Abramed participa de matéria do Labor News sobre inteligência artificial na medicina diagnóstica

A edição 369 do Jornal Labor News, de junho de 2023, trouxe uma matéria sobre inteligência artificial na medicina diagnóstica, tendo como uma das entrevistadas Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed, cujos associados representam 60% do volume de exames realizados pela saúde suplementar no Brasil.

Milva destacou que para este ano espera-se um uso maior da IA no setor, já que ela ajuda a aumentar a precisão e a rapidez no diagnóstico. Mas é preciso se atentar aos desafios, como a necessidade de supervisão e regulamentação. 

A revista completa pode ser lida aqui.

Julho Amarelo: Abramed contribui para reportagem sobre hepatites virais em grandes veículos de comunicação

As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. No mês de prevenção e conscientização, conhecido como “Julho Amarelo”, uma pesquisa da Abramed foi citada em grandes veículos de comunicação nos últimos dias.

O levantamento mostra que a hepatite A cresceu mais de 50% no primeiro semestre de 2023, em comparação a igual período do ano passado, tendo como base os exames realizados pelos associados da Abramed, que representam cerca de 60% dos exames realizados na Saúde Suplementar brasileira.

A participação ativa da entidade nesse processo demonstra seu compromisso em utilizar a coleta de dados e informações de seus associados para fins de saúde pública, contribuindo para o monitoramento epidemiológico e auxiliando nas ações de prevenção e controle de doenças.

Confira as principais inserções:

Jovem Pan

Terra

Jornal da Record

O Tempo

O Povo

Prevenção de Acidentes de Trabalho: profissionais de medicina diagnóstica também estão expostos a riscos

As ações são direcionadas à redução do risco de exposições a agentes químicos, biológicos, físicos e ergonômicos

A celebração do Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, em 27 de julho, é uma oportunidade valiosa para lançar luz sobre o tema e estimular a reflexão acerca dessas questões, fortalecendo o compromisso com a segurança em todos os setores, incluindo a medicina diagnóstica.

Assim como em qualquer outro ramo de atividade, os profissionais da área estão expostos a riscos ocupacionais que podem resultar em doenças e acidentes de trabalho. A prevenção envolve uma abordagem multidimensional, que inclui medidas de segurança, monitoramento da saúde, treinamento adequado e atualizações constantes, além de conscientização e adoção de políticas de segurança no local de trabalho.

“As ações são direcionadas à redução do risco de exposições dos profissionais a agentes químicos, biológicos, físicos e ergonômicos”, conta Paulo R. Leal, Coordenador Médico Corporativo do Programa Viver Melhor, do Grupo Fleury, membro do Comitê de RH da Abramed e membro do Comitê Científico da Associação Paulista de Medicina do Trabalho (APMT).

No que diz respeito aos agentes químicos, é importante que os profissionais estejam capacitados e sejam permanentemente treinados para manipular e armazenar substâncias químicas de forma segura, bem como para utilizar equipamentos de proteção individual, como luvas, aventais e óculos de segurança. “Além disso, é necessário estabelecer e divulgar protocolos de higiene e descontaminação, a fim de reduzir o risco à saúde nos casos de exposições acidentais a produtos químicos tóxicos”, explica Leal.

Em relação aos agentes biológicos, frequentemente, os profissionais lidam com amostras de sangue, fluidos corporais e materiais biológicos diversos. Nesse sentido, é fundamental seguir as diretrizes de biossegurança, que incluem a adoção de práticas adequadas de coleta, transporte e descarte de amostras biológicas. O uso de barreiras de proteção, como luvas, máscaras e aventais, é essencial para prevenir a exposição a patógenos.

Leal lembra, também, que os colaboradores devem receber treinamento em ergonomia, uma vez que muitas atividades envolvem movimentos repetitivos, posturas inadequadas e levantamento de peso. “A ergonomia adequadamente aplicada aos ambientes de trabalho auxilia na prevenção de lesões musculoesqueléticas, bem como contribui para promover um ambiente de trabalho mais seguro e saudável”, acrescenta.

A conscientização e a comunicação são aspectos essenciais na prevenção de acidentes. É importante que os profissionais estejam cientes dos perigos existentes, conheçam a dimensão dos riscos associados ao seu trabalho e sejam capazes de relatar condições inseguras ou práticas inadequadas. Ações direcionadas à promoção de uma cultura de segurança, com a participação ativa de todos os colaboradores, podem contribuir significativamente para a redução de acidentes.

Também é preciso atenção aos exames de saúde regulares, incluindo os ocupacionais, para detectar precocemente possíveis problemas. Além disso, como o trabalho pode ser exigente e estressante, é necessário buscar apoio emocional. “É importante, ainda, adotar estratégias de gerenciamento do estresse, como praticar exercícios físicos, relaxamento e cuidar do bem-estar mental”, expõe Leal.

Medicina nuclear

Acidentes envolvendo a radiação utilizada em exames de imagem podem resultar na contaminação de salas, pacientes e trabalhadores. Para preveni-los, é importante tomar algumas atitudes, como minimizar a exposição contínua na sala de exames.

É recomendável estabelecer uma escala de atividades para que os profissionais não fiquem expostos por longos períodos no local. Doses pequenas de fármacos radiológicos ou exposições frequentes devem ser reduzidas para minimizar riscos à saúde. Existem limites de doses individuais aplicados a pessoas expostas que devem ser seguidos.

Outra atitude é restringir o acesso à sala de exames. Apenas as pessoas necessárias devem permanecer no local. Acompanhantes de pacientes, por exemplo, devem aguardar fora da sala durante o procedimento, evitando exposição desnecessária.

“Nos setores de diagnóstico por imagem, especificamente onde existam fontes emissoras de radiação ionizante, como radiografias ou tomografias, as colaboradoras gestantes devem ser afastadas das áreas controladas a partir da suspeita de gestação e, caso confirmada, devem ser direcionadas para atividades somente em áreas livres de radiação”, destaca Leal.

Em termos de infraestrutura, as paredes precisam ser revestidas com chumbo para prevenir contaminações, e deve haver apenas um equipamento de raios X por sala. Portas precisam permanecer fechadas durante os procedimentos, e o símbolo internacional de radiação ionizante deve ser afixado nelas para evitar acesso indevido. Todas essas medidas estão previstas na norma CNEN NN 3.05, sobre requisitos de radioproteção e segurança para serviços de medicina nuclear.

É fundamental que os profissionais recebam treinamentos adequados sobre o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e as principais medidas de proteção relacionadas à radiologia. Esses treinamentos devem ser realizados no início da atividade profissional e atualizados regularmente. Além disso, materiais educativos podem ser disponibilizados para reforçar a importância do cumprimento dos protocolos de segurança.

A saúde e segurança dos profissionais de medicina diagnóstica são fundamentais para a prestação de um atendimento de qualidade e para evitar riscos ocupacionais. “Ao adotar esses cuidados, os profissionais estão protegendo a própria saúde e contribuindo para um ambiente de trabalho seguro e saudável”, finaliza Leal.

Desafios na saúde suplementar afetam sustentabilidade de toda a cadeia de saúde

É fundamental a utilização responsável dos recursos e a promoção de um diálogo constante entre todos os envolvidos. Tema foi debatido em Reunião Mensal de Associados da Abramed

De 2013 a 2023, o número de beneficiários com idades entre 20 e 39 anos diminuiu 7,6%, enquanto o de pessoas com mais de 60 anos aumentou em 32,6%, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Além disso, tem se tornado cada vez mais comum o reembolso assistido, prática ilegal que leva a operadora de plano de saúde a pagar por procedimentos que, muitas vezes, o beneficiário sequer realizou.

Vale lembrar, ainda, que os resultados das operadoras de saúde de 2022 foram os piores dos últimos 20 anos, de acordo com a ANS. Uma reportagem publicada pelo jornal O Globo mostrou que o prejuízo operacional acumulado em 12 meses foi de R$ 11,5 bilhões. Essa crise na saúde suplementar afeta a sustentabilidade de todo o sistema e precisa ser analisada com a devida atenção. 

“A Abramed tem plena consciência de que suas associadas dependem do setor privado, por isso acompanhamos de maneira muito próxima e consciente todos os movimentos que acontecem e que podem impactar essas empresas”, disse Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, durante a Reunião Mensal de Associado da Abramed (RMA) de junho, realizada em São Paulo.

Para assegurar o equilíbrio econômico e financeiro dos planos de saúde, é fundamental adotar uma abordagem responsável na utilização dos recursos disponíveis, além de promover um diálogo constante entre as operadoras, a ANS, as empresas contratantes, os prestadores de serviços e os representantes dos beneficiários.

“Há muito tempo estamos falando da insustentabilidade do setor e entendemos que os prestadores de saúde precisam se unir para fazer as mudanças. Quando falamos de combate aos desperdícios e às fraudes, precisamos de ações práticas para que o impacto causado nas operadoras não afete toda a cadeia”, comentou Aline Araujo Giovannetti, diretora de negócios na Dasa.

Segundo ela, a fonte pagadora acaba negando alguns atendimentos que não julga pertinentes, sem uma análise profunda, mas é preciso entender que o pedido médico é mandatório. “Não adianta adotar maneiras simplistas de controlar o sinistro e repassar para o prestador uma responsabilidade que não é apenas dele. Precisamos trazer outras ferramentas, estar abertos a novos modelos”, expôs.

A falta de recursos também se reflete no investimento em novas tecnologias. De acordo com Patricia Frossard, country manager Brazil da Philips, não adianta desenvolver um equipamento extremamente tecnológico se ele não for absorvido pelo mercado nas atuais condições. “Por isso, procuramos apoiar o setor oferecendo soluções que ajudem as empresas a passarem pelas dificuldades e se adequarem à nova demanda, como softwares que contribuem para a conectividade, a integração e o aumento da produtividade. Equipamentos voltados para telemedicina e desospitalização também colaboram na redução de custos”, compartilhou a executiva.

O Brasil voltou para o mapa da indústria global da Philips porque a economia está se apresentando melhor que a de outros países. No entanto, é necessário mais, segundo Patricia. “Nossa complexidade tributária precisa ser melhorada. Se a reforma tributária fizer isso sem elevar os custos, conseguiremos aumentar os negócios no Brasil, trazer inovação para o país e oferecer melhores preços.”

Complexo da Saúde 

No âmbito da produção e inovação, o governo federal retomou recentemente as atividades do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, que tem medidas para reduzir a dependência do país e assegurar o acesso universal à saúde. A meta do governo federal, segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, é produzir 70% das necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) do país em até dez anos.

Segundo Patricia, é importante o retorno desse assunto com a ministra, mas a meta é bastante ambiciosa. “Parte do orçamento da pasta pode ser direcionada para financiar a inovação no Brasil, mas também é importante a participação estrangeira. Não podemos nos fechar para a troca com outros países, porque corremos o risco de ficar de fora do cenário de inovação mundial. No entanto, outros fatores precisam contribuir para isso, ou seja, a reforma tributária e a da previdência, além da desoneração de folha, são agendas que devem caminhar com as demais. Precisamos de um projeto de Estado e não de governo”, disse. 

O retorno a essa pauta reafirma o que o governo federal valoriza: a industrialização e a nacionalização, como apresentou o jornalista Fábio Zambeli, vice-presidente executivo do Ágora, durante a RMA. 

Em abril, o governo federal criou o Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Geceis), para promover articulação governamental e formular medidas que fortaleçam a produção e a inovação no país na área da saúde. O Geceis é parte de um programa de investimentos voltados à inovação, tecnologia e desenvolvimento regional no sentido de viabilizar a expansão da produção nacional.

O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, tem estimulado o desenvolvimento do Complexo da Saúde, como destacou Claudia Cohn, integrante do Conselho de Administração da Abramed. “A tendência agora é uma atuação mais prática a partir da implantação de um cronograma”, disse.

Atualmente, o setor da saúde representa 10% do Produto Interno Bruto, garante a geração de 25 milhões de empregos diretos e indiretos e responde por um terço das pesquisas científicas no país.

Abramed celebra 13 anos valorizando o papel da medicina diagnóstica na cadeia da saúde

O compromisso com a ética e a transparência tem fortalecido sua atuação como protagonista para um setor mais sustentável

Em 14 de julho de 2023, a Abramed completou seu 13º aniversário e reforçou sua missão de promover a sustentabilidade e a integração da cadeia da saúde, comemorando uma série de realizações que vem impactando positivamente não só a área de diagnóstico, mas também todo o setor. Sua criação é resultado de esforços conjuntos de empresas de medicina diagnóstica, que reconheceram a importância de uma ação unificada na defesa de causas comuns.

A associação mantém diálogo aberto com diversos atores do setor, influenciando comportamentos éticos e transparentes, atuando de forma objetiva e imparcial. Entre seus objetivos estão promover o debate, mostrando o valor da medicina diagnóstica, estimular o uso racional de exames e equilibrar o sistema de saúde. Focando na geração de valor, fomenta as melhores práticas por meio de inovação e conhecimento, gestão profissionalizada, aprimoramento do benchmarking, governança, ética e compliance.

“A Abramed defende os interesses do setor de forma abrangente em nível nacional, com uma forte atuação política-regulatória, estando constantemente envolvida em debates e discussões com órgãos reguladores, autoridades governamentais e outras entidades para garantir que as necessidades do setor sejam atendidas”, salienta Milva Pagano, diretora-executiva da entidade.

O relacionamento com entidades setoriais é parte inabalável da agenda da associação. “Atuamos em conjunto tanto com operadoras de planos de saúde, quanto com organizações que congregam outros prestadores de serviços. Isso sem falar do relacionamento com entidades sindicais. Considero essa iniciativa essencial para fortalecer a representatividade da área de saúde frente aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”, expõe Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Atuação prática

Com seus Comitês e Grupos de Trabalho, responsáveis pelo planejamento e pela implantação de ações que geram impacto coletivo e positivo para o segmento de forma geral, a entidade promove a discussão de temas relevantes, como, mais recentemente, a reforma tributária, aprovada pelo plenário da Câmara.

Juntamente a outras entidades, a Abramed é protagonista no projeto que prevê ao setor da saúde um abatimento de 60% sobre a alíquota padrão, conferindo tratamento diferenciado ao segmento. “Estamos sempre prontos a atuar na construção de um sistema mais eficiente e integrado”, destaca Milva.

Além disso, a associação também atuou nas medidas necessárias sobre o piso salarial de enfermagem em virtude da falta de sustentabilidade financeira para arcar com os custos e da disparidade existente entre as diferentes realidades nas regiões do Brasil, apesar da importância e merecido reconhecimento da categoria.

Outro tema de importância para o setor foi a revisão da RDC 302/2005, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece os requisitos técnico-sanitários para o funcionamento de laboratórios clínicos e serviços relacionados a exames de análises clínicas no Brasil. 

Após extensas audiências e consultas públicas, nas quais a Abramed teve papel fundamental, a norma foi substituída pela RDC 786/2022, que entrará em vigor a partir de 1º de agosto deste ano. “Essa medida impacta de maneira positiva o setor, visando melhorar o acesso da população aos cuidados de saúde, além de assegurar a qualidade dos exames de análises clínicas realizados no país”, declara a diretora-executiva.

Para o futuro

Ao longo desses 13 anos, a Abramed ganhou robustez e está cada vez mais consolidada, fazendo parte de todas as transformações que impactam o setor de medicina diagnóstica. “Reconhecida por ter em seu quadro de associados empresas de grande porte, a entidade também foca nas de médio porte, tendo ciência de que suas conquistas beneficiam todo o setor”, comenta Milva.

Suas associadas representam cerca de 60% do volume de exames realizados na saúde suplementar do Brasil, e a meta é expandir ainda mais a representatividade, trazendo empresas de todos os portes em busca de pluralidade e diversidade. Milva lembra que a entidade é guardiã de uma política de compliance e de boas práticas, e que estar adequada a esses critérios é condição para se associar. 

Visando ampliar sua atuação, a Abramed implantou um novo comitê sobre interoperabilidade, para tratar especificamente da comunicação e da troca de informações entre diferentes sistemas de informação. Este tema já faz parte da agenda de gestores e formuladores de políticas de saúde há alguns anos. Outros países mais desenvolvidos e com sistema de saúde mais bem estruturado já desenvolveram soluções de interoperabilidade que estão sendo aplicadas com muitos benefícios para pacientes e para o sistema de saúde, como explica Shcolnik.

“Mas no Brasil, embora tenhamos padrões definidos pelo Ministério da Saúde desde 2011, estamos atrasados na implementação dessa ferramenta”, conta o presidente. A Abramed entende que na área de medicina diagnóstica, adotar o padrão de codificação de exames laboratoriais LOINC é fator crítico de sucesso para a interoperabilidade. “No momento, estamos trabalhando com o Instituto HL7 e a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) na tentativa de retomarmos e acelerarmos esse tema para gerar resultados concretos”, acrescenta Shcolnik.

Analisando o mercado, as expectativas para o futuro incluem a expansão dos ecossistemas, que consistem na união de diferentes empresas e serviços em um ambiente colaborativo. “Ao melhorar a eficiência, reduzir desperdícios e promover uma abordagem mais centrada no paciente, é possível garantir a viabilidade financeira e a qualidade dos serviços oferecidos. Temos um importante papel em promover, cada vez mais, essa visão”, acrescenta Milva.

Outro tema que merece atenção é a incorporação tecnológica. “Dependemos muito de novos métodos analíticos e tecnologias de informação, por isso, é importante discutir a inserção de Inteligência Artificial como ferramenta para oferecer mais precisão aos exames e, quem sabe, as tão desejadas predições, assim como a aplicação de aprendizado de máquina. Muitas empresas do nosso setor já contam com cientistas de dados, portanto, esse é um assunto que vai desafiar a Abramed no futuro”, adiciona Shcolnik.
A expectativa é que a cada aniversário, a Abramed possa comemorar ainda mais conquistas e colaborar para o desenvolvimento da cadeia de saúde, sempre com ética, transparência e integração com outros stakeholders, tendo o cuidado ao paciente como bússola norteadora.

Futuro do diagnóstico envolve expansão da genômica e uso inteligente dos dados

Especialistas em análises clínicas revelam desafios e tendências que influenciam a sustentabilidade do setor de Saúde no Brasil

Uso inteligente dos dados, descentralização do diagnóstico e expansão da genômica estão entre as tendências que têm o potencial de trazer avanços significativos para o setor da saúde e contribuir para a sustentabilidade de todo o sistema. O aumento do volume de exames e o surgimento de novos biomarcadores, principalmente no diagnóstico do câncer, também podem ser citados.

Outra tendência importante para gerar resultados significativos é a descentralização do diagnóstico, desde que feita com segurança e seguindo os protocolos adequados. Segundo Gustavo Campana, vice-presidente da Alliança Saúde, poder realizar exames em locais mais próximos dos pacientes, como farmácias, postos de coleta e consultórios médicos, facilita o acesso aos serviços de saúde e agiliza o início do tratamento.

Essa possibilidade de expansão surgiu com a atualização da RDC 302/2005, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que trata dos requisitos técnico-sanitários para o funcionamento de laboratórios clínicos, de laboratórios de anatomia patológica e de outros serviços que executam atividades relacionadas a exames de análises clínicas (EACs) no Brasil. Essa medida exige ainda mais atenção à segurança nos procedimentos.

Segundo Campana, uma mudança de dinâmica relevante que pode ser observada é a inversão da posição do laboratório clínico em relação ao médico prescritor. “Em vez de apenas atender às solicitações dos médicos, os laboratórios podem se posicionar como fornecedores de pacientes diagnosticados, conectando-os aos especialistas adequados no momento certo. Essa mudança trará eficiência para o processo e menor tempo de atendimento, sendo significativa tanto para o setor quanto para o paciente”, considera.

Desafios

Além das tendências, há alguns desafios. No caso dos painéis integrados de biomarcadores, Carlos Eduardo Ferreira, patologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e um dos líderes do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, cita a precificação e a viabilidade de sua aplicação na medicina de precisão.

Ele ressalta que a tecnologia vem ganhando sensibilidade analítica, mas há poucos novos parâmetros sendo colocados no setor. Nesse ponto, May Chen, general manager Brasil, Canadá e Estados Unidos da Snibe, compartilha a experiência da empresa chinesa especializada em equipamentos para laboratórios clínicos e reagentes de diagnóstico in vitro

“Lançamos pelo menos dez novos parâmetros por ano, levando em consideração a demanda do mercado. Essas necessidades são identificadas por meio de pesquisas com clientes, inclusive laboratórios. Em um período de um ano e meio, os parâmetros comercializados para o mercado global cresceram de 185 para 211”, comenta May, destacando o crescimento da operação da empresa no Brasil.

Outra questão importante a ser enfrentada é a fragmentação do mercado. “Não conhecemos os desafios dos outros agentes da cadeia, os interesses são conflitantes, mas estão velados”, diz Campana. Sobre esse ponto, Alex Galoro, diretor médico do Grupo Sabin e líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, lembra que, em sua época de residência, pensava que a patologia clínica perderia a importância porque se acreditava que o laboratório seria apenas um produtor de exames.

“No entanto, evoluímos para compreender a relevância do laboratório e dos especialistas em diagnóstico, que conhecem as ferramentas disponíveis para realizar diagnósticos mais precisos. Porém, no modelo atual, marcado pela desconfiança, ainda é difícil avançar porque há uma crença de que cada um está tentando enganar o outro”, diz.

Integração de dados

Um tema relevante que deve se desenvolver em curto prazo – até por pressão do setor e das fontes pagadoras – é o uso mais inteligente dos dados gerados. O valor dos laboratórios não se resume à realização dos exames, ele também está na forma como essas informações são utilizadas.

“O compartilhamento de dados entre os diferentes atores do sistema de saúde já é uma realidade e está sendo utilizado para estratificação de riscos e projeção de sinistros. A sustentabilidade do setor está relacionada ao uso racional dessas informações”, expõe Campana.

Ainda falando em tecnologia, espera-se que ela permita a escalabilidade de áreas como a genômica, em que há desafios a superar. Mas isso pode demorar um pouco, de acordo com o vice-presidente da Alliança Saúde.

Um dos principais obstáculos enfrentados pelos laboratórios clínicos é a implementação de sistemas laboratoriais (LIS, na sigla em inglês) de forma eficiente. Anteriormente, os processos de cadastro e registro de informações eram manuais, mas hoje em dia se depende cada vez mais da tecnologia da informação. “O uso de novos devices e a conectividade com todo o sistema são fundamentais para garantir a segurança e a confiabilidade dos processos”, diz Ferreira.

Outro desafio é progredir com a padronização e a estruturação dos dados utilizando o LOINC, sistema de código universal para identificar informações clínicas em registros eletrônicos. “Muitos laboratórios estão trabalhando nisso, o que permite a tomada de decisões mais rápida tanto no aspecto técnico-operacional quanto no gerencial. Essa integração de dados veio para ficar”, ressalta o patologista clínico do Hospital Albert Einstein.

Ainda sobre estruturação de dados, ele considera que áreas como Anatomia Patológica e Radiologia estão avançando nesse campo. O uso de Inteligência Artificial (IA) já é realidade em alguns laboratórios, como no Einstein, contribuindo para diagnósticos mais precisos. Segundo Ferreira, a utilização prática dos dados está apenas começando, mas já existem modelos em funcionamento que são extremamente úteis nas tomadas de decisões médicas.

Outra tendência na área de saúde que traz benefícios também do ponto de vista econômico, segundo Campana, é a verticalização virtual, que se refere à integração de diferentes serviços e recursos de saúde em uma plataforma online única. Isso pode incluir consultas médicas virtuais, agendamento de consultas, acesso a registros médicos eletrônicos, pedidos de exames laboratoriais, entrega de medicamentos, acompanhamento de saúde, entre outros. No entanto, ele chamou a atenção para o fato de que os médicos precisam fazer parte disso.

Medicina diagnóstica olfativa é uma das possibilidades do metaverso

Outras aplicações incluem educação continuada, tratamento humanizado, discussões de casos e planejamento cirúrgico

Já ouviu falar em medicina diagnóstica olfativa? Pois saiba que essa é uma das possibilidades do metaverso na saúde. Especialistas treinados poderiam sentir o “cheiro de câncer” em estágios prematuros, segundo Fabricio Campolina, presidente da Johnson & Johnson MedTech Brasil, referência quando o assunto é tecnologia, inovação e transformação digital.

Ele acredita que, em algumas décadas, identificaremos a combinação de moléculas olfativas que permitem a um cachorro farejar câncer de mama em estágios iniciais. Imagine um dispositivo que identifique essa combinação e envie um sinal elétrico diretamente à área olfativa frontal em nosso córtex cerebral!

O metaverso é uma experiência que proporciona a ilusão de que o mundo digital é real, permitindo que o cérebro assimile muito mais o conteúdo passado devido à criação de sinapses. “Ele tem potencial para transformar a experiência dos indivíduos envolvidos no ecossistema da saúde, incluindo pacientes, médicos, profissionais atuantes da área e pesquisadores”, ressalta.

As principais aplicações dessa tecnologia na área da saúde são em educação continuada, tratamento humanizado, terapias cognitivo-comportamentais, atendimento, discussão de casos e planejamento cirúrgico.

Na prática

O Johnson & Johnson Institute (JJI), em São Paulo, utiliza o metaverso para educação continuada de residentes e especialistas das áreas de ortopedia e saúde cardíaca/eletrofisiologia, permitindo maior visibilidade das condições estudadas.

Outro caso de grande potencial está relacionado ao tratamento humanizado de câncer infantojuvenil. O Hospital de Amor, em Barretos, SP, usa uma ferramenta que transporta a criança em tratamento oncológico a um mundo de fantasia, fundindo animação em realidade virtual (RV), com sensação tátil do tratamento.

Durante exames e vacinações, o metaverso pode distrair os pacientes e proporcionar experiências visuais imersivas, como jogos ou cenários de natureza, reduzindo a percepção de desconforto e dor. A tecnologia também está sendo testada em terapias cognitivo-comportamentais, no caso de pacientes no espectro autista, e também no tratamento de fobias, transtornos de ansiedade e pânico, bem como traumas.

No campo do atendimento, a ferramenta pode ser usada para criar uma simulação onde as pessoas possam interagir como se estivessem em um call center. O objetivo é oferecer uma experiência mais ampla e interativa, com um avatar treinado para fornecer informações sobre exames, agendamentos, localizações e até mesmo mostrar o caminho no mapa.

“A vantagem é que, ao contrário de um call center tradicional, no metaverso é possível compartilhar o que está na tela, como o Waze, por exemplo”, explica Eliézer Silva, membro do Conselho de Administração da Abramed, diretor do Sistema de Saúde Einstein do Hospital Israelita Albert Einstein.

Além disso, o metaverso permite que os médicos sejam treinados em ambientes virtuais que simulam com precisão o ambiente cirúrgico real, melhorando a qualidade das cirurgias robóticas. Estudo publicado no Journal of Surgical Education revelou que o treinamento em realidade virtual está associado ao aprimoramento das habilidades cirúrgicas e à redução de erros em comparação com os métodos tradicionais.

Justamente com foco em pesquisas, discussões de casos e planejamento de cirurgias foi criado o Biodesign Lab da Dasa, em parceria com a PUC-Rio. Com base em imagens de exames, como ultrassonografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada, o laboratório faz uma replicação tridimensional para uso no metaverso. Isso permite discutir um caso virtualmente, sem deslocar a equipe.

O ginecologista Heron Werner, coordenador do Biodesign Lab, ressalta que todas as ferramentas de reconstrução de imagem em 3D dependem do exame original. Essas imagens ajudam a melhorar a comunicação em uma discussão multidisciplinar e planejamento cirúrgico, por exemplo.

Para ilustrar, no caso de um diagnóstico de craniópagos (gêmeos que nascem ligados pelo crânio), as informações adquiridas nos resultados de exames de ultrassom e ressonância magnética no pré-natal serão somadas aos exames realizados no pós-natal, mostrando a evolução da condição.

“Outras modalidades de imagem enriquecem a análise da situação e ajudam a manejar a conduta em casos complexos. Isso é feito no mundo todo, e começamos aqui. Muitos grupos de outros países pedem para ajudarmos com essas reconstruções. Isso é muito gratificante”, expõe Werner. Entre as especialidades que mais usam essa tecnologia estão dermatologia, neurocirurgia, ginecologia e ortopedia.

Que tecnologias são utilizadas?

O dispositivo de entrada neste mundo digital é a principal tecnologia nessa revolução, sejam óculos de Realidade Virtual, como o Oculus Quest 2, da Meta, sejam óculos de Computação Espacial, como o Vision Pro, da Apple.

Outro elemento-chave é a conexão estável com a internet, que se obtém por meio de redes 5G ou acesso Wi-Fi por meio de redes de fibra óptica de alta velocidade. “No futuro, devemos ver essa experiência evoluir para incluir todos os nossos sentidos e de forma cada vez mais imersiva, como visão hiper-realista, sons em 3D, sensação tátil, olfativa e de calor e frio”, acrescenta o executivo da Johnson & Johnson.

Um ponto fundamental, mas pouco comentado, é o ambiente digital que será acessado pelo metaverso para educação continuada. Um ambiente realista ajuda os alunos a se envolverem e a assimilarem o conhecimento de forma mais efetiva, proporcionando uma experiência mais próxima do real. Enquanto um ambiente pouco realista pode comprometer a imersão dos estudantes, dificultar a compreensão de conceitos e reduzir a eficácia geral da aprendizagem.

Primeiros passos

As instituições de saúde, mesmo as pequenas, podem fazer parceria com empresas de tecnologia – healthtechs, startups, até mesmo com a Apple e o Google – para aprender como utilizar melhor a realidade estendida. Uma alternativa, adotada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, foi a criação de uma incubadora de startups, proporcionando um ambiente de aprendizado de mão dupla. No caso, a instituição ensina padrões e técnicas de qualidade e segurança de dados enquanto as startups transferem conhecimento sobre realidade estendida.

“Para otimizar a utilização de metaverso no sistema de saúde é preciso, necessariamente, encontrar o parceiro adequado. Claro que é necessário investimento, mas é mais fácil saber onde se quer chegar quando se dialoga com as empresas de tecnologia, porque elas tentam encontrar soluções para suas necessidades”, conta Silva.

A associação entre uma instituição de saúde e uma startup cria uma plataforma única, com objetivo claro. “Os investidores percebem essa sinergia e podem direcionar recursos para que a tecnologia desenvolvida ganhe escala de forma mais rápida”, expõe.

O que esperar do futuro

O potencial do metaverso na saúde irá aumentar exponencialmente à medida que o grau de imersão for ampliado. Segundo Campolina, a atual tecnologia disponível em larga escala ainda é bem rudimentar. “Em sua essência, ela permite apenas enxergar um mundo semelhante a um desenho animado e ouvir sons com pouca percepção de profundidade”, comenta.

A perspectiva é de que num período entre 10 e 20 anos a experiência seja muito mais imersiva e se torne possível entrar em uma realidade em alta definição, ouvir sons em três dimensões, assim como ter sensações táteis – de calor, de frio, por exemplo – e olfativas muito próximas das que experimentamos no mundo real.

“É importante, também, entender que nossos sentidos são ‘fabricados’, e não literalmente ‘interpretados’ pelo nosso cérebro. Fótons de luz não têm cores, ondas acústicas não têm som, moléculas olfativas não têm cheiro. Quase toda a riqueza da vida é criada dentro de nossas cabeças. Isso tem uma implicação profunda, em especial para o que vamos vivenciar no metaverso”, analisa Campolina.

Para ele, a partir de um certo nível de imersão, o cuidado médico no metaverso será equivalente ao do mundo real. “Passadas algumas décadas, esse cuidado será superior às possibilidades atuais e não existirão mais barreiras físicas para a entrega desse cuidado”, acrescenta.

No entanto, segundo Silva, essa tecnologia levanta preocupações sobre a perda da interação humana e os possíveis impactos no cérebro, uma vez que a realidade virtual pode confundir a percepção do que é real e do que é simulado.

“Ainda não se sabe ao certo quais serão as consequências para o cérebro humano. O CEO do Facebook e da Meta Platforms, Mark Zuckerberg, acredita que todos terão acesso a essa tecnologia nos próximos cinco anos”, comenta o diretor do Sistema de Saúde Einstein.

Em termos éticos e regulatórios, o metaverso passará pela mesma trajetória que a telemedicina e o compartilhamento de dados (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD) passaram, porque a inovação precede as regulamentações legais. Silva acredita que só quando forem comprovadas a eficácia e a segurança da realidade estendida para tratar questões de saúde mental e as instituições de saúde começarem a utilizá-la de forma massiva ela realmente se tornará um novo serviço.

Avanços tecnológicos impulsionam gestão de saúde mais efetiva

Adotar novas tecnologias é estratégia para oferecer melhor assistência e reduzir desperdícios

A gestão e a tecnologia estão cada vez mais interligadas e desempenham um papel fundamental no avanço e na efetividade das organizações em diversos setores. No contexto da gestão da saúde, a tecnologia oferece soluções que auxiliam na melhoria dos serviços, na otimização dos processos e nas tomadas de decisões mais embasadas. 

“As tecnologias possibilitam análises diagnósticas mais rápidas e precisas, melhoram a experiência do cliente, permitem aprimorar a capacidade de atendimento, expandir as possibilidades diagnósticas e ter escalabilidade nos processos, garantindo o crescimento da empresa e a segurança do paciente”, declara Lídia Abdalla, CEO do Grupo Sabin e membro do Conselho de Administração da Abramed.

Segundo ela, essas soluções também trazem ganhos na eficiência operacional se direcionadas para a criação de produtos e serviços, por exemplo, nas áreas de gestão de saúde ocupacional e atenção primária, incluindo a integração com redes hospitalares. “Isso já vem acontecendo nos modelos de negócio atuais”, expõe. 

A tecnologia também tem papel importante no desenvolvimento de novos testes e exames, que podem ser realizados em tempo real. Além disso, o uso da inteligência artificial, da telerradiologia e dos wearables – aplicativos e sensores que se conectam com dispositivos médicos – vem contribuindo significativamente para avanços na medicina, gerando um número maior de informações, com maior celeridade.

Mais especificamente sobre inteligência artificial, os benefícios do uso de algoritmos incluem a velocidade na realização de exames e o maior conforto para o paciente. “Atualmente há equipamentos de ressonância e tomografia que, ao inserirmos os dados do indivíduo, fornecem várias informações de como ele deve ser colocado na máquina para realização do exame”, explica. 

Os algoritmos também ajudam no diagnóstico de quadros mais complexos. Várias ferramentas de IA contribuem para a entrega de laudos integrados, que relacionam exames de análises clínicas com exames de imagem, oferecendo sugestões para o médico fazer o diagnóstico de forma rápida e precisa.

“Temos ainda muito o que evoluir no uso da inteligência artificial para melhorar a velocidade, a precisão diagnóstica e a triagem de doenças. Isso fortalece, inclusive, as pesquisas e o desenvolvimento de testes genéticos, permitindo ao médico chegar mais precisamente à conclusão de qual medicamento terá o melhor resultado para determinado paciente”, explica. 

Falando em paciente, ele ocupa um papel central nesse cuidado, assumindo o protagonismo ao longo de sua jornada. “Através da tecnologia, ele tem acesso a uma ampla gama de informações, o que lhe confere maior capacidade de tomar decisões embasadas e interagir de maneira mais informada”, diz Lídia. 

Desafios e oportunidades

A interoperabilidade é uma grande oportunidade de gerar mais valor na jornada de cuidado do paciente e garantir a sustentabilidade de todo o ecossistema, embora seja preciso lidar com os riscos relacionados à segurança, devido à troca de dados sensíveis entre diferentes sistemas.

Por mais que haja investimentos em cibersegurança, o setor de saúde é visado pela grande quantidade de informações geradas. “Por isso é importante as instituições de saúde trabalharem a conscientização com suas equipes, para que atuem com ética, cuidado e responsabilidade”, expõe Lídia.

A adoção de novas tecnologias é sempre uma estratégia para oferecer a melhor assistência ao beneficiário dentro do sistema de saúde, ao mesmo tempo que traz muitas oportunidades de redução de desperdícios. “A tecnologia é fundamental tanto ao proporcionar desfechos mais efetivos para o paciente quanto ao auxiliar na tomada de decisões estratégicas e operacionais em relação aos negócios”, ressalta.

Com uma abordagem centrada na medicina preventiva e no uso inteligente dos dados, é possível criar um sistema de saúde mais eficiente, direcionando recursos de forma mais precisa e evitando tratamentos desnecessários. Isso não apenas contribui para uma perspectiva de vida mais saudável e com melhor qualidade, mas também ajuda a aliviar a pressão sobre os sistemas de saúde, especialmente em um cenário de envelhecimento populacional.

A colaboração entre todos os participantes da cadeia de saúde é essencial para alcançar maior velocidade e escalabilidade, com menor custo e risco. Essa cooperação é importante para acelerar o desenvolvimento das empresas, implementar novas tecnologias e criar modelos de negócio. Mas não apenas isso.

“Acredito que o setor de saúde possui uma grande quantidade de dados valiosos que podem melhorar o suporte diagnóstico e contribuir para a jornada de cuidado do paciente. Somente através da colaboração poderemos utilizar a interoperabilidade para proporcionar a melhor assistência possível ao nosso paciente”, finaliza a CEO do Grupo Sabin.

Lídia Abdalla é uma das convidadas para o debate “Avanços e efetividade para a Gestão da Saúde”, que acontecerá na 7ª edição do FILIS, no dia 31 de agosto, no Teatro B32, em São Paulo. Paulo Nigro, diretor-executivo do Hospital Sírio-Libanês; Manoel Peres, presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde); e Tobias Zobel, head do Medical Valley, também participarão do debate. 

Organizado pela Abramed, o Fórum Internacional de Lideranças da Saúde objetiva promover a troca de experiências e a geração de parcerias entre líderes da área, enfocando a gestão e a tecnologia como instrumentos para a melhoria dos cuidados de saúde. Faça já sua inscrição para o FILIS 2023 neste link.

Conheça os palestrantes confirmados para o FILIS 2023

Tobias Zobel, Jacson Barros e Wendi Mader compartilharão experiências sobre melhores práticas e tecnologia em saúde

A sétima edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS) está se aproximando, e entre os momentos aguardados estão as palestras, momento de atualização e conhecimento sobre as inovações no setor de saúde desenvolvidas no Brasil e no mundo, além de possibilitar a troca de experiências com profissionais renomados. 

Um dos palestrantes confirmados para esta edição é Tobias Zobel, diretor da Digital Health Innovation Platform, uma organização colaborativa entre Siemens Healthineers, Universidade FAU, Universidade Erlangen e a Medical Valley, focado no desenvolvimento de modelos de saúde e uso de inteligência artificial (IA) para auxiliar no percurso da doença e os resultados da terapia com base em dados clínicos.

Como embaixador e acionista da Medical Valley, tem acesso a uma enorme rede de empresas e instituições de pesquisa. É fundador de quatro empresas e vem avaliando diferentes sistemas de inovação e pesquisa em vários países – Estados Unidos, Brasil, México, China, Israel e Alemanha. Sua participação no FILIS fornecerá insights valiosos acerca das melhores práticas adotadas. 

Com vasta experiência em gestão de saúde populacional, outra palestrante de peso é Wendi Mader, vice-presidente Employer na Quest Diagnostics. Ela compartilhará seu conhecimento, destacando sua experiência como líder à frente de solução e projetos dedicados a saúde da população.

Wendi começou sua carreira na Summex Health Management, agora WebMD Health Services, e obteve seu bacharelado em ciências da saúde na Truman State University. É, ainda, mestra em educação e promoção da saúde pela University of Northern Iowa.

Da mesma forma, Jacson Barros, gerente de desenvolvimento de negócios em saúde na Amazon, também trará uma valiosa contribuição ao evento. Com 31 anos de experiência em Health IT, Gestão Pública e Privada, Barros é graduado em Engenharia Elétrica e Doutor em Ciências Médicas pela FMUSP.

Como diretor do DATASUS/Ministério da Saúde, coordenou a implementação da Estratégia de Saúde Digital do país, bem como projetos importantes, como a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) e o ConecteSUS. Além disso, desempenhou papéis de destaque como CIO e CDO do Hospital das Clínicas da FMUSP e Fundação Faculdade de Medicina, por mais de 10 anos, sendo responsável pela implementação do Sistema de Gestão Hospitalar.

Ao longo dos últimos 25 anos, Barros liderou equipes de tecnologia da informação e áreas estratégicas, desempenhando um papel fundamental nas decisões de investimento em TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação). Também participou ativamente de comissões nacionais e internacionais, bem como de grupos de estudos voltados para as áreas de gestão em saúde, inovação e ciência de dados.

O FILIS será realizado no dia 31 de agosto, no Teatro B32, em São Paulo. Organizado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), o evento objetiva promover o debate, a troca de experiências e a geração de parcerias entre líderes da área da saúde, enfocando a gestão e a tecnologia no papel de instrumentos para a melhoria dos cuidados de saúde.

A programação incluirá debates sobre temas como o valor da medicina diagnóstica para a integração da saúde, os avanços e a efetividade na gestão da saúde, bem como o impacto das novas tecnologias no futuro da área. Faça já sua inscrição para o FILIS 2023 neste link.

Nota de apoio da Abramed à Reforma Tributária

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) vem, por meio desta nota, expressar seu apoio à Reforma Tributária aprovada, nesta quinta-feira (6), em primeiro turno pelo plenário da Câmara, enaltecendo especialmente a postura do relator, Deputado Aguinaldo Ribeiro. 

Em primeiro lugar, gostaríamos de parabenizar o relator pelo seu trabalho, especialmente por conferir tratamento diferenciado ao setor de saúde. Agradecemos, sobretudo, a redução sobre a alíquota geral, que para ser neutra para o consumidor, precisou ser de pelo menos 60%, refletindo o entendimento dos parlamentares e o reconhecimento de que se trata de um setor essencial, constitucionalmente instituído e que presta serviços de qualidade. Entendemos a importância de uma Reforma Tributária e reconhecemos a necessidade de um novo modelo que evite distorções futuras e assegure a eficiência do sistema. 

Ressaltamos que o desequilíbrio na tributação da saúde afeta não apenas o setor em si, mas também o poder público e a sociedade como um todo. Por esta razão, reforçamos a importância da manutenção do mesmo nível de tributação que o setor já paga, a fim de garantir a sustentabilidade e a qualidade dos serviços prestados, inclusive no que tange a possibilidade de redução de alíquota em 100% para dispositivos médicos como previsto para medicamentos.

Por fim, agradecemos a atenção dada ao setor e nos colocamos à disposição para contribuir com informações e expertise, visando à construção de um sistema tributário mais justo e eficiente, capaz de impulsionar o desenvolvimento do país.