO Alliar Médicos à Frente; Patrícia Holland, diretora-executiva da BP Medicina Diagnóstica; e Vera Valente, diretora-executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).

Süffert lembrou que a informação é importante para saber quais riscos as empresas correm. Ele citou como exemplo a invasão do site do Hospital das Clínicas, noticiada em março deste ano, quando hackers invadiram cinco servidores do complexo. Na ocasião, o HC afirmou que houve tentativa de invasão a seu site, mas a própria estrutura de segurança do hospital impediu o acesso a dados sensíveis da instituição, como informações sobre pacientes, e retirou momentaneamente sua página do ar para garantir a segurança e avaliar detalhadamente a tentativa de ataque. “Essa é a notícia que chegou a todos, mas outros casos ocorreram e não foram noticiados”, salientou, lembrando que não há gasto para adequação, uma vez que o investimento para a implementação da lei se reverterá em redução de prejuízos por parte das empresas no futuro, quando estarão mais protegidas.

Vera Valente ressaltou que a legislação é um “grande avanço”, coloca o Brasil na era da proteção de dados, “mas o sucesso depende de como a lei será regulada e implementada”. Ela lembrou de pesquisa do Serasa apontando que 65% das empresas ainda não estão preparadas, e sugeriu a extensão do prazo para entrar em vigor como uma solução. “Consultas e audiências públicas são importantes”, disse e complementou afirmando que “temos que tomar cuidado para não virar indústria da judicialização, afinal as multas são pesadas”, considerou.

Para Fernando Terni, o governo tem contribuído para a implementação da lei, e a nova regra ainda assusta as empresas por ser desconhecida. “Mas todos sabem da necessidade de efetivação e sabem que precisam trabalhar para isso”, afirmou, emendando que “não há como evitar a aplicação da lei. Ela não pode representar impeditivo para a integração dos dados, que é tão necessária para o setor”.

Patricia Holland mostrou-se otimista com o modo que esses dados podem ser usados para melhorar o atendimento aos próprios usuários. “Em um momento em que o setor discute cada vez mais o empoderamento do paciente e sua efetiva participação no cuidado com a própria saúde, devemos encarar esse desafio como mais uma oportunidade para trazer o paciente para perto das nossas instituições, numa relação mais ética e transparente, com potencial para gerar mais adesão e comprometimento de quem, afinal, é o centro das nossas atenções”, finalizou.