Medicina diagnóstica intensifica cultura de segurança e saúde ocupacional para o bem-estar dos colaboradores

Ações de cuidado e acolhimento desses profissionais têm impacto direto na gestão de custos e na redução de absenteísmo

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu, desde 2003, o dia 28 de abril como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho. No Brasil, a lei federal nº 11.121/2005 definiu a data como Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes do Trabalho, como forma de manter sempre viva a importância da prevenção e do cuidado durante o exercício do trabalho.

Na medicina diagnóstica, que  tem um papel fundamental na identificação de fatores de risco que indiquem a possibilidade do surgimento de muitas doenças, a cultura de segurança e saúde ocupacional, que sempre esteve presente, vêm sendo expandida entre as empresas do segmento na busca por ações e programas voltados para o bem-estar dos seus colaboradores, principalmente a partir da pandemia de Covid-19, quando muitos foram afetados física e emocionalmente.

“Os programas de bem-estar trazem a percepção de cuidado e acolhimento para os colaboradores, além de impactar diretamente na gestão de custos, melhor utilização do plano médico e redução de absenteísmo”, afirma Cesar Izique, gerente-executivo de Saúde e Bem-estar da Dasa e membro do Comitê de Recursos Humanos da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

Ele lembra que os colaboradores da saúde, inclusive do segmento diagnóstico, foram diretamente afetados pela crise sanitária provocada pelo novo coronavírus. Considerados linha de frente, esses profissionais ficaram mais expostos por estarem em contato direto com pacientes com Covid-19 e necessitaram de atenção redobrada quanto às medidas de proteção individuais e coletivas, além de reforço das orientações sobre protocolos assistenciais e demandaram suporte emocional.

De fato, um setor essencial, acostumado a entregar um serviço extremamente valioso para a população, que é a realização de exames, com a pandemia precisou de muitas ações, para preservar a saúde, segundo o Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico,  dos mais de 275 mil profissionais de saúde que todos os dias vestem seus jalecos nos laboratórios, clínicas de imagem e hospitais no Brasil.

Da intensificação da distribuição e treinamentos no uso de equipamentos de proteção individual (EPIs); divulgação de cartilhas orientativas; fixação de cartazes nos locais de trabalho em funcionamento; treinamentos para instruções de como proceder em tempos de pandemia; até e monitoramento de colaboradores infectados, mantendo a vigilância constante, dia e noite, foram algumas ações realizadas e que ainda hoje são praticadas para preservar a saúde e a segurança dos profissionais que atuam em medicina diagnóstica.

Na opinião de Izique, atualmente os profissionais do segmento estão mais preocupados com a sua saúde e a dos outros também. Para ele, a pandemia parece ter causado uma mudança na cabeça dos colaboradores da saúde no sentido da autopreservação, com a incorporação do autocuidado, adotando-se a prevenção em todas as suas atividades cotidianas. 

E cada vez mais as empresas também estão entendendo a importância e os benefícios de cuidar da saúde dos colaboradores de maneira multidisciplinar, colocando as pessoas como bem mais valioso. Desta forma, o cuidado com a saúde dos profissionais ganha maior relevância para a sustentabilidade do negócio. 

Para o especialista, é preciso uma abordagem holística diferenciada e uma atuação em várias frentes para alcançar os melhores resultados dos colaboradores de forma sustentável para toda a cadeia da saúde. Isso está intrinsecamente relacionado à proposta de valor da medicina diagnóstica, de aprimorar a gestão do setor por meio da inovação. 

Mercado promissor

A medicina preditiva e preventiva vem evoluindo na personalização do cuidado, trazendo cada vez mais tecnologias voltadas não só à inteligência de dados como equipamentos mais ágeis e precisos nos resultados. Esse mercado promissor na área da saúde também vem sendo avaliado pelas empresas de medicina diagnóstica como aplicar esse conceito na sua população de colaboradores.

“A orientação quanto a importância da realização de exames preventivos, acompanhamento regular da saúde dos colaboradores com análise de dados preditivos, levando em consideração questões assistenciais, ocupacionais e até socioeconômicas, além da disponibilização de programas que incentivam a prática de atividade física regular, a promoção de momentos de lazer e relaxamento trazem uma perspectiva de uma melhor gestão da saúde corporativa. E é neste caminho que estamos, do cuidado integral para pacientes e colaboradores”, concluiu Izique. 

Telerradiologia se desenvolve cada vez mais no Brasil e gera valor para toda a cadeia da saúde

Com especialistas avaliando determinados exames, o paciente pode ter um diagnóstico precoce e um melhor desfecho

Há anos a telerradiologia vem se desenvolvendo no Brasil, país que foi, inclusive, um dos pioneiros em sua adoção. A telerradiologia consiste na elaboração remota de laudos de exames de imagem, possibilitando que médicos radiologistas possam atuar à distância na análise e interpretação de exames médicos, utilizando a conectividade por meio de uma rede dedicada ou mesmo compartilhada de internet.

Muitas vezes adotada de forma interna, em grandes redes, hospitais ou centros de medicina diagnóstica, a telerradiologia traz vários benefícios para essas instituições, como a possibilidade de contar com especialistas em assuntos determinados, já que eles não precisam estar disponíveis presencialmente, além da maior uniformidade nos relatórios e na adoção de protocolos, tanto de realização quanto de leitura desses exames.   

“No caso de clínicas pequenas, a telerradiologia oferece apoio ao permitir relatórios de exames mais complexos. Para clínicas e hospitais maiores, auxilia ao cobrir férias de profissionais e em casos de grande aumento da demanda”, explica Gustavo Meirelles, médico radiologista, executivo do setor de saúde e diretor do Comitê de Radiologia  e Diagnóstico por Imagem da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

Além disso, a telerradiologia pode ajudar a evitar desperdícios e a gerar valor para a cadeia de saúde como um todo, oferecendo mais qualidade no atendimento à população. “Com especialistas avaliando determinados exames, muitas vezes o paciente tem um diagnóstico precoce e um melhor desfecho”, ressalta Meirelles.

Isso sem falar que a repetição de exames ou até mesmo a adoção de dois exames complementares que não seriam necessários gera custos para a cadeia de saúde, para a operadora e para o próprio paciente. “No entanto, a telerradiologia não deve ser encarada como uma commodity nem como uma forma de redução de custos, mas sim como algo que veio agregar valor para o médico que solicita um exame, para o médico radiologista e, principalmente, para o paciente”, reforça.  

E os benefícios para os pacientes não param por aí. Por exemplo, uma pessoa que mora em uma cidade pequena, com acesso ao equipamento para a realização do exame, mas sem um profissional especialista disponível, pode ter o exame laudado remotamente por meio da telerradiologia. Através dela, o paciente ganha mobilidade, pois as grandes redes de hospitais ou os centros de medicina diagnóstica têm unidades espalhadas por diversos locais nas grandes cidades, fazendo com que o paciente possa realizar o exame perto da sua casa.

Desafios 

Segundo Meirelles, um grande desafio ao desenvolvimento da telerradiologia no Brasil é a infraestrutura. Por mais que atualmente haja redes melhores de internet, essa é uma realidade apenas nas grandes cidades. “O 5G, que irá atender de forma muito mais ágil do que as redes wi-fi de grande velocidade, vai ampliar esse desafio, pois precisa chegar rapidamente em cidades pequenas”, expõe.

Quando houver uma infraestrutura adequada para fazer o transporte de dados em tempo real, o que é esperado com o 5G, será possível avaliar os exames sem a necessidade de enviar o arquivo por upload e download, mas por streaming, como os filmes e músicas disponíveis em plataformas digitais. 

Para resolver esse gargalo, é preciso uma política governamental forte de implementação de redes mais rápidas, além do auxílio da iniciativa privada para que as redes de 5G cheguem de forma mais ágil em locais menores, ou até mesmo na periferia das grandes cidades. “É importante lembrar, ainda, do auxílio das redes universitárias, de alta velocidade, porque a telerradiologia não ajuda apenas no relatório, mas também na troca de informações entre médicos. Grande parte das reuniões científicas atualmente são feitas de modo on-line, e a telerradiologia permite a transmissão de exames de um local para o outro”, complementa o diretor do Comitê de Radiologia da Abramed.

Outro desafio citado por Meirelles é o desconhecimento dos próprios profissionais de saúde sobre os benefícios e a regulamentação da telerradiologia, que existe há alguns anos e é bastante sólida, fruto dos esforços do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR).

Mais um ponto de atenção diz respeito ao ferramental utilizado, principalmente os monitores, que devem ter resolução adequada e compatível com as regras da Anvisa.

Além dos monitores com as especificações corretas, o profissional precisa ter uma conexão de internet rápida e estável e estar em um local calmo, com luminosidade adequada. Outro item muito relevante é a obrigatoriedade de haver um radiologista local, responsável pela clínica, para que esta possa enviar os exames a serem relatados por telerradiologia. 

Já com relação à segurança dos dados pessoais, é preciso adotar ferramentas e canais seguros de transmissão, armazenamento, visualização e, posteriormente, de disponibilização dos relatórios e das imagens. “Não se deve utilizar ferramentas caseiras e não adequadas para a atividade médica, mas sim, aquelas que foram desenvolvidas para esse fim e que atendam à regulamentação do Brasil para a telerradiologia”, orienta Meirelles.

Abramed participa da Jornada Paulista de Radiologia 2022

Associação promove painel com a participação de CEOs da saúde, no dia 29 de abril, para discutir as principais tendências do setor

A Abramed estará presente na 52ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR), que acontece entre 28 de abril a 1º de maio de 2022, no Transamérica Expo Center (TEC), em São Paulo, organizada pela Sociedade Paulista de Radiologia (SPR) em parceria com a Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA). Além da presença na área de exposição, com um estande institucional para receber associados e parceiros, pelo segundo ano consecutivo a Abramed fará parte da programação oficial do evento.

Com o painel “Tendências do Mercado de Saúde”, que acontece no dia 29 de abril, das 13h50 às 15h10, a Abramed trará um bate-papo entre CEOs do setor moderado pelo presidente do Conselho de Administração da entidade, Wilson Shcolnik.  Entre os executivos confirmados estão Fernando Ganen, Diretor Geral do Hospital Sírio Libanês; Jeane Tsutsui, CEO do Grupo Fleury e Lídia Abdalla, CEO do Grupo Sabin.  

O objetivo do painel é trazer a visão de CEOs sobre as movimentações e tendências que estão acontecendo no mercado atualmente; as fusões e aquisições e os caminhos de transformação do setor em um novo ecossistema de saúde. 

A JPR 2022 tem como tema central “Um novo encontro: reunidos, afinal” e está preparada para receber um grande número de participantes de todo o Brasil e de países vizinhos, principalmente do Mercosul. 

A Abramed estará com estande localizado no HALL D, ao lado da área institucional da SPR – Sociedade Paulista de Radiologia.

Abramed alerta para a importância de check up na prevenção de doenças

Em alinhamento às diretrizes da OMS, em alusão ao Dia Mundial da Saúde, entidade enfatiza importância da medicina diagnóstica e dos seus avanços para salvar vidas e reduzir custos e desperdícios no sistema de saúde

Atualmente a saúde está muito associada à prevenção e promoção à saúde do que ao tratamento da doença. Nesse sentido, a medicina diagnóstica continua sendo um elo muito importante. Além dos recursos que permitem diagnosticar e identificar a presença de muitas doenças antes que qualquer sintoma apareça. Os exames preditivos e a medicina personalizada têm emergido como uma excelente contribuição para a saúde das pessoas. 

O entendimento de que diagnosticar pacientes precocemente salva não só vidas, mas pode reduzir consideravelmente as despesas assistenciais também é outro fato consolidado. Um levantamento feito recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que, se países de baixa e média renda investirem US$ 1 por pessoa, ao ano, na prevenção de doenças crônicas, como diabetes, cerca de sete milhões de mortes poderiam ser evitadas até 2030.  

Além disso, estima-se que com esse mesmo montante investido em políticas públicas e medidas de prevenção de doenças do coração, diabetes, câncer e respiratórias, em nove anos a economia gerada poderia ser de US$ 230 bilhões. Por outro lado, não há dúvidas de que o diagnóstico tardio pode piorar a sobrevida e resultar em tratamentos mais custosos e muitas vezes paliativos.

Para a Abramed, as estratégias para o diagnóstico precoce e o rastreamento de algumas doenças ganham ainda mais importância, dentro desse contexto. Elas são eficazes, inclusive nos casos assintomáticos de diversas doenças graves, como alguns tipos de câncer e outras patologias silenciosas, como as doenças crônicas não transmissíveis. Os exames permitem detectar anormalidades e evitam intervenções mais complexas e até mesmo os óbitos. 

Segundo dados do Painel Abramed – DNA do Diagnóstico 2021, a detecção precoce por meio dos exames de diagnóstico é um dos instrumentos capazes de auxiliar no gerenciamento e na orientação das políticas de saúde. No Brasil, mais da metade (52%) das pessoas com 18 anos ou mais relatam diagnóstico de pelo menos uma doença crônica. 

“Temos a cada dia novos conhecimentos sendo agregados. Somos um setor muito privilegiado, pois conseguimos aplicar muito rapidamente novas tecnologias e tudo o que é desenvolvido na comunidade científica. Como é o caso da inteligência artificial, com os algoritmos e os aprendizados por máquina atuando e que cada vez mais sendo potencializado. Afinal, tudo isso baseia-se em informações originadas a partir de exames diagnósticos. A medicina precisa do nosso setor. Os médicos precisam ser assessorados para entenderem todos os recursos que estão chegando e agora tornam-se disponíveis para serem utilizados em benefício da saúde dos pacientes”, enfatiza Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed. 

Alex Galoro, médico Patologista Clínico, gestor do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica e coordenador do Comitê de Análises Clínicas da Abramed, ressalta que os Laboratórios Clínicos sofreram grandes alterações nas últimas décadas. São notáveis, segundo ele, as descobertas de novas metodologias e o maior conhecimento dos mecanismos das doenças, permitindo o desenvolvimento de grande número de novos testes. 

Atualmente, são mais de cinco mil diferentes modalidades de testes, muitos deles genéticos, que permitem a pesquisa específica de diferentes doenças com qualidade, segurança e eficácia. A evolução das Análises Clínicas ainda não acabou e permitirá cada vez mais a chamada “Medicina Personalizada”, com diagnósticos e acompanhamentos terapêuticos específicos para cada pessoa permitindo desta forma que cuidem de sua saúde e obtenham ganhos em expectativa e qualidade de vida.

“Hoje em dia temos bem claros os hábitos de vida saudáveis, que precisam ser seguidos por cada pessoa, a fim de minimizar os riscos de doença. Os exames de checkup são uma ferramenta também importante para estes cuidados, pois permitem a detecção de alterações em estágios ainda iniciais, que não causam sinais e sintomas que permitam ao indivíduo perceber que alguma doença está se instalando”, enfatiza o Galoro. 

Entendendo quais são os principais exames de diagnósticos a serem realizados 

O check up é uma rotina de exames utilizados para a avaliação da saúde das pessoas, que permite a detecção de alterações fisiológicas que predisponham a determinadas doenças ou da própria doença. Esta rotina é adequada a cada indivíduo, conforme sua idade e gênero, visando a detecção de doenças mais comuns para cada caso.

 “Ao contrário do velho comentário de que é melhor não ir ao médico, porque ‘quem procura acha’ a doença, o check up é uma atividade de prevenção, porque toda doença tem melhor chance de tratamento e de cura, quando diagnosticada precocemente. Portanto, quanto antes tivermos o diagnóstico, melhor”, ressalta o coordenador do Comitê de Análises Clínicas da Abramed. 

Todo check up deve ser realizado sob orientação médica para que a individualização seja possível, incluindo o levantamento de hábitos de vida obtidos na anamnese; exame físico e complementares, que podem abranger testes laboratoriais, de imagem, cardiológicos, entre outros. 

“Os testes de check up costumam ser bastante sensíveis, para conseguirem detectar qualquer possibilidade de alteração. Quando um teste é positivo, não significa necessariamente que a pessoa está doente. Podem ser necessários outros exames mais específicos, para concluir a investigação. Por isso a necessidade de um profissional habilitado para interpretar os resultados e orientar o paciente que fez os exames”, enfatiza. 

Entre os exames normalmente solicitados estão: a MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), por exemplo. Este é o exame indicado para auxiliar no monitoramento da pressão arterial e pode prevenir graves doenças, especialmente nas faixas etárias mais avançadas, que são geralmente acometidas por doenças cardiovasculares. A hipertensão arterial atinge cerca de 23,9% da população brasileira acima de 18 anos e até 62,1% das pessoas com 75 anos ou mais de idade, e pode reduzir a expectativa de vida dos pacientes em até 40 se não for controlada adequadamente. 

Outro exemplo de atenção, é a diabetes, uma doença grave, que se mal controlada, pode ocasionar diversos problemas vasculares nos olhos, nos nervos, nos rins e no coração. Estas consequências, porém, podem ser reduzidas com controle sistemático da doença, feito principalmente por meio da manutenção das taxas de glicose no sangue em certos limites, assim como do rastreamento das complicações crônicas, sempre sob orientação médica. A dosagem de glicose no sangue, chamada glicemia (aleatória ou de jejum), é o exame usado para a triagem da diabetes (HelpaDiabeticChild).

Outros exames de rotina devem ser realizados para monitorização dos pacientes, entre os quais: hemograma, hemoglobina glicada, ureia, creatinina, pesquisa de microalbuminúria e perfil lipídico.  Também devem fazer parte da lista, o eletrocardiograma para medir a atividade elétrica do coração e que serve para diagnosticar a existência de problemas cardíacos; o teste ergométrico que ajuda a avaliar o funcionamento do sistema cardiovascular sob estímulo; e o ecocardiograma que é uma ultrassonografia do coração que fornece imagens obtidas por meio de ondas sonoras e cores para avaliar o tipo de fluxo sanguíneo nas câmaras cardíacas. Lembrando que outros exames podem ser recomendados conforme a necessidade individual do paciente. 

Os exames laboratoriais são imprescindíveis para estes check ups, que devem ter orientação médica para a indicação e interpretação dos exames. Para a realização dos exames, é importante buscar Laboratórios confiáveis, de preferência com algum tipo de Acreditação, para garantia de sua Qualidade.

Medicina diagnóstica, um elo fundamental na cadeia da saúde

Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed, participou da live do Citi Brasil e destacou a importância do segmento na efetivação e eficácia da assistência à saúde

A diretora-executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Milva Pagano, foi a convidada para uma live do Citi Brasil –  banco global, que atua no país há mais de cem anos –, no último dia 10 de março, para falar sobre os desafios e perspectivas do mercado de medicina diagnóstica.

Inicialmente, Milva falou sobre a representatividade da Abramed, que reúne empresas responsáveis pela realização de cerca de 60% dos exames da saúde suplementar no Brasil, representando o setor de forma bastante abrangente. Para compreender e atuar nos desafios do segmento, a entidade conta com dez comitês específicos, compostos por executivos das associadas, responsáveis pelo planejamento e implantação de ações que geram impacto coletivo e positivo para o segmento, atuando sob três eixos: disseminação de boas práticas e benchmark; produção de conteúdo relevante e desenvolvimento de projetos aplicados.

“O setor da saúde passa por transformações e é um mercado em constante ebulição. O mesmo ocorre com a medicina diagnóstica, que é um segmento  bastante complexo, um importante elo da cadeia da saúde, que envolve questões diversas que  exigem muito diálogo intersetorial. Estamos sempre dialogando com os públicos estratégicos, como os poderes Executivo e Legislativo, órgãos reguladores e a imprensa, mostrando que é fundamental a comunicação entre todos os elos e os players do setor”, destacou a diretor-executiva.

Um dos temas questionados durante a live foi o projeto de lei (PL) nº 2.564/2020, que institui piso salarial para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras. O texto em análise na Câmara dos Deputados estabelece o valor mínimo inicial para os enfermeiros de R$ 4.750, R$ 3.325 para técnicos de enfermagem R$ 2.375  para auxiliares e parteiras, a serem  pagos nacionalmente pelos serviços de saúde públicos e privados.

A diretora-executiva da Abramed informou que participou de audiência realizada na Câmara dos Deputados convocada com o objetivo de viabilizar a aprovação do PL de maneira sustentável. Nesta audiência entidades de saúde apresentaram os possíveis  impactos financeiros sobre o setor  e a preocupação com as diferenças regionais.

A desoneração da folha de pagamento, segundo a diretora-executiva, foi uma possibilidade de solução apontada na ocasião, para tentar minimizar os efeitos da aprovação do piso salarial dos profissionais da enfermagem. O PL ainda precisa passar por quatro comissões da Câmara. Mas a aprovação de um pedido de urgência pode levar a proposta diretamente ao Plenário.

Outro assunto abordado foi a interlocução da Abramed com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) sobre os dispositivos da RBAC nº 175 e da IS nº 175-012, que obrigam a utilização de embalagens ensaiadas e apresentação dos respectivos laudos para o transporte de artigos perigosos e infectantes, demonstrando os impactos e as dificuldades atuais do mercado para atender a nova exigência, que em princípio valeria a partir de 1º de outubro de 2021. Porém, em atendimento ao pedido de adiamento formulado pela entidade perante o órgão regulador, o início da vigência foi prorrogado para 1º de abril deste ano, para adaptação do setor.

Após a prorrogação da entrada em vigor da resolução, foi constituído, por solicitação da Abramed, um grupo de trabalho na ANAC, com a participação de associados da Abramed e outros players do setor, que discutiu impactos e ajustes necessários nas exigências, segundo Milva, pois “a nova regra impacta na dinâmica e na logística de toda a rede de medicina diagnóstica nacional, que habitualmente se vale da aviação para transportar milhões de amostras de exames utilizados para prevenção, diagnóstico e gerenciamento de doenças”.

Questionada sobre a liberação de autotestes para Covid-19 e a realização de exames em farmácias, a diretora-executiva da Abramed disse que ambos facilitam o acesso da população ao diagnóstico. Porém, é preciso estar atento a qualidade desses dispositivos, possíveis falhas na execução dos autotestes e há grande preocupação com o cuidado e segurança dos exames fora do ambiente seguro dos laboratórios, pois pode haver impactos nos seus resultados.

Panorama

Na visão de Milva, o panorama para o setor de medicina diagnóstica no Brasil é promissor, mesmo diante dos desafios econômicos, regulatórios e legislativos.

“A saúde é uma área altamente regulada, que segue rígidas diretrizes, algo fundamental para garantir a segurança dos pacientes. Inserida nesse cenário, a medicina diagnóstica vem mantendo o diálogo com instituições públicas, governamentais e regulatórias, expressando a visão e os anseios quanto a assuntos relacionados ao setor, bem como à adoção de políticas e medidas que consideram a importância do segmento para os cuidados da população”, pontuou.

A pandemia, de modo geral, foi um processo de grande transformação e evidenciou a relevância da medicina diagnóstica. Um período muito difícil, mas também de muito aprendizado a todos os setores.

Para a diretora-executiva, o segmento tem se mostrado um elo fundamental na cadeia da saúde, com participação extremamente importante na efetivação e eficácia da assistência da população à saúde.

“Possuímos competência e expertise para atender aos principais padrões mundiais de qualidade. Temos que proteger o setor para que continue investindo em pesquisa e inovação, gerando empregos e cuidando da população, sempre com o olhar para a saúde das pessoas para conseguir diagnosticar e tratar as patologias da melhor forma possível, bem como promover a saúde”, afirmou Milva.

O principal desafio do setor de saúde, para a diretora-executiva da Abramed, é a conexão e a interoperabilidade, com o alinhamento de interesses e objetivos, na busca para oferecer valor em saúde e melhores desfechos aos pacientes.

“O setor de saúde ainda é muito fragmentado no Brasil e com a pressão do aumento de custos acima da inflação, é natural que haja consolidações de modo a obter escala e ganhos de produtividade. O mercado de diagnóstico é bastante atuante na consolidação. Em 2021, foram pelo menos 11 movimentações informadas ao CADE. Embora tenha havido mais movimentos em capitais brasileiras, a fragmentação existe e ainda há muito espaço para consolidação, pois, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, existem cerca de 12 mil laboratórios e 6 mil clínicas de radiologia e diagnóstico por imagem no Brasil. Alguns players do mercado acreditam que a diversificação e integração com outros atores do setor de saúde é fundamental para aperfeiçoar o desempenho financeiro. Isso vai ao encontro do que é pregado pelos especialistas em sistemas de saúde, que entendem que a única maneira de aperfeiçoar o atendimento, aumentar a qualidade e reduzir custos é por meio da atenção organizada e integrada, favorecendo uma jornada satisfatória aos pacientes”, concluiu. 

Abramed atua como importante fonte de informação em medicina diagnóstica

Com os Comitês, entidade trabalha em novas frentes estruturando ações que contribuam com a melhoria da qualidade dos serviços de diagnóstico no Brasil

A Abramed possui uma estrutura dedicada, formada por Comitês, que são responsáveis pelo planejamento e implantação de ações que geram impacto coletivo e positivo para o segmento de forma geral. Desde janeiro, estes grupos vêm passando por uma reestruturação de maneira a pautarem suas atuações sob três eixos: disseminação de boas práticas e benchmark; produção de conteúdo relevante, e desenvolvimento de projetos aplicados. A associação reúne, atualmente, empresas responsáveis por cerca de 60% dos exames da saúde suplementar no Brasil, com muitas atendendo também à área pública.

“É muito importante que os associados tenham dados e conheçam seus indicadores para melhorar suas atuações. A Abramed é uma fonte confiável em medicina diagnóstica, por isso é necessário o alinhamento conjunto”, fala a administradora de Comitês da Abramed, Cristiane Timpani.

Ela reforça que a Abramed já possui alta relevância no setor e na sociedade e por isso o trabalho deve ocorrer com vistas a representar este segmento tão importante no cuidado integral de saúde da nossa população, assim como buscar fortalecer e provocar o mercado na busca de novos modelos de atuação.

Todos o planejamento dos comitês estará sob gestão da Abramed, com uma coordenação responsável por acompanhar as ações e garantir as entregas discutidas em reuniões.

“O objetivo da Abramed é manter um posicionamento sólido diante do mercado. Atuando ativamente como fonte oficial da medicina diagnóstica no país. É importante diferenciar que não queremos ser uma fonte de informação, mas sim referência no que compete ao nosso segmento, especificamente. Queremos incluir os nossos associados nesse processo e permitir a eles a sensação de pertencimento, de que são parte do todo”, afirma Cristiane.

Segundo a coordenadora, existe uma necessidade constante de aprimorar e fomentar comportamentos éticos e transparentes no mercado e o importante papel exercido pela Abramed nesse sentido, pode auxiliar no aumento da participação e engajamento das associadas. “Precisamos entender a opinião das empresas de medicina diagnóstica, das grandes às menores, para saber o que realmente interessa a elas compreender e compartilhar sobre temas diversos como, por exemplo, compliance e recursos humanos”, salienta Cristiane.

Volume de exames de Covid-19 realizados por associados da Abramed caiu 80% em fevereiro

Taxa de positividade dos testes caiu de 60% para 17% em um mês

O número de exames de Covid-19 realizados pelos laboratórios de medicina diagnóstica associados da Abramed – que respondem por cerca de 60% de todos os exames realizados pela saúde suplementar no país – terminou o mês de fevereiro em queda. Na última semana, foram realizados 80 mil testes, volume 23% menor ao da semana anterior e 80% inferior ao registrado na última semana de janeiro – quando haviam sido realizados mais de 390 mil exames.

No primeiro mês de 2022, os laboratórios do Brasil somaram mais de 1,3 milhão de testes de Covid. Já no mês seguinte, a quantidade de exames realizados caiu para 626 mil. Isso significa uma redução de 53% na quantidade de testes em um intervalo de 30 dias.

A taxa de positividade também regrediu, passando de 60% (semana de 24 a 30/01) e 30% (semana de 14 a 20/02), para 17% na semana encerrada no dia 27 de fevereiro.

Segundo a diretora-executiva da Abramed, Milva Pagano, há uma tendência de redução de casos tanto pelo volume de exames quanto pela taxa de positividade. Isso está em linha com a redução de casos observada pelo Ministério da Saúde, indicando um arrefecimento da pandemia.

De acordo com ela, o país deve ter uma redução da média diária de casos, o que se reflete nas testagens negativas: “Não se pode falar ainda em fim da terceira onda, visto que a média móvel de casos observados pelo Ministério da Saúde ainda está acima do observado antes desta onda, no final do ano passado. Mas a tendência hoje é a de que a terceira onda acabe nas próximas semanas”, declara Milva.

Desde 20 dezembro de 2021, quando se notou um novo aumento no número de casos de Covid-19 no Brasil, mais 2 milhões de exames foram realizados pelos associados à Abramed e a taxa de positividade acumulada no período é de 49%.

O período de maior procura por testes ocorreu de 24 a 30 de janeiro, com 390 mil exames, dos quais 60% deram positivos. Isso quer dizer que um a cada seis testes PCR ou antígenos feitos deram positivos. Os dados coincidiram com a semana que o Brasil registrou seu maior número de casos desde março de 2020, com mais de 1,3 milhão de registros. Especialistas afirmaram que a variante ômicron – descoberta em novembro no sul do continente africano e mais contagiosa do que outras cepas do vírus – foi responsável por mais de 90% dos novos casos no Brasil.

A Abramed segue acompanhando o cenário e informará a respeito de atualizações.

Crescimento do setor de diagnóstico é acelerado no Sudeste, Norte e Sul

Segundo dados do Painel Abramed 2021, a expansão foi mais intensa no Sudeste, com aumento de 3.574 unidades nos últimos dez anos, passando de 7.635 em junho de 2011 para 11.209 em junho de 2021.

No Brasil existem 26.545 unidades de serviço de apoio de diagnose e terapia (SADT), segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde (CNES/MS), ao final de junho de 2021. Esse número compreende as unidades que atuam nos segmentos de apoio diagnóstico e terapêutico onde são realizadas atividades que auxiliam no processo de diagnóstico ou complementam o tratamento e a reabilitação do paciente.

A distribuição regional deste número de unidades está relacionada, principalmente, com as condições socioeconômicas e a disponibilidade dos serviços de saúde. A região Sudeste detém 11.209 unidades e representa 42,2% do total existente no país, constituídas principalmente como entidades privadas com fins lucrativos.

“O ritmo de expansão do setor foi mais intenso em números absolutos no Sudeste, com aumento de 3.574 unidades nos últimos dez anos, passando de 7.635 em junho de 2011 para 11.209 em junho de 2021. Em termos relativos, nota-se um avanço mais acelerado no Norte (65,8%), Sul (62,4%) e Nordeste (51,9%), no mesmo período”, analisa Milva Pagano, diretora-executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, baseada nos dados que fazem parte do Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico.

De acordo com Milva, o aumento do número de SADT ocorreu, especialmente, rumo aos municípios do interior do país e nas regiões metropolitanas. “Preencheu-se, assim, uma lacuna na oferta e disponibilidade dos serviços de diagnóstico, além das regiões mais desenvolvidas economicamente. Apesar desse avanço, muitos municípios não contam com nenhuma unidade de SADT. Nos últimos dez anos, o número de municípios sem a presença de SADT passou de 2.907 (52,2%) para 2.005 (36%). As áreas escuras representam os municípios com a presença de unidades em junho de 2011 e junho de 2021”.

A disponibilidade de estabelecimentos de saúde predomina nos municípios com população acima de 100 mil habitantes. No setor de saúde, assim como nos diversos segmentos econômicos, as economias de escala são extremamente relevantes para manutenção e sustentabilidade das atividades laboratoriais e de imagem.

“Por esse motivo, observa-se uma oferta maior dos serviços de saúde nessas regiões mais populosas e densamente habitadas. Nota-se que 55,2% das unidades de SADT; 58% das unidades de apoio diagnóstico; 51,7% dos hospitais; e 69,4% dos consultórios, estão distribuídos em um conjunto de 326 municípios do país. Nas regiões, o Sudeste contempla 42,2% do total das unidades de SADT e 44,1% de apoio diagnóstico”, ressalta a diretora-executiva da Abramed.

Crescimento acelerado

A evolução do número de estabelecimentos relacionados às atividades diagnósticas é influenciado, especialmente, pela inovação e avanço tecnológico – o que permite a detecção cada vez mais precoce e, até mesmo, a probabilidade de uma pessoa desenvolver uma determinada doença. Segundo os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), havia cerca de 24,5 mil estabelecimentos relacionados às atividades de serviços de diagnóstico e terapia, ao final de 2020.

“Desse total, 12,6 mil (51,4%) são laboratórios clínicos e 6 mil (24,7%) unidades de serviços de diagnóstico por imagem. Nos últimos dez anos, observa-se crescimento mais acelerado em termos absolutos nos laboratórios clínicos, com mais de 4,3 mil novos estabelecimentos e nos serviços de diagnóstico por imagem, com 2,6 mil novas unidades”, observa o presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik.

De acordo com o documento, o crescimento foi mais intenso nos serviços de diagnóstico por registros gráficos (métodos gráficos), com 209,3% de aumento entre 2010 e 2020. Esses serviços compreendem diversos exames para o diagnóstico de doenças do coração, entre eles o eletrocardiograma de repouso, teste ergométrico, eletrocardiograma de alta resolução, Holter, MAPA (Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial), teste cardiopulmonar e Tilt-Test.

“Regionalmente, nota-se um aumento do número de laboratórios clínicos nas regiões Norte (86,1%), Nordeste (76,3%) e Centro-Oeste (69,5%) nos últimos dez anos. No segmento de diagnóstico por imagem, o aumento foi maior no Nordeste (166,7%), Norte (126,2%) e Centro-Oeste (115%), no mesmo período. Esse crescimento rumo ao interior do país está diretamente associado ao número de beneficiários de planos de assistência médica e à oferta dos serviços de assistência à saúde da população”, diz Shcolnik.

Perspectivas

O panorama para o setor de medicina diagnóstica no Brasil é promissor, mesmo diante dos desafios econômicos, regulatórios e legislativos. Considerado como um dos setores que mais evoluem e inovam a cada ano, o surgimento de tecnologias permite que os exames de diagnóstico sejam realizados em grande escala, em menor tempo, com melhor qualidade e precisão, evitando o desperdício e o aumento na escalada dos custos na saúde.

“Inúmeros fatores têm impulsionado o crescimento do setor: utilização da Inteligência Artificial e processos digitais para apoiar os diagnósticos, a modernização dos equipamentos e novas tecnologias laboratoriais, a utilização da telemedicina e subespecialidades em larga escala, inovações na área de genética, rede integrada de saúde, entre outros. Esse conjunto de fatores aponta para um cenário em desenvolvimento, especialmente com o surgimento de diversas startups”, finaliza Shcolnik.

Abramed integra Fórum de Privacidade e Proteção de Dados do Setor de Saúde Suplementar

Objetivo é a representatividade do segmento e estabelecer um diálogo com a ANPD, para debater inovação, desafios e gargalos relacionados a LGPD

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) – Lei 13.709/2018 -, traz um enorme impacto para o setor de saúde que utiliza dados sensíveis em seu cotidiano, desde a anamnese, o diagnóstico, a identificação até o tratamento de doenças. Com a pandemia de Covid-19, surgiram novos desafios voltados inclusive à cibersegurança e até mesmo às relações trabalhistas. O tema é bastante complexo para todos os atores da cadeia de saúde e, justamente por isso, o diálogo aberto e transparente é fundamental. Nesse contexto, em dezembro de 2021, iniciaram-se as tratativas para implementação do Fórum de Privacidade e Proteção de Dados do Setor de Saúde Suplementar, com discussões entre as entidades de saúde sobre sua criação e escopo de atuação.

“Diante da complexidade dos temas envolvendo a aplicação da LGPD à saúde, a intenção foi criar um locus de discussões qualificado e diversificado, em que todas as entidades representativas do setor possam debater temas relevantes de forma equitativa e ativa, além de dar concretude ao projeto de autorregulação do segmento, mediante a definição de mecanismos de aplicação das regras que serão aprovadas no Fórum”, explica a diretora-executiva da Abramed, Milva Pagano.

Por outro lado, segundo Milva, as discussões e propostas elaboradas poderão auxiliar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) na compreensão das peculiaridades do segmento de medicina diagnóstica e poderão contribuir para a tomada de decisões pelo agente regulador.

“A ideia é massificar o conhecimento e apoiar a ANPD, produzindo Códigos de Boas Práticas e reunindo o setor para discussão do tema”, complementa a diretora do Comitê de Proteção de Dados da Abramed, Rogéria Cruz.

Para o coordenador jurídico da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) e membro do Conselho Nacional de Proteção de Dados (CNPD), Marcos Ottoni, desde o advento da LGPD, percebe-se que várias entidades, até para tentar fornecer uma prestação de serviços adequada para seus filiados, buscaram esclarecer como funcionava a legislação, os impactos para o setor de saúde e por esse motivo era importante a uniformização dos entendimentos de cada envolvido para a criação de uma proposta única.

Segundo Ottoni, o Fórum de Privacidade e Proteção de Dados não é um modelo da CNSaúde, ou da Abramed, ou da Anahp, ou da FBH, ou da Abramge. O objetivo é congregar o setor como um todo. “Isso partiu, inclusive, do modelo europeu que trata de autorregulação regulada, com a união dos players para se preverem as próprias regras. Um setor tão complexo, que trata de dados sensíveis, precisa estar unido para que não tenhamos terceiros falando em nosso nome”, afirma.

O objetivo do Fórum é uniformizar os conceitos, os entendimentos, discutir os temas de interesse do setor no que compete a privacidade de dados, bem como para que seja um interlocutor qualificado tanto para a ANPD quanto para o poder legislativo, assim como para subsidiar o segmento de saúde com um modelo de regulação mais homogêneo, único e conforme o que de fato é vivenciado no cotidiano.

“Hoje o nosso Fórum já conta com alta adesão na participação de entidades, tanto de prestadores como de operadoras de saúde. Entre elas estão a Abramed, a Federação Brasileira de Hospitais (FBH), a Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP); a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB); a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg); a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), e a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge)”, cita Ottoni.

A Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (Abraidi) também formulou um pedido formal para participar do grupo e a Abramge convidou a União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), ampliando ainda mais a abrangência do projeto.

“A CNSaude teve a iniciativa de criação deste Fórum. A Abramed apoiou e participará ativamente, através de seu Comitê de Proteção de Dados, por acreditar na força de mobilização das entidades para defesa dos interesses do setor perante a ANPD”, declara Milva.

Segundo Ottoni, o fundamental para o sucesso do Fórum é que todas as entidades tenham idênticas condições de participação, de indicação de membros e de definição das pautas. A ideia não é ter um grupo capitaneado por essa ou por aquela entidade.

Para que o Fórum tenha representatividade, contará com a coordenação acadêmica de uma instituição de ensino superior, e será necessário que todas as entidades participem de forma ativa, além da própria Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que será peça fundamental em tais discussões. Além disso, contará com a participação de especialistas e acadêmicos com experiência no tema para auxiliar nos debates.

“Em nossa última reunião, na segunda quinzena de janeiro, foi decidido que o fórum atuará sob dois grandes eixos. O primeiro é a questão da atualização e da uniformização de um código de boas práticas que vai subsidiar o projeto da autorregulação regulada do setor de saúde. Queremos criar um código único que represente todos os interesses do setor de forma conjunta. A segunda vertente é a atuação ser um locus de discussão técnica sobre temas envolvendo privacidade no setor de saúde, sobre a agenda da ANPD e a agenda legislativa. Vamos debater essas temáticas e transformá-las em um policy paper com a manifestação do nosso segmento”, explica Ottoni.

De acordo com o coordenador jurídico da CNSaúde, essa união setorial terá grande força, principalmente para pautar as autoridades no processo de regulação da LGPD. Em síntese, o Fórum se reunirá, deliberará e transformará o entendimento conjunto em um documento que servirá como posicionamento para todas as entidades participantes.

“O setor de medicina diagnóstica é um dos que mais produz dados sobre LGPD. Precisamos muito, principalmente, conversar e debater sobre a conformidade do entendimento do setor com as operadoras, com a ANS. Eu diria que o setor é um dos que mais vai precisar atuar, apresentar suas perspectivas, porque é um dos que mais produz dados para podermos desenvolver o setor de saúde”, afirma Ottoni.

“Um ponto importante a destacar é que todas as Organizações estão engajadas nos processos de implantação do Fórum, mas que existem dificuldades, pois estamos há meses em uma pandemia e muitas vezes isso impacta no processo de conscientização. Nossos associados estão comprometidos com o tema e a Abramed busca apoiá-los através de material, de discussões e agora contribuindo de maneira mais abrangente com o setor de saúde”, finaliza Rogéria.

Incorporação da tecnologia cresce na medicina diagnóstica

Associadas da Abramed investiram entre R$ 600 milhões a R$ 1 bilhão em 2021 em inovações que ajudaram a melhorar a excelência, a qualidade dos diagnósticos e oferecer melhores experiências para os pacientes. A adoção dos canais digitais é uma das principais tendências

A transformação digital vem acontecendo aceleradamente, impulsionada pela pandemia. Não por acaso, segundo a Distrito, maior ecossistema independente de startups do Brasil, os investimentos em healthtechs – cruciais para apoiar o processo de inovação no setor de saúde no país – mais que dobraram de 2020 para 2021. Inteligência Artificial (IA), telemedicina, telerradiologia, internet das coisas (IoT), wearables, tecnologias móveis, dados, automação de processos e de fluxo laboratoriais, assistentes virtuais, assistentes por voz e o 5G são tecnologias que já se fazem presentes e assumirão um papel cada vez mais importante na medicina diagnóstica.

Apesar do panorama complexo e desafiador, em 2020 e 2021, o setor de medicina diagnóstica continuou investindo em novas tecnologias e formas de atendimento para ofertar soluções de diagnóstico laboratorial e de imagem.  Segundo dados do Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico, os investimentos em novos equipamentos e também em tecnologias variaram entre R$ 600 milhões a R$ 1 bilhão em 2021, valores que podem ter sido de 50% a 80% superiores aos de 2020.  Isso está relacionado ao reaquecimento do setor, após a queda nos primeiros meses da pandemia. 

As vantagens da incorporação da tecnologia são inúmeras e impactam em diagnósticos mais precisos e rápidos, elevando consideravelmente as chances de controle e tratamento de inúmeras doenças e contribuindo para um melhor cuidado. Também possibilita a ampliação do acesso à saúde, traz agilidade e otimiza os fluxos, apoiando na busca da sustentabilidade. Além de oferecer melhores experiências, um serviço de excelência e uma jornada mais fluída para os pacientes. 

A tecnologia, de acordo com Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, trouxe a velocidade necessária para atender a demanda que cresceu exponencialmente no último ano.  O setor de medicina diagnóstica é, desde sempre, um forte usuário e demanda atualizações frequentes, em especial no parque de diagnóstico por imagem, área que oferece exames cada vez mais com precisão e dispõe de recursos capazes de capturar imagens menores, com riquezas de detalhes.

Os exames genéticos também estão exigindo novos equipamentos analíticos e metodologias. Isso inclui, por exemplo, dispositivos simples e testes rápidos, que permitem atendimento hospitalar e realização de procedimentos na beira do leito; e exames de alta complexidade, “como foi o sequenciamento de Nova Geração muito utilizado para detecção de mutações na medicina personalizada, que também foi empregado na pandemia”, complementa Shcolnik.

Outro legado deixado pela pandemia é a consolidação dos canais digitais. É fato que essa é uma tendência que veio para ficar e será cada vez mais aprimorada. Afinal, o paciente está cada vez mais exigente e buscando uma experiência mais similar com a que está acostumado em outros setores de sua vida. Quase 70% dos associados, segundo o Painel Abramed 2021, desenvolveram aplicativos, que englobaram desde o processo de agendamento, atendimento ao paciente, através do web check-in, até a checagem de resultados. Isso foi crucial para desafogar as filas e diminuir o tempo de permanência dessas pessoas nas unidades.

“Os canais digitais têm uma vantagem enorme para os pacientes por uma série de motivos. Hoje a história dele está no aplicativo. Isso em saúde pública muda desfecho, porque você consegue fazer com que em algum momento o médico olhe toda a sua história e este é mais é um legado que a medicina diagnóstica está trazendo. Quanto mais pessoas pudermos impactar com a tecnologia, mais saúde coletiva teremos, mais diagnósticos precisos, mais informações clínicas em uma base de dados”, ressalta Shcolnik.

Tendências de mercado

A telerradiologia veio para ficar e surge como apoio para a realização de exames à distância, comandados remotamente por médicos especialistas e feitos por braços robóticos. Isso tudo permite não só ampliar o acesso, levando os exames para regiões mais distantes, como também diminui o tempo de realização e aumenta a assertividade dos diagnósticos, inclusive com apoio da inteligência artificial para fazer as primeiras triagens e reconstruir as imagens em 3D.

A transmissão em tempo real de exames por meio de streaming é também outra tendência, que ajuda a melhorar a entrega dos resultados ao paciente. Com este tipo de plataforma, é possível ampliar a oferta de exames com qualidade, fomentando uma comunicação ativa entre especialistas e generalistas – profissionais capacitados para realizarem diagnósticos e indicar cuidados mais generalistas, avaliando o paciente de forma mais integral e sem observar uma área específica. O médico que está realizando o exame pode solicitar, por exemplo, a qualquer tempo, apoio ao revisor durante a aquisição de imagens ou na conclusão do laudo.

O reconhecimento de voz, utilizando inteligência artificial, pode ajudar a converter áudio em laudo, minimizando as chances de erros na hora de digitar o documento. O recurso reduz o tempo despendido com a elaboração do laudo, o que é crucial, por exemplo, em locais de alta demanda ou em casos de urgência e emergência.

Já IoT, aliada a predição da inteligência artificial, consegue eliminar a necessidade de esperar pelas ocorrências, e habilita a capacidade de prever que elas ocorrerão e, desta forma, agir para evitá-las. Com este tipo de tecnologia é possível monitorar à distância e em tempo real, ambientes e equipamentos de engenharia clínica e de infraestrutura. Desta forma, é possível prever quebras e mau funcionamento que poderiam interromper a realização de exames complexos, como tomografia computadorizada e ressonância magnética.

“Vivemos um processo irreversível, a tecnologia e o digital têm papel importante na eficiência do diagnóstico, na melhoria da experiência do paciente, na qualidade do atendimento e também na redução de custos. Por isso, a Abramed está sempre atenta às novas tendências tecnológicas e também em estratégias que podem contribuir para geração de valor no setor”, finaliza Shcolnik.