Abramed é destaque na Revista Valor Setorial – Saúde

A Abramed foi fonte de uma das mais importantes publicações do setor: a Revista Valor Setorial – Saúde, publicada anualmente pelo jornal Valor Econômico. O especial foi publicado nessa segunda-feira (28) e as matérias na íntegra podem ser lidas na revista impressa ou na seção para assinantes do portal Valor Econômico.

A associação teve destaque em duas reportagens. A primeira, sobre a transformação digital e novos modelos de negócios na área da saúde, trouxe os comentários de Leandro Figueira, vice-presidente do nosso Conselho de Administração.

Já a segunda matéria, sobre procedimentos que deixaram de ser realizados em 2020 durante a pandemia, traz números da Abramed e comentário do nosso presidente do Conselho de Administração, Wilson Shcolnik, sobre a expectativa de crescimento para 2021. “Para esse ano, devemos ultrapassar em muito um bilhão de exames”, disse o executivo ao veículo.

Novo padrão TISS traz mais segurança na troca de informações na saúde suplementar

Atualização apresenta melhorias importantes para adequação dos agentes da saúde à LGPD

09 de junho de 2021

Estar dentro das leis e das normas específicas do setor é essencial para o bom funcionamento de todos os estabelecimentos e empresas da área da saúde. São elas que garantem o andamento saudável de laboratórios, clínica e hospitais, um atendimento de qualidade e facilitam para que todos os documentos estejam em dia.

Uma dessas regras é o Padrão TISS (Troca de informações na Saúde Suplementar), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), criado em 2005 e que se tornou obrigatório a partir de 2012, para ajudar na padronização e gestão das atividades burocráticas relacionadas à saúde suplementar. 

Além de guiar a maneira como o conteúdo é transmitido e explicado, a TISS, que engloba todos os formulários essenciais para o envio de informação à agência reguladora, permitiu maior facilidade na comunicação entre operadoras, prestadores e ANS; e a redução de erros, fraudes, visto que todo o processo é eletrônico. Trouxe também maior agilidade na assistência à saúde, com aumento da qualidade e integridade das informações essenciais para os processos de prestação de serviços da saúde suplementar, como solicitações de autorizações, faturamento, gestão de glosas e auditoria; além de permitir a fiscalização do setor pelo órgão regulador.

A ANS publicou no último dia 25 de março uma nova versão da TISS e as operadoras de planos de saúde e as empresas prestadoras de serviços do setor têm até o próximo dia 30 de junho para implantar as melhorias.

Esta última versão traz duas alterações principais: atualizações nas tabelas de procedimentos (Terminologia de Procedimentos e Eventos em Saúde), em atendimento à Resolução Normativa nº 465, de 24/2/2021, da agência reguladora, que dispõe sobre o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que estabelece a cobertura assistencial obrigatória a ser garantida nos planos privados de assistência à saúde; e atualização dos componentes de segurança, publicados originalmente em dezembro de 2017.

Mas a principal mudança será publicada ainda neste mês, com prazo de implantação nos próximos 18 meses.

Versão 4.0

A versão 4.0 da TISS trará nova mensagem de anexos digitalizados e as atualizações decorrentes dos estudos de adequação do padrão à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). De acordo com Bruno Pimentel Maciel, superintendente de Tecnologia do Grupo Dasa e diretor do Comitê Padrão TISS da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), esta atualização traz melhorias importantes para adequar a troca de informações entre os agentes da saúde com a LGPD e os componentes de segurança necessários para a garantia da proteção das informações dos beneficiários da saúde suplementar. Também apresenta uma nova estrutura de mensagem para padronizar a troca de arquivos digitalizados entre prestadores e operadoras, acompanhando o movimento de digitalização dos processos de faturamento e gestão de glosas acelerado pela pandemia da Covid-19.

“Esta nova versão traz mais segurança para a troca de mensagens no setor, com olhar atento a proteção de dados e privacidade dos usuários dos serviços de saúde. Acompanha também a modernização dos processos, permitindo que prestadores e operadoras avancem nos programas de transformação digital com segurança e controles necessários para evitar desperdícios e combate às fraudes na saúde suplementar”, afirma Maciel.

Ele explica que a informação, ferramenta fundamental para o setor, norteia avaliações clínicas, epidemiológicas e gerenciais, orienta decisões e planejamentos, embasa as estatísticas da ANS e de outros órgãos governamentais. “Por isso, é tão importante para o sistema de saúde brasileiro que as empresas que atuam nesta área implementem as atualizações da TISS”, destaca o superintendente de Tecnologia do Grupo Dasa.

Os prestadores de serviços de medicina diagnóstica terão ainda outro benefício adicional proporcionado pela última atualização do Padrão, além da segurança jurídica para o envio das informações dos usuários pelos prestadores de serviços e operadoras de planos e saúde. A nova versão inclui uma mensagem que permite o envio de documentos digitalizados, que acompanha as transformações digitais dos processos de faturamento, gestão de glosas e cobrança. Esse avanço permitirá que os laboratórios enviem para as operadoras de planos de saúde os pedidos médicos de forma digitalizada, reduzindo o tempo de faturamento e evitando os custos de gestão da documentação física.

Segundo Maciel, essa novidade ajuda ainda no processo de gestão de glosas, que solicita com frequência o envio de documentos para comprovação dos serviços faturados, reduzindo também o tempo de processamento e análise dos recursos de faturamentos não recebidos ou recusados pelas instituições saúde e eventuais perdas por falta de documentação que comprove os serviços. 

Importante destacar que essa mensagem se dedica apenas a documentos de suporte ao faturamento, não permitindo o envio de laudos e resultados de exame por se tratar de informações sensíveis do paciente.

“Esses dados possuem acesso restrito do usuário, médicos prescritores e a quem o beneficiário conceda acesso por consentimento específico e de livre vontade, respeitando o sigilo médico e a privacidade dos pacientes”, esclarece Maciel. 

Desafios da implementação

Mas ainda há quem tenha dificuldade de implementar as atualizações da TISS. Na versão atual, os principais desafios estão relacionados à implantação dos componentes de segurança, publicados desde dezembro/2017, mas ainda com baixa adoção pelos prestadores e operadoras. De acordo com o superintendente de Tecnologia do Grupo Dasa, a principal novidade desse item é a obrigatoriedade de manutenção de registros de logs de acessos e trocas de informação (registros eletrônicos de acessos e das transações de troca de dados entre prestadores e operadoras) para permitir rastreabilidade para auxiliar nas análises e investigações de eventuais incidentes de segurança ou privacidade, extremamente importante para cumprimento de um dos requisitos da LGPD.

“A adesão e adoção do novo padrão torna-se importante para mitigar os riscos de segurança na troca de informação na saúde suplementar, além de adequar o fluxo de dados à LGPD, evitando incidentes e eventuais multas por não cumprimento da legislação em vigor. Além disso, os atrasos na implantação das novas versões geram custos internos adicionais, pois os processos precisam ser preparados para trabalhar com múltiplas atualizações, trazendo desperdícios para todo o setor”, alerta Bruno Maciel.

Segundo o Radar TISS – estudo periódico realizado pela ANS –, podem ser percebidos progressos cada vez mais na implementação dos processos exigidos pela padronização, com grandes avanços principalmente nos processos de elegibilidade, autorização e faturamento.

No entanto, ainda existem questões relevantes que precisam ser consideradas para que o modelo proposto pela agência reguladora possibilite ainda mais melhorias na prestação de serviços de assistência à saúde brasileira.

“Os investimentos tecnológicos continuam sendo obstáculos para os prestadores de menor porte, mas os benefícios superam esses custos e podem trazer um retorno rápido dos investimentos”, afirma Maciel.

É neste contexto que a Abramed tem atuado ativamente no Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar (COPISS), da ANS, para indicar as melhorias necessárias para aumentar a eficiência e segurança nos processos. “O Comitê Padrão TISS da Abramed dissemina o conhecimento do atual formato da TISS, o compartilhamento das experiências e de todas as novidades das versões e seus benefícios. O propósito é buscar pontos de sinergia e melhorias, visando aperfeiçoar a comunicação, mitigar os riscos para suas associadas e, assim, assegurar mais qualidade aos serviços de saúde”, conclui Maciel.

Abramed em Foco está de cara nova

Novo layout da newsletter mensal da Abramed traz mais detalhes sobre os pleitos setoriais

09 de junho de 2021

Após 34 edições trazendo informações relevantes sobre o mercado de medicina diagnóstica e compartilhando as realizações da entidade, o principal informativo da Associação passou por uma reformulação a fim de atender à novas demandas.

A partir de junho de 2021, o informativo traz ainda mais ênfase à atuação dos comitês e grupos de trabalho da Abramed com uma seção exclusiva para compartilhamento de algumas discussões e resoluções que são geradas dentro de cada área específica de atuação da entidade.

“A Abramed tem muito orgulho dos seus Comitês e grupos de trabalho que, através da dedicação dos executivos de suas empresas associadas, constituem verdadeiros fóruns de debate e desenvolvimento, promovendo a melhoria contínua e sistemática da qualidade dos serviços de medicina diagnóstica”, comenta Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

A cada edição, a Abramed em Foco trará uma matéria de destaque com o assunto de maior relevância de um Comitê ou Grupo de Trabalho (GT). A edição de junho apresenta um conteúdo elaborado com informações coletadas junto aos integrantes do Comitê Padrão TISS, responsável pela disseminação de conhecimentos quanto às definições da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e por ações que visam a sinergia e a melhoria da comunicação a fim de mitigar potenciais riscos (clique AQUI para ler).

Logo abaixo do destaque, a newsletter também traz uma sequência com os principais highlights de todos os grupos. Além do Comitê Padrão TISS mencionado acima, hoje a Abramed conta com outros oito comitês: Jurídico; Técnico de Análises Clínicas; Técnico de Anatomia Patológica; Técnico de Radiologia e Diagnóstico por Imagem; Comunicação; Governança, Ética e Compliance; Recursos Humanos; e Dados Setoriais. A estrutura ainda conta com o grupo de trabalho de Proteção de Dados. Nesta edição apresentamos cada um dos comitês.

Essa nova seção dedicada aos comitês e grupos de trabalho se soma às outras tantas notícias do setor de medicina diagnóstica mensalmente compartilhadas na Abramed em Foco. Clicando AQUI você confere as edições anteriores da publicação.

4PL: Inovação e sustentabilidade na cadeia de suprimentos

Mais agilidade e eficiência com globalização e uso de dados cibernéticos

09 de junho de 2021

Você consegue perceber as mudanças que vem ocorrendo na Cadeia de Suprimentos? Se a empresa que você trabalha entrega produtos ou se você consome produtos on-line, com certeza já percebeu inúmeros avanços nessa área. Pois bem, nos últimos anos a logística das empresas tem recebido muitos investimentos em tecnologia. Com a globalização e o uso de dados cibernéticos, as cadeias de distribuição estão muito mais ágeis e eficientes. Além disso, práticas mais sustentáveis estão sendo solicitadas pelos clientes, e isso reflete a tomada de consciência para com a sociedade, natureza e economia.

Toda essa evolução também realçou a importância do 4PL, fourth part logistics, um novo modelo que atende as demandas do cliente de forma integrada e customizada. O 4PL faz parte de uma nova estratégia logística que a partir da integração de tecnologias, sinergia entre todas as etapas da cadeia, habilita a otimização do tempo, gastos e rastreamento dos recursos dos seus parceiros. O 4PL atua em parceria com seus clientes desenvolvendo projetos e gerindo os mesmos, ele desenvolve a solução integrando a ação do 3PL (operadores logísticos), transportadoras e todos os outros elos da cadeia.

Quando olhamos para o setor da saúde, em que minutos podem salvar vidas, a logística rápida e eficiente é imprescindível. O papel do 4PL, como gestor de toda a cadeia de distribuição, é também pensar no paciente para poder agregar valor, qualidade e bem-estar.  

Outro ponto importante, quando falamos deste novo modelo, é sua participação no desenvolvimento de soluções sustentáveis. Hoje em dia é preciso estar atento as novas necessidades e tendências do mundo. O desenvolvimento de embalagens refrigeradas retornáveis e frotas verdes, já fazem parte do portfólio de diversas empresas.

Cada vez mais, exigências ecológicas farão parte de contratos e parcerias, além de uma interação maior entre cliente final e empresa, abrindo espaço a uma compensação e benefício social, ambiental e econômico. Neste cenário o 4PL assume um papel-chave como empresa “asset light” que, por não dispor de ativos, está livre para buscar sempre a melhor solução para a cadeia de maneira transparente e neutra.

Abramed participa de lançamento do Índice de Serviços (ISe)

Indicador econômico reúne dados estratégicos para valorização do segmento

09 de junho de 2021

Em um webinar realizado na manhã de 8 de junho e transmitido ao vivo pelo YouTube, a Frente Parlamentar do Setor de Serviços (FPS) lançou o Índice de Serviços (ISe), indicador econômico que surge como um grande avanço para o acompanhamento de dados do segmento no país. A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) apoia o projeto e Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração, marcou presença no encontro representando a entidade.

Ao iniciar a apresentação, o deputado Laércio Oliveira (PP-SE), coordenador da FPS, trouxe um breve panorama. “O nosso setor de serviços foi o mais penalizado pela pandemia, mas sustentou a empregabilidade e a renda e continua sendo o fio condutor da recuperação econômica pós-COVID-19. O ISe vai nos permitir demonstrar a nossa realidade, principalmente para que haja mais clareza na valorização da importância desse segmento em várias frentes”, disse.

De fato, o setor de serviços tem alta relevância para a economia no país. Representa 70% do PIB Nacional e tem grande poder de empregabilidade. Na saúde, o setor de medicina diagnóstica representado pela Abramed também tem grande desempenho no contexto socioeconômico. Segundo dados do último Painel Abramed, o segmento foi responsável pela manutenção de 264,2 mil postos de trabalho em 2019. Somente as empresas associadas à Abramed empregam mais de 66 mil pessoas.

A participação da Abramed nos debates promovidos pela FPS leva os pleitos do setor que coincidem com as demandas de tantos outros subsetores. São debatidos, por exemplo, os impactos da Reforma Tributária, bem como questões trabalhistas, econômicas e de gerenciamento de dados.

Participaram do webinar, além de Oliveira, Rafael Sampaio, secretário executivo da Secretaria de Governo, representando a ministra Flávia Arruda; e Jorge Luiz de Lima, secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação (SDIC/SEPEC).

Além da Abramed, outras 10 entidades do setor de serviços apoiam o projeto: Instituto Gestão de Excelência Operacional em Cobrança (GEOC), Associação Nacional de Segurança e Transporte de Valores (ANSEGTV), Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (ABAC), Associação Nacional de Fomento Comercial (ANFAC), Associação Nacional dos Profissionais e Empresas Promotoras de Crédito e Correspondentes no País (ANEPS), Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de Recursos Humanos, Trabalho Temporário e Terceirizado (Fenaserhtt), Federação Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (FENINFRA) e Associação de Marketing Promocional (AMPRO).

Com tecnologia como aliada, medicina diagnóstica vislumbra futuro próspero

Marcelo Lorencin, da Shift, fala sobre a gestão da crise e as possibilidades do setor no pós-pandemia

08 de junho de 2021

São 15 meses de pandemia. O setor de medicina diagnóstica, que ganhou protagonismo diante da crise, sentiu os efeitos negativos do novo coronavírus – que afastou os pacientes dos laboratórios e clínicas de imagem, reduzindo as atividades drasticamente durante alguns meses – mas já entrou em rota de recuperação. Segundo Marcelo Lorencin, CEO da Shift, empresa especializada em Tecnologia da Informação (TI) para medicina diagnóstica, houve um aumento significativo das vendas da companhia nesse primeiro semestre de 2021.

Em entrevista exclusiva para a Abramed em Foco, o executivo fala sobre como a adesão tecnológica pode auxiliar o setor a expandir; a relevância da ciência de dados e da humanização, colocando o paciente sempre no centro do cuidado; a tendência de ampliação de portfólio dos laboratórios clínicos e as boas perspectivas da empresa para o futuro.

Confira entrevista completa.

Abramed em Foco – Quais foram as principais dificuldades enfrentadas pela Shift na pandemia e como a companhia trabalhou para vencer esses desafios?

Marcelo Lorencin – Ao longo destes mais de 15 meses de pandemia, experimentamos diferentes desafios, em diversas fases. Os primeiros meses, por exemplo, foram marcados por uma queda significativa na demanda de nossos clientes. Laboratórios chegaram a registrar uma redução superior aos 75% da demanda nas primeiras semanas de pandemia. Diante desse cenário, foi fundamental nos posicionarmos como parceiros dos nossos clientes e fornecedores, adotando uma estratégia voltada para um olhar sistêmico. Algumas negociações foram necessárias de todos os lados. Levando em consideração que todos estavam enfrentando o mesmo desafio, não cabiam decisões individuais. Sabíamos que somente uma visão do todo seria capaz de manter todos vivos e isso era fundamental para a sustentabilidade de toda cadeia. Nossos clientes, por sua vez, tiveram o mesmo olhar.

Do ponto de vista interno, mantivemos todos os colaboradores, pois diminuir custos seriam desligamentos, o que teria resultados desastrosos a longo prazo. Usamos nossa equipe para apoiar os clientes remotamente, capacitamos à distância, e assim mantivemos toda nossa estrutura.

Já no segundo semestre, houve a retomada e crescimento da demanda de exames, impulsionados tanto pela maior consciência da importância da saúde e crescente busca pela prevenção, quanto pelo adoecimento da população, além do elevado número de exames de COVID. Neste momento, o grande desafio foi o trabalho remoto junto aos clientes, o que aos poucos foi se adaptando.

Em 2021, muitos Centros de Diagnósticos retomaram seus investimentos e já vínhamos em constante preparação para um aumento da demanda por serviços de TI. O desafio hoje é outro: a escassez da mão de obra de TI, que está em déficit, e a locomoção das equipes para implantação e treinamento de novos clientes, mas temos administrado isto e retomamos agora no final deste semestre ao ritmo anterior a pandemia, buscando alternância de entrega dos projetos entre serviços remoto e local.

A pandemia de COVID-19 afetou todos os setores da economia. Porém, com a mudança de hábitos e as novas necessidades que surgiram, algumas atividades se desenvolveram. Os laboratórios e clínicas de imagem aproveitaram esse momento para investir em tecnologia?

No ano de 2020, nossa base de clientes demandou muitos serviços para atendimento remoto, customizações, automatização e projetos utilizando o nosso aplicativo mobile para agendamento, pré-atendimento de pacientes e coleta domiciliar. Entretanto, no primeiro semestre e início do segundo semestre de 2020, as vendas de novos projetos inevitavelmente desaceleraram, pois muitos laboratórios e clínicas de imagem optaram por preservar seu caixa. Porém, aos poucos, com o aumento da demanda e os desafios operacionais, muitos conscientizaram-se da importância do investimento em tecnologias de amplo escopo, capazes de atuar nas frentes de eficiência operacional, gestão, qualidade e jornada do paciente, que são diretrizes de nossas soluções. Isso provocou um aumento significativo nas vendas de 2021.

Como a ciência de dados pode auxiliar o crescimento do setor de medicina diagnóstica, principalmente no período pós-pandemia?

É sabido da importância dos dados para tomada de decisões, seja do ponto de vista operacional, gestão e/ou geração de informação de saúde. Os laboratórios e clínicas de imagem são responsáveis por 70% das decisões médicas e isto é algo inegável e com um valor inestimável. Ainda existe muito espaço para esta evolução, em especial por sabermos da fragmentação dos dados. Os centros diagnósticos são detentores de apenas uma parte das informações disponíveis do “prontuário”, ou seja, do histórico de um paciente. No entanto, mesmo assim, podem trazem muitos insights, conhecimentos. Transformando dados em informação de valor e gerando conhecimento científico a partir disso.

A medicina diagnóstica brasileira vem batalhando para ampliar o acesso aos exames. E sabemos que a tecnologia tem papel fundamental nessas estratégias. Quais os desafios, na sua visão, para que consigamos aplicar a tecnologia na expansão do setor?

Temos um grande desafio para garantir o acesso à saúde, de um modo geral. Existe uma demanda crescente por conta do envelhecimento da população, da própria pandemia e dos avanços da tecnologia na nossa área de atuação, tanto as tradicionais, com o surgimento de novos exames e perfis, bem como de novos formatos, sejam de TLR (testes laboratoriais remotos) ou de exames digitais.

O laboratório e a clínica de imagem podem, se souberem aproveitar, ter uma expansão considerável neste sentido, inclusive navegando mais para a medicina preventiva, sendo um parceiro do setor. A tecnologia, não só da informação, mas de todas as frentes – as já citadas e outras, como por exemplo, devices, wearables, ciência de dados, inteligência artificial – poderão potencializar a expansão do setor. Mas, como sabemos, é fundamental trabalharmos no acesso, visto que, grande parte da população, encontra-se dependente do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, segundo estudos, mais de 45% delas não possuem acesso pleno à internet. Ainda que a teleconsulta gratuita seja liberada, por exemplo, para todo o Brasil, temos um desafio de logística, e isto tem que ser pensado de forma ampla.

A jornada do paciente, com a tecnologia, estende-se muito além da visita aos laboratórios e clínicas de imagem e a obtenção de resultados pela internet e/ou aplicativos. Esta é uma transformação que veremos rapidamente nos próximos anos e isto tem sido potencializado pela necessidade da conveniência de serviços remotos, ágeis e personalizados.

Pensando nas empresas de pequeno e médio porte da área de medicina diagnóstica, enxerga como tendência de mercado a ampliação do portfólio de serviços dos laboratórios? Eles começaram a ofertar uma gama mais variada de exames?

Sim, a oferta de novos exames não é uma exclusividade das grandes redes. Os centros diagnósticos têm buscado diferenciação e ampliação de seu portfólio, seja com investimentos em novos equipamentos ou por meio de parcerias com laboratórios de apoio. Neste aspecto, inclusive, alguns já estão se movimentando para TLR e, alguns poucos, para oferta de serviços digitais.

O setor de medicina diagnóstica sempre teve muito foco em qualidade. Com a pandemia, quando surgiram alguns testes pouco confiáveis e houve um movimento grande para garantir que entrassem no mercado apenas testes validados, essa busca tornou-se ainda mais visível. Você enxerga um movimento dos laboratórios para ampliar o reconhecimento de seus serviços e a qualidade dos atendimentos?

Não há dúvidas com relação a isso. A Shift tem um portfólio de clientes que são referências em todo o Brasil e dos quais temos muito orgulho. Pelo menos 75% de nossos clientes dispõem de uma ou mais certificações e/ou acreditações, seja ela PALC, DICQ, PADI, ONA, ISO ou até mesmo internacionais como o CAP, e isso tem aumentado a cada dia. Vemos muita procura e resultados, pois a qualidade traz robustez aos clientes, não só do ponto de vista técnico, como também de processo e até gestão. Por conta disso, eles perceptivelmente destacam-se no mercado, com eficiência operacional, pouco retrabalho e impactando positivamente na vida dos pacientes, o que acaba sendo valorizado pelo mercado (pacientes, médicos e fontes pagadoras). Os próprios programas de acreditação têm avançado em várias frentes. Indo muito além da qualidade dos exames, trazendo uma visão ampla e sistêmica para os laboratórios. E isso não é diferente nas clínicas de imagem.

Vivemos uma era da humanização em saúde?

A tecnologia e seu desenvolvimento devem estar centrados no lado humano, esse é o mundo ideal em todos os setores e, no caso da saúde, que a tecnologia ajude a colocar cada vez mais o paciente no centro dos cuidados. Meu sonho é que em um futuro muito próximo ela seja capaz não só de proporcionar um aumento na gama de serviços oferecidos, mas também de ampliar e democratizar o acesso à saúde.

Quais as perspectivas de negócios da Shift para os próximos meses?

As perspectivas são muito boas. As vendas estão acontecendo e os projetos sendo entregues, ajudando os laboratórios a avançarem com seu processo de expansão e performance. A Shift também tem ampliado seu escopo de atuação. Acabamos de disponibilizar para o mercado um módulo completo de anatomia patológica e temos investido na consolidação do RIS para clínicas de imagem. Buscaremos alcançar essa mesma referência que somos em laboratórios, nestas outras frentes. Outras iniciativas, relacionadas à transformação digital estão em fase final de amadurecimento.

Como enxerga a atuação da Abramed na medicina diagnóstica? O que espera da entidade como parceira para melhoria do setor?

A Abramed, por sua representatividade e atuação exponencial, tem um papel fundamental no setor exatamente por sua capacidade de unir todos os elos dessa importante cadeia da saúde, que é a medicina diagnóstica. Estamos falando de uma entidade com uma abrangência muito significativa em todo país, conduzida por time de peso que ao longo desses anos tem atuado com pulso firme e muita competência para construir um grande legado de apoio, seja nos diálogos com as organizações governamentais e regulatórias, parceria com a comunidade científica, e na geração de conteúdo e conhecimento, entre outras frentes que ajudam a fortalecer o protagonismo e sustentabilidade do setor de medicina diagnóstica. Além de todos os anos trazerem um cenário muito sólido do setor, com o Painel Abramed, que traz dados que ajudam a direcionar o trabalho de todos os stakeholders e players do mercado.

FILIS – Edição de 2021 será totalmente digital

Fórum Internacional de Lideranças da Saúde acontecerá nos dias 13 e 14 de outubro

1º de junho de 2021

A quinta edição do FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde será realizada pela primeira vez em um formato integralmente digital. Promovido anualmente pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), o evento traz uma programação dinâmica e enriquecedora, com debates altamente relevantes sobre os principais pleitos, desafios e tendências da saúde no país.

Com tema central “A Medicina Diagnóstica de hoje na construção do sistema de saúde do amanhã”, o FILIS mantém seu formato interativo com participação ativa do público em tempo real, além de palestrantes nacionais e internacionais discutindo as vertentes mais urgentes não somente da medicina diagnóstica, mas da saúde como um todo.

“Depois de quatro edições de sucesso, o FILIS se consolidou como um importante evento do setor por reunir líderes e gestores responsáveis pelas tomadas de decisões estratégicas no setor de saúde. Entendemos que, devido à instabilidade ainda gerada pela disseminação do novo coronavírus, não seria o momento de organizar um evento presencial. Porém, cientes de que o setor carece desse encontro até mesmo para ampliar o diálogo sobre a gestão da crise, optamos pela realização virtual do fórum”, comenta Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

A edição virtual traz algumas novidades. Serão dois dias de evento, das 9h até às 12h, com salas paralelas, das 12h às 13h, para apresentação de temas mais fechados e específicos relacionados a Telemedicina, LGPD e COVID-19.

Além disso, esse ano o FILIS começará antes mesmo da data oficial com a realização, em setembro, de um evento de aquecimento para debater os movimentos empresariais da medicina diagnóstica e apresentar dados setoriais.

Com uma agenda bastante relevante, a quinta edição do FILIS abordará os temas:

  • Desafios regulatórios para o desenvolvimento do sistema de saúde
  • Futuro da saúde e os impactos econômicos no pós-pandemia
  • Vigilância sanitária na medicina diagnóstica
  • Ciência de Dados e tecnologia em medicina diagnóstica
  • A transformação e o futuro da medicina diagnóstica

Premiação – Desde 2018, o FILIS entrega o Prêmio Doutor Luiz Gastão Rosenfeld como reconhecimento a profissionais que estimulam o desenvolvimento e a melhoria da saúde brasileira. Na edição de 2021 a premiação será mantida. O prêmio é uma homenagem ao doutor Rosenfeld, renomado profissional de medicina diagnóstica que faleceu em março de 2018 após décadas de empenho para maior união do setor.

Em breve as inscrições para participar da quinta edição do FILIS estarão abertas. Acompanhe a Abramed nas redes sociais (Instagram | Facebook | Linkedin | YouTube) e fique por dentro.