Reforma tributária: Abramed apoia a simplificação desde que não haja aumento da atual carga tributária

Constantemente em debate e pauta fixa da mídia, a reforma tributária é uma necessidade latente do Brasil, que sofre com um sistema de impostos altamente complexo em que uma grande variedade de tributos com alíquotas diferentes e valores a serem pagos ora para a federação, ora para estados ou municípios, gera dificuldades e incertezas.

A fim de simplificar o atual sistema tributário nacional, duas propostas correm concomitantemente na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (PEC 45/19 e PEC 110/19). A ideia de ambas é transformar todos os impostos atualmente pagos pelo empresariado em um imposto único e com uma alíquota única intitulado IVA (Imposto sobre Valor Agregado), também chamado de IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). O objetivo é claro: eliminar a imprevisibilidade e os altos custos de litígio envolvendo empresários e o governo. As empresas não precisarão administrar mensalmente uma grande sequência de impostos com diversas exceções, incentivos, isenções e subsídios discrepantes para cada área de atuação, o que, muitas vezes, leva as companhias a pagar impostos sobre impostos.

“A palavra-chave da reforma é simplificação”, pontua Caroline Ranzani, da área de relações governamentais da DASA e membro do Comitê Jurídico da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), reforçando que, além de desburocratizar o sistema, a reforma pode ter impacto positivo nos investimentos estrangeiros no Brasil. “Essa simplificação também pode auxiliar o investidor estrangeiro que quer apostar no nosso país, mas, ao se deparar com as dificuldades tributárias, desiste”, diz.

Atenção aos impactos – Considerando que a proposta de reforma tributária surge com um objetivo positivo, que é a simplificação do sistema, quais os impactos diretos dessa reforma no setor de saúde, tão estratégico para o desenvolvimento do país, e, principalmente, na medicina diagnóstica?

Existem, hoje, dois problemas principais que geram receio no segmento. O primeiro deles está atrelado ao fato de que a alíquota que está sendo proposta pelo governo – em torno de 25% – acarretará aumento drástico da atual carga tributária.

Para entender melhor essa mudança, a Abramed elaborou um estudo e avaliou os prejuízos. “Se o rol de tributos do setor de saúde for substituído por uma nova alíquota de 25%, haverá aumento de aproximadamente 72% sobre a carga tributária atual”, esclarece Fábio Cunha, diretor do Comitê Jurídico da Abramed. Isso significa que se hoje a empresa arca, por exemplo, com R$100 em impostos, após a aprovação das propostas atuais passará a arcar com R$172. Esse aumento inviabiliza a atuação do segmento de medicina diagnóstica.

O segundo ponto alertado pela Abramed afeta especificamente o setor de prestação de serviços. As propostas da reforma também estabelecem um sistema de cobrança não cumulativa, ou seja, o valor de impostos pagos sobre os insumos da produção é descontado. Porém a mesma regra não vale para a mão-de-obra, que representa quase 30% dos custos da medicina diagnóstica. Para minimizar os impactos negativos, a Abramed também sugeriu a adoção da desoneração da folha de pagamento, o que permitiria que o setor de serviços abatesse os impostos sobre mão de obra assim como a indústria abaterá os impostos sobre insumos.

“A saúde é um setor sem elasticidade para repasse de custos, o que nos faz acreditar que esse impacto pode gerar o fechamento de unidades de atendimento, a redução de postos de trabalho e uma drástica diminuição dos investimentos em inovação e tecnologia, indispensáveis ao desenvolvimento da medicina”, comenta Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Falando em empregabilidade, segundo o Painel Abramed, em 2018 o mercado de medicina diagnóstica foi responsável pela manutenção de 253,5 mil postos de trabalho no país, o que representa um crescimento de 3,7% no comparativo com o ano anterior. No mesmo período, as atividades relacionadas à saúde garantiram emprego a mais de 2,2 milhões de pessoas, o que faz o setor responsável por 6% dos vínculos formais no Brasil.

Porém, essa perspectiva positiva se vê ameaçada pelas atuais propostas e, para apoiar a simplificação de tributos desde que não haja prejuízos ao setor de medicina diagnóstica, a Abramed defende a neutralidade, isto é, luta para que não haja aumento da tributação do setor, e acredita que o melhor caminho está em setores estratégicos como saúde e educação terem tratamento diferenciado por parte do governo, o que pode ser apresentado em forma de uma alíquota menor para esses segmentos ou em algum tipo de isenção. Esse tratamento diferenciado, inclusive, foi identificado pela Abramed em mais de 80% dos 168 países que adotam o imposto único.

“Entendemos que a neutralidade tributária, que pode ser adotada tanto pela diferenciação da alíquota quanto pela desoneração da folha de pagamento, seria a regra mais justa para que o setor pudesse manter uma oferta de saúde de qualidade”, complementa Cunha.

Superlotação do SUS – Caminhando dentro do atual escopo, a reforma tributária pode causar também um importante impacto no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), nos últimos quatro anos, devido à instabilidade econômica e ao aumento do desemprego, cerca de 3 milhões de pessoas deixaram de contar com planos de saúde, superlotando os atendimentos do SUS. “Gerando prejuízos à cadeia produtiva da saúde, a reforma tributária pode gerar nova migração de pacientes da saúde suplementar para a pública”, comenta Priscilla Franklim Martins, diretora-executiva da Abramed.

Participação da Abramed e próximos passos – Atuando em defesa dos interesses da medicina diagnóstica nacional, a Abramed vem participando, desde o final de 2019, de reuniões estratégicas tanto com o Poder Legislativo quanto com o Executivo. Já esteve em encontros com Rodrigo Maia (DEM/RJ), presidente da Câmara de Deputados; e com o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), relator da reforma na Câmara; além de se reunir com Vanessa Canado, assessora do Ministro da Economia, Paulo Guedes, e com membros da sociedade civil.

Considerando que duas propostas estavam sendo trabalhadas paralelamente no Congresso Nacional, o governo optou pela criação de uma Comissão Mista da Reforma Tributária. Formalizada em 4 de março e composta por 25 deputados e 25 senadores, a comissão utiliza os dois textos (PEC 45/19 e PEC 110/19) para a elaboração de uma única proposta para simplificação do sistema tributário nacional. E a Abramed seguirá atuando estrategicamente junto à comissão.

Presidido pelo senador Roberto Rocha (PSDB/MA) e tendo, como relator, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), o grupo tem 45 dias para formalizar esse novo texto. Ao longo desse período, ouve as demandas de todos os setores da economia – inclusive do setor de medicina diagnóstica – e os apontamentos do Poder Executivo.

Armando de Queiroz Monteiro Bisneto, assessor parlamentar da Abramed, explica como serão os próximos passos deste processo. “A comissão apresentará um relatório final que seguirá para a Comissão Especial da Câmara dos Deputados, onde precisará ser aprovada pelo plenário em primeiro e segundo turnos. Na sequência, o texto seguirá o mesmo trâmite no Senado Federal, passando pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e pelo plenário também em dois turnos”, esclarece. Para seguir, as votações exigem quórum de 2/3 da totalidade dos membros nas duas casas do Congresso Nacional, ou seja, 308 votos na Câmara e 49 no Senado.

Segundo cronograma apresentado na primeira reunião da Comissão Mista, o novo texto deve ser entregue até 28 de abril para que as atividades da comissão sejam encerradas no dia 6 de maio com o relatório seguindo para o rito na Câmara, mas esse calendário pode sofrer alterações. “O governo e os presidentes da Câmara e do Senado trabalham para que a reforma tributária seja aprovada até o recesso, ou seja, aproximadamente em 15 de julho. Isso porque no segundo semestre teremos as eleições municipais fazendo com que o Congresso retorne suas atividades apenas em outubro. Vamos torcer para que tenhamos, de fato, uma definição nos próximos quatro meses”, comenta Monteiro Bisneto.

Clique AQUI e confira os 50 nomes que compõem a Comissão Mista da Reforma Tributária.

Representantes do setor de serviços debatem reforma tributária

Com apoio da Abramed, Frente Parlamentar em Defesa dos Serviços de Saúde leva reivindicações do setor em emendas à PEC 45

A preocupação com o aumento de impostos no setor de serviços promovido pela proposta de emenda à Constituição (PEC) 45 da reforma tributária foi o principal tema das reuniões da Frente Parlamentar em Defesa do Setor de Serviços realizadas nos dias 19 e 27 de fevereiro entre o presidente da Frente, o deputado federal Laércio Oliveira (PP-SE), e os membros do Conselho Gestor.

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), representando a medicina diagnóstica, apoiou a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Setor de Serviços, tendo se reunido com o deputado Oliveira em dezembro de 2019, quando levou ao parlamentar a preocupação do setor com um possível aumento de impostos para a saúde com a tramitação da PEC 45.

“A proposta que atualmente está sendo discutida na Câmara dos Deputados vai na contramão da geração do emprego, aumentando a carga tributária das empresas que mais contratam. O Brasil é um caso de supertributação sobre os salários quando comparado com outros países. 43,5% da folha é composta pela tributação”, explicou Armando de Queiroz Monteiro Bisneto, assessor parlamentar da Abramed e representante da instituição no Conselho Gestor da Frente.

O deputado informou que está tendo reuniões com a assessora do Ministério da Economia Vanessa Canado para levar as reivindicações do setor de serviços que estão representadas nas suas oito emendas à PEC. O parlamentar também defende que um dos desafios da reforma tributária é a geração de empregos.

“O Brasil tem 13 milhões de desempregados e o setor de serviços que mais emprega e que tem potencial, com o crescimento da economia, para absorver esta mão de obra atualmente ociosa, pode acabar sofrendo com o aumento de impostos se o texto atual da proposta de emenda à Constituição para a reforma tributária for aprovado”, afirmou Oliveira.

Os membros do Conselho falaram ainda sobre a realização de um evento de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Setor de Serviços, que deverá acontecer em abril, com a presença de parlamentares, empresários e entidades do setor de serviços.

Paralelamente a esse trabalho, a Frente fará um monitoramento das discussões que estarão em pauta na Comissão Especial da Reforma Tributária. Eles farão também visitas aos deputados e senadores membros desta comissão para explicar o impacto da proposta no setor de serviços, que mais emprega no país.

Na reunião do dia 19, o deputado Laércio Oliveira sugeriu que os membros da Frente analisem as oito emendas à PEC 45 e de outros parlamentares para avaliar quais delas atenderiam melhor as necessidades do setor. Na reunião seguinte, Mariane Schettert e Claudio Kawasaki, do Instituto Geoc, destacaram as emendas 44, de autoria do deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP), e 74/177 de autoria do deputado Laércio, como as mais apropriadas dentre aquelas já apresentadas à PEC 45, e por considerar a necessidade de desoneração da folha de pagamento como elemento compensador para setores intensivos em mão de obra.

Abramed apresenta estudo de impactos da reforma tributária na medicina diagnóstica a presidente da Câmara dos Deputados

Representando a Abramed, Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração; Priscilla Franklim Martins, diretora-executiva; Fábio Cunha, diretor do Comitê Jurídico; Armando de Queiroz Monteiro Bisneto, assessor parlamentar; e Eduardo Muniz, consultor; estiveram em Brasília, no dia 4 de dezembro, em audiência com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tratar dos impactos da reforma tributária no setor de medicina diagnóstica. 

Na oportunidade, foi declarado que a entidade apoia a reforma tributária, desde que não haja aumento de encargo tributário, e apresentado o estudo preliminar realizado pelo departamento de inteligência setorial da Associação, que mostra a carga tributária na medicina diagnóstica com as propostas de emendas à Constituição (PECs) da Câmara dos Deputados (PEC n° 45) e do Senado Federal (PEC n° 110). Ambas as PECs preveem a substituição de cinco tributos por um imposto único, chamado de imposto sobre bens e serviços (IBS). O modelo é inspirado em sistemas utilizados em outros países, que reúnem em um único imposto sobre valor adicionado (IVA) toda a tributação sobre o consumo, com uma alíquota uniforme. Ambas propostas simplificam o modelo tributário brasileiro, diminuem o número de tributos, mas apresentam prazos diferentes de transição; e há distinção no tratamento dado à atual zona franca de Manaus, e em relação à distribuição dos tributos entre União, Estados e municípios.

O estudo da Abramed apresentado ao presidente da Câmara dos Deputados demonstra que a arrecadação federal referente somente às atividades de atenção à saúde cresceu 172% entre 2011 e 2018, enquanto o valor total arrecadado em todos os setores da economia teve aumento de 47% no mesmo período. Ao isolar a medicina diagnóstica, a carga tributária prevista deve aumentar mais de 70%, segundo análise da Abramed. 

Shcolnik alertou que da maneira que estão sendo encaminhadas as propostas para a reforma tributária, os resultados serão o encolhimento do setor e redução de empregabilidade. “O setor da saúde promove mais de 250 mil empregos diretos e isso vai ser reduzido se as PECs tramitarem como estão hoje.” 

Reforma unindo o setor

Os potenciais efeitos drásticos da reforma tributária com as PECs 45 e 110 uniram as entidades da saúde, que estão trabalhando juntas na análise dos impactos da reforma em toda a cadeia da saúde. Em setembro, os presidentes da Abramed, Abramge, Anahp, CNSaúde, FenaSaúde, FBH, Unidas e Unimed foram recebidos pelos relatores de ambas as PECs, para apresentarem os impactos em seus respectivos setores. 

Além disso, Abramed e Anahp criaram um grupo de trabalho para melhor entender os impactos da reforma tributária para os prestadores de serviços de saúde – hospitais e laboratórios. Clique aqui e acesse o comunicado sobre o assunto, ou leia abaixo na íntegra.

COMUNICADO

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED) e a Associação Nacional dos Hospitais Privados (ANAHP), unindo propósitos, informam a constituição de um Grupo de Trabalho para monitoramento das propostas de reforma tributária. O foco dos trabalhos está nas repercussões que possam impactar as atividades desempenhadas na área das instituições de saúde privada e de medicina diagnóstica.

Como é de conhecimento público, além das reformas que já tramitam no Congresso Nacional, o Governo Federal trabalha com a perspectiva de instituição gradativa de um novo modelo de tributação, a ser composto por etapas.

Há estudos, inclusive, para que essas alterações sejam conduzidas sem a necessidade de uma ampla alteração constitucional, o que pode tornar mais célere o processo legislativo necessário, tendo como primeira fase a unificação das contribuições ao PIS e a Cofins, com extinção do regime cumulativo e fixação de alíquota entre 11% e 12%.

Essa medida, por si, implicaria impacto significativo e não desejado aos nossos associados, o que gera a necessidade comum de um assessoramento técnico, jurídico e estratégico. É fundamental que sejam adotadas as medidas adequadas a evitar a oneração excessiva na prestação dos serviços, ainda que o equilíbrio das incidências tributárias seja alcançado com o advento das demais etapas da reforma, dentre as quais insere-se a desoneração dos encargos sobre a folha de pagamento, ainda de contornos indefinidos.

Os hospitais privados e as empresas da área de medicina diagnóstica, para além da relevância dos serviços prestados, formam um relevante e imprescindível setor da economia para a geração de empregos, o que confere peso ao papel de suas entidades representativas no debate sobre o recondicionamento do sistema tributário nacional.

Nesse sentido, o Grupo de Trabalho composto por especialistas da ANAHP e da ABRAMED está atuando nas seguintes frentes:

a) estudos aprofundados sobre as propostas já divulgadas;
b) reunião de elementos técnicos e jurídicos relativos ao setor que orientem

o posicionamento construtivo a ser adotado;
c) desenvolvimento de cenários e de proposições que mitiguem ou

compensem eventuais impactos negativos da reforma;
d) construção de canais de interlocução com os Poderes Executivo e Legislativo.

A atuação especializada e direcionada proporcionará o tratamento da questão de forma profissional, pragmática e serena, no sentido de subsidiar as decisões a serem tomadas pelo poder público. Dessa forma, acredita-se na viabilidade de uma reforma sem aumento de carga tributária sobre as atividades dos nossos associados, preservando-se, assim, a capacidade de investimento, expansão e empregabilidade do setor de saúde.

Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica ABRAMED

Associação Nacional de Hospitais Privados ANAHP

SBPC/ML anuncia segunda lista de recomendações do Choosing Wisely Brasil

Ao todo são 5 novas recomendações de acordo com a inciativa da Fundação American Board of Internal Medicine que visa ampliar a cultura da sabedoria na saúde

Rio de Janeiro, 03 de outubro de 2019 – A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) anuncia cinco novas recomendações para adesão à campanha Choosing Wisely Brasil. O objetivo é dar continuidade ao programa que visa ampliar a percepção dos profissionais da área para a importância do uso adequado, consciente e sem excessos de recursos e vai ao encontro do conceito Less is more ou “menos é mais”.

“A segunda lista de recomendações reforça o compromisso de nossa sociedade em auxiliar os especialistas na busca pelo equilíbrio entre a gestão de recursos da saúde para fins de prevenção, diagnóstico e monitoramento de doenças e a excelência no atendimento ao paciente”, afirma o vice-presidente da SBPC/ML, Gustavo Campana.

Com base nas orientações do projeto Choosing Wisely Brasil, a SBPC/ML, com a colaboração de seus associados, elaborou a segunda Lista de Recomendações para orientar os especialistas dessa e de outras áreas em relação ao uso de exames laboratoriais. São elas:

1) Evite exames laboratoriais pré-operatórios de rotina, sem indicação clínica, para cirurgias de baixo risco

A maioria dos testes pré-operatórios (comumente hemograma. Tempo de Protrombina, e TTPA, exames bioquímicos e urinálise) realizados em cirurgias eletivas são normais. Achados clínicos ocorrem em menos de 3% dos pacientes testados. Em quase todos os casos, não há eventos adversos relatados quando pacientes estáveis passam por cirurgias eletivas. Os exames pré-operatórios são indicados para pacientes com fatores de risco ou quando os exames podem esclarecer o risco cirúrgico.

2) Não solicite múltiplos exames na avaliação inicial de pacientes com suspeita de doença tireoidiana. Solicite o Hormônio Tireoestimulante (TSH) e, se anormal, prossiga com avaliação adicional ou tratamento dependendo dos achados

A dosagem de TSH pode detectar doença tireoidiana subclínica em pacientes sem sintomas de disfunção tireoidiana. Uma dosagem de TSH dentro dos valores de referência exclui na maioria dos casos doença primária de Tireoide. Se a dosagem de TSH for anormal, confirmar o diagnóstico com avaliação de T4 Livre.

3) Não realize triagem com CA-125 ou ultrassom, para câncer de ovário, em pacientes de baixo risco do sexo feminino.

O CA-125 e o ultrassom em pacientes de baixo risco e assintomáticas, sem diagnóstico de câncer, não reduzem a mortalidade nestes pacientes. Resultados falso-positivos acarretam a realização de exames ou procedimentos desnecessários e possuem riscos de complicações.

4) Não realize repetição de Carga Viral de Hepatite C em pacientes sem uso de terapia antiviral.

Os exames de Hepatite C quantitativos de alta sensibilidade são apropriados para diagnóstico e são parte do acompanhamento da terapia antiviral. Em outras condições, o exame de Carga Viral não modifica o manejo clínico ou desfecho.

5) Não solicite teste genético para HFE para pacientes sem sobrecarga de ferro evidenciada ou sem histórico familiar de Hemocromatose Hereditária.

A maioria dos casos de Hemocromatose Hereditária é devido à herança de mutações no gene HFE. Estas mutações são comuns em indivíduos de ancestralidade Europeia, entretanto apenas uma pequena proporção destes indivíduos desenvolve condições clínicas. Outros fatores genéticos e não genéticos contribuem para este desenvolvimento. A genotipagem do HFE deve ser realizada em pacientes com sobrecarga de Ferro (ex. Saturação de Transferrina > 45%) ou aqueles com história familiar de Hemocromatose Hereditária.

A primeira lista de recomendações da SBPC/ML foi lançada em 2018, quando a sociedade aderiu ao programa. Para acessar, clique aqui.

O Choosing Wisely foi criado pela American Board of Internal Medicine (ABIM), em 2011, e chegou ao Brasil em 2015. O projeto engaja diversas sociedades médicas para que apontem, através de uma lista de recomendações, condutas que não devem ser indiscriminadamente adotadas, fazendo com que os especialistas reflitam sobre os procedimentos de sua atividade.

De acordo com Choosing Wisely, atualmente mais de 70 sociedades médicas na Alemanha, Canadá, Inglaterra, Japão e Brasil, já publicaram mais de 400 recomendações sobre exames e tratamentos que devem ser reavaliados pelos especialistas.

Vencendo desafios, medicina diagnóstica se desenvolve fora do eixo Rio-São Paulo

Sempre que pensamos em pioneirismo em saúde, as primeiras referências nacionais automáticas estão nos grandes centros médicos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Essa percepção não é diferente quando esmiuçamos o mercado de medicina diagnóstica, já que as maiores empresas do setor estão instaladas nessas regiões e despontam com inovação e alta tecnologia.

Porém, mesmo em um país continental como o Brasil, estamos conseguindo mudar essa mentalidade, já que podemos observar uma redução do gap que existia entre esses grandes centros e outras regiões.

Como comprovação desse desenvolvimento, temos dados do Cadastro Nacional dos Estabelecimento de Saúde no Brasil (CNES) que, publicados no Painel Abramed 2019 – O DNA do Diagnóstico, mostram que o número de unidades de Serviço de Apoio à Diagnose e Terapia (SADT)  cresceu 66,6% nos últimos dez anos, atingindo um total de 24.763 mil unidades em dezembro de 2018.

Recortando as regiões Norte e Nordeste, temos um boom ainda mais interessante de ser analisado: a quantidade de estabelecimentos cresceu 91% no Norte e 68,5% no Nordeste do país no mesmo período.

A incorporação tecnológica, que surge para melhorar a qualidade dos exames e ampliar o acesso da população a diagnósticos de imagem mais precisos, tem sido uma das facilitadoras para a equiparação do atendimento prestado nas megalópoles aos serviços prestados em todo o restante do território nacional.

Sólida realidade fora do eixo Rio-São Paulo, a tecnologia de ponta pode ser identificada, por exemplo, no oferecimento do exame de PET/CT (acrônimo de tomografia por emissão de pósitrons/tomografia computadorizada) em diversas regiões do país. Esse exame, inserido no rol da Medicina Nuclear e importante aliado no diagnóstico e no combate ao câncer, ficou restrito ao Sudeste e ao Sul do Brasil por muitos anos, mas hoje já pode ser encontrado em clínicas como a nossa, no Ceará, que acabou de colocar em funcionamento seu segundo aparelho de PET/CT, levando ganhos a pacientes e médicos da capital cearense ao reduzir o tempo do exame e melhorar a qualidade da definição da imagem. Isso sem falar na Internet, que promove uma melhor troca de informações, beneficiando todo o sistema de saúde.

No mesmo caminho de desenvolvimento temos cada vez mais médicos especialistas fora dos grandes centros e isso faz com que a medicina diagnóstica esteja em constante evolução para ser cada vez mais o apoio que os médicos necessitam para a tomada de decisões e definição das condutas terapêuticas.

Outros resultados do crescimento do setor de diagnóstico em todo o território nacional está, além do incremento do parque tecnológico, na evidente busca por qualidade e humanização; no foco em acreditação hospitalar e vários outros selos de qualidade e no reconhecimento de capitais como Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Teresina (PI) e São Luís (MA) como importantes polos de saúde.

Mas, como em todo processo de desenvolvimento, há as dores do crescimento trazendo grandes desafios ao dia a dia dos centros de diagnósticos fora do eixo Rio-São Paulo. Dentre eles, podemos citar a distância geográfica dos centros de distribuição de peças de reposição para os equipamentos de diagnóstico, já que a maioria deles está em São Paulo gerando impacto relevante quando há a necessidade de manutenção de equipamentos com substituição de peças. Não é raro que as empresas tenham de esperar vários dias para consolidar essa manutenção colocando o equipamento novamente em funcionamento.

Somado a isso, encara-se a prática de recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) entre os Estados da Federação dificultando a chegada dos itens solicitados. Como exemplo, vemos a simples troca de um fiscal na fronteira estadual podendo atravancar e até mesmo impedir a entrega desses itens às clínicas, mesmo quando essas clínicas são consumidoras finais, ou seja, isentas de inscrição estadual e do pagamento de tal tributo.

Outro desafio bastante relevante está no acesso mais restrito da população que se encontra fora do eixo Rio-São Paulo a planos de saúde. Com diversos aspectos socioeconômicos influenciando fortemente a oferta e a demanda dos serviços de saúde, é notória a associação entre o porte populacional e a distribuição do número de beneficiários de planos de assistência médica.

Mesmo que, segundo dados do Painel Abramed, a região Nordeste tenha incorporado mais de 1,6 milhões de beneficiários de planos de saúde nos últimos dez anos enquanto, no mesmo período, a região sudeste tenha ganhado 1,4 milhões de vidas, números  do Sistema de Informações de Beneficiários (SBI) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), também publicados no Painel, mostram que mais da metade dos beneficiários (52,2%) está localizada nos 46 municípios mais populosos da nação, ou seja, que têm acima de 500 mil habitantes e nos quais a taxa de cobertura alcança 37,9% da população.

Na outra vertente, em quase 90% dos municípios brasileiros com até 50 mil habitantes, apenas 7,8% da população está coberta pelo sistema suplementar. Essa restrição, diretamente relacionada com o menor poder aquisitivo, resulta em discrepâncias remuneratórias entre as regiões: enquanto os grandes centros conseguem ofertar exames a custos menores e recebem remunerações mais altas por eles, as regiões mais remotas têm mais despesas – já que os equipamentos, a manutenção e os insumos acabam mais caros – e menos receita a cada exame executado. Para isso, contamos com um olhar minucioso por parte dos órgãos regulatórios como a ANS e o Conselho de Saúde Suplementar (Consu).

Com a restrição ao mercado de planos de saúde em algumas regiões, o SUS tem papel ainda mais importante no acesso da população à medicina diagnóstica, principalmente no interior dos Estados onde existem poucos serviços de diagnóstico do próprio governo. Nesses locais, as parcerias público-privadas são indispensáveis e fazem com que clínicas e hospitais privados conveniados ao Ministério da Saúde ofertem os serviços para suprir as demandas populacionais. Porém as tabelas remuneratórias do SUS estão congeladas há quase 20 anos e o complemento dos valores pagos aos prestadores de serviços pelo sistema público, que deveria vir das esferas municipais ou estaduais, quase nunca é garantido.  

Sobretudo e diante deste cenário de oportunidades e desafios, podemos dizer que continuamos a tomar os grandes centros de diagnóstico do eixo Rio-São Paulo como referência, embora tenhamos a certeza de que muitas soluções já surgem também em outras regiões e de que isso é fundamental para médicos e pacientes que precisam contar com medicina diagnóstica de qualidade nos quatro cantos do Brasil.

*Juliano Esteves Viana é CEO do Grupo Omnimagem

Tecnologia de ponta e procedimentos de saúde foram assuntos do 4º FILIS

Shafi Ahmed, um dos principais influenciadores mundiais em saúde digital e realidade virtual, abordou o tema “Transformando a saúde”

O mundo passa pela quarta revolução industrial e vive a “época mais empolgante da biomedicina”. Esse é a ótica de Shafi Ahmed, cirurgião oncológico dos hospitais The Royal London e St. Bartholomew, professor das universidades Bradford e Singularity, e um dos principais influenciadores mundiais em saúde digital e realidade virtual. Sua palestra encerrou o 4º FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde, evento promovido pela Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica).

Em 2014, usando o Google Glass, Ahmed removeu um câncer de um paciente sob os olhares de centenas de universitários, em mais de 100 países. À medida que as perguntas surgiam na lente do seu Glass, ele respondia às dúvidas como se as pessoas que o questionavam estivessem ao seu lado. O procedimento transmitido ao vivo, em realidade virtual, tornou-se um novo paradigma de aprendizagem. Além disso, o cirurgião alcançou vários reconhecimentos relevantes da indústria, incluindo o Future NHS Award e o Webit International Award de Melhor Uso de Inovação Digital em Saúde.

No FILIS, ele ressaltou que o dinheiro disponível no mundo é escasso e que é preciso estabelecer metas sustentáveis para os novos desafios tecnológicos. “Precisamos mudar os currículos das universidades e ensinar os médicos a serem empreendedores. As inovações vão ocorrer em um ritmo mais acelerado e os centros de ensino precisam acompanhar. Estamos mais conectados do que nunca”, reforçou.

Para o médico, as altas tecnologias de baixo custo estarão cada vez mais acessíveis. “Sou consultor de cirurgias que ocorrem em diferentes lugares do mundo: Londres, Índia, Estados Unidos. Eu não vou a esses lugares, mas a tecnologia me leva até eles”, afirmou Ahmed, que deve lançar um novo livro em novembro sobre o tema.

Entre os exemplos de lugares que estão passando por transformação tecnológica na área da saúde, ele citou Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. “É um país rico e pequeno, com apenas três milhões de habitantes. Lá existem cerca de 50 hospitais e estão todos conectados por meio de tecnologia de ponta”, afirma, lembrando que o país investiu US$ 5,5 bilhões no sistema de saúde.

Ao final da palestra, o presidente do Conselho de Administração da Abramed 2019-2022, Wilson Shcolnik, encerrou o evento fazendo um balanço do evento e seus principais destaques. E aproveitou para convidar a todos para o 5° FILIS, que tem data marcada para o dia 28 de agosto de 2020.

Inovação eleva qualidade e eficiência na medicina diagnóstica

Confira a entrevista com Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein

As empresas que atuam na área da saúde estão em busca constante de qualidade e eficiência. A chegada de novas tecnologias e o investimento em inovação permitiram à medicina diagnóstica a realização de exames em grande escala, em menor tempo, com mais qualidade e precisão, ofertando melhor atendimento ao paciente.

O salto dado pelo setor de medicina diagnóstica, que se diferencia de outras especialidades da medicina por adotar novas tecnologias mais rapidamente, é, na visão do presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Sidney Klajner, responsável por estimular o empoderamento do paciente e uma mudança radical na medicina atual.  

Na entrevista a seguir, ele comenta a importância da tecnologia e das inovações para medicina diagnóstica, os desafios do financiamento da incorporação tecnológica e da redução dos custos para ofertar exames de ponta acessíveis. Confira!

Abramed em Foco – Quais as vantagens, resultados e impactos do Núcleo Técnico Operacional do Laboratório Clínico do Albert Einstein, inaugurado em 2019?

O Núcleo Técnico Operacional concentra a maioria dos exames de análises clínicas da rede ambulatorial do Einstein e de outras instituições que contratam o nosso serviço de medicina diagnóstica. O projeto recebeu um investimento de cerca de R$ 50 milhões e abriga novos equipamentos, instrumentos e metodologias que permitem maior agilidade nos processos, redução de custos e aumento do portfólio de exames. Um dos grandes diferenciais é a utilização da esteira de automação, que reúne, em uma mesma estrutura, equipamentos capazes de realizar exames de bioquímica, imunologia, hematologia e biologia molecular. Trata-se da primeira experiência mundial de integração de equipamentos de diferentes fabricantes em uma só esteira. De início, serão 20 analisadores integrados, podendo chegar a 29, caso a demanda por exames laboratoriais aumente.

Para este ano, está prevista a segunda etapa da ampliação dos laboratórios de técnicas moleculares e de sequenciamento genético, além da incorporação da área técnica do laboratório Genomika relacionada à medicina de precisão. Essas mudanças também facilitarão a maior interação com as áreas de Pesquisa e Inovação.

Abramed em Foco – De que forma as novas tecnologias e a telemedicina impactam no acesso ao atendimento, na experiência do paciente e na possibilidade de diagnósticos precoces? 

Muitas tecnologias surgem para empoderar o paciente e melhorar a comunicação com seu médico. Um exemplo é o aplicativo Meu Einstein, lançado em 2016. Ele permite ao paciente agendar e fazer check-in em consultas e exames, checar seus resultados, monitorar dados de saúde e solicitar coleta domiciliar, entre outras funcionalidades.

Já sobre a telemedicina, uma das grandes vantagens do serviço, tanto para pacientes quanto para hospitais, é colocar o paciente certo no lugar correto. O atendimento de urgência por meio da modalidade evita idas desnecessárias ao pronto atendimento, poupando o paciente do deslocamento até um hospital quando o caso pode ser resolvido sem que isso seja preciso e protegendo-o, ao impedir que ele se exponha em um ambiente hospitalar desnecessariamente. Para o hospital, uma das vantagens é poder destinar os leitos adequadamente, reservando-os a atendimentos para casos mais complexos.

Mas há outros benefícios. Um dos nossos programas, o de Teledermatologia, é um serviço com atendimento assíncrono, ou seja, que não é feito em tempo real. Ele consiste em uma análise virtual de diagnóstico dermatológico em união com o médico de família da Unidade Básica de Saúde.  Com isso, conseguimos zerar a fila pelo atendimento dermatológico na cidade de São Paulo em parceria com a prefeitura municipal. Foram, ao todo, 55 mil atendimentos na capital paulista em seis meses de projeto. Atualmente, o programa foi expandido para atuação em nível estadual.

Outro ponto positivo da prática é a possibilidade de levar conhecimento e expertise médica a regiões desprovidas de recursos mais sofisticados. Em um país de dimensões continentais como o Brasil, o atendimento por meio da telemedicina permite que um médico especialista que está em São Paulo atenda o morador de uma área sem estrutura para assistência adequada.

Um grande exemplo que temos em andamento é nosso teleatendimento a oito UTIs privadas e sete hospitais públicos por meio de uma parceria com o Ministério da Saúde. Nós conseguirmos prover a essas instituições visitas diárias de médicos especialistas em unidades de terapia intensiva e auxiliar no atendimento local. Como resultado, reduzimos a mortalidade neste tipo de internação e aumentamos o giro de leito.

Abramed em Foco – Comparando a medicina diagnóstica atual com a que era praticada na primeira década dos anos 2000, como vê essa evolução? 

A medicina diagnóstica que se pratica em 2020 é completamente diferente da que se praticava em 2010. Demos um enorme salto em apenas uma década. 

A área sempre teve a vocação da inovação, diferenciando-se de outras especialidades da medicina por adotar e popularizar novas tecnologias mais rapidamente. Até pela maior agilidade de validação e aprovação, testes diagnósticos laboratoriais e tecnologias de imagem acabam sendo incorporados à prática médica mais rapidamente.  

Por exemplo, em um passado relativamente recente, acompanhamos a rápida incorporação de técnicas de biologia molecular ao diagnóstico de doenças infecciosas e de métodos de imagem como a ressonância magnética. 

Nos últimos anos, vemos a aceleração desse processo de incorporação tecnológica, principalmente na área da medicina genômica e de precisão, o que tem instigado uma mudança radical na medicina atual. Os testes genéticos tornaram-se uma realidade. Eles possibilitam, por exemplo, a predição de risco de doenças como câncer ou enfermidades neurodegenerativas. Oncologia e neurologia, na verdade, são duas áreas bastante impactadas pela evolução dos testes genéticos.

Abramed em Foco – Quais as perspectivas da medicina diagnóstica? Quais são os principais gargalos no setor de saúde hoje?

Os grandes desafios ainda são o financiamento da incorporação de toda essa tecnologia e a mudança cultural dos profissionais. Tudo o que foi e está sendo desenvolvido traz enormes ganhos para a medicina, mas ainda carece de escalabilidade em nível do Sistema Único de Saúde (SUS). Muitas novidades ainda são inacessíveis para a maioria dos usuários do sistema de saúde público e mesmo do privado.

Uma das principais medidas para o futuro é tornar a medicina diagnóstica de ponta acessível. É prover os novos exames para todos os que deles necessitam. Isso passa por esforços para reduzir o custo da tecnologia, mas também por busca de modelos mais sustentáveis de atenção à saúde, em que os exames sejam prescritos quando realmente necessários. Dessa forma, evita-se o desperdício de recursos, além de poupar que o paciente se submeta a testes desnecessários.

Abramed em Foco – De que maneira a Abramed, como associação que congrega dentro da medicina diagnóstica hospitais, grandes grupos laboratoriais e até pequenas empresas que atuam no segmento, pode contribuir na solução desses problemas? 

A Abramed, como entidade que representa os principais players de medicina diagnóstica no país, pode contribuir para encontrar caminhos que tornem os exames diagnósticos mais eficientes e mais acessíveis. Uma das formas é continuar promovendo o diálogo com todos os atores envolvidos, sejam eles os pacientes, os principais interessados no tema, as empresas e o governo.

Abramed em Foco – O que a instituição espera da Abramed para vencer os desafios do setor para os próximos anos? 

Esperamos que a Abramed continue a fazer o trabalho primoroso que vem conduzindo desde sua fundação, oferecendo espaço para o debate e incentivando a busca de soluções que tornem o sistema da medicina diagnóstica mais acessível, sustentável e eficiente.

Abramed em Foco – Em 2020, a Abramed comemora 10 anos de atuação. Qual a importância da Associação para o setor durante esta década?

A Abramed representa as principais organizações de medicina diagnóstica que prezam pela prática baseada nas melhores evidências científicas, dentro de princípios éticos bastante rígidos e têm na satisfação dos seus clientes seu principal foco.

Dentro deste cenário, a Abramed é tanto um fórum de debates que congrega grandes líderes do setor, quanto um fornecedor para sociedade de soluções que criem alternativas de crescimento sustentável do setor, com o melhor desfecho para os pacientes. A Abramed também propicia coletarmos dados dessas organizações e do mercado de saúde e, com um trabalho analítico cuidadoso, oferece aos gestores contribuições estratégicas valiosas.

Por fim, por meio de seus vários grupos técnicos gera conhecimentos de fronteira para o setor de medicina diagnóstica, monitora e atua nos setores regulatórios para que a prática da medicina diagnóstica não se distancie de seu objetivo maior que é criar valor na cadeia de saúde e que o cidadão se beneficie sobremaneira de sua atuação.