Palestra internacional sobre inspiração e liderança encerra 3º FILIS

Interagindo com a plateia, Michael Neill motivou os participantes a buscarem novas formas de inovar dentro da vida profissional

03 de Setembro de 2018

Com o Teatro Renaissance ainda lotado às 16h15 da sexta-feira, 31 de agosto, a terceira edição do FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde recebeu o palestrante internacional Michael Neill para uma apresentação motivadora sobre inspiração e liderança. Após uma ampla agenda de debates a respeito de temas que têm sido fundamentais para o desenvolvimento do setor de medicina diagnóstica, os participantes do Fórum acompanharam a apresentação do coach sobre como trabalhar a mente para permitir a criação de soluções inovadoras.

Reconhecido mundialmente por livros como “A revolução do pensamento” e “Criando o impossível”, Neill também é o responsável por uma conversa do TEDx com mais de 225 mil visualizações no YouTube. Questionando a plateia sobre onde está – e de onde vem – a próxima grande ideia do mundo, o palestrante ensinou caminhos para que todos possam comandar suas atividades cerebrais para abrir espaço a novos pensamentos capazes de gerar novas soluções.

“Todas as ideias vêm do mesmo lugar e a maioria das pessoas as conseguem no chuveiro”, disse despertando risadas da plateia e enfatizando que no momento em que nossa mente não está trabalhando é que ela está aberta às próximas ideias que podem emergir. Compartilhando situações cotidianas vividas por líderes empresariais, Neill comprova a teoria da necessidade do ócio criativo e destaca: “Nossa mente não funciona tão bem quando estamos com a cabeça pegando fogo, quando estamos estressados.”

Quem acompanhou a palestra do coach também aprendeu um pouco mais sobre como despertar a inteligência natural. “Quando estamos com algum problema sério no trabalho, nos dedicamos a pensar exaustivamente naquilo. Enquanto isso, nosso espaço mental vai sendo espremido e o que sobra são apenas variações das mesmas ideias que já sabemos que não vão funcionar. Quanto menos espaço ocupamos na nossa mente, mais ideias passam por ali. Por isso temos muitas sacadas enquanto estamos no chuveiro, pois é quando há espaço para a inteligência natural vir à tona”, explicou afirmando que para acessar essa inteligência mais profunda precisamos desapegar dos padrões que utilizamos dia após dia.

Por meio de uma atividade interativa com a plateia que, minutos antes do início da apresentação recebeu uma massinha de modelar para participar, Neill demonstrou que não podemos materializar nossos problemas, pois isso os tornam ainda maiores e mais difíceis de serem solucionados. “Estamos criando monstros e problemas sem solução”.

Repetindo uma citação que a Internet ora atribui a Albert Einstein, ora atribui à Rita Mae Brown, mas cujo autor segue desconhecido, Neill enfatizou a importância da inovação para os líderes empresariais do país: “insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente esperando resultados diferentes”.

A palestra de Michael Neill no 3º FILIS gerou bastante repercussão entre os presentes. Após a apresentação, Conrado Cavalcanti, vice-presidente do Conselho da Abramed, subiu ao palco para agradecer patrocinadores, colaboradores e participantes e aproveitou a oportunidade para lançar a data da próxima edição do evento: 30 de agosto de 2019.

Futuro da Medicina Diagnóstica foi tema do 3º FILIS

Edição do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde reuniu importantes especialistas e lideranças para debater temas de grande interesse do setor

03 de setembro de 2018

Buscando o desenvolvimento sustentável da medicina diagnóstica por meio de ações que contribuam para todo o setor, a presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Claudia Cohn, abriu na sexta-feira, 31, o 3º Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS). O evento, realizado no Hotel Renaissance, em São Paulo, reuniu mais de 500 especialistas e líderes da área da saúde de todo o país. O tema deste ano foi “Saúde em pauta: perspectivas para o futuro do setor”.

Dividido em quatro módulos, o evento teve mais de sete horas de duração. Vinte e oito palestrantes e debatedores trocaram experiências, discutiram melhorias para o setor e disseminaram conhecimento sobre os novos tempos.

Em seu discurso de abertura, Claudia Cohn ressaltou a importância que um evento desse porte tem, ao reunir profissionais da área, líderes, autoridades, entre outras personalidades do complexo sistema de saúde brasileiro. “Temos aqui uma grande oportunidade para nos inspirarmos e discutirmos temas relevantes para a saúde, principalmente pela presença de mentes brilhantes”, enfatizou.

Surgimento

Claudia lembrou o caminho que a associação percorreu nesses oito anos desde sua criação. “Apesar da importância na cadeia da saúde, a Abramed nasceu para tratar de um ou outro problema do setor. Contudo, naquele momento, já se deparou com imensos desafios comuns a todos. Nesses oito anos, passamos por diversos ‘Brasis’. Num momento, um Brasil de grandes oportunidades, investimentos, crescimento; até chegarmos ao Brasil da crise, corrupção, retração e vergonha. Um país mergulhado em muitas crises.”

A presidente destacou ainda o esforço que muitas empresas despenderam para atravessar esse período e buscar o crescimento, em um setor que à época era fragmentado e cheio de rupturas. “Hoje, após muito esforço, temos uma visão comum, uma união. A Abramed congrega empresas de todos os portes, que representam 50% do volume de diagnósticos realizados na saúde suplementar, e que passaram a encarar conjuntamente os seus desafios. Trata-se de um setor, hoje, que discute a saúde e o diagnóstico dentro da saúde e no sistema de saúde. Um setor que busca, unido, crescer e alcançar a sustentabilidade em prol do paciente”, disse.

Futuro

A um mês das eleições, Claudia chamou a atenção dos presentes para a importância do voto. “Precisamos promover um Brasil de verdade, transparente e de atitude positiva. Nós, na Abramed, estamos fazendo nossa parte. Nossas empresas têm conquistado resultados à custa de investimentos em tecnologia, na busca por uma eficiência constante em processos, a fim de que não haja perdas”, destacou e acrescentou que a regionalização deixa o setor cada vez mais acessível ao paciente. “Vamos continuar trabalhando para assegurar a participação integrada, garantindo a qualidade do serviço entregue, com valor agregado no desfecho. Vamos continuar incentivando e investindo no desenvolvimento tecnológico, com responsabilidade na contribuição para o uso racional dos recursos. Tudo para que o paciente tenha uma jornada mais adequada, em todos os sentidos e em todas as classes sociais”, finalizou.

Abramed promove workshop sobre ética e compliance

Na pauta, dilemas do setor e iniciativas da Abramed acerca do tema

07 de Agosto de 2018

Engajada em influenciar a melhoria da saúde no Brasil usando o modelo de empresas éticas, sustentáveis e inovadoras no setor de serviços diagnósticos, a Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica promoveu no último dia 7 de agosto o 1º Workshop de Ética e Compliance. Mais de 20 representantes das empresas associadas estiveram na sede da Associação para acompanhar as palestras promovidas por Wilson Shcolnik, coordenador da Câmara Técnica Abramed e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC); Matheus Sabbag Leonel, coordenador do GT de Governança, Ética e Compliance da entidade e gerente de riscos e compliance do Grupo Fleury; e Walquíria Fávero, do departamento Jurídico do Grupo Dasa. Engajada em influenciar a melhoria da saúde no Brasil usando o modelo de empresas éticas, sustentáveis e inovadoras no setor de serviços diagnósticos, a Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica promoveu no último dia 7 de agosto o 1º Workshop de Ética e Compliance. Engajada em influenciar a melhoria da saúde no Brasil usando o modelo de empresas éticas, sustentáveis e inovadoras no setor de serviços diagnósticos, a Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica promoveu no último dia 7 de agosto o 1º Workshop de Ética e Compliance. Mais de 20 representantes das empresas associadas estiveram na sede da Associação para acompanhar as palestras promovidas por Wilson Shcolnik, coordenador da Câmara Técnica Abramed e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC); Matheus Sabbag Leonel, coordenador do GT de Governança, Ética e Compliance da entidade e gerente de riscos e compliance do Grupo Fleury; e Walquíria Fávero, do departamento Jurídico do Grupo Dasa.

A presidente da entidade, Claudia Cohn, abriu o evento afirmando que esse trabalho era um sonho antigo da Abramed, materializado este ano no engajamento de todos os membros dos grupos e das câmaras técnicas da Associação. “As nossas empresas foram provocadas a mudanças importantes de atitude no passado, e acredito que coroamos esse início de atividades na área de compliance de uma forma muito mais prática, com a formação de um comitê composto não apenas por associados, mas também por membros independentes”, ressaltou.

Panorama da saúde – Wilson Shcolnik foi o primeiro a palestrar, abordando os dilemas do setor de diagnóstico, principalmente no âmbito da corrupção. “Ela existe, infelizmente, e é uma coisa que a gente se indigna muito quando escuta”, afirmou ao mostrar manchetes relacionadas aos desvios de verbas e outras atitudes ilícitas no setor, a fim de introduzir o tema. Apresentou ainda diversos dilemas vivenciados na relação entre médicos, prescritores e empresas de medicina, bem como na relação do setor com o governo e até mesmo com a sociedade. “Eu tenho a oportunidade de andar pelo Brasil afora e sei, porque vi, que essas questões levantadas, ainda que nos envergonhem muito, são uma realidade”, lamentou Shcolnik.

Iniciativas Abramed –Matheus Sabbag Leonel elencou toda a movimentação da Abramed em relação ao assunto, a começar pelo lançamento de um Código de Conduta, que estabelece compromissos públicos na relação da entidade com as operadoras; entre seus associados; com a comunidade médica e prescritores; com o governo e com a sociedade. “Esse é um trabalho feito com muitas mãos”, salientou. “Quando a gente começa a pensar em questões de tecnologia aplicada no setor de medicina diagnóstica, vão surgindo novos dilemas éticos e temos que tratá-los um a um.”

Ele frisou ainda a importância da participação de todos: “Quanto mais gente colaborando e entendendo não só das atividades em si, mas se aprofundando nas discussões e dilemas, mais enriqueceremos os debates”, frisou.

Após o Código, surgiu a necessidade de estabelecer a criação do Comitê de Ética da Abramed. Composto por quatro conselheiros, membros da entidade, e três membros independentes, o grupo tem como uma de suas atribuições avaliar os relatos recebidos por meio de um Canal de Denúncias e deliberar sobre eles, caminho que atenderá associados e não associados a respeito de desvios, com total anonimato e garantia de resposta.

O comitê deve ainda recomendar diretrizes e posicionamentos. A aprovação para que esse grupo passe a ser estatutário deve ser votada na assembleia geral do dia 16 de agosto: “Esse também é um avanço do ponto de vista de governança e compromisso da associação”, evidenciou.

Todo o movimento dessa delegação é apoiado pelo GT Governança, Ética e Compliance, formado por representantes dos associados, que tem como objetivo equalizar e compartilhar conhecimentos entre eles. “Quem ainda não participou de uma reunião deve saber que esperamos que todos consigam participar”, reforçou o coordenador GT, abonando a importância da pluralidade de porte entre as partes, para que todas as perspectivas sejam alinhadas: “Se tivermos só dois ou três players que estão com uma determinada maturidade no programa de compliance, não conseguiremos tratar o problema de forma setorial”, destacou Matheus.

Outros documentos e ações ainda foram citados. Será preparada uma comunicação complementar para reforçar o posicionamento da Abramed em relação aos princípios éticos e de integridade no setor, além do Regimento Antitruste, um documento que define regras e cuidados a serem tomados durante os encontros na Abramed para proteger a Associação, as pessoas envolvidas e seus associados frente à legislação de defesa da concorrência.

Que futuro você quer para sua organização? – Foi com essa questão que Walquíria Fávero, do departamento Jurídico do Grupo Dasa, iniciou sua apresentação. Ela afirmou que associações são um dos agentes mais importantes no que se refere à disseminação de ideias e padrões como um todo, porém são um ambiente propício para práticas de não compliance, por unir vários competidores na discussão de temas em comum, citando como exemplo condenações do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) por formação de cartel em outros setores. “Não se pode usar a associação como fórum para manter acordos ou trocar informações sobre preços, clientes, áreas de atuação, práticas comerciais e participação em licitações”, exemplificou a advogada, que lembrou ainda outras condutas nocivas, que podem se manifestar em diversas situações do dia a dia, entre elas a entrega de brindes, hospitalidades, doações e patrocínios.

Penalidades aplicáveis – Multa de 0,1 a 20% do faturamento bruto ou de R$ 6.000 a R$ 60.000.000. Essas são algumas das penalidades previstas na esfera administrativa para violações às políticas anticorrupção. Na competência judicial, pode haver ainda perda dos bens ou proveitos obtidos da infração, suspensão ou interdição parcial de atividades. Ainda segundo a especialista, podem ser aplicadas penalidades para as pessoas físicas.

“O que esperamos dos presentes e de nossos associados? Que cumpram as leis, normas e regulamentos. Que disseminem e pratiquem a mensagem do Código de Conduta da Abramed na sua organização e no mercado. E que denunciem quaisquer tentativas ou constatações de violações às condutas éticas estabelecidas”, declarou.

Ao final do evento, Marisol Rodrigues, especialista em Projeto de Controladoria do HCor, e Laura Fonseca, gerente de Produto da BP Medicina Diagnóstica, apresentaram uma pesquisa interativa a fim de conhecer um pouco mais do nível de maturidade do compliance dos associados presentes.

“O que a gente pretende fazer daqui para frente? Pretendemos muito mais, para que possamos disseminar os conceitos e as práticas positivas promovidas pelo setor de diagnóstico brasileiro”, finaliza Claudia Cohn.

Abramed, CBR e ABCDI debatem Gestão de Custos, Resultados e Suprimentos

Tema foi debatido no workshop “Gestão de Custos, Resultados e Suprimentos”; criação de agenda inteligente e apresentação de case de sucesso compuseram a programação

03 de Agosto de 2018

Promovido pela Abramed em parceria com o CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem) e a ABCDI (Associação Brasileira de Clínicas de Diagnóstico por Imagem), o workshop “Gestão de Custos, Resultados e Suprimentos” apresentou, no dia 3 de agosto, estratégias para que instituições de saúde focadas em diagnóstico façam uma melhor gestão de seus fluxos. A meta é reduzir custos, otimizar processos e acabar com a ociosidade de seus equipamentos, ampliando os ganhos e a margem de lucro.

Após a abertura realizada pelo presidente do CBR, Manoel de Souza Rocha, o evento contou com apresentações de diretores e gerentes da Planisa e da Bionexo. Criado com o objetivo de auxiliar os profissionais da área na identificação de oportunidades, ações e ferramentas capazes de contribuir para a sustentabilidade de clínicas e serviços, o workshop enfatizou a importância da busca pela eficiência em todos os processos, desde o agrupamento de procedimentos por modalidade até a aquisição de materiais e o relacionamento com fornecedores.

“Como podemos efetivamente gerar resultados?”, questionou Marcelo Carnielo, diretor técnico da Planisa, ao iniciar sua apresentação. Enfatizando a importância de reduzir a ociosidade de máquinas, equipamentos e estruturas para que seja possível melhorar o preço de venda baseado em custo, Carnielo explicou como a gestão pode interferir negativamente no resultado da empresa. Na sequência apresentou o conceito da “agenda inteligente”, sistema que considera as margens de contribuição de cada exame para, então, definir quais procedimentos devem ser encarados como prioritários. “Assim, os horários nobres da agenda devem ser preenchidos com esses exames de altíssima prioridade, pois são eles que permitem a manutenção da instituição, gerando resultados e garantindo o retorno de investimento”, declarou.

Direcionando sua apresentação ao departamento de compras, Danilo Faria, gerente comercial da Bionexo, falou sobre a importância de ampliar a gama de fornecedores. “O setor de compras é a área mais rica da empresa, responsável pela movimentação de até 80% da verba local. É um dos setores mais acessíveis para reduzir custos e, justamente por isso, está se tornando cada vez mais estratégico”, relatou. Faria lembrou, também, que quanto maior o número de propostas, maior o poder de barganha, estimulando os participantes a conhecerem novos fornecedores para ampliar suas chances de encontrar o melhor custo-benefício a cada aquisição.

Complementando o evento, também foram apresentadas funcionalidades de ferramentas desenvolvidas tanto pela Planisa quanto pela Bionexo que contribuem diretamente para a gestão de custos e a aquisição de materiais. Além disso, Marcelo Cunha, CFO da FIDI (Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem), apresentou o case de sucesso da instituição que aplicou a tecnologia para atingir suas metas de redução de despesas. “O Brasil precisa buscar eficiência em todas as áreas.  Precisamos investir em competitividade”, declarou Cunha ao relatar que, depois de atingir os resultados que o grupo almejava, passou a investir em novas soluções tecnológicas para angariar ainda mais economia nos processos. “Começamos a colocar, por exemplo, sensores para medição de temperatura, umidade e de presença nas salas de procedimentos. Isso nos dará informações se há oscilação de energia que faz com que as máquinas parem e deixem de gerar receita”, completou.

Participantes satisfeitos – Bastante diversificado, o grupo de profissionais inscritos no workshop mostrou-se satisfeito com as explanações dadas ao longo do dia. Coordenador de atendimento da BP Diagnóstica, Alan Araújo buscava ampliar seu conhecimento. “Gostei bastante do evento. Este é um tema muito interessante e que toca diretamente na área de medicina diagnóstica, que é a minha operação no dia a dia. Assim, estou sempre em busca de alternativas e melhorias para aplicar na BP e para que possamos pensar diferente e melhorar nossos processos”, declarou.

O Grupo Fleury também foi representado por duas profissionais. Lucimara Nascimento, gerente de processos do centro de diagnósticos do grupo, acredita que participar de encontros como esse é sempre válido. “O tema de gestão de custos e melhor eficiência operacional é importante para que possamos manter a perenidade de todos os serviços. O Grupo Fleury já tem essa visão e é sempre bom termos contato com outras instituições que também seguem este lema. Foi uma troca muito enriquecedora”, disse.

Complementando o pensamento de Lucimara, Michele de Paula, consultora de ressonância do grupo, enfatizou a importância de se estar atento ao que seus pares estão desenvolvendo. “Para quem atua com gestão de custos, produtividade e eficiência operacional, ter contato com quem desenvolve essas plataformas é algo riquíssimo, pois sempre achamos que estamos fazendo o nosso melhor até vermos o que o outro está praticando e encontrarmos oportunidades de agregar ainda mais valor ao que já sabemos”, finalizou.

Em evento da FBH, Abramed fala de crescimento do setor

Constatação foi apresentada por Conrado Cavalcanti, vice-presidente da ABRAMED, durante painel na 12ª Convenção Brasileira de Hospitais; evento foi realizado dias 3 e 4 de julho em Goiânia (GO)

05 de julho de 2018

A manutenção do crescimento do setor brasileiro de medicina diagnóstica mesmo durante uma crise política e econômica que abalou tantos mercados no país foi destaque no painel apresentado por Conrado Cavalcanti, vice-presidente da ABRAMED, na 12ª Convenção Brasileira de Hospitais. Realizada pela FBH (Federação Brasileira de Hospitais) entre 3 e 4 de julho em Goiânia (GO), a convenção reuniu grandes líderes do setor de saúde. Além de Cavalcanti, estiveram presentes no debate Claudia Cohn, presidente da associação, e Lídia Abdalla, que atua como conselheira da entidade e CEO do Laboratório Sabin.

“O setor de diagnóstico teve crescimento de dois dígitos entre 2012 e 2016 e, mesmo com a crise, continua crescendo, ainda que mais moderadamente. Nos últimos 30 anos, os reajustes do nosso setor foram abaixo da inflação, muitas vezes chegando próximos a zero. O desenvolvimento, então, só foi possível graças à gestão, aos benefícios em escala, à redução de custos, à automação e à tecnologia”, comentou Cavalcanti ao citar que o setor de medicina diagnóstica movimenta R$ 30 bilhões ao ano e responde por cerca de 15% dos gastos com saúde, dado que, se adicionados os gastos com as áreas de diagnóstico instaladas dentro dos hospitais, aproxima-se dos 20%.

Ofertando mais de 200 mil empregos formais, além das oportunidades indiretas geradas dentro da cadeia, a medicina diagnóstica, e a saúde como um todo, está vivenciando uma drástica mudança de cenário embasada no envelhecimento da população e na agregação de novidades tecnológicas. Dentro de um contexto de transformação, é preciso encontrar o caminho da sustentabilidade. “Fala-se muito dos modelos de remuneração, da performance, da quantidade versus a qualidade, do valor e da verticalização de alguns grupos”, disse Cavalcanti.

Lembrando que alguns grandes grupos formados, inclusive, com capital estrangeiro atuam no país, o vice-presidente enfatizou, como consequência positiva de todo esse processo de mudança, a consolidação que vem sendo promovida. “Nos últimos três anos, 43 hospitais foram comprados por três grandes grupos, e muita consolidação também ocorreu no setor de diagnósticos.”

Para ele, os fundos internacionais estão interessados na saúde brasileira justamente por contarmos com um mercado ainda bastante pulverizado. “Com a população em processo de envelhecimento, há um potencial de crescimento na área diagnóstica. Com margens muito positivas, o setor oferece espaço para melhorias de gestão e para estabelecimento de parcerias que trazem sinergia e aumento dessas margens para quem chega com coragem de intervir”, declarou.

Com mais de 20 mil estabelecimentos, o setor de diagnóstico carece de união e é justamente este o papel da ABRAMED, que reúne pequenas, médias e grandes empresas para aumentar a representatividade do segmento. Para a presidente Claudia Cohn, parar de olhar os problemas isoladamente, passando a observá-los dentro do contexto geral do setor, foi um grande avanço. “Em um determinado momento, notamos que precisávamos priorizar as demandas. Foi então que passamos a matar um leão por dia, enxergando quais eram nossas reais necessidades. Foi essa perspectiva que nos fez trabalhar melhor a gestão em governança, ampliando a representatividade do setor junto aos órgãos regulatórios”, comentou.

Lídia Abdalla, conselheira da ABRAMED e CEO do Laboratório Sabin, lembrou que vivemos em um país continental com diferenças regionais e garantiu que a união de todos os players torna possível elevar o nível de qualidade dos serviços prestados. “Hoje conseguimos acompanhar, influenciar e apontar o que é importante para a medicina diagnóstica, principalmente no que diz respeito à legislação e regulação, dois pontos que impactam diretamente toda a cadeia”, detalhou.

Essa união de esforços já trouxe resultados positivos à ABRAMED, que teve atuação importante junto a decisões legislativas. “A RDC nº 30/2015, por exemplo, obrigava o exame de laboratório a ter certificação de uma única empresa, criando monopólios. Após discussões, conseguimos, junto à Anvisa, que esse monopólio fosse revogado, trazendo inúmeros benefícios ao segmento”, explicou Cavalcanti mencionando que a entidade também atuou para promover mudanças na RDC nº 25/2001, a qual trata da importação, comercialização e doação de produtos para saúde usados e recondicionados, e que está ativa no debate sobre o Projeto de Lei nº 347/2018, que visa reduzir para 30 horas semanais a jornada das equipes de enfermagem.

Fake news e o futuro – Dentro de sua palestra, Cavalcanti voltou a mencionar a importância de o setor atuar em conjunto a fim de minimizar a repercussão de notícias e dados irreais sem fundamentação técnica. “O dado mais famoso é o que diz que de 30% a 50% dos exames não são sequer retirados pelos pacientes”, disse relembrando que a SBPC (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica) fez, recentemente, um estudo com mais de 90 milhões de exames e garantiu que apenas 5% desses laudos não são acessados.

Além da disseminação de informações inverídicas, o vice-presidente citou também a importância de combater a ideia de que exames com resultados sem alterações representam desperdício. “Mesmo o exame com resultado inalterado representa um diagnóstico. E a maior parte das decisões médicas são fundamentadas em diagnósticos”, declarou relembrando que o custo do paciente que tem uma piora clínica por não ter realizado os exames é altamente relevante para a cadeia. “Se, por um lado, há o over using, por outro há o under using. Há estudos que comprovam que, se o exame não for feito na hora certa, haverá aumento do custo a longo prazo. Nós, da ABRAMED, defendemos o uso racional dos exames”, argumentou.

Vislumbrando o futuro do setor, Cavalcanti aproveitou para citar inovações que prometem revolucionar a saúde. Entre os pontos por ele enfatizados, destaca-se a medicina nuclear – que já vem sendo aplicada em pacientes oncológicos; a medicina de previsão, que atua com a união entre genoma e ambiente para a criação de tratamentos individualizados; e a inteligência artificial, que contribui grandemente para a área diagnóstica.

Falando sobre um dos principais receios de quem teme o avanço tecnológico, Cavalcanti traz ares de tranquilidade. “Não devemos ter medo, pensando que as máquinas substituirão os profissionais. O melhor do mundo é a junção do homem com a máquina. Nem um, nem outro funcionam bem sozinhos. Vamos usar toda essa inteligência como oportunidade para automatizar processos, ganhar eficiência, reduzir erros e aumentar a qualidade da interação com o paciente”, finalizou.

A palestra de Cavalcanti movimentou a 12ª edição da Convenção Brasileira de Hospitais. O evento também recebeu apresentações sobre turismo de saúde, parcerias público-privadas, atendimento hospitalar, gestão de resíduos e muitos outros temas que, assim como a medicina diagnóstica, têm alta relevância e interferência na dinâmica e rotina dos hospitais no Brasil.

Protagonismo é palavra-chave no futuro do diagnóstico

Debate mediado por Conrado Cavalcanti, vice-presidente da ABRAMED, foi realizado no 45º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas

21 de junho de 2018

Reunidos no Rio de Janeiro para a 45ª edição do Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, evento realizado pela SBAC (Sociedade Brasileira de Análises Clínicas) entre 17 e 20 de junho, os líderes do mercado de medicina diagnóstica participaram do debate “Perspectivas do Setor de Diagnóstico”. Promovido pela ABRAMED e mediado por Conrado Cavalcanti, vice-presidente da associação, o encontro apresentou oportunidades e entraves à sustentabilidade do setor nas próximas décadas.

“Nosso segmento é fundamental para a cadeia de saúde e somos muito valorizados pelos pacientes. Temos, sim, algumas ameaças, mas enxergamos muitas oportunidades”, declarou Cavalcanti ao abrir a conversa com os debatedores sobre os motivos que os levam a acreditar em um futuro promissor.

A importância da área para toda a cadeia de saúde foi enfatizada por Lídia Freire, CEO do Laboratório Sabin. Segundo ela, 70% das decisões clínicas e médicas passam pelo laboratório, o que comprova a necessidade do segmento dentro de todo o contexto de saúde do país. “Daqui a dez anos, talvez 90% dessas decisões passem por nossos serviços”, mencionou. Corroborando com esse pensamento, Edgar Gil Rizzatti, diretor-executivo médico e técnico do Grupo Fleury, declarou: “Temos acesso a tudo o que está sendo investigado. Quando colocamos esses dados dentro do contexto da evolução tecnológica, somando a eles a inteligência artificial e a riqueza dessas informações preditivas, chegamos a algo realmente interessante”.

Para Alessandro Ferreira, vice-presidente comercial e de marketing do Grupo Hermes Pardini, existem apenas duas certezas quanto ao futuro. “A primeira delas é que continuaremos extremamente estratégicos para a saúde do paciente. A segunda é que nos próximos cinco anos não iremos fazer as coisas da mesma maneira que fazemos hoje”, disse em referência à necessidade de o setor passar por reformulações e conscientizar-se de que os dados que podem ser obtidos pelas empresas do segmento são bastante valiosos. “Produzimos, dentro dos nossos laboratórios, dados epidemiológicos, de saúde, mensuráveis e quantitativos. Essas informações, quando bem trabalhadas, nos permitem assumir o protagonismo dentro da cadeia”, complementou.

Falando em protagonismo, Emerson Gasparetto, vice-presidente médico do Grupo DASA, aponta que a tecnologia deve ser a ferramenta utilizada para a revolução. “Realmente temos, no máximo, dez anos para continuar fazendo as coisas da forma como fazemos hoje. Para entendermos isso, é importante olharmos para outras indústrias mais desenvolvidas, como é o caso da indústria bancária brasileira, que tem grande destaque mundial.”

Uso racional de exames – Um dado improvável, mas que circula pelo setor de saúde, causa desconforto na medicina diagnóstica. Alguns eventos afirmam que 30% dos exames do país não são retirados pelos pacientes, o que indicaria um excesso de procedimentos. Porém, todos os debatedores questionam a veracidade e o embasamento desse percentual. “Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade. Esse é um raciocínio falacioso que não é baseado em evidências”, declarou Rizzatti, apresentando que um estudo realizado em 2017 com mais de 80 laboratórios e 90 milhões de exames apontou que apenas 5,4% dos procedimentos não tiveram seus resultados acessados.

Outro ponto questionado por Cavalcanti diz respeito ao fato de que exames com resultados sem alterações muitas vezes são vistos como desperdício. Para Ferreira, a luta contra esse modo de pensar está em mostrar os reais efeitos da não realização dos testes nos custos da cadeia de saúde e na piora clínica dos pacientes. Além disso, Ferreira retomou a importância de o setor assumir responsabilidade na divulgação de dados corretos e um amplo protagonismo. “Essas informações surgem dentro das nossas empresas, pois somente nós temos acesso a dados sobre exames com ou sem alterações. Devemos, então, apresentar nossa visão sobre esses números, pois, ao mostrarmos o resultado da não realização desses exames, esses argumentos infundados e não científicos caem por terra”, disse elogiando a iniciativa da ABRAMED de realizar uma pesquisa junto aos seus associados para trazer, no mês de julho, dados detalhados sobre o setor de laboratórios.

Para a gestão focada no uso racional de exames, é preciso investir também na educação continuada. É o que pensa Lídia e o que o Laboratório Sabin vem idealizando. Para ela, é muito importante que os laboratórios, tendo tantas informações úteis, atuem como educadores. “Sabemos que a disciplina de laboratório não é prioridade nas escolas de medicina e que, muitas vezes, os doutores saem da universidade sem o conhecimento adequado da melhor aplicação dos exames. Com a tecnologia nos ajudando a encurtar distâncias, podemos mostrar para a classe médica, parceira importantíssima dos laboratórios, que temos informações e dados relevantes”, explicou exemplificando a política de exames imutáveis, que são aqueles testes que, uma vez feitos, não precisam ser repetidos. “Podemos dar essa informação ao médico antes de ele solicitar a repetição. Essa é uma de nossas iniciativas”, completou.

Crescimento e desafios – Em determinado momento do debate, todos os participantes puderam falar sobre seus projetos de crescimento e, de forma uníssona, as expectativas foram mantidas em um patamar elevado. Com investimentos tanto em processos de fusões e aquisições quanto em modelos de desenvolvimento orgânico, as marcas presentes apresentaram seus últimos números de expansão.

Saindo do rol de oportunidades e crescimento esperado para adentrar o âmbito dos principais entraves do setor, o grupo debateu a RDC nº 25/2001, que trata da importação, comercialização e doação de produtos para saúde usados e recondicionados; o Projeto de Lei nº 347/2018, sobre a jornada de trabalho de 30 horas semanais para equipes de enfermagem; e a possibilidade de realização de exames simples em redes de farmácia.

Além disso, o evento relembrou o caso da Theranos, empresa que em meados de 2016 ganhou os holofotes da mídia por afirmar ser capaz de, com apenas uma gota de sangue, realizar mais de 240 exames com custo inferior ao atual. Na ocasião, sem conseguir entregar o que prometia, a marca entrou em decadência rapidamente. Para Ferreira, é possível tirar uma lição muito importante do caso Theranos. “Pudemos observar que o consumidor está disposto a ter novas experiências. A Theranos só representa uma ameaça se não entendermos que essa é uma tendência.”

Por fim, durante a discussão junto ao público, a competitividade entre os grandes grupos e os pequenos e médios laboratórios foi questionada e os debatedores mostraram que não há qualquer ameaça, mas sim uma nova possibilidade de atuação em parceria na qual torna-se possível ofertar, a pacientes de locais distantes, uma ampla gama de exames. “Essa é uma relação sinérgica não só benéfica para os dois lados, mas também para os pacientes que ganham mais acesso aos novos exames diagnósticos”, comentou Cavalcanti que complementou alertando que, do ponto de vista associativo, “os interesses e dificuldades dos laboratórios de pequeno e médio porte são os mesmos dos grandes grupos, o que enfatiza a importância de ampliar o número de associados da ABRAMED para que ganhe ainda mais força e representatividade”.

O debate “Perspectivas do Setor de Diagnóstico” foi realizado em 19/06. A ABRAMED também contou com um estande institucional durante o Congresso Brasileiro de Análises Clínicas.