Todo cuidado começa com um diagnóstico: o papel da Medicina Diagnóstica na Jornada da Saúde

A Medicina Diagnóstica tem um papel fundamental na promoção da saúde em todas as fases da vida, começando pelo acompanhamento gestacional e seguindo ao longo do desenvolvimento humano. No Dia Mundial da Saúde de 2025, celebrado em 7 de abril, essa importância ganha ainda mais destaque, reforçando como o diagnóstico precoce é essencial para garantir um início de vida saudável e prevenir complicações futuras.

Neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a campanha “Começos Saudáveis, Futuros Esperançosos”, com foco na saúde materna e neonatal. A iniciativa visa reduzir óbitos evitáveis de mães e recém-nascidos, promovendo cuidados de saúde de qualidade desde a gestação até o pós-parto. A Medicina Diagnóstica se destaca nesse cenário, especialmente com a triagem neonatal — como o teste do pezinho, realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida —, fundamental para detectar precocemente doenças genéticas, metabólicas e infecciosas, assegurando tratamento oportuno e melhor qualidade de vida para as novas gerações.

Com a ampliação promovida pela Lei nº 14.154, o teste do pezinho passou a identificar até 53 doenças, incluindo fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito e anemia falciforme. Essa evolução reforça a importância do diagnóstico precoce na promoção da saúde infantil e na prevenção de sequelas.

“A evolução tecnológica permitiu ampliar o painel de doenças rastreadas no teste do pezinho. Além disso, técnicas como sequenciamento genético e Inteligência Artificial estão revolucionando a velocidade e a precisão dos diagnósticos. Mas precisamos avançar na acessibilidade, garantindo que todas as crianças, especialmente em regiões remotas, tenham acesso a esses exames”, explica Alex Galoro, médico e líder do Comitê de Análises Clínicas da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica.

Diagnósticos nos primeiros 30 dias de vida reduzem em até 70% as hospitalizações por doenças tratáveis. No Brasil, o teste do pezinho alcança mais de 80% dos recém-nascidos, mas a cobertura do exame varia significativamente entre os estados brasileiros.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo, enquanto em Brasília 97% dos recém-nascidos são submetidos ao exame nos primeiros sete dias após o nascimento, estados como Piauí e Pernambuco apresentam cobertura de apenas 24%.

A campanha da OMS reforça a necessidade de sistemas de saúde que priorizem a prevenção e o cuidado desde o início da vida.

Com ações integradas, a Medicina Diagnóstica pode contribuir com a ampliação da cobertura de exames neonatais, parcerias para viabilizar testes expandidos e capacitação contínua de profissionais para a análise ágil e precisa dos resultados.

Para Milva Pagano, Diretora Executiva da Abramed, investir em saúde neonatal é um compromisso com a saúde da população. “Ao fortalecer o diagnóstico precoce, o setor contribui diretamente para políticas de saúde mais eficientes, equitativas e orientadas à prevenção”, pontua.