Quarta edição do FILIS, realizado pela Abramed, terá painel sobre a transformação e participação de healthtechs brasileiras

Startups do setor de saúde passam a tomar grande importância na oferta do serviço centrado no paciente

Agosto de 2019

Saúde é um dos principais temas em debate no Brasil, onde cerca de 75% da população tem o Sistema Único de Saúde (SUS) como única alternativa de atendimento. Embora seja considerado um sistema de referência no mundo, segundo o Banco Mundial, o SUS sofre com problemas de administração e limitações de orçamento e recursos. Além da grande demanda, outro problema sério que aflige a área de atenção básica de saúde, que também sofre com as limitações do SUS.

A tecnologia e, principalmente, as startups têm atuado como grandes aliadas na mudança desse quadro. Atualmente, existem mais de 4.200 startups cadastradas na base de dados da Associação Brasileira de Startups. Destas, 6% são focadas em saúde. Com a introdução de análise de dados, inteligência artificial e aprendizado de máquinas, as chamadas healthtechs desenvolvem dispositivos e soluções para mudar algumas práticas, bem como fortalecer e estimular negócios que possam solucionar os problemas do setor.

Foi pensando nesse contexto de transformação que o Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), realizado pela Abramed traz em sua quarta edição um debate sobre o tema, com a participação de importantes executivos do setor de saúde e a apresentação de três healthtechs que, com suas soluções inovadoras, estão melhorando e contribuindo para o desenvolvimento do setor.

Uma delas é a GlucoGear, startup que criou uma solução de inteligência artificial para controle do diabetes. Segundo seu fundador e CEO, Yuri Matsumoto, a empresa é fruto da vontade de criar inovações disruptivas no setor de saúde. “O objetivo é empoderar pacientes com diabetes, melhorando a qualidade de vida e os resultados clínicos, bem como reduzindo custos para o sistema de saúde, enquanto facilita as análises e decisões clínicas para o médico”, explica.

Segundo Matsumoto, a GlucoGear está desenvolvendo soluções de inteligência artificial para transformar a terapia insulínica no mundo. “A partir de quatro pilares de dados, incluindo histórico de glicemia, alimentação, doses de insulina e atividade física, conseguimos treinar uma inteligência artificial para prever a curva glicêmica futura de um indivíduo, de forma personalizada e sem necessidade de configurações de parâmetros pelo médico ou paciente”, relata.

Para Luiz Felipe Oliveira, CEO da Neoprospecta, segunda startup a se apresentar no FILIS, as healthtechs estão conseguindo acelerar as mudanças tecnológicas e de modelos de negócios no setor de saúde. “Para as empresas tradicionais, questões como tamanho da operação, custo e risco dificultam a oferta de inovação. Historicamente, acredito que nunca esteve tão fácil para uma healthtech colocar sua tecnologia no mercado e fazer parcerias com grandes empresas no setor. Acho que estamos vivendo um momento de mudança e abertura sem precedentes.”

A Neoprospecta tem uma spinoff (quando de uma empresa nasce outra) chamada BiomeHub, cujo principal objetivo é impactar positivamente o setor de diagnóstico por meio da utilização tecnologias de sequenciamento de DNA em larga escala e bioinformática, para análise do microbioma humano e infecções de difícil diagnóstico.

A terceira healthtech é a CUCOhealth, um aplicativo de lembretes de medicamentos com usuários no Brasil, na América Latina e nos Estados Unidos. Filha de médico, Lívia Cunha, CEO da startup, sempre se incomodou com o acompanhamento dos tratamentos médicos e viu uma oportunidade de negócios na melhoria desse serviço. “Constantemente eles sentiam-se sozinhos e não conseguiam seguir as recomendações dos médicos, o que acabava causando problemas que poderiam ser evitados com a adesão correta ao tratamento”, diz a CEO e fundadora da marca.

Depois de entender que o produto resolvia a dor da não adesão aos medicamentos, a CUCOhealth percebeu que, para focar na geração de valor da cadeia de saúde, precisaria envolver outros stakeholders no processo, como hospitais, operadoras, médicos e equipes de saúde responsáveis pelo cuidado do paciente. Foi então realizado um projeto no HCor com pacientes cardiopatas. “A CUCOhealth e a equipe do hospital aumentaram a adesão dos pacientes cardiopatas congênitos de 40% para 79%”, pontua.

Atualmente a empresa fica localizada em São Paulo, possui um modelo de negócios B2B2C e atende a hospitais e farmacêuticas. “Conseguimos entender que, para gerar valor no mercado de saúde, é preciso unir elos distintos e, por meio de uma inovação em processo, construímos um produto que une médicos, pacientes, farmácias e farmacêuticas”, afirma Lívia.

Sobre o FILIS 2019

As healthtechs GlucoGear, CUCOhealth e a BiomeHub participarão do 4º FILIS (Fórum Internacional de Lideranças de Saúde), promovido pela Abramed. O painel “Healthtechs: transformando o acesso à saúde”, que integra o segundo módulo, refletirá sobre o impacto da inovação em saúde ao falar sobre o advento das startups que surgem no setor.

O evento já faz parte da agenda das lideranças da saúde, reunindo, além de CEOs, presidentes e diretores, gestores, especialistas e influenciadores diretos na tomada de decisão.

Neste ano, com o tema “As transformações do setor sob um novo olhar”, o fórum discutirá assuntos que envolvem desde questões regulatórias, passando por inovação, valor da medicina diagnóstica dentro do ciclo de cuidados do paciente até futuro da saúde.

SERVIÇO:
4º FILIS (Fórum Internacional de Lideranças de Saúde)
30 de agosto, das 8h30 às 17h30
Instituto Tomie Ohtake
Rua Coropé, 88 – Pinheiros

Para Boris Berenstein, inovação tecnológica é desafio e oportunidade

Confira a entrevista exclusiva da Abramed em Foco com Boris Berenstein, fundador do Boris Berenstein Medicina Diagnóstica

Julho de 2019

Para o doutor Boris Berenstein, fundador da rede de laboratórios que carrega o seu nome e oferta serviços de medicina diagnóstica em Pernambuco, o maior desafio do setor está em acompanhar os inúmeros avanços tecnológicos que são responsáveis tanto pelo fortalecimento do mercado quanto pela capacitação dos diferentes players nele envolvido. Em entrevista para a Abramed em Foco, o doutor, que preside a instituição, fala sobre os benefícios de atuar fora do eixo Rio-São Paulo, a importância da união e a busca constante pela humanização do atendimento.

Veja a entrevista completa.

Abramed em foco: Com toda sua experiência na área de medicina diagnóstica no país, qual é, a seu ver, o maior desafio do setor na atualidade?

Boris Berenstein – O maior desafio é acompanhar os avanços tecnológicos que a inteligência artificial está trazendo para o nosso setor, sobretudo para as empresas de pequeno e médio porte. Além disso, será preciso saber como se relacionar cada vez melhor com as redes pagadoras. Para grandes grupos, isso já não causa tanto impacto, pois possuem melhores condições de recursos.

Abramed em foco: Acredita que o fortalecimento do setor de diagnósticos está diretamente atrelado à inovação tecnológica?

Boris Berenstein – Com certeza. Até o século passado as inovações eram mais lentas. Mas hoje, com o advento da tecnologia, tudo é muito mais dinâmico e rápido. E não é só o fortalecimento que está ligado às inovações como também a capacitação de todo o setor, empresas e colaboradores, para se adaptar a essa nova realidade.

Abramed em foco: O atendimento humanizado é um dos valores da marca Boris Berenstein. Qual é a importância de termos esse foco em um mercado que busca recolocar o paciente no centro do cuidado?

Boris Berenstein – Desde o início da existência do Boris Berenstein Medicina Diagnóstica sempre tivemos essa preocupação e buscamos valorizar a capacitação da equipe para cada vez mais humanizar o atendimento. O que reflete, inclusive, no slogan da nossa marca que é “Boris sempre perto de você”. E isso não se refere apenas geograficamente; queremos, sobretudo, estar sempre perto do lado humano dos nossos clientes e pacientes.

Abramed em foco: O que pode dizer sobre atuar fora do eixo Rio-São Paulo? Isso traz mais dificuldades ou oportunidades?

Boris Berenstein – Sempre procuramos acompanhar o desenvolvimento do setor, não apenas do eixo Rio-São Paulo. Nossa equipe está sempre atenta participando de eventos e adquirindo conhecimentos, seja in loco ou por meio da leitura dos principais meios de comunicação. Com certeza traz mais oportunidades. Hoje os grandes players não querem se concentrar apenas no eixo Rio-São Paulo, buscando uma abrangência nacional.

Abramed em foco: A seu ver, qual a importância de a Abramed ser uma associação que reúne todos os players do setor, desde grandes hospitais até pequenos laboratórios?

Boris Berenstein – A Abramed é uma entidade que reúne esses players para criar unicidade nas políticas de regulação, por isso ficamos fortalecidos. Com sua presença em nível nacional, podemos discutir e ter melhores condições de negociação com os órgãos reguladores do nosso segmento.

Abramed em foco: O que o Boris Berenstein Medicina Diagnóstica espera da Abramed?

Boris Berenstein – Que ela continue com essa missão e propósito de trabalhar em prol de interesses e melhorias do setor de diagnósticos brasileiro. Que trabalhe sempre buscando defender os anseios e necessidades dos seus associados.

Ambiente hospitalar evidencia transformação da medicina diagnóstica

* Por Marcelo B. G. Funari

Julho de 2019

A estrutura hospitalar é complexa e multidisciplinar. Ela consolida, em um único ambiente físico, muitas das transformações que são vividas no cenário da saúde. Diferentemente do que muitos imaginam, quando falamos em medicina diagnóstica – segmento de extrema relevância dentro dos hospitais –, estamos nos referindo a uma área composta por diversas especialidades médicas.

Dentro da expressão “médico diagnosticista” estão incluídos patologistas clínicos (responsáveis pelos exames laboratoriais), radiologistas (responsáveis pelos exames de imagem obtidos por raio-X, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética), médicos nucleares (responsáveis pelos exames de PET-CT e cintilografias), endoscopistas e outros médicos que, oriundos de diversas especialidades clínicas, passaram a se dedicar a exames diagnósticos dentro de suas áreas de atuação, como eletrocardiograma, eletroneuromiografia, estudo do sono e ecocardiografia, entre outros.

Todo o conhecimento gerado dentro desse setor contribui de forma direta para o diagnóstico e, por consequência, para a definição do melhor tratamento em cada caso.

Porém, o papel do médico diagnosticista – que desde sempre foi altamente indispensável na medicina – vem mudando em alta velocidade. Se há algum tempo esse profissional era coadjuvante, atuando na execução de exames solicitados pela prática clínica, hoje ele assume posição de maior protagonismo, principalmente dentro da estrutura hospitalar.

Isso ocorre, em primeiro lugar, pela importância dos métodos diagnósticos na saúde e qualidade de vida da população moderna. Hoje exames são obrigatoriamente (ou quase obrigatoriamente) indicados em praticamente todo cenário clínico minimamente complexo. Esse fato, por si só, já é responsável por ampliar as necessidades logísticas dentro dos hospitais devido à intensa movimentação dos pacientes entre espera, consultório e salas de exames.

Esse é um cenário crítico no ambiente hospitalar, onde o espaço deve sempre ser compartilhado com as demais exigências da unidade e no qual os serviços diagnósticos funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, atendendo tanto às urgências dos pacientes internados como as demandas do pronto-socorro. Somado a isso, todos os procedimentos diagnósticos exigem controle de qualidade e segurança, o que traz para esse ambiente uma série de outros profissionais como físicos médicos, analistas de qualidade e analistas de dados que monitoram toda essa complexa operação.

Outro fator de extrema relevância está na liderança da medicina diagnóstica mediante a transformação digital, inclusive no ambiente hospitalar. Hoje, com o avanço da tecnologia e a medicina entrando na era do big data e da inteligência artificial, esses profissionais se viram impactados por uma quantidade cada vez mais expressiva de dados provenientes dos cerca de 2 bilhões[1] de exames realizados anualmente no país. Esses exames, ao lado de sistemas de monitoramento e prontuários eletrônicos, consolidam-se como as principais fontes de informação em saúde levantadas diariamente pelas unidades de atendimento. Uma sequência moderna de genoma, por exemplo, é capaz de gerar até 1 terabyte[2] de dados brutos por dia.

Ainda dentro dessa transformação, porém do ponto de vista do paciente, não podemos ignorar a mudança de cultura proposta pela profusão de aplicativos que facilitam o agendamento de procedimentos e o acesso aos resultados desses exames, o que torna cada vez mais obsoleta a prática de retirar os laudos e levar para avaliação dos médicos. Dentro do ambiente hospitalar, muitos exames já têm seus laudos inseridos diretamente no prontuário eletrônico do paciente, que tende – em um futuro próximo – a se tornar a única fonte de informações.

Os impactos dessa transformação tecnológica são sentidos na pele todos os dias por quem atua no segmento de medicina diagnóstica. Com as informações extraídas dos exames sendo cada vez mais abundantes e complexas, torna-se mais difícil fazer caber todo esse montante de dados em único laudo. Assim, esse médico diagnosticista acaba por se tornar uma espécie de consultor dos médicos clínicos, sendo responsável por consolidar todas essas informações correlacionando-as com os sintomas dos pacientes e, em conjunto com a equipe, formular as melhores hipóteses diagnósticas bem como possibilidades de tratamentos para cada caso.

Esse panorama é particularmente premente dentro da estrutura hospitalar, onde diagnosticista e clínico já dividem o mesmo espaço físico. Hoje os bons hospitais promovem reuniões clínicas periódicas em diversas especialidades médicas para debater casos. Nessas reuniões, o médico diagnosticista é figura obrigatória.

Ultrapassando o ambiente de atendimento, a ampliação do papel do diagnosticista na saúde chega ao ensino e à academia. Algumas faculdades de medicina já incluíram em seu corpo docente médicos radiologistas para ministrar aulas de anatomia. Com a melhoria significativa da qualidade dos exames de imagem que revelam os mais ínfimos detalhes da anatomia humana, o médico radiologista vem se tornando o profissional com melhor conhecimento, substituindo, em sala de aula, a figura do professor de anatomia tradicional.

* Marcelo B. G Funari é diretor do departamento de imagem do Hospital Israelita Albert Einstein e membro da Câmara de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed.

[1] Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico

[2] HIMSS – Good Informatics Practices (GIP) Module: Data Management

Radiologia intervencionista melhora qualidade de vida de pacientes oncológicos

Tecnologia otimiza processos, produtos e beneficia desfecho de pacientes com câncer de fíg

10 de julho de 2019

A evolução da medicina diagnóstica quebra as barreiras e chega ao tratamento de diferentes patologias. É o que vem acontecendo na radiologia intervencionista, subespecialidade médica que utiliza características e conhecimentos da medicina diagnóstica – mais precisamente da radiologia – para tratamento de doenças diversas.

Hoje, hospitais de referência já investem em uma combinação que possibilita novas chances de tratamento a pacientes com enfermidades graves como, por exemplo, o câncer de fígado. Ao unir a competência de equipamentos de radiologia, ultrassonografia e tomografia computadorizada com a instrumentação cirúrgica, esses profissionais chegam à realização de procedimentos bastante eficazes como a quimioembolização transarterial, também conhecida como TACE.

Técnica minimamente invasiva, a quimioembolização convencional (cTACE) é a combinação da embolização – procedimento no qual o médico acessa e obstrui a artéria hepática nutridora do tumor, através da inserção de um cateter feita por um pequeno corte no interior da coxa do paciente – com a quimioterapia, injeção de um ou mais agentes quimioterápicos (anticancerígenos) junto com um carreador viscoso, como o Lipiodol®UF (óleo etiodizado usado como agente de contraste).

É uma intervenção que busca, além de ampliar o efeito do tratamento por permitir que o remédio quimioterápico seja aplicado diretamente no tumor, promover aumento do tempo de exposição local do fármaco pela presença do carreador viscoso. E, pelo processo de embolização em si, a técnica também impede a chegada do sangue que alimenta as células tumorais.

O procedimento, considerado de alta tecnologia, ganha ainda mais benefícios por conta dos investimentos em inovação feitos pelas indústrias de saúde. A Guerbet, empresa de origem francesa, pioneira no campo de meios de contraste e com mais de 90 anos de atuação no setor, conta agora em seu portfólio com o Vectorio®, um kit inovador de seringas e adaptadores que permite uma mistura segura e eficaz de fármacos em cTACE e a aplicação do produto que visa aumentar a sobrevida de portadores de câncer no fígado.

Figurando como uma das líderes neste mercado, a marca desenvolveu este kit que representa um importante avanço entre os descartáveis disponíveis no Brasil, pois as seringas são resistentes quando em contato com o Lipiodol®UF, o que confere um tratamento mais eficaz e sem perda de ativos do produto que realça as imagens.

Projetado com a colaboração de radiologistas intervencionistas de todo o mundo, o Vectorio® é dedicado à mistura e à administração de medicamentos anticancerígenos com o carreador viscoso Lipiodol®UF durante o procedimento da quimioembolização transarterial em pacientes adultos com carcinoma hepatocelular, tumor maligno primário que, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o mais frequente câncer de fígado ocorrendo em mais de 80% dos casos.

Solução precisa, amigável e segura, o Vectorio® é uma tecnologia que otimiza a realização de procedimentos guiados por imagem atuando, diretamente, na melhoria do prognóstico e da qualidade de vida dos pacientes. Trata-se de uma representação direta da utilização do conhecimento diagnóstico somado à alta tecnologia para melhoria dos tratamentos oncológicos.

Paralelamente, a quimioembolização transarterial vem sendo pauta de estudos científicos que afirmam se tratar de um método terapêutico minimamente invasivo, seguro e eficaz no tratamento paliativo do câncer primário de fígado, em estágio intermediário, em pacientes que não são candidatos à abordagem cirúrgica.

FILIS receberá healthtechs que mais se destacam no mercado

CEOs de empresas de medicina diagnóstica e da indústria debaterão como startups vêm transformando o acesso à saúde

10 de julho de 2019

As healthtechs – empresas com propostas inovadoras e disruptivas na área da saúde – têm mudado a maneira de pacientes do mundo todo interagirem com os serviços de saúde. Diversos números e pesquisas nacionais e internacionais apontam que o setor das “startups da saúde” tem atraído investimentos por serem a esperança de diagnósticos melhores e mais precisos, possibilitando o exercício da medicina de maneira coordenada, integrada e multidisciplinar.

Esse será o pano de fundo para a discussão “Healthtechs: transformando o acesso à saúde”, que ocorrerá na quarta edição do Fórum de Lideranças em Saúde (FILIS), evento promovido pela quarta vez pela Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica). O painel receberá três healthtechs – selecionadas através de curadoria entre as lideranças em inovação das empresas associadas –  que apresentação seus modelos de negócios, e trará ainda CEOs de empresas de medicina diagnóstica e da indústria para debater esse novo meio de gerar acesso a saúde, informação e empoderamento do paciente. Carlos Marineli, do Grupo Fleury e Pedro Bueno, do DASA já estão confirmados.

SERVIÇO:

Fórum de Lideranças em Saúde (FILIS)

Data: 30 de agosto de 2019

Horário: Das 8h às 17h30

Local: Instituto Tomie Ohtake – Av. Brigadeiro Faria Lima, 201, Rua Coropé, 88 – Pinheiros, São Paulo – SP

Como lidar com as inovações setoriais no âmbito regulatório será um dos temas debatidos no FILIS 2019

Sob o macrotema “Medicina Diagnóstica: mais valor para um sistema de saúde em transformação”, evento acontecerá dia 30 de agosto, em São Paulo

10 de julho de 2019

A inovação é uma temática imprescindível a um setor como o de saúde, que está todos os dias em busca de melhorias, tanto para garantir a total segurança dos pacientes quanto para prover uma gestão mais eficiente e sua sustentabilidade.

É nesse segmento que os avanços tecnológicos acontecem cada vez mais rapidamente. Na edição de 2018 um dos painéis do Fórum de Lideranças em Saúde (FILIS), evento promovido pela ABRAMED, mostrou diversas inovações em medicina diagnóstica e seus benefícios, tanto para os pacientes quanto para os profissionais da saúde.

Essas tecnologias já são realidade e instigam, cada vez mais, a mudança no perfil de atuação dos profissionais. Mas será que essas inovações chegam na maior velocidade possível – e necessária – ou ainda esbarram em barreiras regulatórias? Como as empresas do setor estão lidando com esse viés?

É isso que o painel “Órgãos regulatórios: como lidar com as inovações setoriais” abordará na quarta edição do evento, que acontece em São Paulo, no dia 30 de agosto. “A ideia é colocar em pauta quanto os critérios regulatórios – que são absolutamente necessários para proteger a saúde – podem inibir o desenvolvimento das inovações, e como as instituições de saúde do Brasil lidam com as questões inerentes a esse tema”, explica a CEO da Abramed, Priscilla Franklim Martins.

“Regulações envelhecem e, se não atualizadas, podem ser amarras que nos prendem ao passado”, afirma o CEO do Hospital Israelita Albert Einstein, Sidney Klajner, moderador do painel, que já tem confirmados nomes como Lídia Abdala, CEO do Sabin; Leandro Fonseca, diretor presidente da ANS; e Giovanni Guido Cerri, vice-presidente do Conselho de Administração do Icos.

“É necessário racionalizar a regulação, simplificar e agilizar os processos e permitir que aqueles que atuam no setor possam cumprir suas vocações de cuidar bem da saúde das pessoas”, frisa Cerri.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a nova Agenda Regulatória para o triênio 2019-2021, estabelecendo os temas prioritários que serão analisados no período. A proposta final contempla 16 temas regulatórios distribuídos nos quatro eixos do Mapa Estratégico. A maior concentração dos temas está nos eixos Equilíbrio da Saúde Suplementar e Aperfeiçoamento do Ambiente Regulatório.

“Com a colaboração dos vários atores que integram a saúde suplementar e da sociedade de maneira geral, é possível melhorar a qualidade da regulação. A Agenda Regulatória é um instrumento eficaz para o amadurecimento de ações que podem resultar em novas regras para o setor e contribuir para ampliar os avanços na gestão regulatória”, afirmou o diretor-presidente da ANS, Leandro Fonseca.

Ele relembra que a Agência recebeu contribuições de toda a sociedade para a atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde e que as propostas serão analisadas levando em consideração os avanços tecnológicos e o equilíbrio entre as necessidades em saúde e o custo proveniente das incorporações. “No meu ponto de vista demos um salto qualitativo muito importante na forma como a ANS analisa as novas tecnologias”, diz.

“Nosso setor passa por um ciclo virtuoso, e não podemos deixar a inovação tecnológica de fora desse movimento”, sentencia Lídia Abdala, do Sabin, ratificando a importância do tema.

O Painel “Órgãos regulatórios: como lidar com as inovações setoriais?” do FILIS acontece a partir das 9h30, logo após a solenidade de abertura. Na sequência serão abordadas as mudanças a LGPD trará para o setor da saúde, healthtechs, o papel da Medicina Diagnóstica e a sua participação no ciclo de cuidados e o futuro da saúde.

SERVIÇO:

Fórum de Lideranças em Saúde (FILIS)

Data: 30 de agosto de 2019

Horário: Das 8h às 17h30

Local: Instituto Tomie Ohtake – Av. Brigadeiro Faria Lima, 201, Rua Coropé, 88 – Pinheiros, São Paulo – SP

Mudar para vencer – Medicina diagnóstica está em transformação

Confira a entrevista exclusiva da Abramed em Foco com Wilson Pedreira Júnior, presidente do Cura Imagem e Diagnóstico

Junho de 2019

Integrado ao sistema de saúde e parte indispensável dele, o setor de medicina diagnóstica tem diversos desafios a serem vencidos. Para trilhar um caminho de sucesso, é preciso investir em mudanças estruturais. Modificar o atual modelo de remuneração, investir em qualidade para combater o desperdício e dar importância às acreditações como forma de consolidação dessa qualidade são algumas das necessidades pontuais para a busca do desenvolvimento.

Wilson Pedreira Júnior, presidente do Cura Imagem e Diagnóstica, fala sobre esses desafios e sobre a importância de o setor estar unido. Confira a entrevista completa do executivo para a Abramed em Foco.

Abramed em foco: O Cura Imagem e Diagnóstico investe em certificações para comprovação da qualidade de seus serviços. Qual a importância da acreditação dentro do segmento de medicina diagnóstica?

Wilson Pedreira Jr.: É extremamente importante, pois a acreditação ao mesmo tempo que é uma ferramenta de excelência, é uma comprovação independente dessa excelência. Apesar de o mercado de saúde brasileiro ainda não estar em um nível de maturidade que premia e valoriza suficientemente a qualidade, acreditamos que essa é a saída para fazermos uma medicina melhor e mais eficiente. Então o que procuramos foi nos cercarmos de todas as linhas de acreditação, tanto as gerenciais e coletivas – como a ONA – quanto as específicas das nossas linhas técnicas – como a Palc. Realmente passamos todos os nossos processos pelo crivo dessas acreditações.

Abramed em foco: Eficiência e redução de custos são os principais desafios da medicina diagnóstica brasileira na atualidade?

Wilson Pedreira Jr.: Esses são os principais desafios do mercado de saúde, que está baseado em uma premissa – e isso não é uma característica exclusiva do Brasil – que remunera a utilização. Eventualmente, isso pode dar margem ao desperdício e, na verdade, não existe desperdício maior do que uma medicina feita sem qualidade.

Abramed em foco: Realmente há forte discussão no mercado sobre o papel da medicina diagnóstica nos desperdícios do sistema. Considerando que o diagnóstico é um dos principais mecanismos de prevenção e também de identificação precoce de patologias – gerando melhores chances de tratamento –, qual é a sua opinião sobre esse tema?

Wilson Pedreira Jr.: Costumo dizer que o desperdício muitas vezes está em exames com baixa qualidade que precisam ser repetidos; feitos com técnicas inadequadas; que não são resolutivos e acarretam a necessidade de novos exames ou, ainda, que levam à demora no diagnóstico e, consequentemente, a tratamentos muito mais complexos e com mais complicações. Tudo isso representa um foco importante no desperdício e, para combatê-lo, precisamos caminhar no sentido da remuneração pela qualidade, resolutividade e desfecho mesmo dentro do setor de medicina diagnóstica.

Abramed em foco: Além da mudança no modelo de remuneração, deveríamos também investir na educação dos profissionais de medicina responsáveis pelas solicitações de exames?

Wilson Pedreira Jr.: Há a necessidade de homogeneizar a educação médica para que eles também tenham formação em medicina diagnóstica. Mas minha impressão é que, com a evolução tecnológica e a ampliação de conhecimentos na medicina, temos uma possibilidade muito interessante de especializar os elos da cadeia de valor da saúde. Os centros de medicina diagnóstica poderiam se responsabilizar pela condução diagnóstica, e não apenas pela realização de exames. Assim, esses centros teriam a prerrogativa de oferecer soluções diagnósticas integradas, realizadas com algoritmos e especialistas adequados. Com a quantidade de dados e informações que temos hoje, o melhor médico para avaliar, por exemplo, uma tomografia de tórax é, sem dúvidas, um especialista nessa metodologia. Esse profissional, então, faria a ponte com o médico que conduz o caso. Essa é uma linha que precisa andar lado a lado com a melhoria do ensino nas escolas de medicina.

Abramed em foco: Acredita que o fortalecimento do setor de diagnósticos está diretamente atrelado à inovação tecnológica?

Wilson Pedreira Jr.: Sem dúvida nenhuma. E essa é uma das características do Grupo Cura, que, recentemente, adquiriu outro grupo que tem um viés direcionado à inovação tecnológica. O que imagino é que migraremos de um mercado exclusivamente de excelência técnica e médica para um mercado de excelência tecnológica. Já somos dependentes de tecnologia e essa dependência vai aumentar exponencialmente. Teremos que estar muito bem desenvolvidos junto a essas tecnologias, que, além de estarem embarcadas nos equipamentos, existirão para analisar dados. É o momento em que entramos na inteligência artificial e nas ferramentas de apoio à decisão médica.

Abramed em foco: Como o Cura Imagem e Diagnóstico atua para melhorar a experiência do paciente e para tornar o atendimento ainda mais humanizado?

Wilson Pedreira Jr.: Grande parte das acreditações avalia a experiência do paciente. Então, somente pelos modelos de acreditação já temos referendada essa atenção. Além disso, temos uma série de processos que são continuamente aperfeiçoados visando melhorar a qualidade de todos os pontos de contato com o paciente, desde o call center até a entrega de resultados – que pode ser presencial ou digital.

Outro ponto tão importante quanto esse é o DNA da empresa, e essa é uma característica que me surpreendeu de forma bem positiva quando assumi a presidência do Cura. O cuidado com a qualidade da experiência do paciente, do atendimento e da prestação de serviços está dentro da cultura da marca. E, como reflexo, temos um indicador interessante que é o baixo turnover dos colaboradores. A equipe está engajada com a organização, refletindo a satisfação em prover uma boa experiência ao nosso cliente.

Abramed em foco: Por que é tão importante que o setor esteja unido?

Wilson Pedreira Jr.: Essa união das empresas da medicina diagnóstica é fundamental, principalmente podendo contar com uma associação que garanta representatividade desse elo da cadeia da saúde perante todo o mercado, incluindo os setores público, privado, legislador e fiscalizador. Somos um segmento que muitas vezes está isolado dentro da cadeia de saúde. Recebemos as requisições dos médicos e, posteriormente, não temos controle sobre o que é feito com os resultados dos exames que entregamos. Muitas vezes o processo passa por nós, mas nós não o conduzimos. Então essa é uma fragilidade que pode ser compensada com uma associação que nos represente, fazendo com que possamos evoluir como prestadores de serviço. Acho, então, que a Abramed consegue atender a todos esses pontos de maneira exemplar ao desenvolver comitês e câmaras que privilegiam as melhores técnicas e a troca de boas experiências.

Abramed em foco: Ao seu ver, qual a importância de a Abramed ser uma associação que reúne todos os players do setor, desde grandes hospitais até pequenos laboratórios?

Wilson Pedreira Jr.: Já tive outras experiências empresariais e sempre fui entusiasta da Abramed, desde o início. Acho que contar com representações de todos os tipos de grupos da medicina diagnóstica vindos de todas as regiões do Brasil é uma das características mais importantes da associação. E essa característica precisa ser privilegiada e mantida.

Melhorando vidas e mudando cifras – Impacto positivo da medicina diagnóstica

* Por Guilherme Collares

Junho de 2019

Como seria o cenário atual da saúde sem os diversos investimentos em medicina diagnóstica? Embasando 70% das decisões médicas, os exames diagnósticos são indispensáveis para a garantia da saúde global e cumprem papel fundamental nas ações de prevenção e detecção precoce de doenças principalmente por agregarem dados objetivos às informações muitas vezes subjetivas vindas da anamnese e do exame físico.

Como ponto de partida, devemos entender que prevenção é o caminho para melhorias significativas na saúde global, tanto que o termo é um dos mais presentes nas agendas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e responsáveis por traçar as estratégias e diretrizes do mundo.

É impossível pensar em prevenção sem pensar em medicina diagnóstica. Para analisar um cenário infelizmente comum, podemos observar o campo das doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no mundo, levando, segundo a OMS, cerca de 17,9 milhões de pessoas a óbito todos os anos.

Somente no Brasil, o Ministério da Saúde computa que, ao ano, 300 mil pessoas sofrem infartos, sendo em 30% desses casos o ataque cardíaco fatal. Para minimizar esses dados entristecedores, é preciso investir na medicina diagnóstica e preventiva básica. Como exemplo pontual temos a redução do risco cardiovascular por meio do controle do colesterol associado a outros dados para avaliação do risco cardíaco.

Normalmente assintomática, a elevação dos níveis de colesterol só pode ser observada por meio da medicina diagnóstica preventiva e periódica. Com isso é possível reverter índices alterados antes de complicações. Segundo o InterHeart, estudo internacional realizado para avaliar a importância de fatores de risco para doença arterial coronariana ao redor do mundo, o controle inadequado do colesterol é o fator de risco modificável mais importante para o infarto do miocárdio. Assim, o controle feito por acompanhamento médico, somado a exames diagnósticos simples, pode eliminar complicações, reduzir o número de internações e cirurgias e salvar milhares de vidas.

Outro exemplo do impacto direto da medicina diagnóstica na sociedade está no já reconhecido teste do pezinho, que, segundo o Ministério da Saúde, é realizado por 85,8% das crianças no país. Em sua versão simplificada – oferecida gratuitamente –, o exame feito entre o segundo e o quinto dia de vida pode detectar seis doenças genéticas ou congênitas.

Entre essas seis patologias está a fenilcetonúria. Doença rara que gera acúmulo de fenilalanina no organismo e leva à deficiência mental. Porém, se diagnosticada precocemente, o início do tratamento antes dos três meses de vida pode evitar totalmente o retardo mental do bebê.

Responsável por mudar o prognóstico da criança, o teste do pezinho vem passando por inovações e, hoje, várias instituições da rede privada trabalham, inclusive, com formatos ampliados capazes de diagnosticar uma quantidade bastante extensa de doenças.

Esses são exemplos da medicina diagnóstica e preventiva aplicada em sua veia mais clássica. Porém, quando avançamos nos anos e nas inovações tecnológicas que abraçam o setor, vamos muito mais longe. Fundamental para o sucesso de qualquer tratamento de saúde, o diagnóstico correto vem sendo perseguido pelos especialistas do segmento, visto que diagnósticos inadequados geram ineficiência clínica. E, hoje, já podemos contar com as benesses da medicina personalizada.

Trazendo um novo olhar sobre o paciente, a evolução dentro do campo da genética permite um apontamento muito mais preciso sobre cada patologia. Pensemos em um paciente diagnosticado com câncer de pulmão. Pela medicina tradicional, ele seria direcionado a um tratamento padrão adotado para todos os casos da doença.

Já com a medicina personalizada, que está em desenvolvimento no país, painéis genéticos permitem que cada paciente seja tratado em sua individualidade. Levando em conta o histórico desse paciente combinado a influências ambientais e a genética do câncer, o corpo clínico pode indicar melhores caminhos para resultados e tratamentos mais rápidos e precisos.

Segundo o Oncoguia, com a medicina personalizada a sobrevida média de pacientes com câncer de pulmão evoluiu grandiosamente, passando de seis meses em 1995 para algo em torno de 30 a 50 meses após 2015.

Esses são apenas alguns dos caminhos profícuos criados pela medicina diagnóstica junto às expressivas ações de saúde global. Com uma discussão latente sobre excesso de exames e, inclusive, algumas vertentes profissionais apontando que exames com resultados normais são sinônimo de desperdício, é preciso destacar que esses exames tidos como “normais” são justamente os resultados esperados nas diversas situações de rastreamento de doenças. Resultados capazes de refletir a saúde da população e de garantir que aquele cidadão não se tornará um paciente com complicações no curto prazo.

O melhor pensamento para este cenário é o de que cada paciente que deixa de desenvolver uma doença por ter investido em prevenção ou que tem uma patologia diagnosticada rapidamente ganha em qualidade de vida e representa economia para todo o sistema.

* Guilherme Collares é diretor-executivo de Operações no Grupo Hermes Pardini e conselheiro da Abramed

Mudança do mercado pede perfil mais ativo do médico radiologista

Tecnologia, humanização do atendimento e paciente no centro do cuidado transformam as relações na saúde

Junho de 2019

A transformação digital surge para prover diagnósticos muito mais precisos, rápidos e por meio de técnicas cada dia menos invasivas. Paralelamente a isso, o impulsionamento da humanização do atendimento e o retorno do paciente ao centro do cuidado consolidam uma mudança relevante no mercado de saúde. Para estar adequado a esse novo cenário, o médico radiologista passa a desempenhar um papel ainda mais ativo do diagnóstico até os tratamentos terapêutico e cirúrgico.

Para que essas novas necessidades sejam interpretadas de forma global, toda a complexa cadeia de saúde precisa estar alinhada. “É para contribuir com essa mudança de cultura que nos posicionamos como parceiros ao ofertar produtos e ferramentas que auxiliam o médico radiologista na tomada de decisão diagnóstica e terapêutica ao mesmo tempo em que podemos otimizar a administração de contrastes, melhorando a eficiência dos processos e a eficácia para o paciente”, comenta Tommaso Montemurno, Country Manager da Bracco Imaging do Brasil, empresa global e líder em diagnóstico por imagem.

Considerando o impacto da transformação digital no segmento como um todo, a marca monitora a inclusão de novas tecnologias como, por exemplo, inteligência artificial e machine learning na otimização dos processos da prática clínica. “Essas soluções representam uma importante oportunidade e por esse motivo decidimos começar a participar desse novo mercado de inovação que pode contribuir com o melhor atendimento aos nossos clientes”, pontua Montemurno reforçando que essas novas tecnologias ajudam na definição de respostas coerentes à necessidade de eficiência e sustentabilidade econômicas do sistema de saúde.

Investir em parcerias estratégicas é um dos caminhos possíveis de serem trilhados para uma somatória positiva. De acordo com essa vertente, a Bracco expande seu portfólio lançando plataformas e produtos que devem chegar em breve ao Brasil. Entre as novidades, destaque para soluções auxiliares no processo de ablação de tumores que possibilitam melhor visualização da área-alvo, permitindo que somente essa área sofra a intervenção. “Tudo isso sem comprometer o fluxo de trabalho, o tempo de duração do procedimento e com a garantia de um resultado mais preciso”, afirma o executivo.

Outras soluções que estão sendo planejadas pela marca abordam a otimização de processos e a busca por mais agilidade na rotina dos centros de diagnóstico para melhorar a experiência do paciente. “Entendemos que em um mundo onde a tecnologia oferece mais informações e acelera os processos de tomada de decisão, a busca por diagnósticos mais ágeis levará à exploração de modalidades diagnósticas que ofereçam resultados rápidos e em tempo real, valorizando a contribuição do médico radiologia nesses processos”, finaliza Montemurno.

Experiência em compliance ajuda na adequação à nova lei de dados

Grupo de Trabalho da Abramed auxilia no entendimento da legislação

Junho de 2019

Informações sobre orientação sexual, religião, informações genéticas, entre outras. Grande parte dos dados pessoais solicitados pelas empresas de medicina diagnóstica deverão ser classificados como sensíveis de acordo com a lei nº 13.709/2018, a chamada Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que entrará em vigor em agosto de 2020.

Para entender melhor a nova legislação e estudar soluções que adequem as associadas ao seu cumprimento, a Abramed conta também com o apoio do Grupo de Trabalho (GT) de Governança, Ética e Compliance, instância consultiva do seu Conselho Deliberativo. “O compliance é o atendimento das normas e essa norma é mais uma que deve ser respeitada por todos, inclusive pelo setor da saúde”, disse o advogado Rafael Younis Marques, sócio da Machado Nunes Advogados.

Empenhado em ajudar as associadas à adaptação à nova lei, o GT de Governança, Ética e Compliance tem trabalhado em paralelo com o grupo de trabalho criado especialmente para tratar do tema, o GT Proteção de Dados. “Essa adequação vai mexer com a empresa como um todo, é complexa, envolve sistemas, processos internos e é muito mais custosa que um programa de integridade, que é opcional e cada um faz ao seu tempo, conforme seus recursos. A lei entra em vigor no meio do ano que vem”, destacou ele, lembrando que o trabalho da Abramed envolve conscientizar o associado sobre uma análise profunda nos processos internos das empresas para, por exemplo, avaliar se de fato há a necessidade de se coletar todas informações atualmente solicitadas dos pacientes, que muitas das vezes não são utilizadas e somente geram riscos e obrigações no cumprimento da LGPD.

Marques conta que o trabalho iniciado pela Abramed no segundo semestre do ano passado sobre os impactos da LGPD, juntamente com outras entidades, já colheu frutos. “Parte significativa dos pleitos do setor foi atendida na medida provisória aprovada pelo Senado semana passada”, afirmou o advogado, citando a MP 869/2018, que seguiu para a sanção do Presidente Jair Bolsonaro após aprovação pelo Senado na quarta-feira, 29 de maio.

De acordo com ele, a MP estabelece pontos antes não abordados que preocupavam o setor, como o compartilhamento de informações com finalidade econômica, sem consentimento do paciente: o texto permite, por exemplo, o compartilhamento de dados pelos controladores no limite necessário para a prestação de serviços de saúde e de assistência farmacêutica, incluídos o diagnóstico e a terapia, em benefício dos interesses dos titulares dos dados.

“Outra coisa boa da MP foi que permitiu que os serviços de saúde e auxiliares – que é o caso da medicina diagnóstica – compartilhem dados com as fontes pagadoras, operadoras e planos de saúde, sem o consentimento, o que é essencial para o faturamento”, explicou.

“A lei vai mudar a cabeça dos gestores, pois o excesso de informações põe a empresa em risco sem necessidade. Por exemplo, alguns serviços de saúde perguntam sobre a religião do paciente e esse é um dado sensível pela LGPD. Para um hospital pode ser relevante porque há religiões que não permitem a transfusão de sangue, mas para um laboratório isso talvez não seja relevante para a assistência pretendida”, conclui o membro do GT Governança, Ética e Compliance.