Retrospectiva Abramed 2024: os avanços na agenda propositiva e as contribuições para a sustentabilidade do setor

Avanços regulatórios, parcerias estratégicas e foco em qualidade guiaram a atuação da entidade na construção de um futuro ético e integrado para a saúde

18 de dezembro de 2024 – Durante o ano de 2024, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) atuou em diversas frentes para promover avanços em regulação, inovação, qualidade, ética e sustentabilidade na cadeia de saúde. Por meio do trabalho de seus Comitês, alinhado à estratégia do Conselho de Administração e da Diretoria-Executiva, a entidade se empenhou no desenvolvimento de pautas propositivas, se fortalecendo como agente de transformação de todo o setor.

“Em um momento de tantas oportunidades e desafios, a Abramed se reafirma como uma entidade articuladora, que busca construir um sistema de saúde cada vez mais integrado e sustentável, que coloque a qualidade e a segurança do paciente em primeiro lugar. Ao longo de 2024, mostramos que é possível alinhar sustentabilidade, inovação e cuidado humano, estabelecendo novas bases para o futuro da medicina diagnóstica e garantindo que a saúde no Brasil avance com ética e responsabilidade”, declara Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

Um dos principais tópicos trabalhados no ano foi a revisão da RDC 786/2023, que substituiu a RDC 302/2005 e estabelece requisitos técnico-sanitários para laboratórios e serviços de análises clínicas. Desde a publicação da norma, em maio de 2023, a entidade intensificou seu diálogo com a Anvisa para alinhar pontos críticos que impactam o setor, participando de reuniões técnicas em prol de uma regulação mais inteligente e eficaz.

Esse esforço foi reconhecido quando a Anvisa iniciou um processo de revisão da norma em julho, envolvendo o setor em discussões colaborativas. “A revisão da RDC 786/2023 é um exemplo claro de como a regulação pode evoluir quando há diálogo aberto e construtivo entre os setores público e privado”, destaca Milva.

A tecnologia foi outro pilar central da atuação da Abramed. A entidade lançou a pesquisa “O uso da IA na medicina diagnóstica brasileira”, revelando que ferramentas de inteligência artificial impactam milhares de pacientes mensalmente. Essa iniciativa foi acompanhada de ações de advocacy relacionadas ao Projeto de Lei 2.338/2023, o Marco Legal da IA, e de eventos promovidos pela entidade para discutir como a transformação digital pode revolucionar o cuidado em saúde.

Neste ano, a agenda de interoperabilidade se fortaleceu com a parceria entre a Abramed e o Ministério da Saúde, que permite a transmissão de dados laboratoriais diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Este projeto expande a notificação compulsória de exames para incluir 41 doenças além da Covid-19 e Mpox, demonstrando como a cooperação público-privada pode beneficiar a saúde de toda a população, favorecendo a criação de políticas públicas.

A Abramed também ampliou sua atuação em prol da qualidade dos serviços de saúde. A cartilha do projeto “Com a Visa no Peito”, desenvolvida em parceria com a Anvisa, nasceu para ser uma referência a gestores de serviços de mamografia, promovendo boas práticas e controle de qualidade, focando na melhoria contínua e na segurança dos pacientes.

A entidade fechou o ano de 2024 se preparando para uma cooperação técnica com a ANS no desenvolvimento do programa de monitoramento da qualidade da medicina diagnóstica. A iniciativa promete oferecer maior transparência e reconhecimento ao setor, além de promover uma cultura de excelência.

O compromisso com a sustentabilidade esteve presente em todas as ações em 2024. A entidade fomentou debates sobre práticas ESG, incluindo saúde mental no trabalho, descarte de resíduos e eficiência operacional. Essas discussões contribuíram para reforçar a responsabilidade social e ambiental do segmento, promovendo uma visão mais ampla e integrada.

Participação estratégica

No decorrer de 2024, a associação participou ativamente de eventos estratégicos e realizou diversos encontros, reforçando sua preocupação com as demandas do setor da saúde. Um dos destaques foi a promoção da 8ª edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), que contou com uma programação de excelência e um público formado pelas principais lideranças da área. O evento abordou o tema central “Saúde Inovadora: Oportunidades para um setor sustentável”, explorando o impacto da inovação e da colaboração na construção de um ecossistema de saúde mais eficiente e integrado.

O FILIS 2024 foi palco de discussões estratégicas, desde a integração da cadeia de valor e os impactos das mudanças climáticas até os desafios e avanços em interoperabilidade. Com mais de 500 participantes, 24 palestrantes e impacto digital que alcançou 107 mil pessoas, o evento demonstrou sua importância ao promover debates estratégicos e propor soluções para transformar o segmento.

A relevância da atuação da Abramed também se evidencia na 6ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, que apresenta indicadores para auxiliar na tomada de decisões empresariais. De acordo com o material, embora o volume de exames tenha aumentado, comparando 2022 e 2023, os custos não cresceram na mesma proporção. “Em outras palavras, ao realizar um número maior de exames com custos mantidos, o setor de medicina diagnóstica ajuda a reduzir a pressão financeira sobre todo o sistema, promovendo maior acesso aos serviços”, ressalta Milva.

E falando em dados, Abramed e Controllab reforçaram a parceria estabelecida em outubro de 2022 com o propósito de atender integralmente às demandas de coleta e análise de dados, contribuindo para a sessão de indicadores setoriais dos associados no Painel Abramed. Como parte dessa iniciativa, a Controllab disponibiliza a plataforma de inteligência de dados METRICARE, que integra todas as etapas do processo, desde o recebimento seguro das informações fornecidas pelos associados da Abramed até a geração e disponibilização de dados consolidados e indicadores para a entidade. A METRICARE, desenvolvida e gerenciada exclusivamente pela Controllab, é projetada para garantir um elevado nível de eficiência, segurança e precisão no tratamento dos dados. Essa colaboração reforça o compromisso de ambas as partes em oferecer soluções robustas e alinhadas às necessidades estratégicas do setor de medicina diagnóstica.

“Em 2024, a Abramed construiu pontes entre diferentes stakeholders, abordando desafios emergentes com uma agenda propositiva e colaborativa. Olhando para o futuro, continuaremos a defender os interesses do setor, promover a inovação e garantir que a medicina diagnóstica desempenhe um papel estratégico na saúde brasileira”, finaliza Milva.

Abramed lança Relatório Anual de Atividades 2024

Publicação traz extrato das ações realizadas ao longo do ano e atuação da entidade em temas estratégicos para o setor da saúde

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) lançou seu Relatório Anual de Atividades 2024, ano marcado por uma agenda propositiva em temas como regulamentação, inovação, sustentabilidade, qualidade e ética.

“Cada capítulo evidencia os esforços da entidade para operar de forma colaborativa com órgãos reguladores, fortalecer a integração do setor, impulsionar a inovação e exercer um papel estratégico na construção de políticas e iniciativas que impactam diretamente o sistema de saúde brasileiro”, comenta Cesar Nomura, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Os principais assuntos trabalhados no ano são descritos, de forma objetiva, mostrando o engajamento da associação em temas como RDC 786/2023, Reforma Tributária, tecnologia e inteligência artificial, interoperabilidade e terminologia LOINC, qualidade nos serviços de mamografia, segurança do paciente, qualificação da medicina diagnóstica, ESG e sustentabilidade do sistema, com destaque para parcerias estratégicas.

No relatório também são apresentadas as atuações de cada Comitê da Abramed ao longo de 2024, na promoção de iniciativas que geram benefícios relevantes para toda a cadeia da saúde, contribuindo para o desenvolvimento e a sustentabilidade do setor. “Esses comitês foram fundamentais para garantir que a Abramed pudesse agir de forma integrada, propondo soluções que promovam a eficiência, a segurança e a qualidade do segmento de medicina diagnóstica”, destaca Milva Pagano, diretora-executiva.

A publicação traz ainda as pautas e os posicionamentos trabalhados junto à imprensa, mostrando o papel da Abramed na disseminação de informações relevantes à sociedade.

Além disso, mostra uma linha do tempo dos eventos que a entidade promoveu e dos quais participou em 2024, com o propósito de contribuir para discussões essenciais, sempre em busca da sustentabilidade do ecossistema. A 8ª edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS) tem um capítulo especial, resumindo os pontos de destaque deste evento, que foi marcante para todo o setor.

Por fim, é apresentada a atuação institucional da Abramed no ano, com temas como: a Reforma Tributária; a Regulação da Inteligência Artificial (PL 2.338/2023); a Interoperabilidade, por meio da cooperação técnica com a Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI), do Ministério da Saúde; e a revisão da RDC 786/2023, da Anvisa, entre outros. Em 2024, a entidade intensificou sua participação em eventos e reuniões com órgãos governamentais e outras entidades, buscando fortalecer o diálogo com reguladores e formuladores de políticas públicas.

“O Relatório Anual de Atividades reflete o trabalho da associação em diversas frentes, sendo um testemunho do comprometimento contínuo da Abramed com a promoção da sustentabilidade, da integração, da qualidade e da segurança do ecossistema da saúde”, finaliza Milva. O Relatório Anual de Atividades 2024 pode ser baixado no site da Abramed, clicando aqui.

Fraudes na saúde são um desafio à sustentabilidade e eficiência de todo o sistema

Tema foi debatido em evento online da Unimed Federação Minas, com participação da Abramed na programação

13 de dezembro de 2024 – As fraudes no setor de saúde são um grande obstáculo para a sustentabilidade financeira e operacional de todo o sistema. As práticas ilícitas incluem desde falsificação de documentos e reembolsos fraudulentos até esquemas sofisticados envolvendo organizações criminosas. Além das perdas de recursos, essas ações comprometem a qualidade do atendimento ao paciente.

O assunto foi debatido durante evento virtual do Grupo Estadual de Recursos e Serviços Próprios da Confederação Nacional das Cooperativas Médicas – Unimed Federação Minas, realizada no dia 6 de dezembro. José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), e Milva Pagano, diretora-executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), foram convidados para palestrar sobre o tema “Controle de fraudes em recursos próprios”.

Cechin apontou que as perdas por fraudes e abusos no setor de saúde suplementar decorrem de práticas realizadas por beneficiários, prestadores e terceiros. Entre as mais comuns estão falsificar identidades para acessar serviços, desdobrar recibos, aumentar quantidades e incluir procedimentos não realizados. Também ocorrem abusos no uso de materiais médicos, com desperdícios ou escolha de itens mais caros, como visto no caso da “máfia das próteses”.

Outro esquema frequente envolve organizações criminosas que criam CNPJs e funcionários fictícios, contratam planos de saúde e simulam reembolsos de serviços inexistentes. Há casos, ainda, de recebimento de comissões irregulares em diferentes etapas da cadeia de distribuição e no uso de dispositivos médicos, como próteses de joelho.

Durante a pandemia, as solicitações de reembolso passaram a acontecer por meios eletrônicos, sem a necessidade de envio de documentos físicos. “E daí nasceu uma verdadeira indústria da fraude. Os reembolsos passaram de R$ 6 bilhões, em 2019, para R$ 11 bilhões, em 2022, de acordo com estudo do IESS”, mostrou Cechin.

Em vista a essa realidade, as operadoras de planos de saúde adotaram medidas preventivas e corretivas, incluindo campanhas educativas e o aprimoramento de métodos de detecção e apuração. Também chegaram a demitir funcionários envolvidos em fraudes e criaram comitês especializados, promovendo a troca regular de informações.

Entre as medidas possíveis para combater fraudes no setor de saúde, Cechin citou o uso de biometria para autenticar identidades, auditorias regulares, criação de uma base de dados com casos comprovados e suspeitos, bem como a troca de informações entre operadoras. “Precisamos avançar no uso da inteligência artificial, que, apesar de custosa, tem grande potencial para identificar desvios de comportamento e prevenir desperdícios. Além disso, pode ser aplicada de forma preventiva, por exemplo, para verificar a compatibilidade do que está sendo solicitado”, expôs.

Este é um tema de extrema importância para a Abramed, que estimula o uso racional de exames e trabalha ativamente pelo equilíbrio e pela sustentabilidade de todo o sistema de saúde, mantendo o diálogo aberto com diversos atores da cadeia, como salientou Milva. Ela mostrou que as fraudes são um forte ofensor à essa sustentabilidade e, como resposta, a entidade conta com iniciativas importantes, como o Código de Conduta, que influencia comportamentos éticos e transparentes e repudia qualquer oferta de benefícios financeiros indevidos.

“Esperamos que todos os associados cumpram rigorosamente as diretrizes desse código em qualquer circunstância. Também disponibilizamos um canal de denúncias para reforçar esse compromisso ético. Dessa forma, combatemos as fraudes e conscientizamos o setor”, expôs.

Segundo dados da Agência Nacional da Saúde Suplementar (ANS), o setor enfrentou uma epidemia de fraudes em 2023, com prejuízo de R$ 1,7 bilhão causado por falsificação de recibos e documentos médicos. “A fraude é uma ação enganosa, desonesta, ilegal e imoral que visa obter uma vantagem, seja financeira ou pessoal, prejudicando não apenas o sistema como um todo, mas também o paciente, que deixa de receber o atendimento adequado”, explicou Milva.

Os indicadores de fraudes no setor de saúde incluem práticas como o reembolso sem desembolso, quando uma operadora paga por serviços que não foram efetivamente prestados, e o reembolso assistido, em que o pagamento é realizado sem a devida documentação ou verificação do serviço executado. Outros indicadores incluem a renda incompatível com os valores desembolsados e a falsificação de comprovantes e documentos.

“Ao fornecer login e senha para o acesso de terceiros aos dados de seu plano de saúde, os beneficiários podem não perceber que estão, de forma passiva, contribuindo com uma fraude. Por isso, em 2022, a Abramed lançou campanhas de educação e conscientização voltadas para os pacientes, em parceria com diversos players da cadeia, com o objetivo de combater essa prática”, explicou Milva.

Além das fraudes, ela destacou outros pontos críticos que devem ser observados para melhorar a eficiência do sistema de saúde. “Para que o paciente seja colocado no centro do cuidado, é essencial que ele tenha conhecimento sobre sua saúde e saiba utilizar adequadamente o plano de saúde. Sem essa conscientização, ele pode ser manipulado, tanto por práticas fraudulentas quanto por outros golpes, frequentemente orquestrados por quadrilhas”, disse.

É igualmente importante analisar as condutas médicas relacionadas a pedidos de procedimentos desnecessários, seja por motivações financeiras ou por excesso de cautela — muitas vezes decorrente de lacunas no processo de formação profissional. Além disso, o setor de saúde enfrenta desafios como a fragmentação e a falta de integração e interoperabilidade entre os diversos atores, o que agrava esse cenário.

“A fragmentação do sistema de saúde gera desperdício e custos desnecessários. A integração do sistema é necessária para uma maior eficiência e efetividade, além da mudança de cultura, sendo fundamental que todos os profissionais de saúde, incluindo médicos, sejam educados sobre as melhores práticas e a importância de atuar com base no cuidado integral e na colaboração entre os diversos stakeholders do setor”, expôs.

As apresentações destacaram que enfrentar as fraudes no setor de saúde vai além de punir culpados: exige educação, normas claras e atuação em conjunto. Só assim será possível criar um ambiente mais ético, funcional e sustentável, onde os recursos sejam usados de forma inteligente e o foco retorne ao que realmente importa: um atendimento de qualidade, com o paciente no centro das decisões.

Indicadores de qualidade na medicina diagnóstica: pilar para a sustentabilidade do sistema

Para aprimorar a capacidade de gerar dados e informações sobre o setor, a Abramed faz parceria estratégica com a Controllab para gestão comparativa de indicadores

6 de dezembro de 2024 – A tomada de decisão baseada em dados é fundamental tanto para a segurança dos pacientes quanto para a sustentabilidade financeira das organizações e do setor de saúde como um todo. Especialmente no segmento de medicina diagnóstica, os desafios são intensos, envolvendo a gestão eficiente de recursos, a garantia da segurança do paciente, o cumprimento de requisitos legais e a incorporação de tecnologias avançadas.

“As organizações devem ter capacidade e competência para agir rapidamente frente aos cenários em contínua transformação, tomando decisões assertivas e guiadas por dados e evidências. Indicadores são ferramentas essenciais nesse processo”, comenta Vinicius Biasoli, CEO na Controllab.

Segundo ele, monitorar continuamente o desempenho frente a metas preestabelecidas é importante para estar pronto para decidir e agir, aproveitando as oportunidades do mercado e minimizando os riscos inerentes aos novos desafios.

“Os indicadores nos ajudam a compreender o contexto da organização. Quando comparados com o mercado, proporcionam uma visão abrangente das dinâmicas e as ações necessárias para nos mantermos competitivos e sustentáveis nesse cenário desafiador. Eles permitem trabalhar aspectos complementares como conhecimento, pessoas, processos, tecnologia, clientes e, sobretudo, a dimensão financeira”, explica.

Devido à importância do tema, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) vem atuando em parceria com a Controllab por meio do uso da plataforma Metricare, uma solução de gestão e comparação de indicadores para organizações do setor. “A plataforma une tecnologia e boas práticas de gestão, disponibilizando conhecimento e dados para impulsionar a cultura da melhoria contínua dos serviços prestados a médicos e pacientes, bem como para assegurar a sustentabilidade de longo prazo das organizações”, detalha Biasoli.

De acordo com ele, a expertise da Controllab nas temáticas da qualidade e inteligência da comparação de dados associada à relevância e credibilidade da Abramed empodera ainda mais as empresas de medicina diagnóstica para a evolução da sua gestão e resultados, além de aprimorar a capacidade do segmento em gerar dados e informações relevantes para todos os stakeholders do ecossistema.

Dentro desse escopo, podem ser destacados os dados do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico e os indicadores epidemiológicos, informações tradicionalmente oferecidas pela entidade ao mercado e que já são atualmente geradas pela Metricare.

“A utilização de dados confiáveis e bem estruturados é o alicerce para a evolução de toda a cadeia da saúde. Desde o diagnóstico preciso até a gestão eficiente de recursos, os dados orientam decisões que impactam diretamente pacientes, profissionais, instituições e reguladores. Na Abramed, estamos comprometidos em fomentar essa transformação, promovendo transparência e melhoria contínua nos serviços de saúde em benefício de toda a sociedade”, destaca Milva Pagano, diretora-executiva da entidade.

Como funciona?

Mais de 180 indicadores padronizados podem ser inseridos pelas organizações de saúde participantes diretamente na Metricare ou por meio da integração com sistemas informatizados de clínicas e laboratórios. Após serem capturados de forma anonimizada e segura, esses dados são utilizados para calcular indicadores com base em uma padronização internacionalmente harmonizada.

Os indicadores são validados e analisados estatisticamente, permitindo comparações entre as organizações participantes. Os resultados dessa análise comparativa são apresentados por gráficos, que possibilitam às empresas visualizarem seu desempenho individual em relação à amostragem global do grupo. “Isso facilita a identificação de oportunidades de melhoria, visando a evolução positiva no desempenho competitivo do mercado”, expõe Biasoli.

A análise da comparação de indicadores identifica pontos críticos, orientando a alocação estratégica de recursos para resultados significativos. Eles fornecem dados confiáveis que embasam decisões seguras em todos os níveis, fortalecendo processos e promovendo aprendizado organizacional, transformando a cultura e qualificando a gestão.

Motor para a acreditação

A gestão organizacional segue um ciclo contínuo: planejamento de políticas e processos, execução padronizada, monitoramento de desempenho e melhoria contínua. Programas de acreditação estabelecem normas que abrangem todas essas etapas, exigindo padronização, monitoramento e ações de melhoria para garantir qualidade e segurança.

Os indicadores são importantíssimos nesse processo, servindo como pilar para avaliar a conformidade com as normas de acreditação e demonstrar a competência técnica da organização. Eles são essenciais para evidenciar o compromisso com a qualidade perante pacientes, médicos e órgãos reguladores.

A conquista de um selo de acreditação reforça a credibilidade da instituição, destacando seu foco nas melhores práticas, no monitoramento contínuo e na busca por melhorias. “A gestão de indicadores, portanto, é o motor de qualquer programa de acreditação de alto nível, garantindo serviços mais seguros e de qualidade para todos os envolvidos”, salienta Biasoli.

Futuro

A importância desse tema tende a crescer ainda mais nos próximos anos, segundo o CEO da Controllab. Avanços tecnológicos e o impacto positivo da ciência de dados estão impulsionando o uso de informações em tempo real para embasar decisões. Além disso, tendências como a medicina de precisão, a crescente restrição de recursos e a necessidade de ampliar a qualidade tornam indispensável o uso intensivo de dados.

“Indicadores estão se consolidando como elementos indispensáveis para qualquer empresa de saúde. Não há retorno: o futuro exige organizações guiadas por comparação de dados em nosso segmento”, finaliza Biasoli.

Aids: diagnóstico é um dos pilares para alcançar as metas globais de controle da epidemia

Diagnósticos mais precoces e confiáveis contribuem para reduzir a transmissão do vírus e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV

1 de dezembro de 2024 – Neste Dezembro Vermelho, mês da campanha nacional de conscientização sobre HIV/Aids, é importante ressaltar que o diagnóstico é um dos pilares para alcançar as metas globais de controle da epidemia. O objetivo estabelecido pelo Unaids é claro: ter, até 2030, 95% das pessoas diagnosticadas, tratadas e com carga viral indetectável no mundo.

“Atualmente, dois grandes grupos de testes são utilizados para a detecção do HIV: os testes sorológicos e os moleculares, cada um com funções específicas no diagnóstico e acompanhamento da infecção”, explica o patologista clínico Carlos Eduardo Ferreira, líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e gerente médico do Laboratório Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.

Os testes sorológicos estão disponíveis de duas formas. No laboratório clínico, o processo envolve coleta de sangue, separação do soro e análise automatizada. Já os testes rápidos, incluindo os autotestes, disponíveis em farmácias e clínicas, são feitos com amostras de sangue ou saliva.

“Os testes realizados em laboratório permitem pesquisar tanto os anticorpos quanto o antígeno do vírus, o que garante um desempenho superior em comparação aos testes que analisam apenas a presença de anticorpos. Já os testes rápidos têm maior chance de resultados falso-positivos — ou seja, quando o teste indica um resultado positivo, mas a pessoa não está infectada”, salienta Ferreira.

Segundo ele, a chance de um resultado falso-negativo nos testes laboratoriais é praticamente mínima, devido à janela imunológica, que é o período entre a infecção e a detecção do vírus. “No laboratório, essa janela é de apenas alguns dias, então, se uma pessoa entrou em contato com o vírus hoje, é provável que o teste já seja positivo após cinco ou seis dias. Para identificar a infecção na fase aguda, quando a janela imunológica ainda pode ser um fator, somente o teste molecular é capaz de detectar diretamente o vírus”, salienta.

Os testes moleculares, como o PCR para HIV, podem ser qualitativos, usados para confirmar infecções, ou quantitativos, que medem a carga viral e auxiliam no monitoramento do tratamento de pacientes já diagnosticados. Eles são essenciais para detectar a presença do vírus em fases muito precoces da infecção, quando outros testes ainda não conseguem identificar o HIV.

Ferreira destaca que com os avanços tecnológicos, os resultados falso-positivos diminuíram consideravelmente em todos os tipos de testes. Ainda assim, sua ocorrência reforça a importância de protocolos de confirmação diagnóstica. “O recente caso de contaminação de pacientes com o vírus HIV no Rio de Janeiro evidencia falhas na execução do teste ou até mesmo a sua não realização, mas isso não implica que o teste seja ineficaz.”

O progresso no desenvolvimento dos testes diagnósticos reflete os esforços contínuos da comunidade científica para ampliar o acesso e a precisão na detecção do HIV. “Esses avanços, aliados ao compromisso com a equidade no acesso ao diagnóstico e tratamento, são passos essenciais para cumprir as metas da Unaids para 2030. Eles garantem diagnósticos mais precoces e confiáveis, contribuindo para reduzir a transmissão do vírus e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV”, finaliza Ferreira.

Dados sobre a Aids

Segundo o Unaids Brasil, a mortalidade pela doença caiu mais de 25% na última década, passando de 5,5 mortes por 100 mil habitantes para 4,1. No mundo, o impacto do HIV também diminuiu. Em 2023, 1,3 milhão de pessoas foram infectadas pelo vírus, um número muito inferior aos 3,3 milhões registrados em 1995. Desde 2004, as mortes relacionadas à Aids foram reduzidas em 69%, e em 51% desde 2010.

No entanto, essa realidade é desigual. Populações vulneráveis enfrentam barreiras significativas no acesso e na adesão ao tratamento. Apenas 15% das pessoas trans, por exemplo, têm o tratamento em dia, e as mulheres apresentam piores desfechos em todas as etapas do cuidado, desde a detecção até a supressão da carga viral. A falta de informação entre jovens e pessoas negras sobre tratamentos preventivos e emergenciais agrava ainda mais esse cenário.

O Relatório do Dia Mundial de Luta Contra a AIDS 2024, intitulado “Sigamos o caminho dos direitos”, enfatiza que a igualdade de gênero e o respeito aos direitos humanos são pilares fundamentais para erradicar a doença. Promover aceitação, cuidado e inclusão em todas as comunidades é indispensável para alcançar o desenvolvimento sustentável e garantir segurança e dignidade para todos.