A importância do diagnóstico sindrômico na tomada de decisão clínica

Pandemia de COVID-19 demonstrou a necessidade de novas ferramentas que possibilitem o tratamento certo, na hora certa, para o paciente certo

25 de julho de 2021

O diagnóstico clínico tem sofrido modificações ao longo do tempo, incluindo o uso de raciocínio hipotético-dedutivo, também conhecido como abordagem sindrômica, para a proposição de uma hipótese da etiologia da doença infecciosa. Entretanto, a pandemia de COVID-19 demonstrou a importância dos testes diagnósticos e a necessidade do uso de novas ferramentas que possibilitem o tratamento certo, na hora certa, para o paciente certo.

Os recentes avanços trazidos pelos testes moleculares multiplex levaram a uma mudança de paradigma no diagnóstico de doenças infecciosas. Em vez de solicitar uma série de exames individuais específicos para cada patógeno, os médicos têm a opção de solicitar um único teste projetado para detectar um número de organismos associados a uma síndrome infecciosa e, ainda, dependendo do painel, seus mecanismos de resistência à agentes antimicrobianos.

Os painéis multiplex sindrômicos são ferramentas novas e poderosas que podem ajudar no diagnóstico oportuno de doenças infecciosas, suportando a conduta médica e impactando a assistência e economia em saúde, além da epidemiologia. Entretanto, há uma preocupação sobre quais os casos que o uso dos painéis multiplex seriam adequados.

Os testes tradicionais são baseados em uma busca ampla, e os médicos raramente solicitam culturas para organismos específicos. Além disso, em muitos casos, não é clinicamente possível restringir um diagnóstico diferencial a uma ou duas possibilidades devido à sobreposição significativa nas apresentações clínicas da infecção. A falha em detectar o agente causador devido à confiança em métodos insensíveis pode levar à atrasos no início do tratamento adequado e à propagação da doença na comunidade (especialmente relevante em caso dos painéis respiratório e GI), prejudicando assim os pacientes e a comunidade. Em cenários em que os médicos normalmente solicitariam vários testes individuais, realizar um painel multiplex pode ser mais econômico. Além disso, a disponibilidade dos painéis, que são fáceis de usar e não exigem grande estrutura laboratorial, pode ajudar a padronizar o atendimento ao paciente, particularmente em hospitais e clínicas menores. Além disso, algoritmos claros e diretrizes para solicitar e interpretar esses painéis, desenvolvidos por profissionais de laboratório e clínicos, podem apoiar o uso mais eficiente desse tipo de exame.

A medicina do futuro será mais humanizada e baseada em dados

Assinado por Renato Casarotti, presidente da Abramge, artigo aborda coordenação do cuidado como ferramenta da medicina

25 de julho de 2021

* Por Renato Casarotti

coordenação do cuidado é uma ferramenta da medicina que auxilia os pacientes a navegar pelo sistema de saúde de forma mais eficaz e eficiente, de acordo com as suas necessidades clínicas e em sintonia com a evolução do conhecimento sobre doenças crônicas e as diversas formas de prevenção.

Diante da mudança no perfil demográfico e epidemiológico da população, sujeita a enfermidades que se desenvolvem ao longo do tempo e podem ser evitadas ou amenizadas por diagnósticos precoces, não faz mais sentido insistir em um modelo de oferta de tratamento focado quase que exclusivamente em situações críticas ou quadros agudos, adotado pela saúde suplementar no século passado.

Nesse contexto, ganha importância o acompanhamento constante dos usuários dos planos de saúde por médicos da família, com o compartilhamento de prontuários, históricos e exames, quando realmente for preciso encaminhá-los a especialistas. A gestão integrada de recursos e informações economiza tempo, evita desperdícios e proporciona um entendimento da saúde global do paciente, que não pode mais ser tratado de forma fragmentada.

De acordo com pesquisa recente do Conselho Federal de Medicina (CFM), o número de profissionais dedicados à Medicina da Família e Comunidade cresceu, no Brasil, 30% em dois anos e 171% na última década. Esses índices têm correspondência com os investimentos em atenção primária (o atendimento inicial dos pacientes) feitos pelos planos de saúde e healthtechs. A mesma pesquisa aponta que 80% dos casos dos pacientes podem ser solucionados por esse tipo de atendimento, evitando hospitalizações e exames desnecessários.

O modelo baseado na atenção primária concentra-se no cuidado ao longo da vida e não quando o paciente já está em uma fase aguda. Assim, o médico da família e comunidade é protagonista da manutenção da saúde e do bem-estar. Diante do melhor uso da rede assistencial, os beneficiários e toda a cadeia produtiva ganham com a otimização de exames e procedimentos.

O médico da família é mais do que aquele profissional que acompanha o paciente em todas as fases da vida: trata-se de um especialista em pessoas, pois possui um amplo conjunto de informações, que vão muito além dos dados exigidos para um prontuário comum.

Assim, conhece as emoções, a rotina, as dificuldades e os sonhos de cada um, com capacidade para fazer uma avaliação mais aprofundada do quadro clínico, que nem sempre requer o direcionamento para especialistas. Por manter um acompanhamento frequente, ele mesmo pode pedir exames ou apontar tratamentos de diferentes especialidades pela vasta compreensão que tem de seu paciente.

No entanto, isso não exclui o direcionamento e o trabalho em parceria com especialistas. A diferença é que, com o acompanhamento do médico da família, as pessoas são orientadas a procurá-los em situações mais complexas. A partir da necessidade de encaminhamento, os profissionais trocam informações para a realização de exames e a escolha do tratamento mais indicado para o caso em questão.

Atualmente, com base em dados divulgados pela plataforma de inovação aberta Distrito, há 747 healthtechs no Brasil. Parte delas vem investindo na oferta de atendimento primário digital a partir do médico de família e comunidade, reflexo de como a transformação digital das empresas e da sociedade tem impactado a medicina.

Segundo a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), desde abril de 2020, foram feitas mais de 3 milhões de teleconsultas entre as operadoras filiadas, que atendem quase 9 milhões de beneficiários no país. Pode-se dizer que o sucesso da telessaúde impulsionou não apenas o modelo de atendimento focado na atenção primária, mas também o comportamento das pessoas quanto à adoção da saúde digital.

A chegada iminente da internet 5G, aliada à Internet das Coisas (IoT) e à inteligência artificial, resultará em um salto na digitalização da saúde, com a integração de dispositivos e máquinas. Haverá maior armazenamento de dados em nuvem, mais velocidade na transmissão desses registros e eficiência no cruzamento de informações para a definição de protocolos de tratamento ainda mais precisos.

Esse movimento também impactará o setor de medicina diagnóstica a partir da realização de exames inovadores, como aqueles via telecomando, em que uma equipe opera o aparelho remotamente e especialistas trabalham no laudo e pós-laudo. Tais avanços tornarão factível a chamada Medicina 4P (preditiva, preventiva, personalizada e participativa) em um curto espaço de tempo.

As operadoras de planos de saúde caminham para esse futuro cada vez mais próximo. O envolvimento dos médicos nesse processo é fundamental para facilitar o acesso aos beneficiários e lhes proporcionar um tratamento mais completo, eficiente e humanitário.

* Renato Casarotti é presidente da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde)

Abramed é fonte na editoria Fato ou Fake no G1

No dia 17 de julho, o portal de notícias da Globo publicou uma matéria na editoria Fato ou Fake contestando vídeos que circulam nas redes sociais sobre os teste de anticorpos pós-imunização comprovarem a ineficácia das vacinas contra a Covid-19. Especialistas explicam que os testes mostram apenas um aspecto da resposta do organismo à vacina, e entidades do setor corroboram posição e dizem que mensagem que tem sido disseminada é falsa.

O G1 destacou informações publicadas pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), em nota, sobre estudos clínicos realizados com testes sorológicos mostrarem que nem todo indivíduo vacinado apresenta soropositividade. O que vem ocorrendo, e pode ser notado pelos pesquisadores, é que nem sempre o teste é capaz de detectar exatamente o anticorpo que foi gerado pelo paciente. Além disso, o anticorpo não é a única fonte de defesa do organismo, que conta, também, com os linfócitos T, inacessíveis aos testes sorológicos.

Warm Up FILIS – Abramed realiza evento online com debate sobre os movimentos setoriais que estão transformando a medicina diagnóstica

Marcado para 14 de setembro, warm up também trará uma prévia das informações da nova edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico

14 de julho de 2021

Em 14 de setembro, a partir das 17h30, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) realizará o Warm Up FILIS, um encontro online com o objetivo de promover um aquecimento para a 5ª edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), marcada para 13 e 14 de outubro.

Com abertura de Milva Pagano, diretora-executiva da Associação, o evento trará uma apresentação inicial de Leandro Figueira, vice-presidente do Conselho de Administração da entidade. Na ocasião, Figueira apresentará uma atualização dos principais dados setoriais que compõem o Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico.

“Chegando à quinta edição, o FILIS já é reconhecido por promover debates extremamente importantes sobre o setor de saúde, com participação de palestrantes internacionais. O Warm Up trará, assim como o FILIS, lideranças do setor para discussão de temas atuais e relevantes, uma amostra ao público do que será o nosso evento em outubro”, explica Milva.

Além dos dados trazidos pelo vice-presidente da Abramed, que remontam um panorama da medicina diagnóstica nacional, o encontro também receberá parceiros e associados para um debate sobre os movimentos empresariais que vêm transformando a medicina diagnóstica.

“Temos assistido a uma grande movimentação no setor privado de saúde onde muitas fusões e aquisições vêm se concretizando, tanto na área de operadoras dos planos de saúde quanto nos vários segmentos de prestação de serviços. Nesse sentido, o setor de medicina diagnóstica também está se movimentando e para tratar de todo esse cenário, traremos ao Warm Up FILIS alguns dos agentes envolvidos nessa movimentação para discutir quais as principais estratégias adotadas”, comenta Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed. Reserve sua agenda para 14 de setembro e acompanhe-nos nas redes sociais (Instagram + Facebook + LinkedIn), pois as inscrições serão abertas em breve.

Cultura acolhedora das lideranças contribui para o crescimento das empresas

Líder deve atuar com empatia para a construção de um ambiente de confiança, visando ao bem-estar dos colaboradores

13 de julho de 2021

O líder tem papel fundamental como facilitador e tradutor da cultura organizacional para os liderados, é responsável por conduzir a equipe para atingir os objetivos da companhia. E a liderança que atua na área de saúde trabalha com algo muito valioso que é a vida das pessoas, o que traz responsabilidade ainda maior e aumenta os desafios na busca contínua por melhorias.

Como o mundo mudou, evoluiu e ficou mais dinâmico, os responsáveis por liderar as equipes nas organizações atualmente têm de ter um diferencial que pouco se via antigamente: a diversidade na era da tecnologia, em que as informações chegam de forma rápida e que os times exigem mais transparência e participação nas decisões.

“O líder do século passado, muitas vezes, era autoritário o que hoje dificilmente funciona. A liderança deve atuar com muito mais empatia e democratização do conhecimento, participação ativa das equipes e como facilitadora nos processos de trabalho”, explica Lucilene Costa, gerente de Saúde Corporativa do Grupo Fleury e diretora do Comitê de RH da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

Em um cenário de pandemia, algumas características de gestão de pessoas são importantes e precisam ser valorizadas. Segundo Lucilene, diante de tanta incerteza e insegurança, o líder precisa ter humildade para assumir quando não tem as respostas e a algumas características são fundamentais para enfrentar qualquer tipo de crise.

A especialista lista como iniciativas mais importantes: a comunicação clara e realista do momento; manter a serenidade e otimismo para equipe entender que sempre haverá caminhos a serem percorridos, mas que todos estão ligados ao mesmo propósito; buscar e se apoiar em ações conforme os problemas forem surgindo; ser empático, entendo que cada um reage à crise de uma forma; não adiar decisões, mesmo que difíceis; revisar os objetivos e metas traçados anteriormente; cortar custos; e manter o olhar no longo prazo

“Enfim, é estar aberto para o novo, entender que a crise, na maioria das vezes, tira as pessoas da zona de conforto e que novas ideias surgem, assim como muitos processos precisam ser revisados”, ressalta Lucilene.

Também é preciso lembrar que o líder é humano e não um super-herói, então, diante dos problemas que afetam um colaborador ou a equipe, a gerente de Saúde Corporativa do Grupo Fleury sugere mapear a situação, dividi-la em fases e buscar apoio de áreas especialistas, como RH, Departamento Médico, ou fóruns e grupos que tratem do tema na organização.

“As questões geralmente são deflagradas por fatores multicausais, por isso, o líder não deve apostar numa fórmula mágica. São diversos desafios e para cada um cabe uma série de ações, desde iniciativas de cuidado à saúde do colaborador até outras ações governamentais de apoio ao trabalhador, como orientação jurídica e financeira”, diz Lucilene, para quem a construção de um ambiente seguro e empático é tão importante quanto a promoção de ações de bem-estar ou o estabelecimento da confiança como base para todas as relações nas empresas.

As organizações, para a especialista, precisam dar atenção ao clima organizacional, serem claras em suas comunicações e, na medida do possível, garantir flexibilidade e autonomia ao trabalho na rotina diária.

“Essas são algumas ações práticas que podem ajudar na redução do estresse e para que as pessoas se sintam mais compreendidas e dispostas a falar sobre seus sentimentos”, afirma Lucilene.

Saúde mental

A pandemia mudou a realidade, os aspectos sociais, pessoais e a relação com o trabalho. O novo cenário fez surgir também um outro ponto de atenção aos gestores: a saúde mental dos colaboradores e como mantê-la em dia.

O acolhimento e o pertencimento nunca foram pontos tão importantes de união da gestão e da cultura empresarial nos cuidados com os aspectos emocionais e mentais dos trabalhadores.

Nesse contexto, segundo Lucilene Costa, cada indivíduo deve ser visto e entendido como biopsicossocial e o desafio para o líder está em gerir pessoas em diferentes estágios, sabendo escutar, orientar, dar feedback e apoiar de forma a tornar o indivíduo cada vez mais autônomo.

“Isso gera um ambiente agradável, sentimento de trabalho em equipe, desperta a humanidade, estimula a capacidade analítica, traz reflexões e tomadas de decisões mais assertivas. Sendo o resultado benéfico para todos”, esclarece a gerente de Saúde Corporativa do Grupo Fleury.

Para as empresas de medicina diagnóstica, que assim como outros setores da saúde também vêm tendo papel fundamental na luta contra a Covid-19, com um trabalho contínuo, equipes de forma geral se desdobrando para atender à enorme demanda de casos, e não só o volume, mas o tempo que já perdura a pandemia, o agravo para a saúde mental dos trabalhadores também tem acontecido.

“Por um lado, esses profissionais têm o propósito legítimo do cuidado e do outro, o cansaço e o estresse de também ter o incerto em sua frente, familiares em casa com medo de contaminação, perdendo entes queridos e se expondo aos riscos do dia a dia”, alerta Lucilene.

A situação dos agravos em saúde mental não é uma situação nova. A cada ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem divulgando o elevado número de casos de suicídio, pessoas com depressão e estresse generalizado e, por consequência, aumento no número de afastamentos previdenciários e de pessoas impossibilitadas de retornarem aos seus postos de trabalho por doenças mentais. A síndrome de Burnout (distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema relacionada ao trabalho) tornou-se uma das causas recorrentes de dias de trabalho perdidos.

“Vemos hoje alta carga horária, dupla jornada de trabalho, esgotamento físico e mental. A durabilidade da pandemia e a incapacidade do governo em estruturar políticas públicas claras e falíveis também têm gerado o esgotamento dos trabalhadores”, lamenta a especialista.

Outro obstáculo quando o tema é a saúde mental é o preconceito. Procurar um psicólogo ou um psiquiatra ainda é um tabu muito grande, mesmo dentro do setor da saúde, e isso aumenta a gravidade da doenças emocionais e mentais.

“Profissionais de saúde são educados nos bancos das universidades ou durante seus cursos técnicos a cuidar e olhar a saúde do outro, pouco consideram olhar sua própria saúde. A automedicação ou tratamento no corredor, com algum colega próximo, impera na maioria das vezes”, adverte Lucilene.

Por isso, ela afirma ser fundamental que as lideranças, frente aos problemas de saúde mental nas organizações, hajam com humanidade, entendendo que hoje o sofrimento é de determinado colaborador e amanhã pode ser deste líder.  

“A empatia é o melhor remédio para a quebra do preconceito, assim como as rodas de conversas falando sobre as fragilidades das situações e aflições que acontecem com todos, lembrando que cada pessoa é única e enfrenta as intempéries de forma particular. Então, observar a equipe, conversar, entender as fraquezas e fortalezas para apoio mútuo é a melhor forma de agir”, acredita a gerente de Saúde do Grupo Fleury.

O impacto da cultura acolhedora das lideranças, na opinião de Lucilene, é benéfico e mútuo e ainda contribui para o crescimento das empresas.

“Pensemos nas organizações como organismos vivos que cada um é uma parte do todo. Empresas que trabalham com esta cultura crescem e são duradoras. No fim todos aprendem, crescem e ganham”, destaca Lucilene.

Ela ainda salienta ser importante que as instituições conheçam seus colaboradores, avaliando o perfil demográfico, epidemiológico e cultural, para que, com olhar mais amplo para o cuidado dos seus trabalhadores, adote políticas de benefícios mais claras e coordenadas com o seu público. “A recomendação é atenção holística à saúde do colaborador”, finaliza.

11 anos de Abramed – Dedicação e fortalecimento do diagnóstico no Brasil

Entidade reúne associados que representam 56% dos exames da saúde suplementar e atua na construção da valorização da medicina diagnóstica no setor de saúde brasileiro

13 de julho de 2021

Em 14 de julho de 2021 a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) completa 11 anos de atuação em prol do setor de medicina diagnóstica no Brasil. Em mais de uma década de dedicação, a entidade acumula vitórias e enxerga que existem ainda muitos desafios pela frente. Vivenciando uma pandemia infecciosa como a de COVID-19, que torna o diagnóstico rápido e preciso ainda mais fundamental para a contenção da crise – a Associação aproveita esse momento para enfatizar ainda mais a importância do segmento para a saúde da população e a economia do país.

“A medicina diagnóstica ganhou ainda mais protagonismo no último ano. Continuamos sendo indispensáveis para a gestão da pandemia. O reconhecimento, que se tornou ainda maior quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que o melhor caminho para reduzir a disseminação do novo coronavírus era ‘testar, testar e testar’, é justo e necessário e soma-se a contribuição dos exames no monitoramento de pacientes hospitalizados para tratamento da COVID-19, assim como de pacientes portadores de outras doenças”, comenta Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Para o executivo, a crise vivenciada nos últimos meses mostrou a importância da união setorial, uma das metas da entidade. “Como associação nacional, trabalhamos para que as necessidades da medicina diagnóstica brasileira sejam identificadas e levadas aos tomadores de decisão. Buscamos, sempre, garantir que todos os nossos associados que compõem essa complexa cadeia sejam valorizados, independentemente da região em que atuam ou do público atendido”, completa.

Hoje, a Abramed reúne empresas que são responsáveis pela realização de 56% dos exames da saúde suplementar, representando o setor de forma bastante abrangente, mas muitas atendem também a área pública. “A Abramed reúne empresas com diferentes portes que atuam com diagnósticos de diferentes níveis de complexidade em todas as regiões do país. Defendemos e representamos, incansavelmente, os interesses do setor, buscando contribuir com a qualidade dos serviços prestados e a gestão da saúde”, pontua Milva Pagano, diretora-executiva.

Para compreender todos os desafios do segmento, a entidade conta com comitês específicos para entendimento de cada área, compostos por executivos das associadas que se reúnem – agora, na pandemia, virtualmente – todos os meses colocando em debate as principais notícias e buscando soluções para os entraves que surgem diante de uma economia dinâmica e instável.

Além disso, a Abramed constituiu, ao longo de todos esses anos, um excelente relacionamento com tomadores de decisão. Está presente nas principais conversas que ocorrem no âmbito legislativo e também no executivo, levando avaliações relativas a um mercado com receita bruta de mais de R$ 44 bilhões e responsável pela manutenção de 265 mil postos de trabalho.

Esses dados, inclusive, são anualmente atualizados e compilados no Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, uma publicação que traz um panorama completo da medicina diagnóstica no país. O documento é fonte de pesquisa para que empresas que atuam no setor possam enxergar o atual cenário e tomar decisões estratégicas com base em informações relevantes e atualizadas.

O reconhecimento da entidade também veio por parte da mídia. Sempre disposta a compartilhar dados e informações confiáveis sobre a medicina diagnóstica, a Abramed passou a ser fonte de informação direta para os principais veículos de comunicação do país, situação que vem se fortalecendo dia após dia e leva informações seguras e corretas aos cidadãos. “Estamos vivendo uma das piores crises de saúde no mundo e estamos totalmente dedicados para contribuir com o cuidado da população e para a superação da pandemia de COVID-19.  Comemoramos os nossos onze anos, reforçando o nosso compromisso com a saúde dos brasileiros, com as empresas responsáveis pelo diagnóstico rápido e preciso que salva vidas, e com o poder público a fim de contribuir com o acesso a serviços de qualidade”, finaliza Milva.

Confira depoimento de Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Cultura da saúde corporativa deve ser iniciada na alta liderança

Especialistas debateram o tema em novo episódio da série Diálogos Digitais Abramed

07 de julho de 2021

O segundo episódio da temporada 2021 de #DiálogosDigitais Abramed trouxe um tema novo para debate: Gestão da Saúde Corporativa e Medicina Diagnóstica. Moderado pela diretora-executiva da entidade, Milva Pagano, o encontro virtual recebeu Adriano Londres, empreendedor na Arquitetos da Saúde; Jacques Chicourel, head of Digital Services da Siemens Healthineers; e Fernando Akio, sênior medical manager na Procter & Gamble. Realizado dia 22 de junho e disponível para visualização no canal do YouTube da Abramed (clique AQUI para acessar), o bate-papo alavancou discussões extremamente relevantes sobre o papel das corporações na saúde populacional.

Para dar boas-vindas aos participantes, Wilson Shcolnik, presidente da Abramed, foi o responsável por abrir a sessão. “Esse é um tema importante, contemporâneo e que dá margem para muitos debates. A saúde corporativa tem ampla representação no sistema de saúde nacional e relação íntima com a medicina diagnóstica”, pontuou.

Na sequência, Milva falou um pouco sobre sua experiência nesse segmento. “Sabemos que a maior parcela dos beneficiários da saúde suplementar está em planos coletivos. E sabemos, também, que, infelizmente, grande parte dos contratantes desses planos não estão devidamente empoderados, instrumentalizados para realizar uma efetiva gestão da saúde”, declarou.

Partindo desse pressuposto, o debate foi desencadeado por Londres. “Dois terços do mercado suplementar estão em planos coletivos e precisamos fazer um corte para analisar qual perfil de empresa de fato poderia ter uma atuação mais forte”, relata enfatizando que é sabido que empresas pequenas acabam reféns do mecanismo e do mercado, deixando de cuidar da saúde de seus colaboradores até por limitação de recursos, mas que as empresas grandes poderiam – e deveriam – fazer algo mais concreto.

Questionado sobre os motivos que levam a essa apatia das corporações no que tange ao envolvimento com a saúde corporativa, o executivo mencionou que é uma questão cultural e que ainda há falta de conhecimento, o que leva a uma necessidade de capacitação dos profissionais envolvidos.

Na Procter & Gamble, quatro pilares foram apontados como estratégicos: atenção primária e cuidado com a saúde; atenção secundária e rastreamento seguido de diagnóstico precoce; atenção terciária com tratamento e reabilitação, e atenção quaternária evitando a iatrogenia.

Por lá, a cultura já foi implementada e segue priorizada, como relata Akio. “A P&G sempre pensou em saúde em todos os aspectos, tanto dos trabalhadores quanto dos consumidores. Por isso temos uma diretoria médica que responde diretamente ao CEO da companhia. Essa estrutura faz com que toda a cadeia de liderança entenda o que é saúde suplementar, quais os custos e como diferenciá-los”, afirmou.

Um dos pontos mais importantes, segundo ele, é que a cultura precisa ser implementada verticalmente, ou seja, iniciar na alta direção e seguir sendo disseminada ao longo da hierarquia total. “Não podemos educar os trabalhadores sobre o uso correto dos planos de saúde se a alta liderança não nos apoia”, esclareceu.

Milva concordou com a construção de uma cadeia de conhecimento envolvendo todos os níveis da corporação e apontou como muito eficaz a estratégia adotada pela P&G. “Se você não tem uma área de saúde reportando diretamente ao CEO, dependendo da distância entre essa área e a alta cúpula da empresa, o foco se perde”, disse.

Empoderamento do paciente

“O usuário não vê o valor da saúde suplementar”, pontuou Akio, enfatizando que o colaborador pode enxergar o plano de saúde como um “cheque em branco”. Além da conscientização, o empoderamento desse paciente se faz necessário. É o que defende Chicourel. “Precisamos enxergar a experiência e o empoderamento do paciente. Acreditamos que saúde e bem-estar vêm do acesso e desse empoderamento”.

Para Milva, até mesmo a nomenclatura “paciente” se mostra equivocada quando o assunto é colocá-lo no centro da atenção. “O nome ‘paciente’ nos coloca em uma posição de passividade. Porém as pessoas estão e devem estar cada vez mais empoderadas ao autocuidado, ao conhecimento. E é por isso que precisamos investir cada vez mais em educação e conscientização. Aqui vemos, novamente, a importância das empresas empregadoras educando seus colaboradores”, completou.

Medicina Diagnóstica

A medicina diagnóstica tem papel fundamental dentro do contexto da saúde corporativa, atuando principalmente na prevenção. “Em nossa carteira, os custos com exames são em torno de 16%”, disse Akio sobre como a P&G enxerga os investimentos em exames laboratoriais e de imagem. “Entendemos que exames de rastreamento são investimento. Vamos diagnosticar de forma precoce para iniciar mudanças no estilo de vida ou, em caso de algum diagnóstico, terapias rápidas para que a doença não se agrave”, complementou.

O debate abordou também a eficiência da saúde, mencionando inclusive os conceitos de overuse e underuse, respectivamente quando há uma solicitação extra de exames e quando há a ausência de exames que se fazem necessários e importantes para o cuidado. “O problema não está na realização dos exames, os testes preventivos são necessários. O problema está, muitas vezes, na solicitação incorreta”, disse Akio.

Interoperabilidade e compartilhamento de dados

Assim como em outros setores da saúde, a interoperabilidade surge como desafio. “Como fazer com que as informações das redes de laboratórios fiquem mais acessíveis?”. O questionamento feito pelo executivo da P&G foi lançado para os outros participantes.

Chicourel concorda que essa é uma área que precisa de movimentação ágil. “Como compartilharemos os dados gerados pelos prestadores e pela empresa de maneira simples, para que o colaborador não precise carregar um monte de documentos, exames, papeis em suas consultas, é assunto complexo”, declarou. Para ele, a tecnologia está pronta para contribuir e viabilizar esse acesso aos dados.

“Vemos a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) como um grande marco no tratamento dos dados da saúde do ponto de vista externo, porém nos questionamos como as informações serão armazenadas. Como daremos, ao paciente, o poder de acesso às suas informações e, de maneira consciente, dar consentimento para que outro provedor possa visualizá-las? Tudo isso está envolto nas plataformas de saúde digital”, afirmou ao trazer, para o debate, um exemplo da Áustria onde uma plataforma foi instalada para padronizar todo o sistema de saúde, fazendo com que o paciente tivesse acesso a qualquer informação de qualquer lugar.

Concluindo a temática, Milva pontuou que a navegação do paciente através dos dados é, de fato, um desafio enorme. “Seja na esfera pública, seja na privada, as informações seguem espalhadas em cada player”, afirmou.

Envolvimento de todos os players para sustentabilidade

Na visão de Londres, mais do que sustentabilidade, é preciso buscar eficiência. “Precisamos ver que cuidar da saúde é o melhor caminho. Abandonamos a percepção da prevenção, da relação próxima entre médico e paciente, da atenção primária como orquestradora do ciclo de cuidado”, disse. Para ele “cuidar de saúde pode dar muito lucro”, o que estimularia uma visão mais consolidada entre todos os players, das operadoras às empresas contratantes.

“Todos os elos da cadeia estão correndo nessa direção, mas é um movimento que leva tempo”, completou ao falar sobre a mudança nos modelos de remuneração, permitindo o pagamento pelo desfecho positivo, e não pela quantidade de procedimentos realizados.

Na P&G, por exemplo, há uma parceria muito próxima entre a empresa e a operadora de saúde contratada. “A gente trabalha em conjunto com a operadora. Tudo o que vamos decidir, eles participam. Assim como nosso vínculo com os fornecedores de serviços de checkup médico, educação física, nutrição e etc”, comentou Akio.

Por fim, os participantes concordaram que esse é um mundo em construção, que depende do empenho e da motivação conjunta de todos os elos da complexa cadeia de saúde, para que as empresas empregadoras possam investir na saúde corporativa, garantindo times mais saudáveis, motivados e tendo, como retorno, um investimento mais eficaz e um retorno ainda mais próspero.

Confira o segundo episódio dessa temporada de #DiálogosDigitais Abramed na íntegra clicando AQUI.

Medicina diagnóstica também terá espaço no Medical Conecta

Plataforma exclusiva da Medical Fair Brasil reunirá saúde, tecnologia, conteúdo e networking para conectar players e permitir o fechamento de negócios, de 10 a 14 de agosto. Abramed é apoiadora institucional do evento

A medicina diagnóstica é uma das áreas da saúde mais essenciais no enfrentamento da pandemia de Covid-19 e precisou reorganizar infraestruturas e fluxos de atendimento quando a saída, inicialmente, era a testagem em massa da população. Os laboratórios se reinventaram e passaram a ser ainda mais valorizados, assumindo protagonismo em um momento de crise. Essa relevância também será pauta no Medical Conecta, solução digital da Medical Fair Brasil (MFB) para a geração de negócios, que acontece de 10 a 14 de agosto, com apoio institucional da Abramed.

“Como ainda não é possível realizar feiras físicas, criamos esse mecanismo simples e de fácil interação e sem necessidade de estandes virtuais. As empresas se cadastram em um catálogo online, os compradores acessam e, havendo interesse, abrem uma sala virtual pelo Zoom ou fazem contato direto pelo WhatsApp para negociações. Estamos muito animados com essa possibilidade de movimentarmos o mercado”, fala a CEO da Emme Brasil e diretora da MFB, Malu Sevieri.

Gestores de laboratórios terão à disposição um catálogo de soluções de centenas de empresas expositoras e poderão contatar a indústria diretamente, via plataforma, caso se interessem por algum produto ou serviço e queiram adquiri-lo para o seu empreendimento.

Além do encontro de vendedores e compradores, o Medical Conecta será uma oportunidade para que os players do setor saúde se encontrem, se atualizem, conversem e se preparem juntos para o retorno das atividades em seu estágio normal.

Iniciativas como essa são fundamentais no atual contexto, permitindo aprendizado coletivo, em um momento em que informação e conhecimento, mais do que nunca, fazem a diferença e salvam vidas.

Uma programação de conteúdo exclusiva e dedicada à retomada do segmento médico-hospitalar está sendo desenvolvida. Inscrições gratuitas aqui: www.medicalconecta.com.br.

“O Medical Conecta é uma oportunidade neste momento sem eventos, que, consequentemente, dificulta a criação de novas vendas. As empresas apresentarão seu portfólio de produtos e serviços e estarão diante de novos clientes e fornecedores”, destaca Malu.

Veja 6 motivos para participar do Medical Conecta

  1. Programação de conteúdos exclusivos para o segmento médico-hospitalar;
  2. Uma nova conexão entre saúde, tecnologia, conteúdo e networking. Tudo em um único lugar;
  3. Formato virtual em uma plataforma fácil e com acesso gratuito;
  4. Catálogos digitais com mais de 400 fotos de produtos e equipamentos;
  5. Ampliação de banco de dados. É inconteste que manter um banco de dados é uma decisão inteligente, pois, quando tratados e analisados, se transformam em informações que servem de base para a tomada de decisões, e
  6. Fazer parte de um novo movimento que conecta profissionais, empresas e entidades representativas em prol de um único objetivo: o desenvolvimento e fortalecimento do setor da saúde.

Além da Abramed, são apoiadores institucionais e de conteúdo do Medical Conecta: ABCCOM Marketing Community; ABIMO; ABRAIDI; Aging2.0; AMECH; Ativen; CEHIM; Dehlicom – Soluções em Comunicação Empresarial; CMSS; Ebert Comunicação; FBAH; ILC; Revista Laes&Haes; Pharmaceutical Technology Brasil; SBLMC – Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia; Expo Silver Care; SECHAT; Sonorabiz Producoes Artisticas; Sucesso Médico, Unidas Autogestão e USP 60+.

Mais informações e inscrições gratuitas aqui: www.medicalconecta.com.br.

Com retomada econômica após COVID-19, setor de diagnóstico por imagem conta com a tecnologia para se desenvolver

Irineu Monteiro, da Carestream Brasil, fala sobre como a inovação pode ajudar a sanar os desafios que estão por vir

7 de julho de 2021

Em entrevista exclusiva à Abramed em Foco, Irineu Monteiro, CEO da Carestream Brasil, reconhece o grande sofrimento que a pandemia de COVID-19 vem gerando desde que o novo coronavírus se espalhou pelo mundo no início de 2020. Porém, com a imunização que está avançando, o executivo é otimista ao falar do período pós-pandemia, que deve envolver uma boa recuperação econômica para o setor de diagnóstico por imagem, fundamental para que a sociedade possa retomar os cuidados preventivos.

Confira o papo na íntegra.

Abramed em Foco – Quais foram os principais desafios da Carestream ao longo da pandemia? E como a empresa atuou para vencê-los?

Irineu Monteiro – Já estamos em julho de 2021 e temos a impressão, pelo menos aqui no Brasil, que o ano de 2020 teima em não acabar. Desde o início de 2020 o mundo está sendo desafiado a superar o sofrimento, a dor e as sequelas deixadas por um cenário desolador decorrente da pandemia do novo coronavírus. As pessoas, as famílias, os negócios, a sociedade em geral, estão enfrentando uma realidade diferente da qual estavam acostumadas a encarar até o final de 2019. Estamos sendo obrigados a encontrar novas formas de trabalho, soluções criativas, diferentes maneiras de fazer negócios e flexibilizações que pareciam impossíveis pouco tempo atrás. Esta é a nova realidade a qual todos nós estamos expostos e para a Carestream não tem sido diferente.

Desde o ano passado, as funções administrativas e de suporte, passaram a operar de forma remota no modelo home office. As atividades que requerem presença física dos nossos colaboradores, caso de Manufatura e Logística, se adaptaram aos procedimentos sanitários recomendados pelas autoridades e especialistas da área. Os times de Engenheiros de Campo e Gerentes de Contas, continuam a atender nossos clientes, visitando clínicas, hospitais e laboratórios, porém seguindo protocolos rígidos de higiene e proteção pessoal para evitar contaminação.

Abramed em Foco – A divisão de diagnóstico da empresa teve um desempenho muito diferente das outras áreas?

Irineu Monteiro – A pandemia de COVID-19 atraiu muito interesse da área de radiologia e dos profissionais do segmento de Diagnóstico por Imagem, pois a radiografia torácica é um dos primeiros e mais econômicos exames feitos em pacientes com dificuldade respiratória. Muitos serviços de radiologia sofreram uma redução significativa nos exames quando a infecção pela COVID-19 atingiu seu pico. A queda na receita afetou as equipes, assim como o resultado dos departamentos de radiologia. A grande maioria dos hospitais e clínicas de imagem por diagnostico precisaram adotar soluções criativas e versáteis para superar os novos desafios.

A Carestream vem inovando no desenvolvimento das suas soluções, não só na parte física (hardware) mas principalmente na parte de inteligência (software), como por exemplo a solução Smart Grid, que acompanha a recém lançada sala de Raios X, o DRX Compass, que simula o efeito da grade, trazendo uma imagem melhor definida, a qual permite a realização de exames em pacientes acamados e/ou com limitações de movimentação, sem a necessidade de uma grade física e proporciona uma melhor resolução de imagem e comodidade ao paciente sem a necessidade de remoção para exames na mesa.

O setor de saúde demanda e a Carestream está sempre buscando e desenvolvendo soluções para tornar o atendimento aos pacientes mais eficaz; este cenário se tornou ainda mais crítico durante a pandemia de COVID-19 que estamos enfrentando desde o início de 2020.

No âmbito da obtenção de imagens médicas, isso significa aprimorar o diagnóstico utilizando a menor dose possível, mantendo o nível de qualidade diagnóstica das imagens. E a Carestream entende que existem quatro fatores críticos para aprimorar o diagnóstico por imagem, mantendo a menor dose possível:

  1. A aquisição mais rápida das imagens permite melhor qualidade das mesmas para um diagnóstico acurado
  2. Ganhos em eficiência de dose ideal
  3. Captura de imagens em 2D evoluindo para 3D
  4. Inteligência Artificial como ferramenta auxiliar para a análise de imagens médicas

Abramed em Foco – Quais as perspectivas da Carestream para o pós-pandemia no Brasil? Há potencial para crescimento?

Irineu Monteiro – A Carestream enxerga o pós pandemia com muito otimismo. Acreditamos em uma retomada robusta econômica no Brasil, especialmente para o setor de saúde, pois haverá o retorno vigoroso de exames e procedimentos eletivos que foram praticamente paralisados ou sofreram uma redução significativa devido ao temor das pessoas em seguir com estes exames e procedimentos ou ainda por limitação das entidades de saúde que estão com maior prioridade no tratamento de pacientes contaminados pelo coronavírus.

Além destes fatores, outra tendência que moldará o futuro da radiologia será o aumento das doenças crônicas, tais como doenças cardíacas, câncer e diabetes. As estimativas é que estas doenças crescerão de forma exponencial nos próximos anos, demandando exames de imagens para o diagnóstico e prevenção.

Abramed em Foco – A pandemia bloqueou – ou atrasou – os investimentos em tecnologia, automatização e inteligência artificial do setor de diagnóstico por imagem? Ou mesmo diante da crise os projetos conseguiram avançar?

Irineu Monteiro – A pandemia trouxe muito sofrimento e desafios, mas ao mesmo tempo criou oportunidades e pressionou a sociedade, empresas e governos a encontrarem soluções para o diagnóstico de doenças de forma mais rápida, com maior precisão e maior segurança para os pacientes.

A Carestream está comprometida em trazer ao mercado soluções aos nossos clientes, disponibilizando um portifólio de produtos com recursos avançados que superem suas expectativas a um custo competitivo. Em meados de 2021, lançou o Detector Focus 35 C e 43 C, que fornecem alternativa acessível e econômica para que nossos clientes possam realizar upgrade das suas operações de exames de radiologia baseadas em filme de Raio – X ou de Radiologia Computadorizada, para um modelo de operação de diagnóstico por imagem totalmente digital.

Abramed em Foco – Sabemos que a COVID-19 trouxe uma necessidade emergencial de otimizar os processos de diagnóstico a fim de expor o paciente ao menor risco possível. Quais os caminhos para que consigamos tornar os exames mais eficazes, principalmente no setor de imagem?

Irineu Monteiro – Para atender a demanda de exames para pacientes em centro de terapia intensiva ou com limitação de movimentação, a Carestream expandiu a produção e aprimorou a sua solução de Raio-X Móvel, DRX Revolution, que produz imagens de radiografia digital de alta qualidade em tempo real para auxiliar no diagnóstico do paciente quando e onde for necessário.

Estas soluções estão suportadas por recursos de softwares desenvolvidos pela Carestream, habilitados por inteligência artificial e algoritmos avançados que tornam os departamentos de radiologia mais produtivos e eficientes.

Abramed em Foco – Temos, hoje, um cenário que mescla uma população em envelhecimento, aquelas pessoas acometidas pela COVID-19 e que podem sofrer com algumas sequelas relativas à infecção, e um grupo grande de pessoas que deixaram de realizar seus exames de rotina ou de diagnosticar diversas doenças por medo de sair, ir ao médico e se expor. Como a medicina diagnóstica, com foco no setor de imagem, poderá trabalhar para reverter um cenário complicado de diagnósticos mais urgentes e atrasados?

Irineu Monteiro – O rápido crescimento da população idosa alcançará cifras recordes no Brasil nos próximos 40 anos, com isso o país terá que lidar com uma estrutura etária desfavorável do ponto de vista econômico e de produtividade e precisa se preparar para lidar com esta realidade e as consequências deste novo cenário demográfico. A tecnologia e a inovação são aliadas fundamentais para que possamos superar as dificuldades e os desafios apresentados por esta nova realidade.

Dentro disso, a Carestream está comprometida em trazer ao mercado soluções aos nossos clientes, disponibilizando um portfólio de produtos com recursos avançados que superem suas expectativas a um custo competitivo.

O setor de saúde tem buscado há anos, focar mais na prevenção do que no tratamento de pacientes com enfermidades, entretanto esta tendência foi duramente impactada com a chegada do coronavírus. Estamos otimistas que em breve as instituições de saúde voltarão a expandir o foco na realização de exames para prevenção das doenças e estarão trabalhando com os pacientes para ajudá-los a manter uma vida saudável.

Abramed em Foco – Por sua vasta extensão territorial, temos muitos vazios assistenciais no Brasil. Locais onde ainda faltam equipamentos para diagnósticos que são rotineiros nas grandes capitais. Como a indústria do diagnóstico por imagem pode auxiliar na ampliação do acesso? Existem, por exemplo, ferramentas que estão sendo testadas e implementadas para garantir o telediagnóstico seguro?

Irineu Monteiro – O processo de urbanização no mundo é caracterizado pela transformação dos espaços rurais em espaços urbanos. No Brasil, o processo de urbanização aconteceu com a maior parte das grandes formações urbanas localizada nas zonas litorâneas, mas entendemos que seguiremos ainda por muitos anos com uma densidade demográfica elevada nos principais centros urbanos do país, demandando aumentos constantes de serviços médicos que poderão ser supridos de forma mais adequada através da retomada do crescimento econômico, expansão do emprego formal e políticas de proteção social.

As regiões mais remotas e com menor densidade demográfica apresentam um enorme desafio para que a população destas geografias possa ter acesso a serviços de saúde de qualidade a um custo adequado. Também nestas regiões, a retomada do crescimento econômico, a redução do desemprego e políticas sociais customizadas são fatores críticos para equacionar e endereçar a demanda por serviços de saúde que atendam a população.

A tecnologia e a inovação são ferramentas de vital importância para solucionar a escassez de serviços médicos, tanto nas áreas urbanas como nas regiões mais remotas do nosso país. Inteligência Artificial em conjunto com “machine learning” e outros aspectos tecnológicos, potencializam o telediagnóstico seguro e tem causado uma revolução em muitos aspectos das nossas vidas e não é diferente no segmento de imagens médicas de diagnóstico.

Estas ferramentas têm ajudado os radiologistas a acelerar a triagem de pacientes, otimizar fluxos de trabalho, reduzir desperdícios e especialmente aprimorar o processo de diagnóstico. Empresas como a Carestream estão se tornando cada vez mais flexíveis e adaptáveis a fim de criar soluções eficazes para atender as várias regiões geográficas no Brasil e no mundo. Ocupamos uma posição de liderança no mercado de filmes médicos e temos expandido nossa atuação oferecendo soluções de Radiologia Computadorizada (CR), Radiologia Digital (DR), Equipamentos de Raio-X Móveis e Detectores.

Abramed em Foco – Como enxerga a atuação da Abramed na medicina diagnóstica? O que espera da entidade como parceira para melhoria do setor?

Irineu Monteiro – É um orgulho para nós da Carestream estarmos em associação com a Abramed. Esta entidade tem demonstrado elevada relevância na cadeia de saúde no nosso país e em especial na medicina diagnóstica. Seus dirigentes e associados são expoentes do setor de saúde no Brasil, com reconhecida capacidade de articulação, diálogo e apoio ao setor.

A edição anual do Painel ABRAMED tem sido uma base importante de informações sólidas e estratégicas para planejamentos de ações futuras e de entendimento de resultados de anos anteriores no mercado de medicina diagnóstica. Estamos ansiosos pela retomada dos eventos presenciais promovidos pela Associação, pois propiciam excelentes ambientes para troca de experiências e de desenvolvimento para todos os participantes.

Saúde no Brasil depois da Pandemia – Provocações para uma agenda de debate

Assinado por Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp, artigo reflete sobre os principais pleitos do setor

* Antônio Britto, diretor-executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)

Depois de 500 mil mortes, milhões de famílias destroçadas financeira ou emocionalmente e um país paralisado há ano e meio, o que pedir, além de uma imediata superação da pandemia?

Pessoalmente, tenho um sonho: que passado isso tudo o Brasil faça a mais efetiva e produtiva homenagem às vítimas da Covid e inicie, de forma construtiva e séria, uma grande revisão do nosso sistema de saúde.

Os problemas que a pandemia evidenciou, sabemos, existiam antes dela. O que ocorreu foi uma dolorida e intensa demonstração deles – das consequências da desigualdade social à má distribuição de nossos recursos humanos e tecnológicos; da falta de coordenação entre entes públicos ao desperdício na integração destes com o setor privado; da insuficiência de nossa pesquisa, por falta de políticas sustentáveis, a desestruturação do Ministério da Saúde.

A questão é: vamos virar a página, depois que a pandemia se for e não refletir nem mudar nada? Precisaremos esperar pela próxima pandemia? A Associação Nacional de Hospitais Privados – Anahp, na permanente parceria com entidades como a Abramed, tem reunido seu Conselho, seus associados, dialogado com médicos, profissionais de saúde, acadêmicos, representantes de pacientes, pagadores e fornecedores de serviços. E discutido muito alguns temas que não sendo uma agenda completa e extensiva ao menos indicam pontos que não deveriam estar fora de mudanças que precisamos encarar com seriedade e em respeito a tudo que todos nós, nossos familiares e nosso País está sofrendo. Apresento aqui, com visão pessoal, uma breve síntese desses pontos.

1. MAIS FORÇA, GESTÃO E RECURSOS PARA O SUS. Deve começar, sim, pela saúde suplementar, da qual fazemos parte, o respeito à organização ditada pela Constituição e a solidariedade com o Brasil mais profundo e mais pobre. Vale dizer: como a pandemia mostrou, por maiores que sejam suas dificuldades, viva o SUS. Não são mais adiáveis a discussão sobre fontes novas de financiamento e uma urgente revisão da forma como ele é gerido e, principalmente, é coordenado entre os governos federal, estaduais e municipais, problema que a pandemia transformou em festivais diários de idas e vindas, conflitos e ineficiência entre autoridades ao longo desses últimos meses.

2. PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO. A pandemia popularizou expressões como o insumo farmacêutico ativo, o IFA, e ao fazer isto denunciou o que se vive há anos: o Brasil consegue conciliar excelentes cientistas com, na média (como sempre) péssimas políticas de inovação. As boas, não se prolongam no tempo. Algumas bem-intencionadas acabam sendo dominadas por outros interesses. Então, passamos a ter dois tipos de cientistas brasileiros: os que fogem para o exterior na busca de condições à altura de seus talentos e os teimosos que insistem em aqui permanecer sem verbas, sem bolsas, sem segurança.  Quando descobrimos nossa constrangedora dependência de insumos farmacêuticos ou mesmo equipamentos hospitalares, estamos apenas reproduzindo o que já era o dia a dia do setor de saúde.  Por isso, repensar pesquisa, desenvolvimento e produção de forma moderna, integrada às melhores cadeias mundiais de produção, mas com forte estímulo ao nacional já era uma necessidade. Agora é uma emergência.

3. O PAPEL FUNDAMENTAL DA SAÚDE SUPLEMENTAR. A participação decisiva de hospitais privados, filantrópicos ou não; a intensa contribuição da rede de diagnósticos, liderada pela Abramed; o pagamento de serviços por empresas e cidadãos, através de operadoras de planos de saúde – tudo isto, espero, deve ter contribuído para que definitivamente tiremos do cenário o maniqueísmo entre os poucos que ainda defendem um País “só com SUS ou sem SUS.”  A mesma Constituição Federal de 1988 e a realidade brasileira – de interação e interdependência entre serviços públicos e facilidades privadas – deveria nos enviar à agenda real: como melhor integrar esses serviços. O que se fez no desespero com a falta de UTIS, nós deveríamos transformar agora em um construtivo exercício para evitar redundância, retrabalho e desperdício de profissionais e equipamentos em algumas regiões e escassez extrema em outras.

4. REDISCUTIR A FORMAÇÃO DOS MÉDICOS E DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. De forma heroica, os recursos humanos do setor de saúde tiveram que aprender sobre a doença, enfrentar turbilhões de filas desesperadas e aprender a trabalhar de uma forma mais integrada. Revelou-se, pela milésima vez, a péssima distribuição dos recursos humanos pelo País e o caminho cada vez perigoso seguido na formação de médicos – o abandono, por falta de estímulos, dos generalistas, médicos de família, pediatras. Uma proliferação de cursos desacompanhados de qualificação mínima. A formação de quantidade de médicos mais que de médicos em condições de um exercício hoje exigido da profissão. Aqui, como em outros temas, a aumentar quantidade (desejável) não ser feita ao preço do abandono da qualidade e do rigor na formação.

5. DEFINIR BASES QUALIFICADAS PARA APOIAR ACESSO COM TECNOLOGIA. A pandemia teve minoradas algumas de suas consequências graças à vigorosa ampliação da utilização de tecnologia para tele consultas, telediagnósticos, enfim os benefícios da telemedicina. Vamos agora, através do exercício do papel regulador do Conselho Federal de Medicina e do poder legislativo do Congresso Nacional regulamentar essa questão. Temos aí chance extraordinária de ampliar acesso, aproximar o Brasil dos rincões desassistidos com o Brasil de excelência. Como fazer isso estabelecendo um equilíbrio realista entre a preservação do papel do médico e a necessidade de aumentar a presença da medicina? Como evitar que a telemedicina tenha como eixo a simples redução de custos em vez de ser acima de tudo ampliação qualificada de acesso integrado ao menor custo. Vale dizer: pela ordem acesso coordenado e com qualidade/dignidade depois o custo e não o contrário.

6. DAR SUSTENTABILIDADE A QUALIDADE. Não é privilégio do setor de saúde. No Brasil, dadas as médias precárias em setores como o nosso, mas também em educação, segurança, e tantos outros cria-se uma espécie de “ciúme” do que está bem-organizado, oferecendo qualidade, olhando e comparando-se aos melhores padrões mundiais. No jargão da retórica nacional, fala-se que isso “é coisa de Suécia”. Na pandemia, nosso lado “sueco”, através de hospitais e laboratórios acreditados ofereceu saber, distribuiu conhecimento e equipamentos de forma solidária, acelerou com eficiência pesquisas para vacinas, estabeleceu padrões e disseminou condutas ainda que em meio ao turbilhão causado pela Covid-19 e aos períodos de perda de receita e de recursos humanos. Os melhores resultados no tratamento vieram claramente de hospitais privados e públicos de excelência, com recursos tecnológicos atualizados, equipamentos sofisticados e gente, gente capacitada. Esses mesmos hospitais e laboratórios continuarão sendo penalizados pela obsessão de seguirem trabalhando atualização tecnológica e qualificação acreditada e certificada de pessoas, processos e gestão? Queremos estar mais próximos ou ainda mais distantes da “Suécia”?

7. O FINANCIAMENTO DAS ATIVIDADES PRIVADAS. Uma síntese muito precária do que ocorre hoje mostra um esgotamento do sistema previsto para estimular e financiar a saúde suplementar. Um país que oferece níveis baixíssimos de empregos qualificados e renda média retira boa parte das possibilidades de adesão a planos de saúde. Estes, concentram-se então em uma fonte pagadora essencial – as empresas que por sua vez, pressionadas pela crise econômica, reduzem seus aportes. O sistema fica então girando em torno de 45 a 50 milhões de vidas, mais ao sabor dos soluços para cima ou para baixo da economia do que de crescimento orgânico, números muito abaixo do que podemos e necessitamos. Em vez de rompermos os limites, os planos de saúde (ou na feliz expressão do Adriano Londres, “planos de doença”) pressionam por redução de custos (o que é saudável) em grande parte às custas de cortes de qualidade (o que é inaceitável). Os prestadores de serviços médico-hospitalares, elo seguinte da pressão, reduzem sua segurança financeira, mesmo muitos dos maiores, e passam a depender de fontes como o trabalho de ministrar medicamentos. Ao fim desse carrossel de responsabilidades transferidas sem o efetivo endereçamento das causas, fica o paciente…

8. OS ELOS PARTIDOS DA CADEIA DE SAÚDE. Se pacientes, profissionais de saúde, operadoras de planos de saúde, prestadores de serviços médico-hospitalares, fornecedores, contratantes de planos de saúde etc. – se todos estão insatisfeitos não seria isto sinal mais que evidente que o problema está no sistema como um conjunto e, portanto, a solução deveria depender de uma revisão do todo? Não no Brasil. Os elos da cadeia de saúde têm se dedicado, como mostra o noticiário, à tentativa inútil de salvar o seu terreno sem se darem conta que vivem em um condomínio sem cercas nem muros… Parece uma obviedade desmentida pelo dia a dia, mas ainda assim repetida cansativamente que, por exemplo, aumentar a receita de planos de saúde com planos populares não adianta se estes não permitirem acesso. O que os planos de “uma só consulta/um só exame” respondem se o cliente/paciente precisar de mais? Ao contrário de outros setores da vida brasileira, a cadeia da saúde tem claras dificuldades em atuar como tal e tentativas nesse sentido em geral mostram-se no máximo anêmicas, vitimadas pelo vírus das individualidades ou da visão apenas segmentada. A cadeia da saúde acaba se apresentando como uma sucessão de elos partidos.

9. CUIDA-SE DA SAÚDE? NÃO, DA DOENÇA. Como referido antes, uma obviedade exaustivamente repetida por qualquer iniciante em políticas públicas de saúde, no Brasil é fato raro: nenhum sistema no mundo torna-se justo, eficiente e sustentável se não intervier fortemente na prevenção e proteção à saúde. O país que um dia combateu o tabagismo e registrou sucesso exemplar, dá as costas à atenção primaria à saúde. Prefeitos não gostam de inaugurar “equipes de saúde de família”. Preferem dar início às obras inacabadas e tecnicamente inviáveis de prédios que chamam de hospitais e que são insustentáveis em todos os sentidos. Perguntem a ANS quantos produtos registrados contêm efetiva atuação na proteção à saúde, no combate a obesidade, hipertensão, diabetes. Ou seja: entre nós a atenção primaria à saúde NÃO CONQUISTOU STATUS POLÍTICO NEM RECEBE ESTÍMULOS FINANCEIROS. Resultado: próximo de zero. Nossa cultura, nossos produtos e principalmente nossos estímulos apontam na direção oposta e errada: tentar cuidar da doença em um País com longevidade cada vez maior.

10. NÃO HÁ SAÚDE NA DESIGUALDADE. Os primeiros estudos e a própria observação cotidiana apontam outro fato que, não sendo novo, ficou “escancarado” pela pandemia: a doença, entre nós, é filha, acima de tudo, da desigualdade.

As mortes anônimas diárias por desnutrição, falta de saneamento, violência, miséria, enfim, não mudaram na pandemia. Apenas chegaram às televisões. Um sistema de saúde sustentável, pós pandemia, não pode dar as costas as discussões gerais sobre a economia, a geração de emprego e de renda. Ou seguiremos enxugando gelo e contando mortos que mereciam e poderiam estar entre nós.