Outubro Rosa: jornada de prevenção do câncer de mama começa com informação e conscientização

Entidade reforça a importância dos exames na prevenção do câncer de mama, incentivando as mulheres a conversarem com seus médicos sobre manter a saúde em dia

As empresas associadas à Abramed realizaram 1,4 milhão de exames de mamografia em 2022, o que equivale a 29% de todos os exames de mamografia feitos pela Saúde Suplementar no Brasil no ano. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), foram realizados 4,2 milhões de exames de mamografia.

Considerando o panorama nacional, ou seja, Saúde Suplementar mais SUS, o total de mamografias no Brasil atingiu 9,1 milhões, com a Abramed contribuindo com 16%. Suas associadas representam 65% do volume total de exames realizados pelo setor privado no país.

“Quando as mulheres realizam regularmente os exames de diagnóstico, têm a oportunidade de identificar o câncer em estágios iniciais, o que geralmente leva a tratamentos menos agressivos e a maiores taxas de sobrevivência”, ressalta Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

Tanto na campanha Outubro Rosa quanto ao longo de todo o ano, a entidade incentiva as mulheres a conversarem com seus médicos sobre manter os exames em dia. “Eles são uma ferramenta poderosa na promoção da saúde, no aumento da conscientização e na luta contra o câncer de mama”, acrescenta.

Este é o tipo de câncer que mais acomete mulheres em todo o mundo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da Saúde. Para o Brasil, foram estimados 73.610 casos novos de câncer de mama em 2023, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres.

A estratégia de diagnóstico precoce contribui para a redução do estágio de apresentação do câncer, segundo o World Health Statistics 2007, o “Guia Estatístico em Saúde 2007”. Nessa estratégia, destaca-se a importância da educação da mulher e dos profissionais de saúde para o reconhecimento dos sinais e sintomas do câncer de mama, bem como do acesso rápido e facilitado aos serviços de saúde.

Retomada dos exames

Segundo estudo do INCA, realizado em fevereiro de 2023, 38% dos casos de câncer de mama são diagnosticados em estágios avançados, ou seja, já atingiram o estágio 3 ou 4, quando já há doença metastática. Além disso, cerca de 37% dos casos levaram mais de 30 dias para confirmação diagnóstica após a consulta.

“Esses dados são muito preocupantes, pois sabemos que quanto mais cedo identificamos a doença, maiores são as possibilidades de cura, superando o benefício que qualquer medicamento possa oferecer”, comenta Ricardo Caponero, presidente do Conselho Técnico Científico da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA).

Neste mês de Outubro Rosa, a FEMAMA enfatiza a importância dos exames de rastreamento, como a mamografia, e das consultas médicas regulares, conforme recomendado pelas sociedades médicas e respaldado por lei. A partir dos 40 anos, é essencial realizar a mamografia anualmente, quando a mulher tiver uma expectativa de vida de pelo menos mais 10 anos.

“A situação piorou durante a pandemia, quando muitas deixaram de realizar exames. Precisamos retomar o incentivo a essa prática, pois o rastreamento desempenha um papel fundamental na prevenção da doença”, finaliza Caponero.

Painel liderado pela Abramed abordou os desafios da gestão em medicina diagnóstica

Com apresentação de cases de sucesso, o evento integrou o I Congresso de Acreditação e Qualidade em Medicina Diagnóstica, do CBR

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) liderou o painel “Desafios da gestão em medicina diagnóstica”, no I Congresso de Acreditação e Qualidade em Medicina Diagnóstica, realizado de 26 a 28 de setembro, durante a Medical Fair Brasil (MFB), em São Paulo.

Organizado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), em parceria com a Abramed, a Associação Brasileira das Clínicas de Diagnóstico por Imagem (ABCDI), a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML); e a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), o congresso representou um marco no segmento. 

O painel aconteceu no dia 28 de setembro e foi moderado por Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed, que conduziu a sessão de perguntas do público após as apresentações de quatro cases de sucesso, envolvendo desafios e iniciativas em gestão na medicina diagnóstica em diferentes áreas.

Roberto Caldeira Cury, diretor médico-executivo de medicina diagnóstica da Dasa, mostrou as ações implementadas pela rede de laboratórios. Marcos Queiroz, diretor de medicina diagnóstica no Hospital Albert Einstein e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed, compartilhou a experiência do laboratório inserido no complexo hospitalar. Julio Pessotti Neto, diretor de Laboratório Clínico na Hapvida Diagnóstico e NotreLabs, apresentou o case como uma rede verticalizada. E Maria Elizabete Mendes, coordenadora do núcleo de qualidade e sustentabilidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FMUSP) – Divisão de Laboratório Central, finalizou com a experiência do setor público.

Gestão em rede de laboratórios

Em 2017, a Dasa deu início à padronização dos fluxos operacionais, para minimizar desvios e assegurar que todos os pacientes recebam um padrão de atendimento consistente. O processo começou com o mapeamento das melhores práticas operacionais de todas as suas 26 marcas e a consolidação desse conhecimento em um modelo de produção, como explicou Cury. 

Esse esforço levou cerca de um ano e meio e, em 2018, a empresa implementou com sucesso o modelo, garantindo uniformidade em todas as marcas e unidades. Em 2019, criou o Núcleo de Operações e Controle para centralização da qualidade, tanto médica quanto operacional, e um modelo de certificação das unidades através de auditoria. Em 2021, estabeleceu núcleos de segurança dos pacientes e, em 2023, vem focando na cultura organizacional.

Cury destacou que a Dasa encoraja a notificação de quase erros, visando proteger vidas e melhorar constantemente os procedimentos. Ele enfatizou a importância da cultura justa para todos os colaboradores, que significa que as pessoas não são punidas por seus erros e falhas, mas as violações não são toleradas.

“Em resumo, ressaltamos a importância da padronização de processos e fluxos, a gestão de indicadores, a cultura organizacional focada na segurança do paciente, a estruturação de auditorias internas e multiplicadores, a conquista de certificações e acreditações nacionais e internacionais, bem como a mensuração da qualidade e a excelência médica, priorizando o paciente e a melhoria contínua”, expôs Cury.

Gestão em complexo hospitalar

Queiroz contou como a gestão de um laboratório de medicina diagnóstica dentro de um hospital é fundamental para o sucesso e a segurança do atendimento médico. Ele defendeu que o investimento em qualidade é essencial e, muitas vezes, a melhor maneira de abordar os gestores é demonstrar que a falta de qualidade pode gerar prejuízos, especialmente quando se trata de prevenir eventos adversos catastróficos. “Ou seja, existe um custo para a não qualidade”, reforçou.

Entre os principais desafios enfrentados na busca pela acreditação, Queiroz citou o baixo engajamento da alta liderança, a falta de uma cultura organizacional voltada para a gestão de riscos, a priorização de investimentos a curto prazo, a dificuldade de alocar recursos humanos qualificados, a falta de dados e o baixo investimento em melhoria contínua e eficiência operacional.

Para vencer esses desafios, o Hospital Albert Einstein implementou um escritório de qualidade, que busca agregar as pessoas no tema qualidade, promovendo a transparência e a segurança. “Há uma tendência de colocar os problemas embaixo do tapete, mas isso é o que de pior pode acontecer. É preciso engajar as pessoas”, expôs.

E para obter sucesso nessa empreitada, é importante inventar formas para que a informação cause realmente impacto. Pensando nisso, o Einstein utiliza a prática “Safety Huddle”, pela qual as principais lideranças se reúnem diariamente, por 10 minutos, para compartilhar informações do dia anterior e prever o dia que começa. Isso cria um ambiente de comunicação aberta e de confiança na liderança. 

Queiroz também enfatizou que é possível ser produtivo e manter a qualidade, e que é papel do gestor demonstrar isso. Ele incentivou o reconhecimento e o engajamento por meio de prêmios de qualidade, além de pequenos gestos, como cafés da manhã com o colaborador destaque. “Aqui no Einstein realizamos de três a quatro eventos de premiação por ano”, contou.

Sobre a diferença de um laboratório dentro de um complexo hospitalar, ele citou a exigência ainda maior para resultados corretos cada vez mais rápidos e a existência de um corpo clínico instalado. Queiroz aproveitou para salientar que a medicina diagnóstica está envolvida nas maiores decisões médicas, sendo responsável por 70% das decisões de um paciente internado.

O diretor defendeu que a área não deve ser vista como apoio, mas uma atividade-chave para o sistema de saúde. “É a medicina diagnóstica que tem dados estruturados, ou seja, é responsável pelas definições de estratégias dentro de uma instituição”, reforçou.

Gestão em rede verticalizada

Pessotti Neto compartilhou o case da NotreDame Intermédica, ressaltando os projetos desenvolvidos pelo grupo, que conta com 271 unidades de atendimento de imagem e análises clínicas, atendendo 67 unidades hospitalares em todo o Brasil.

Um dos projetos está relacionado ao tratamento de pacientes com diabetes. O Brasil é classificado como o sexto país com o maior número de pessoas com essa condição, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes. Para abordar esse desafio, o grupo criou um painel dedicado a esses pacientes, composto por uma equipe de controle dedicada.

Durante o primeiro ano do projeto, foram identificados 1.500 pacientes em alto risco, que receberam monitoramento contínuo. Eles eram convocados para consultas regulares a cada 60 ou 90 dias, quando não retornavam, a equipe ligava agendando o exame. “Com esse grupo, as internações caíram a zero, ninguém teve complicações por diabetes”, apontou Pessotti Neto. 

Outro projeto apresentado envolve a análise do perfil bacteriano de todos os clientes em internação e pronto-atendimento. Esse acompanhamento hospitalar detalhado possibilita a administração de antibióticos logo nas primeiras bactérias identificadas, otimizando significativamente o tratamento.

Gestão no setor público

Maria Elizabete apresentou alguns desafios enfrentados pela instituição e delineou as estratégias adotadas para superá-los. “Tínhamos muitas falhas da comunicação, elevado turnover, entre outros problemas, que levaram a uma desmotivação enorme da equipe. Era como uma areia movediça, com todo mundo afundando sem tomar providências”, explicou. A jornada de transformação teve início em 1995, com a necessidade de se autoconhecer para planejar as ações. 

Para tornar o laboratório uma área de excelência, foi desenvolvida uma política de sistema de gestão, definindo missão, visão e valores. Cada colaborador percebeu o que era importante mudar. A cada dois anos, novas diretrizes estratégicas são lançadas, e avaliações com as lideranças são realizadas.

Um dos desafios do serviço público mencionados por Maria Elizabete é a ausência de “dono”, o que exige uma responsabilização que começa na liderança. “Tivemos de utilizar os recursos disponíveis e valorizar as pessoas, desenvolvendo talentos e trabalhando para que as novas lideranças de tornassem inspiradoras”, contou.

Foram construídas redes estratégias, que gerassem maior motivação e um ambiente de trabalho mais saudável, trazendo segurança para o negócio, resultados e mais resolutividade do ponto de vista técnico. Também foram criadas 14 comissões multidisciplinares, com multiplicadores. Cada uma é uma frente de trabalho que dá apoio ao laboratório, proporcionando colaboração e empoderamento.

Maria Elizabete destacou, ainda, o investimento em boas práticas e a conquista de acreditações. A primeira só veio depois de 10 anos, foi uma etapa superada. Depois a instituição levou quatro anos para conquistar a acreditação internacional do Colégio Americano de Patologistas (CAP).

Já a gestão de equipamentos se tornou um modelo para outros centros, e a segurança da informação foi abordada em colaboração com a equipe de TI, através do mapeamento de riscos para garantir um controle de acesso eficaz que evite ataques de hackers.

Maria Elizabete ressaltou a importância das auditorias internas e externas para garantir a qualidade, enfatizando que essas práticas são mantidas desde 1995 como parte dos esforços contínuos para aprimorar o laboratório. Nesse contexto, enfrentou desafios significativos, mas, com uma abordagem estratégica e colaborativa, conseguiu superá-los e estabelecer-se como uma área de excelência na medicina diagnóstica.

Encerrando, Maria Elizabete disse que o mais importante da missão da FMUSP é poder ensinar. “Essa nova geração de patologistas clínicos saiu do nosso laboratório com conhecimentos básicos em qualidade e boas práticas. Isso nos honra”, comentou.

Papel da Abramed

Ao fim das palestras, Milva apresentou a estrutura da entidade, seus projetos e iniciativas. Em referência ao tema do evento, salientou que a associação tem como missão trazer boas práticas para o setor, promovendo a sustentabilidade através da importância de utilizar o recurso certo no local certo.

“O que mais nos enche de orgulho é trabalhar em união com outras entidades, como o CBR. A defesa de pautas comuns tem um impacto positivo no setor, nas empresas e nos profissionais que nelas trabalham. Não podemos conceber a inovação sem considerar as necessidades das pessoas, pois nada funciona efetivamente se elas não estiverem motivadas e engajadas. Esse comprometimento beneficia todo o sistema”, declarou.

Abramed avança na discussão sobre interoperabilidade e padrão LOINC no Brasil

Junto ao Instituto HL7 Brasil e à SBIS, a entidade vem impulsionando a transformação digital em prol da sustentabilidade

Nos últimos anos, a área da saúde tem enfrentado um cenário de transformação digital que tem revolucionado a forma como os dados são gerenciados e compartilhados. No entanto, ainda enfrenta desafios significativos na adoção de padrões de informação que permitam a interoperabilidade entre sistemas e a melhoria da qualidade dos cuidados.

Quando se trabalha com a padronização de dados, há mais estabilidade e previsibilidade, o que facilita a antecipação de requisitos de negócios, a economia de recursos e a redução de erros, colaborando para a sustentabilidade de toda a cadeia da saúde.

A Abramed vem se dedicando para avançar na discussão da interoperabilidade e do padrão LOINC através de seus comitês e em parcerias com outras entidades, buscando uma padronização nacional. O LOINC é um modelo internacional de terminologia para procedimentos de diagnóstico laboratorial, de imagem médica e outros, que exige o detalhamento de cada exame e resultado em todos os níveis, garantindo a interoperabilidade e a qualidade dos dados.

Em 2018, a tradução do LOINC para o português no Brasil foi iniciada pela DASA. Atualmente, existem 62.659 termos na hierarquia de Laboratório no LOINC, dos quais cerca de 29 mil já foram traduzidos para português. Essa iniciativa está sendo liderada pela Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), em colaboração com o Instituto HL7 Brasil e a Abramed.

“Esse é o primeiro movimento que pode contribuir efetivamente para a priorização de algo tão relevante para a medicina diagnóstica quanto o LOINC, porque a Abramed tem os players adequados e a governança necessária para traduzir e manter o LOINC para que seja adotado como um padrão nacional. Parabéns pela proposta de enfrentar esse desafio”, disse Lincoln A. Moura Jr, consultor em estratégias de saúde digital, durante palestra na Reunião Mensal de Associados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), em setembro.

A colaboração entre a Abramed, o Instituto HL7 Brasil e a SBIS é fundamental para impulsionar essa transformação e garantir um futuro mais eficiente e seguro para a saúde no Brasil. O tema é tão importante que a associação criou recentemente o Comitê de Interoperabilidade.

Por que LOINC?

O LOINC busca estabelecer a noção de que cada exame solicitado e cada resultado devem ser detalhados em todos os níveis. Para que essa troca de informações seja eficaz, ela deve atender a alguns requisitos, como padronização, legibilidade por máquinas, adaptabilidade, base em requisitos e testabilidade.

O LOINC abrange uma ampla gama de resultados de análises clínicas, incluindo áreas como bioquímica, toxicologia, hematologia, microbiologia e muitas outras. Ele segue políticas de desenvolvimento que incluem a marcação de termos errôneos ou duplicados em vez de removê-los, o que garante a preservação de registros históricos. Esse vasto sistema tem mais de 102 mil componentes, mais de 62 mil dados de laboratórios e mais de 27 mil dados clínicos.

Seu conteúdo é organizado em um banco de dados, onde cada termo possui sinônimos e um conjunto de atributos detalhados. Uma característica essencial é que seu uso é gratuito, não exigindo acordos assinados. No entanto, para Lincoln, é fundamental estabelecer governança para determinar como e quando incorporar novos termos. Não faz sentido entidades terem suas próprias versões.

“A missão da Abramed é contribuir para a saúde pública no Brasil. Não basta termos um código LOINC para cada instituição; é necessário estabelecer um código nacional. Esse é o compromisso que vamos assumir e, posteriormente, estender esse esforço às empresas desenvolvedoras de sistemas. Afinal, elas serão as responsáveis pela relação com a tabela TUSS do Ministério da Saúde, para que os médicos compreendam que os exames serão codificados de forma que os sistemas possam se comunicar sem confusões”, ressaltou Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Sobre os entraves ao desenvolvimento da interoperabilidade, Lincoln considera que são muito mais organizacionais do que tecnológicos ou financeiros. “Envolvem mais a nossa capacidade de nos organizarmos para construir um consenso entre os diversos participantes, sejam empresas associadas da Abramed, empresas que desenvolvem softwares, o governo ou os representantes dos pacientes. Estamos falando em ter um conjunto significativo de atores que possam construir esse consenso, isso é imbatível”, finalizou.

Como vencer as barreiras da transformação digital na saúde

A adoção do padrão FHIR é uma estratégia para impulsionar a mudança, permitindo a interoperabilidade de dados

Enquanto outros setores têm adotado tecnologias digitais rapidamente, a área da saúde enfrenta desafios em relação a essa transformação. A Tecnologia da Informação (TI) continua em estágios iniciais, e a utilização de padrões para integração entre negócios e usuários não está bem estabelecida. Além disso, existem outros obstáculos, como questões culturais, regulamentações e resistência às mudanças. A análise foi feita por Guilherme Zwicker, presidente do Instituto HL7 Brasil, durante palestra na Reunião Mensal de Associados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), em setembro.

A questão sobre se o digital é realmente benéfico para a saúde pode parecer absurda agora, mas não era no passado. O setor está em constante evolução, e é importante considerar como causar um impacto positivo. Segundo Zwicker, é preciso gerenciar melhor os registros de saúde, empoderar o usuário e dar acesso ao dono do dado, que é o paciente. “No entanto, esse é um desafio complexo devido a intermediários e às dificuldades técnicas que as empresas enfrentam ao entregar isso”, expôs. 

Também é preciso tornar mais eficientes as práticas de trabalho existentes e os fluxos de pacientes, bem como melhorar o processo de tomada de decisão sobre cuidados e criar novas maneiras de conectar prestadores com aqueles que requerem assistência. “Tudo isso é fácil de fazer mal, difícil de fazer bem e ameaça o modelo de negócios existente de alguém. Por isso há uma grande resistência para que essas modificações aconteçam de fato”, destacou Zwicker.

Para trazer a internet para a área de saúde, o Instituto HL7 Brasil desenvolveu o FHIR (Fast Healthcare Interoperability Resources), permitindo a troca de informações de forma mais eficiente e colaborando para a interoperabilidade dos dados. O FHIR é um padrão aberto e de domínio público que descreve como as informações de saúde podem ser trocadas por meio de interfaces de programação de aplicativos (APIs). Isso possibilita maior conectividade entre prestadores de cuidados de saúde e pacientes.

Um exemplo de sucesso na implementação do FHIR é o Projeto Argonauta, do governo dos Estados Unidos. Em 2011, o custo total de aquisição de uma conexão à prontuário de saúde pessoal (PHR) era aproximadamente de US$ 100.000,00, incluindo despesas relacionadas ao desenvolvimento, aspectos legais, marketing, testes, retrabalhos e manutenção.

O governo dos Estados Unidos estava interessado em estabelecer um acesso padronizado aos prontuários dos pacientes e propôs um projeto colaborativo com o setor privado para desenvolver uma API padrão que permitisse aos pacientes acessarem seus registros de saúde. Os fornecedores de saúde optaram pelo FHIR, que foi renomeado para FHIR US-Core.

Hoje em dia, o custo desse acesso aos prontuários de saúde praticamente foi reduzido a zero, porque a conexão PHR por meio da FHIR US-Core se tornou uma commodity, com login de acesso padronizado nos sites. As únicas despesas estão relacionadas à gestão interna de projetos, não sendo mais necessário destinar recursos à adaptação de conceitos diversos para integrar sistemas heterogêneos. 

O FHIR tem sido adotado em todo o mundo em projetos de saúde. Nos Estados Unidos, é obrigatório para instituições que atuam no setor, enquanto no Canadá, na Austrália, na Europa, na América Latina e na África, também tem ganhado destaque em diversos projetos de saúde pública e cuidados de saúde.

O HL7 abriu mão da licença de uso restrito do FHIR, o que significa que é permitido copiar, modificar, distribuir e utilizar, inclusive para fins comerciais, sem a necessidade de obter permissão. “É uma das licenças mais abertas disponíveis”, reforçou Zwicker. 

Qualquer pessoa ou empresa pode participar da Cultura FHIR. É uma construção comunitária, realizada por ciclos e demonstrações contínuas. Para fomentar a colaboração e a inovação na área da saúde, são realizados Connectathons, reuniões presenciais, teleconferências e fóruns.

Diferenças entre FHIR e LOINC

O FHIR é um padrão de interoperabilidade de saúde que aborda a troca de uma ampla variedade de informações de saúde eletrônicas, enquanto o LOINC (Logical Observation Identifiers, Names and Codes) é uma terminologia de codificação focada na padronização de observações clínicas e resultados laboratoriais. Ambos desempenham papéis importantes no ecossistema de saúde digital, mas têm finalidades diferentes. Frequentemente, são usados em conjunto para garantir a interoperabilidade e a padronização dos dados de saúde.

Clínicas e laboratórios investem em espaços lúdicos para crianças

Os ambientes dedicados exclusivamente a esses pacientes contribuem para uma melhor experiência e tranquilidade de toda a família

A conscientização sobre a importância do bem-estar infantil em clínicas e laboratórios vem crescendo e muitos estabelecimentos perceberam a necessidade de criar ambientes mais acolhedores e amigáveis. Investir no conforto e na segurança das crianças tornou-se uma prioridade, pois isso pode melhorar significativamente a experiência das famílias que buscam cuidados de saúde. 

Atualmente, as prestadoras de serviços de diagnóstico contam com espaços dedicados exclusivamente a esse público, com brinquedos, jogos educativos e decorações alegres. Além disso, as equipes de saúde passaram a receber treinamento especializado em lidar com pacientes pediátricos, o que contribui para uma abordagem mais sensível e empática.

Acolhimento

Uma dessas clínicas é a CDPI Criança, do Rio de Janeiro, que surgiu no começo dos anos 2000 justamente para fazer essa diferenciação. “Passamos a ter um espaço exclusivo para atendimento aos pequenos pacientes. Na recepção já tínhamos uma área de lazer com brinquedos, além de um espaço mais lúdico para entreter as crianças e deixá-las mais tranquilas”, explica Tatiana Fazecas, radiologista pediátrica da CDPI Criança, que faz parte da Dasa.

Segundo ela, o espaço infantil é a melhor forma de acolher a criança. “Também temos um cuidado especial com os pais, que muitas vezes estão estressados com a saúde dos filhos e precisam de um atendimento mais cuidadoso”, complementa.

A equipe da CDPI Criança é formada por especialistas em pediatria, ou seja, todos os profissionais e equipes multidisciplinares, incluindo radiologistas pediátricos, equipes de enfermagem, apoio ao diagnóstico e técnicos, têm formação geral em suas áreas e especialização em cuidado infantil. “Isso traz inúmeras vantagens, como o conhecimento mais aprofundado em como lidar com a criança, desde o acolhimento na sala de espera até o momento da realização do exame, diagnóstico diferenciado e preciso das patologias pediátricas e exames mais direcionados com menor tempo de execução”, destaca Tatiana.

No contexto da realização de tomografias computadorizadas em pacientes pediátricos, a equipe especializada demonstra uma atenção extra à dose de radiação necessária e à condução do exame. A expertise em patologias pediátricas permite programar exames com doses de radiação reduzidas e protocolos adaptados à faixa etária, garantindo a segurança e a qualidade do diagnóstico.

Além disso, na CDPI Criança, a utilização da sedação em pacientes pediátricos durante tomografias é minimizada devido à eficiência dos aparelhos e ao foco nas necessidades das crianças. Em relação à ressonância magnética, quando necessária, são adotadas abordagens para evitar a sedação, como a comunicação clara com o paciente para reduzir ansiedade e a possibilidade de acompanhamento dos pais durante o procedimento.

Humanização

Goiânia está prestes a contar com uma unidade infantil totalmente lúdica do Laboratório Padrão, marca que passou a integrar o Grupo Fleury este ano. No novo laboratório a criança encontra um castelo com personagens logo ao entrar. Na recepção, uma linda paisagem transmite calma, causando a sensação de imersão em uma floresta. 

As portas dos elevadores dão continuidade ao interior da floresta. Elas se abrem como um distanciamento entre as árvores e trazem os animais. A sala de espera é uma brinquedoteca dentro do castelo, com brinquedos, mobiliários e desenhos para colorir alinhados à temática.

Para coletas de exames e vacinas há várias salas: do Castelo, dos Dragões, das Princesas, dos Animais, dos Unicórnios, da Floresta e dos Guerreiros. O colchonete das camas, os jalecos dos atendentes e até os curativos são personalizados com o tema. Ao final do atendimento, a criança leva um brinde e o certificado de coragem. 

“Além do ambiente lúdico e do espaço preparado para a comodidade das famílias, nossa equipe está treinada para oferecer o manejo e os cuidados adequados ao realizar a coleta dos pequenos clientes. O objetivo é proporcionar uma melhor experiência para todos na hora de cuidar da saúde”, diz a coordenadora de operações da rede de Laboratórios Padrão, Mariana Rodrigues.

Ela reforça ainda que a unidade também realiza o atendimento para adultos. Sendo assim, enquanto os pais fazem alguma coleta ou exame, os filhos podem aguardar em um ambiente acolhedor. 

Ambientação

No laboratório do Lab Imagem, do CURA grupo, em Londrina, também há um espaço kids dedicado ao acolhimento de crianças em processo de coleta de exames. A ambientação é completamente adequada a elas, com salas lúdicas decoradas com desenhos e cores que são familiares ao seu mundo. Na sala de brinquedos, podem se distrair enquanto aguardam atendimento.

Além disso, há um certificado de coragem e um painel com bichinhos disponíveis. O jaleco usado também possui uma cor diferenciada, ocasionalmente colorido, de forma que a criança não associe ao branco típico de hospitais. Todas essas medidas visam tornar o processo de coleta menos impactante.

Ela conta que os melhores técnicos de enfermagem, especialmente aqueles com maior empatia no cuidado com as crianças, foram selecionados para treinamentos de coleta no Hospital do Câncer de Londrina, uma vez que as veias das crianças são tão finas quanto as dos pacientes em tratamento quimioterápico.

Dessa forma, os técnicos receberam capacitação para aperfeiçoar a punção durante a coleta com maior cuidado. “Atualmente, o nosso Espaço Kids, que agora está mais estabelecido, conta com uma equipe inteiramente dedicada não apenas às crianças, mas também aos recém-nascidos”, explica Katlin Marçal, gerente de operações do Lab Imagem.

Tudo isso prova que um ambiente acolhedor e apropriado pode fazer uma diferença significativa na jornada de tratamento e na construção de uma relação de confiança com os pacientes mais jovens. O laboratório não precisa ser um ambiente frio e pouco amigável.

Dados da Abramed sobre crescimento no número de exames de hepatite são publicados na grande mídia

Dados das empresas associadas à Abramed divulgados em julho foram utilizados em matérias do jornal O Globo e do Portal G1 sobre o aumento dos casos de hepatite A no Brasil. Segundo a entidade, de janeiro a junho deste ano, os casos positivos aumentaram 56,2% em comparação com o mesmo período de 2022.

Jornal O Povo publica artigo de Wilson Shcolnik sobre inovação em saúde

Um artigo exclusivo de Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, foi publicado no jornal O Povo, do Ceará. Com o tema “Tecnologias na saúde: novos caminhos”, o texto aborda as considerações de um relatório da OMS sobre as inovações mais promissoras em ciência e tecnologia capazes de impactar a saúde mundial.

Veja aqui a página completa do jornal. E aqui a imagem destacada do artigo

Associadas à Abramed realizaram 1,4 milhão de exames de mamografia em 2022

Como representante do setor de medicina diagnóstica privada no Brasil, a Abramed reforça a importância dos exames na prevenção e no combate ao câncer de mama e incentiva as mulheres a conversarem com seus médicos sobre manter a saúde em dia

As empresas associadas à Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) realizaram 1,4 milhão de exames de mamografia em 2022, o que equivale a 29% de todos os exames de mamografia feitos pela Saúde Suplementar no Brasil no ano. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), foram realizados 4,2 milhões de exames de mamografia.

Considerando o panorama nacional, ou seja, Saúde Suplementar mais SUS, o total de mamografias no Brasil atingiu 9,1 milhões, com a Abramed contribuindo com 16%. Suas associadas representam 65% do volume total de exames realizados pelo setor privado no país.

“Quando as mulheres realizam regularmente os exames de diagnóstico, têm a oportunidade de identificar o câncer em estágios iniciais, o que geralmente leva a tratamentos menos agressivos e a maiores taxas de sobrevivência”, ressalta Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

Tanto na campanha Outubro Rosa quanto ao longo de todo o ano, a entidade incentiva as mulheres a conversarem com seus médicos sobre manter os exames em dia. “Eles são uma ferramenta poderosa na promoção da saúde, no aumento da conscientização e na luta contra o câncer de mama”, acrescenta.

A mamografia é um procedimento de imagem que utiliza um mamógrafo para obter radiografias detalhadas da mama. Durante o exame, a mama é cuidadosamente comprimida, o que permite uma distribuição uniforme do tecido mamário e facilita a detecção de possíveis sinais precoces de câncer, como nódulos e microcalcificações.

Este exame é usado tanto como ferramenta de diagnóstico, quando há sinais ou sintomas físicos que levantam suspeitas de câncer de mama e a necessidade de investigação, quanto como uma ferramenta de rastreamento para diagnóstico precoce.

Como representante do setor de medicina diagnóstica privada no Brasil, a Abramed reforça a importância dos exames na prevenção no combate ao câncer de mama, tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde. Para o Brasil, foram estimados 73.610 casos novos de câncer de mama em 2023, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres.

A estratégia de diagnóstico precoce contribui para a redução do estágio de apresentação do câncer, segundo o World Health Statistics 2007, o “Guia Estatístico em Saúde 2007”. Nessa estratégia, destaca-se a importância da educação da mulher e dos profissionais de saúde para o reconhecimento dos sinais e sintomas do câncer de mama, bem como do acesso rápido e facilitado aos serviços de saúde.

O Ministério da Saúde/INCA recomenda que todas as mulheres com idade entre 50 e 69 anos realizem a mamografia de rastreamento uma vez a cada dois anos. Já a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) recomenda a realização anualmente a partir dos 40 anos.

Abramed registra aumento de 73,2% no número de exames de Covid-19 realizados em setembro

Os dados são em comparação a agosto e também mostram crescimento de 12 pontos percentuais na taxa de positividade, indicando nova onda

Uma onda de Covid-19 – mais amena que as anteriores – começou em agosto e pode ter atingido o pico em setembro, segundo dados compilados pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), cujos associados representam cerca de 65% dos exames realizados na Saúde Suplementar no Brasil.

Em agosto de 2023, foram realizados 26.530 exames de Covid-19, com 11% de positividade (2.870). Já em setembro, os números saltaram para 45.957 exames e 23% de positividade (10.518). Isso significa um aumento de 73,2% no número de exames e de 12 pontos percentuais na taxa de positividade.

Analisando o mês de junho, quando foram realizados 45.204 exames de Covid-19, quantidade parecida com setembro, a taxa de positividade foi bem menor, de 5%. Vale ressaltar que os exames que mostram esses resultados foram feitos nos laboratórios clínicos, não incluindo testes feitos em outros locais.

Segundo a entidade, a quantidade de exames identificada ainda é muito menor em comparação ao pico da doença, mas o comportamento da taxa de positividade é similar ao de outras ondas.

A Abramed desempenha um papel fundamental na compilação e no registro de dados relacionados à evolução da Covid-19. Os laboratórios clínicos associados enviam os resultados dos exames diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico pelo Ministério da Saúde.

Essas informações são essenciais para avaliar a situação da pandemia e orientar as medidas de saúde pública. A entidade também enfatiza a importância de seguir as diretrizes de prevenção e cuidados para combater a propagação do vírus e proteger a saúde de todos.

Abramed foi entrevistada por programa da Globo sobre a “moda” do check-up geral

No dia 3 de outubro, o programa “Encontro com Patrícia Poeta”, da Rede Globo, apresentou uma entrevista com a Abramed sobre exames de rotina. César Nomura, radiologista e vice-presidente do Conselho de Administração da entidade, falou sobre a importância do pedido médico para realização de ressonância magnética. “Ela não é indicada como check-up, principalmente de corpo inteiro. Realizar esse exame tão moderno e valioso sem qualquer indicação é um desperdício de recursos”, ressaltou. 

A pauta foi motivada por recentes publicações de celebridades e influencers, como Kim Kardashian, que foram fotografadas em frente a aparelhos de ressonância magnética, apontando que este é um importante exame de check-up.

Veja aqui a matéria completa.