Em 2021, Abramed se destaca com a produção e participação de eventos virtuais e presenciais

Quinta edição do FILIS foi pela primeira vez 100% virtual; entidade ampliou agenda com atuação nos principais encontros de parceiros realizados anualmente no cenário de saúde nacional

O ano marcou a volta do FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde, evento promovido anualmente pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que nasceu da necessidade de trazer luz à medicina diagnóstica, considerada um elo que permeia todo o sistema de saúde e que é fundamental para a melhor assistência aos pacientes.

Após quatro edições de sucesso, o encontro já consagrado na área da saúde como um importante evento que reúne líderes e gestores responsáveis pelas tomadas de decisões estratégicas no setor, foi adiado em 2020 diante do cenário de incertezas devido à rápida disseminação do novo coronavírus.

O 5º FILIS começou antes mesmo da data oficial do encontro (13 e 14 de outubro), com a realização, em 14 de setembro, de um evento virtual de aquecimento, que reuniu grandes líderes da saúde em um debate sobre movimentos empresariais da medicina diagnóstica e dados setoriais.

Com o tema “A Medicina Diagnóstica de hoje na construção do sistema de saúde do amanhã”, a quinta edição foi gratuita, em formato 100% virtual e  interativo, com participação ativa do público em tempo real, além de palestrantes nacionais e internacionais discutindo as vertentes mais urgentes não somente da medicina diagnóstica, mas da saúde como um todo. O evento ainda trouxe salas paralelas após as temáticas principais nos dois dias, onde foram apresentados assuntos específicos relacionados à telemedicina, LGPD e covid-19.

Entre as participações, o evento contou com a abertura do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que falou sobre a importância do diagnóstico na coordenação da pandemia e como as relações entre os sistemas público e privado de saúde são indispensáveis para a melhor sustentabilidade do setor. 

A revisão de algumas resoluções por parte dos órgãos reguladores e a saúde baseada em valor também foram apontadas pelos especialistas que participaram do evento como pontos importantes para que a saúde seja sustentável para todos os elos da cadeia, assim como o compromisso com a qualidade dos serviços prestados. 

Os debates da quinta edição do FILIS ainda destacaram o legado e os desafios da medicina diagnóstica no pós-pandemia, a importância das novas tecnologia ao sistema de saúde e apontaram o paciente no centro do atendimento, o acesso aos cuidados, a sobrecarga do sistema no pós-pandemia, a formação de profissionais e a fragmentação da saúde como alguns dos desafios econômicos para o segmento. 

Confira a cobertura completa do 5º FILIS na newsletter especial do evento.

Bootcamp de Jornalismo em Saúde

A Abramed, em 2019, promoveu, pela primeira vez, o Bootcamp de Jornalismo em Saúde, com o objetivo de levar informação de qualidade e desmistificar dados falaciosos divulgados a respeito da saúde no Brasil a jornalistas das mídias impressa, eletrônica, televisiva e, também, do rádio.

Assim como em 2020, devido à pandemia de covid-19, este ano a terceira edição do Bootcamp Abramed de Jornalismo em Saúde foi realizada virtualmente, no dia 25 de fevereiro, e contou com jornalistas da grande mídia nacional interessados nas atualizações acerca do papel da medicina diagnóstica na pandemia um ano após a confirmação do primeiro caso de covid-19 no país.

O encontro trouxe o perfil da entidade; dados atualizados sobre a participação da medicina diagnóstica privada no controle da pandemia de covid-19; e a queda no número de procedimentos eletivos durante o ano de 2020.

Especialistas também explicaram as variantes do novo coronavírus; a evolução dos exames para detecção da covid-19 e o que devemos esperar com a imunização advinda das vacinas; e tiraram dúvidas de profissionais da imprensa presentes no encontro on-line. Clique aqui para acessar a terceira edição do evento.

Participações Abramed em eventos de parceiros

O calendário de eventos da Abramed sempre considerou a participação da entidade nos principais encontros de parceiros realizados anualmente no cenário de saúde nacional.

Mais uma vez, a entidade marcou presença virtualmente no Digital Journey, promovido  pela Feira Hospitalar, já que, devido à pandemia, o principal evento do setor nas Américas foi adiado para 2022. Assim como a primeira edição da Medical Fair Brasil, também marcada para o próximo ano, e que em 2021 realizou o Medical Conecta, contando com a presença on-line da Abramed.

Pela primeira vez, a Abramed esteve presente na programação oficial da 51ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR), realizada entre 22 e 25 de setembro, retomando os eventos presenciais, com uma extensa programação, permeando diversas especialidades e áreas da medicina diagnóstica. O presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, foi o moderador do debate com especialistas sobre segurança em saúde digital e LGPD  e como isso afeta o setor, onde apresentou em primeira mão o Guia de Boas Práticas em Proteção de Dados para o Setor de Medicina Diagnóstica – uma publicação concretizada pelo Grupo de Trabalho (GT) de Proteção de Dados da Associação.

No formato ainda digital, a entidade também participou de vários eventos do setor ao longo de todo o ano de 2021, como os Diálogos Brasil-Reino Unido em Saúde Digital, promovidos Governo Britânico no Brasil e o Instituto Coalizão Saúde (ICOS); Healthcare Talks e Welcome Saúde, do Grupo Mídia; webinar sobre o protagonismo feminino na saúde suplementar, da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas); workshop on-line sobre diferentes testes de covid-19, do Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs); ações e perspectivas para a saúde no Brasil, do Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde e Biotecnologia (ComSaude), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp); lançamento do Índice de Serviços (ISe), da Frente Parlamentar do Setor de Serviços (FPS); I Congresso Brasileiro de Raciocínio Clínico; III Fórum de Segurança do Paciente, do Conselho Federal de Medicina (CFM); Encontro Estratégico do Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp), da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp); 3º Global Summit Telemedicine & Digital Health, da Associação Paulista de Medicina (APM) em parceria com o Transamerica Expo Center; e webinar “O papel da medicina diagnóstica na GPS – Gestão de Saúde Populacional – O que podemos e devemos incentivar sem gerar desperdícios?”, promovido em parceria com a Aliança para a Saúde Populacional (Asap).

Medicina Diagnóstica é parte fundamental na assistência à saúde dos brasileiros

Tecnologia aliada ao atendimento humanizado e foco no paciente mostram a relevância do segmento

Importante elo da cadeia da saúde, a medicina diagnóstica vem ganhando destaque por suas diferentes inovações, que resultam em melhoria da assistência e de eficiência para o sistema de saúde. Com a pandemia de Covid-19, o segmento assumiu seu protagonismo.

Diante dos desafios, nos últimos dois anos o setor não se debruçou unicamente sobre o novo coronavírus. Ele seguiu seu curso evolutivo: trouxe importantes possibilidades para o futuro, mostrando não haver um ponto final quando o assunto é desenvolvimento de novas tecnologias e formas de atendimento para otimizar testes e exames indispensáveis ao bem-estar humano.

“A medicina diagnóstica é infraestrutura, logística, capacidade de produção, pesquisa e desenvolvimento, assim como interface de sistemas. A pandemia colocou o holofote no segmento, ampliando sua visão na busca por uma infraestrutura melhor no Brasil”, afirma Roberto Santoro, CEO do Grupo Pardini, para quem a área vem demonstrando sua relevância no setor e na assistência à população.

Foi a reação rápida do segmento e a adaptação à nova realidade em dar uma resposta eficaz, focada na menor geração possível de danos, que fez com que a medicina diagnóstica continuasse relevante em momentos de crise.

“Os resultados de exames laboratoriais apoiam cerca de 70% das decisões médicas e são de suma importância na atenção à saúde. A tendência é que ela continue tendo um protagonismo ainda maior. Isso porque o avanço da tecnologia e a transformação digital estão garantindo exames e análises cada vez mais precisos e eficientes”, aponta Claudia Cohn, CEO do Alta Excelência Diagnóstica e diretora-executiva da Dasa.

Nesse contexto, a integração entre diferentes sistemas e frentes de intervenção confere maior taxa de acerto, humanização e viabilidade para tratamentos. São ações muito importantes inclusive para o atendimento à demanda reprimida de doenças crônicas devido à diminuição na procura e na realização de exames eletivos em decorrência do isolamento social.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou durante fórum realizado em maio pela FIND – Diagnosis for all – que o segmento tem de se empenhar para cuidar de outras tantas doenças que assolam o mundo e não somente a covid-19, pois elas não esperam a pandemia passar para aparecer ou se agravar.

“É preciso fortalecer o sistema multilateral, tornando o diagnóstico uma parte fundamental do desenvolvimento da área da saúde e da preparação às emergências. Sem o diagnóstico, estamos às cegas”, alertou.

Valor ao paciente

A tecnologia tem sido uma aliada para trazer mais eficiência aos serviços de diagnóstico, facilitando bastante os processos laboratoriais e permitindo a realização de exames em grande escala, em menor tempo, com melhor qualidade e precisão – tudo isso somado à redução de custos operacionais.

Para isso, investimentos em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) deverão alimentar as inovações tecnológicas na busca por soluções que melhorem a experiência do paciente. O foco em atendimento humanizado e personalizado é uma das soluções para alcançar a satisfação do cliente.

A telemedicina, nesse contexto, tornou-se ferramenta importante, inclusive para a medicina diagnóstica, que já vinha atuando com serviços a distância. Uma prática consolidada, que preza pela eficiência e qualidade do atendimento e do diagnóstico em benefício da população.

De acordo com Gonzalo Vecina, médico sanitarista e professor da Universidade de São Paulo, outro ponto importante é a questão do acesso em um sistema ainda mais sobrecarregado devido à pandemia de Covid-19. “É preciso discutir a questão tanto com o SUS quanto com a iniciativa privada”, diz o médico, que aponta a Abramed como um elemento fundamental para construir essa colaboração no segmento.

“Para alcançar o propósito de levar saúde a todos os cidadãos, são necessárias ações colaborativas e entender que a entrega, o tratamento ou a alta complexidade podem ser o maior valor ao paciente”, destaca Vecina.

A inovação e a transformação digital, na visão do general manager da Abbott no Brasil, Julio Aderne, podem permitir a maximização da eficiência do sistema, no processo de criar valor à saúde e colocar o paciente no centro das decisões. 

“A medicina diagnóstica tem grande potencial. Mesmo na crise econômica, nós crescemos, mas devemos acelerar as transformações em tecnologia e a qualidade do atendimento, colocando os pacientes no foco dos cuidados e investindo em ações preventivas”, comenta o especialista.

Entretanto, para que todos os avanços imaginados sejam efetivados, é preciso que o setor, em sua totalidade, seja sustentável, aponta Vecina. “Não há como falar em progresso sem antes pensar em sustentabilidade. É necessário garantir o funcionamento dos serviços para que a população tenha acesso a consultas e exames, que contribuem para o melhor diagnóstico e o tratamento de suas doenças”, diz o médico sanitarista.

E a medicina preventiva é um dos componentes da resposta à densa equação da sustentabilidade econômica do setor. É importante que todos os atores da complexa cadeia de saúde se unam na proposição de um modelo de diagnóstico sustentável que permita a incorporação tecnológica e o melhor desfecho clínico ao paciente.

Série de eventos virtuais da Abramed ganhou segunda temporada em 2021

Debates apontaram a relevância da medicina diagnóstica e da troca de experiências para o setor

Adaptando seu calendário de eventos ao cenário digital devido à pandemia de covid-19, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) lançou, em 2020, a série #DiálogosDigitais, uma sequência de bate-papos online que promoveu debates sobre os mais variados assuntos que afetam toda a complexa cadeia de saúde. Com o êxito do projeto, ele ganhou uma segunda temporada em 2021.

A partir de abril, foram realizados episódios bimestrais, ao vivo, com a participação de 20 lideranças do setor de saúde, mais de oito horas de conteúdo, com cerca de mil visualizações.

“Em um momento de tantos desafios, como o que estamos vivendo devido à pandemia, fica ainda mais clara a importância do diálogo aberto e da troca de experiências”, explica a diretora-executiva da Abramed, Milva Pagano.

Confira a seguir um compilado das principais discussões.

#Diálogos1

No primeiro episódio de 2021, em abril, representantes de toda a cadeia produtiva debateram sobre o futuro da saúde suplementar, abordando os reflexos da pandemia, a incorporação tecnológica e a responsabilidade compartilhada rumo à sustentabilidade do sistema.

Foram discutidas questões como formas de dar vazão a todos os procedimentos represados no último ano em decorrência do afastamento dos pacientes das consultas, exames e cirurgias eletivas; os processos de inclusão de novos exames e procedimentos no Rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); e os testes sorológicos feitos após a imunização. Clique aqui para assistir.

#Diálogos2

Em junho, foi ao ar o segundo episódio, com especialistas debatendo a gestão da saúde corporativa e da medicina diagnóstica, o que alavancou discussões extremamente relevantes sobre o papel das corporações na saúde populacional.

O debate ainda ressaltou a relevância do empoderamento do paciente para a manutenção da sua saúde e bem-estar; a importância fundamental da medicina diagnóstica na prevenção no contexto da saúde corporativa; o desafio na interoperabilidade; e a busca pela eficiência como melhor caminho para a sustentabilidade do setor. Clique aqui para assistir.

#Diálogos3

A saúde é um dos setores que mais se apoiam na inovação tecnológica para prover atendimentos de qualidade e melhorar tanto as ações de prevenção quanto os prognósticos dos pacientes. Esse foi um dos assuntos abordados no terceiro episódio dos #DiálogosDigitais, em agosto, com uma discussão que mesclou vários temas que permeiam o setor com o objetivo principal de esclarecer: medicina diagnóstica é custo ou investimento? 

Os especialistas apontaram que a pandemia colocou em evidência a medicina diagnóstica e o quanto o investimento no segmento é importante, podendo, inclusive, gerar economia ao sistema de saúde ao indicar a terapia certa para o paciente certo. Clique aqui para assistir.

#Diálogos4

Exames genéticos, diagnósticos mais precisos, oncologia de precisão, painéis hereditários e mapeamento genético foram os assuntos abordados no quarto episódio dos #DiálogosDigitais, em novembro.

No bate-papo, os especialistas explicaram que o monitoramento de tumores já é uma realidade, pois há algoritmos para identificar modificações no DNA que são muito específicas para cada categoria de câncer; e que a medicina personalizada, inclusive, pode ser uma luz para a evolução dos tratamentos, mas é preciso acender esse interruptor para que seja possível influenciar positivamente o cenário da saúde no país, com profissionais, pacientes, familiares e gestores, todos focados na conscientização.

Também foi apontado que previsão, prevenção e medicina personalizada estão interligadas, e a partir do mapeamento da população será possível ter um perfil dos polimorfismos de uma comunidade e colocar os indivíduos em percentil de risco, o que permitirá, daqui a um tempo, fazer programas de rastreamento de forma muito mais dirigida. Clique aqui para assistir.

#Diálogos5

As tendências e os desafios da medicina diagnóstica foram debatidos no quinto e último episódio de 2021 da série #Diálogos Digitais Abramed. Os palestrantes destacaram a importância da colaboração entre todas as áreas da saúde para alavancar a aplicação de inovações que agilizem a transferência de informações e contribuam para a velocidade e a segurança no setor de diagnósticos.

Apontaram a gestão de dados e como usá-los para produzir novas ferramentas de gestão do cuidado como muito relevantes para o setor; que as novas tecnologias colaboram para mitigar o problema de não atendimento ao cliente; e que o foco da empresa na área de saúde deve ser unir os elos da cadeia e disponibilizar ferramentas e tecnologias para facilitar o acesso do paciente final ao produto ou ao material necessário para o seu diagnóstico. 

Para os especialistas, a grande questão agora é como as inovações se encaixam no modelo de remuneração, tanto das fontes pagadoras quanto dos clientes particulares, pois o setor ainda não conseguiu atingir o equilíbrio. Clique aqui para assistir.

Todos os episódio da primeira e segunda temporada de #DiálogosDigitais Abramed podem ser acessados no canal do Youtube da entidade.

Reforma Tributária — Abramed tem atuado na sensibilização dos tomadores de decisão para minimizar impactos ao setor

Votação deve ficar para 2022; pleito da saúde é manter a neutralidade fiscal

Desde as primeiras movimentações pela Reforma Tributária no Brasil, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), segue atenta avaliando os impactos das mudanças no setor de saúde e contribuindo para um debate mais claro e transparente tanto com os tomadores de decisão quanto com a sociedade.

Para tanto, a entidade vem trabalhando assiduamente, a fim de sensibilizar os tomadores de decisão quanto aos prejuízos que uma reforma míope pode gerar ao país. Ano passado, publicou o paper “Impactos da Reforma Tributária no Setor de Medicina Diagnóstica”, visando analisar a proposta de reforma tributária do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS-IVA) e CBS, estimando, de forma preliminar, os eventuais impactos sobre o mercado de medicina diagnóstica. Clique aqui para acessar o conteúdo na íntegra.

A entidade dialogou com todos os principais stakeholders da Reforma Tributária. Foram mais de 100 reuniões com autoridades do governo federal, inclusive com o secretário da Receita Federal do Brasil à época, José Barroso Tostes Neto, exonerado no último dia 7 de dezembro; o ministro da Economia, Paulo Guedes; e parlamentares dos mais diversos partidos, sempre defendendo alíquota diferenciada para a saúde e a manutenção das isenções para os insumos médicos.

Atualmente, os três projetos que tratam do assunto estão parados no Congresso Nacional. A proposta de emenda constitucional PEC 110/2019, que altera o Sistema Tributário Nacional, extinguindo tributos e criando o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal e será analisada em 2022.

O Projeto de Lei (PL) nº 3.887/2020, que altera a legislação tributária federal e institui a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), unificando PIS/Pasep e Cofins num único tributo com uma alíquota geral de 12%, está na Câmara de Deputados e já recebeu vários requerimentos, mas segue em análise.

Ainda sem considerar que alguns setores da economia — como saúde e educação — são essenciais, o PL 3.887/20 ameaça a funcionalidade e a sustentabilidade da medicina diagnóstica nacional, mantendo os problemas apontados previamente pelas instituições de saúde: a aprovação dessa reforma desencadeará o fechamento de muitas unidades atuantes na medicina diagnóstica, que não conseguirão arcar com o aumento expressivo de custos, e, como consequência, teremos uma nova leva de desempregados (já que o segmento é responsável pela manutenção de 264 mil postos de trabalho); ampliaremos a pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), já sobrecarregado e tentando se recuperar de uma pandemia; e teremos uma dificuldade ainda maior de garantir acesso a exames de qualidade a todos os cidadãos brasileiros.

“Seguimos dedicados à discussão da CBS. Semanalmente tivemos audiências com deputados e senadores, por meio da Aliança Saúde e Educação, e essa é uma frente que tem surtido bastante efeito. Tanto que estamos agora  considerando uma perspectiva positiva de uma alíquota diferenciada para os setores da saúde, educação e também de transportes. A neutralidade fiscal é justamente o nosso pleito”, explica Fábio Cunha, diretor do Comitê Jurídico da Abramed.

Porém, paralelamente ao debate sobre o PL 3.887/2020, no início deste ano a Reforma Tributária entrou em uma segunda fase com a apresentação, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, do PL 2.337/2021, que altera a legislação do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas e das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

“Essa é uma fase totalmente voltada ao imposto de renda e temos que nos atentar a duas modificações principais: a reinstituição da tributação da distribuição de lucros e dividendos, que desde 1995 é isenta; e a redução da alíquota do imposto de renda da pessoa jurídica”, explica Renato Nunes, sócio da área Tributária da Machado Nunes.

É preciso entender que essas mudanças propostas pelo PL 2.337/2021 afetam as empresas de forma diferente a depender do seu modelo de tributação.

Para as optantes pelo Simples Nacional (ou seja, pessoas jurídicas com faturamento máximo anual de R$ 4,8 milhões), se o projeto for aprovado não deve haver muito impacto. Isso porque na versão mais recente do texto essas empresas estarão dispensadas de reter imposto de renda sobre as distribuições de lucros, independentemente de valor. Considerando que inicialmente a isenção seria apenas para a distribuição de até R$ 20 mil por sócio, podemos entender que houve um avanço.

A mesma previsão acima voltada ao Simples se aplicaria às empresas optantes pelo Lucro Presumido que faturam até R$ 4,8 milhões ao ano. Para estas, os impactos devem ser indiretos, ou seja, podem surgir pelo aumento de preços de fornecedores e prestadores de serviço que sofrerão com uma possível ampliação da carga tributária.

Já para empresas que faturam mais de R$ 4,8 milhões ao ano e atuam sobre Lucro Real ou Lucro Presumido, os impactos precisam ser compreendidos e analisados, pois são bem significativos. As companhias mais penalizadas, em tese, serão aquelas que optam pelo Lucro Presumido.

“Isso acontece porque essas empresas trabalham com percentuais de presunção, e não com lucro efetivo. Assim, acabam sentindo menos o impacto positivo da redução do IRPJ, uma das principais contrapartidas ao retorno da tributação sobre a distribuição de lucros e dividendos”, explica Nunes reforçando que, enquanto se beneficiam pouco dessa redução, do outro lado estão sentindo totalmente o peso do aumento da carga tributária.

Outro ponto apresentado por Nunes é que, no setor de serviços da saúde, o lucro presumido conta com um regime especial apelidado de “lucro presumido saúde”. Enquanto no modelo tradicional o percentual de presunção para se chegar à margem de cálculo é de 32%, nesse formato especial os percentuais de presunção do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro caem para, respectivamente, 8% e 12%. “Isso faz com que o aproveitamento da redução da alíquota do IRPJ seja bastante limitado, e, por consequência, haja menor neutralização do imposto sobre a distribuição de lucros”, declara Nunes.

“Tínhamos uma grande preocupação com o impacto dessas mudanças nos prestadores de serviço e no efeito em cascata que poderia ocorrer. Quando o texto foi alterado, mantendo a isenção para todas as empresas do Simples Nacional e para uma parcela das optantes pelo lucro presumido, a situação melhorou”, relata Cunha.

Monitorando a Reforma Tributária desde o início, o executivo acredita que desde setembro ela tem sido dificultada. “Enquanto na primeira fase, de aprovação do CBS, tínhamos metade da sociedade contra e outra metade a favor, nessa segunda fase focada no imposto de renda temos 100% dos setores se posicionando contrários ao projeto de lei. Na nossa visão, isso faz com que a reforma enfrente muito mais dificuldades para ser tramitada e o fato de a aprovação ter sido postergada deixa claro o enfraquecimento do governo com relação a esse movimento”, aponta o diretor do Comitê Jurídico.Para Fábio Cunha, apesar de a reforma não ter sido votada este ano, é preciso que o setor continue vigilante para manter sua neutralidade tributária.

Último episódio de 2021 da série #DiálogosDigitais Abramed abordou tendências e desafios da medicina diagnóstica

Palestrantes destacaram a importância da colaboração entre todas as áreas da saúde para alavancar a aplicação de inovações que agilizem a transferência de informações e contribuam para a velocidade e a segurança no setor de diagnósticos

As tendências e os desafios da medicina diagnóstica foram debatidos no quinto e último episódio de 2021 da série #DiálogosDigitais Abramed. Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, foi o moderador do bate-papo, que contou com a participação de Cristovão Mangueira, diretor médico de Medicina Laboratorial do Hospital Israelita Albert Einstein; Flávio Chaves de Souza, general manager da Stark-4PL; Gustavo Meirelles, VP Médico da Alliar Médicos à Frente e diretor do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; e Lincoln Moura, diretor da Accenture.

Cristovão começou destacando que o Einstein tem investido muito em inovação, formalizando uma diretoria exclusiva para a área e uma estrutura de incubadora de startups, o que deu à instituição o protagonismo no setor. “Muito do que investimos está relacionado a laboratórios clínicos. O setor de diagnóstico foi a grande estrela dos investimentos em inovação feitos pelo hospital”, disse.

O Einstein tem focado, também, na área de genômica, criando uma massa crítica nessa área, e em ciências “ômicas” – campos de estudo que fazem parte das ciências biológicas e compreendem os estudos que terminam com -omics, como Genômica, Proteômica, Metabolômica e Transcriptômica –, principalmente com tecnologia de espectrometria de massas, ICP e outras metodologias químicas ou bioquímicas que possibilitam o desenvolvimento das áreas de proteômica e metabolômica. “Se eu fosse citar uma inovação relevante para a área de saúde, citaria a gestão de dados e como usá-los de forma a produzir novas ferramentas de gestão do cuidado da saúde”, acrescentou Cristovão.

Especificamente sobre a área de logística, Souza, da Stark-4PL – empresa do ramo de Supply Chain em saúde, explicou como as tecnologias colaboram para mitigar o problema final de não atendimento ao cliente. “O foco da empresa na área de saúde é unir os elos da cadeia e disponibilizar ferramentas e tecnologias para facilitar o acesso do paciente final ao produto ou ao material necessário para fazer o diagnóstico ou o acompanhamento de sua saúde. Logística não é só transporte, ela envolve tudo entre planejar, executar e entregar”, disse.

Segundo Souza, a logística é uma parte sensível do processo, pois pode tanto facilitar quanto aumentar os custos, se não gerida corretamente. “A ideia da Stark-4PL é gerar sinergia entre os fornecedores, os operadores logísticos e os transportadores para que os recursos cheguem ao laboratório ou ao hospital, garantindo os ganhos em custo e em produtividade”, salientou.

A respeito das inovações em diagnóstico por imagem, Meirelles, da Alliar, lembrou dos avanços que por muito tempo ficaram restritos a hardwares. Ele citou um novo tomógrafo por contagem de fótons e ressonâncias magnéticas de baixo campo, com imagens excelentes. “O tema da vez é a inteligência artificial e ela tem muito a agregar não só no diagnóstico por imagem, mas no setor de saúde como um todo.”

A grande questão agora, segundo Meirelles, é como as inovações se encaixam no modelo de remuneração, tanto das fontes pagadoras quanto dos clientes particulares. “Ainda não conseguimos atingir o equilíbrio. A inteligência artificial é vista apenas como custo adicional, mas ela permite tirar o médico de atividades repetitivas, agilizar a realização de alguns exames e melhorar a avaliação global, reduzindo custos e fazendo o paciente viver mais.”

A estratégia de saúde digital foi um dos focos da participação de Moura, da Accenture – multinacional de consultoria de gestão, tecnologia da informação e outsourcing. De acordo com ele, a visão dessa estratégia é clara: fazer com que a Rede Nacional de Dados em Saúde seja a plataforma nacional de plataformas de saúde, ou seja, que várias plataformas se conectem a ela. “A grande questão é que precisa existir um espaço de colaboração. O Ministério da Saúde está focado em resolver muitos problemas da saúde pública e nós, empresas, hospitais, centros de diagnósticos, podemos trabalhar juntos para desenvolver soluções que interessem a todos e que sejam disponibilizadas na plataforma nacional.”

Mas aí, Moura chamou a atenção para o problema sério de governança. Quem é que pode se beneficiar da inovação feita, como se remunera o esforço e o investimento feito na inovação? “É um universo muito novo para nós, mas não é impossível. Sou muito otimista sobre isso. Há um potencial enorme para desenvolver esse mercado, mas precisa de ação coordenada”, ressaltou, citando que os laboratórios privados já começaram a depositar o resultado de exames na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) usando padrões internacionais.

Shcolnik, por sua vez, lembrou que durante a pandemia o governo brasileiro conseguiu obter dados sobre exames de Covid-19 por meio da colaboração direta da Abramed. “Conversei com o pessoal do DataSUS no sentido de esclarecer que metodologias poderiam ser usadas para gerar os resultados dos exames e não tenho dúvida que esta foi uma grande contribuição que demos para o Ministério da Saúde, para o DataSUS e para a Rede Nacional de Dados em Saúde.”

Os participantes do encontro também comentaram como a saúde digital acabou sendo impulsionada pela pandemia. E então veio a provocação: se já foi possível fazer a interoperabilidade com os exames de Covid-19, por que não tentar fazer o mesmo sobre as doenças de notificação compulsória e depois ampliar para outras doenças? A resposta está ligada, mais uma vez, à importância fundamental da colaboração entre todos os atuantes na cadeia da saúde.

O quinto e último episódio da série #DiálogosDigitais Abramed 2021 está disponível na íntegra no canal do YouTube da entidade. Clique aqui para assistir.

Abramed lança quarta edição de painel dedicado ao setor de medicina diagnóstica

Publicação traz conteúdo inédito e indicadores setoriais que destacam a relevância do diagnóstico na saúde

A Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica) lança o Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico, com dados e as análises de temas essenciais que permearam o mercado da saúde no último ano e traça um panorama exclusivo do setor de medicina diagnóstica no Brasil. 

“A cada edição apresentamos conteúdo único e indicadores setoriais que cooperam para destacar ainda mais a relevância do setor de medicina diagnóstica no ciclo de cuidados ao paciente”, comemora Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Este ano, a entidade preparou uma bate-papo virtual exclusivo, moderado pela jornalista especializada em saúde, Natalia Cuminale, que recebeu Shcolnik  e o vice-presidente da entidade, Leandro Figueira, para discutir os principais temas trazidos pela edição 2021 do painel e seus impactos em todo o setor. A gravação do encontro está disponível na íntegra no canal do Youtube da Abramed.

Como nos anos anteriores, a publicação é dividida em capítulos específicos, sendo os dois primeiros mais amplos, dedicados a dados de população e demografia, que abordam desde o envelhecimento populacional até informações de mercado de trabalho e conjuntura econômica. Todo o mercado de saúde suplementar no Brasil também é esmiuçado, e o Painel aborda tanto os desempenhos econômicos das operadoras de saúde, quanto a despesa assistencial com exames complementares, distribuição por região e porte populacional, taxa de cobertura, incorporação de procedimentos diagnósticos, etc.

As tendências e desafios do mercado de medicina diagnóstica também têm espaço e, assim como em 2020, há um capítulo especial para uma radiografia da pandemia da Covid-19, bem como seus impactos no setor de medicina diagnóstica.

“Superando todos os desafios trazidos pela pandemia, com essa publicação a Abramed reforça importância da medicina diagnóstica, que a cada dia se profissionaliza, se moderniza e cumpre seu papel oferecendo serviços que contribuem para o cuidado qualificado da saúde dos brasileiros”, finaliza Shcolnik.

O Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico também pode ser acessado no site da Abramed

Abramed manteve papel de destaque na mídia em 2021

Entidade atuou como principal fonte de dados do setor para veículos de grande imprensa no Brasil

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), como entidade que representa instituições líderes no mercado de medicina diagnóstica, manteve seu papel de destaque na mídia em 2021, sendo fonte de informação falando sobre os testes para covid-19; os exames que deixaram de ser feitos durante a pandemia; as preocupações pela realização de testes para covid em farmácias; e a importância da medicina diagnóstica, com destaque em caderno especial na Folha de S. Paulo.

Além disso, atuou com parceria frequente junto a veículos como Globo, Record, TV Cultura, Estadão, G1 e Valor Econômico, que estabeleceram a entidade como fonte segura quando o assunto é diagnóstico.

Outros importantes destaques são a matéria do UOL Viva Bem para explicar a diferença entre testes de covid após caso de reinfecção pela doença. Também a participação como fonte principal para falar sobre o aumento na demanda por testes RT-PCR no primeiro semestre e o amplo destaque no jornal Valor Econômico, em caderno especial dedicado ao tema Medicina Diagnóstica. O veículo ressaltou que investimentos em pesquisa e tecnologia, além de aquisições, alteram o perfil do setor de medicina diagnóstica no Brasil.

Outra matéria ressaltou a busca do segmento para governança de dados e mencionou que, no início de outubro, a Associação lançou o Guia de Boas Práticas em Proteção de Dados para o Setor de Medicina Diagnóstica.

Essas e outras matérias podem ser acessadas em detalhes na seção Abramed na Mídia em nosso site. Clique aqui e confira.

Grupo Sabin: investimentos para entregar serviços de saúde com excelência em todo o Brasil

Empresa de medicina diagnóstica com sede na capital federal expande negócios nas cinco regiões do País e na integração da cadeia de saúde

Há 37 anos no mercado, o Grupo Sabin segue trajetória de sucesso e expansão na medicina diagnóstica brasileira. A empresa de Brasília (DF), fundada pelas sócias Janete Vaz e Sandra Costa, em 1984, é presidida pela bioquímica Lídia Abdalla e segue com uma atuação pautada em valores, propósito e missão claramente estabelecidos. 

Atualmente, o Grupo Sabin possui 318 unidades, distribuídas em 64 cidades brasileiras, e oferece serviços de análises clínicas, diagnóstico por imagem, imunização, check up executivo e atenção primária à saúde. São mais de 5,7 milhões de clientes com acesso a serviços de excelência e atendimento personalizado e humanizado. 

A dedicação ao cuidado coordenado da saúde, motivou o Grupo Sabin a adquirir a Amparo Saúde, em novembro. O anúncio foi feito menos de um mês após a aquisição do Hemos Laboratório Médico, em Blumenau (SC). Ainda este ano, a vertical de análises clínicas do Grupo Doyon, em Tangará da Serra e região, no Mato Grosso, fora incorporada à rede do Sabin e, em julho, a empresa também integrou a suas operações o Laboratório Bioclin, em Gurupi (TO). Essas aquisições fazem parte do plano estratégico de crescimento do grupo que iniciou em 2012 e já superou a marca de R$ 420 milhões de investimentos nos últimos anos. 

“Nossa expansão e investimentos têm nos permitido crescer cada vez mais de forma consistente e com alta capilaridade, contribuindo com o desenvolvimento da cadeia de saúde nas capitais e principalmente no interior do País. É uma jornada que nos inspira a seguir investindo em qualidade e inovação para que nossos serviços de saúde estejam presentes na vida dos brasileiros, oferecendo uma experiência integrada, de excelência e humanização”, detalhou Lídia.

Investimentos na integração da assistência à saúde sempre figuraram entre as prioridades do Grupo e inspiraram a criação do centro de saúde digital Rita Saúde, em março de 2021. Desenvolvido dentro dos conceitos de saúde 5.0, com as pessoas no centro do cuidado, o Rita oferece uma rede virtual, com atendimento em telemedicina, integração dos registros de saúde e da equipe médica durante toda a jornada do paciente. 

O Grupo Sabin também foi referência para a comunidade médica, hospitais e população em diversas regiões do país para a testagem de Sars-CoV-2. Outro avanço foi o apoio a mais de 1.200 empresas com protocolos de triagem, testagem e monitoramento para a retomada das atividades de diferentes setores da economia. 

Evento Abramed e Asap traz a relevância da medicina diagnóstica na gestão da saúde

Wilson Shcolnik participou do webinar e destacou que a manutenção sustentável do sistema de saúde é importante para enfrentar o problema do desperdício e dos custos no setor

A Aliança para a Saúde Populacional (Asap) em parceria com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) realizou o evento virtual com o tema “O papel da medicina diagnóstica na gestão de saúde populacional – O que podemos e devemos incentivar sem gerar desperdícios?”.

O encontro, realizado em 18 de novembro, foi coordenado pelo presidente da Asap, Cláudio Tafla e participação do presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik que ressaltou logo no início que a gestão de saúde populacional passa pelos  pilares que compõe o triple aim, amplamente defendido pelo Institute for Healthcare Improvement), que é baseado em três objetivos: melhorar a experiência do paciente/indivíduo em relação à assistência, aumentar a qualidade da saúde e reduzir custos per capita da assistência de saúde.

Questionado por Tafla sobre a medicina diagnóstica representar o segundo item que impacta no orçamento do setor, ficando atrás apenas das internações, que representam de 40% a 60% dos custos na saúde, Shcolnik explicou que o segmento estimula o uso racional de qualquer recurso dentro do sistema de saúde público e privado, pois os recursos são limitados e precisam ser empregados de modo que tragam valor  para o cuidado geral em benefício dos usuários/pacientes.

“Os exames são essenciais para os cuidados em saúde, tanto para a confirmação do diagnóstico, como para a promoção e prevenção”, ressaltou o presidente do Conselho de Administração da Abramed, lembrando que atenção primária sem exames complementares não é plena e que a medicina personalizada, que é praticamente baseada em exames laboratoriais, pode trazer mais eficiência ao sistema de saúde.

Mas, Shcolnik reconhece que existe um desperdício que precisa ser combatido no setor e que as operadoras de planos de saúde têm os melhores dados sobre utilização de exames e que poderiam fazer estudos de uso regionais para gerar indicadores. Tema, aliás, considerado muito relevante para a medicina diagnóstica, que possui alguns indicadores de qualidade laboratorial e que estão, de alguma forma, vinculados ao desfecho e ao resultado da assistência à saúde.

Para Tafla, este é um assunto muito relevante para a gestão da saúde populacional,  pois no desfecho está inserida a questão do que cada ação acrescenta em valor ao sistema.

“Tudo tem custo, mas se agregar valor à jornada do paciente, ao melhor diagnóstico  no momento correto e ao melhor desfecho, teoricamente estamos fazendo a coisa certa”, comentou o presidente da Asap.

Shcolnik esclareceu que em medicina diagnóstica é muito difícil conseguir vincular cada procedimento realizado ao desfecho final da assistência. Ele explicou que esse resultado depende de muitas variáveis, como os recursos disponíveis, o ambiente onde o cuidado é oferecido, do nível de capacitação que cada profissional possui e do nível do cuidado em enfermagem.

“Os exames são mais um elo na cadeia da assistência. Eles têm o seu papel e a sua importância, sobretudo nos desfechos intermediários. Isso quer dizer que se um laboratório ou uma clínica de diagnóstico por imagem atrasa a liberação de um laudo, do resultado de um exame, ele pode estar atrasando a definição de um diagnóstico, com repercussão direta na decisão que será tomada pelo médico e que, certamente, trará impacto direto ao paciente e ao desfecho da assistência”, afirmou o presidente da Abramed.

Para ele, cabe aos gestores do sistema de saúde como um todo aperfeiçoar os processos e o modo da solicitação de mais recursos, para que quando ofertados não tenham o destino de desperdício.

Também salientou que os prestadores de serviços de saúde devem ter o entendimento de que é necessário interagir cada vez mais com quem utiliza esses serviços, colocando sempre o paciente no centro do cuidado, entendo suas necessidades e de cada médico, pois manter esse canal de comunicação aberto é uma obrigação do setor.

Shcolnik ainda mencionou a relevância da medicina personalizada que é uma ferramenta que traz economia ao indicar a direção exata de tratamentos efetivos.

“É uma inovação que tem trazido benefícios a muitos pacientes e às fontes  pagadoras, pois mesmo sendo mais custosa, terá o recurso empregado com segurança e resultará em cuidado efetivo ao paciente”, frisou.

Fusões e aquisições

O presidente do Conselho de Administração da Abramed ainda foi questionado sobre a grande movimentação no setor privado de saúde, onde muitas fusões e aquisições vêm se concretizando, tanto na área de operadoras dos planos de saúde quanto nos vários segmentos de prestação de serviços. Nesse sentido, ele ressaltou que o segmento de medicina diagnóstica também está se movimentando.

“São movimentações atrativas para ganho de escala. Além disso, há um aumento no número de empresas, já que a realização de exames tende a crescer devido ao envelhecimento populacional,  ao predomínio de doenças crônicas e degenerativas, e isso atrai o interesse de investidores, inclusive estrangeiros, para o setor e estimula o crescimento”, declarou Shcolnik.

Ele concluiu comentando sobre o interesse das empresas de medicina diagnóstica na aquisição de outras organizações dentro do ecossistema da saúde.

“Há redes de laboratório adquirindo hospitais, clínicas oftalmológicas, por exemplo. Com isso, o objetivo dessas instituições é integrar e facilitar, cada vez mais, a jornada do paciente, de maneira disciplinada, e obter dados que serão transformados em informações que, integradas por meio de inteligência artificial, devem resultar na melhoria do atendimento para todos”, concluiu.

Abramed é citada em reportagem do Valor Econômico

Dados da Abramed integraram reportagem do #ValorEconômico publicado ontem (06/12), que destacou que menos da metade das mulheres com planos de saúde realizam mamografia e papanicolau, exames preventivos que contribuem para o diagnóstico precoce do câncer de mama e colo do útero. E esse comportamento já era observado em 2019, ou seja, antes da pandemia que derrubou o volume de exames de rotina. 

Segundo levantamento da consultoria americana Lockton, de abril de 2019 a março de 2020, com 59,2 mil mulheres com idade entre 25 e 64 anos, só 37% realizaram o papanicolau. Durante a pandemia (abril de 2020 a março de 2021) o percentual foi o mesmo.

Segundo a Abramed, entre março e agosto de 2020, o volume de exames de mamografia caiu 46,4% em relação ao mesmo período de 2019. Na comparação do acumulado do ano, a queda é de 28%. Confira a publicação na íntegra aqui.