Economia e medicina diagnóstica – O que esperar do futuro?

Dia 13 de outubro, a agenda do 5º FILIS trará uma palestra e um debate sobre aspectos econômicos e o futuro da saúde

6 de outubro de 2021

A agenda do primeiro dia da edição 2021 do Fórum Internacional de Lideranças da Saúde – FILIS trará dois importantes debates sobre as perspectivas econômicas para o futuro do setor. Após a palestra internacional ministrada por Paul Epner, co-fundador da Society to Improve Diagnosis in Medicine (SIDM), grandes nomes da saúde nacional se reunirão para um debate sobre os impactos da pandemia. O 5º FILIS será realizado dias 13 e 14 de outubro de forma totalmente digital.

Na quarta-feira, dia 13, a partir das 10h15, Epner, que é membro do National Steering Committee for Patient Safety e já se apresentou em todo o mundo, trará sua vasta expertise na busca pela melhoria da medicina diagnóstica sempre focada na segurança do paciente.

Além disso, por também presidir a Coalition to Improve Diagnosis, uma coalizão com mais de 60 sociedades profissionais, sistemas de saúde, organizações de pacientes e entidades focadas na melhoria da qualidade da assistência, contribuirá com percepções amplas sobre como a união de diversos atores de uma cadeia bastante complexa como a da saúde pode auxiliar na transformação e consolidação do setor.

Na sequência, a partir das 10h55, Gonzalo Vecina, médico sanitarista e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, moderará o debate “Futuro da Saúde e os impactos econômicos no pós-pandemia”. Participarão, ao lado de Vecina, Julio Aderne, general manager da Abbott no Brasil; Marco Costa, CEO da Americas Serviços Médicos – United Health Group Brasil; Sidney Klajner, presidente do Albert Einstein; e Antonio Fabron Junior, CEO da DB Diagnósticos do Brasil.

A 5ª edição do FILIS será realizada de forma totalmente digital entre 13 e 14 de outubro. As inscrições, que são gratuitas, estão abertas e podem ser feitas AQUI.

Grupo Fleury, 95 anos de excelência e relevância na vida das pessoas

Nos últimos anos tem acelerado seu crescimento na direção de ser um ecossistema de saúde integrada, preventiva e híbrida

6 de outubro de 2021

Com 95 anos, o Grupo Fleury é uma das mais respeitadas organizações de medicina e saúde do Brasil, reconhecida pela comunidade e opinião pública pela sua excelência técnica, médica, em atendimento e gestão.

Nos últimos anos tem acelerado seu crescimento na direção de ser um ecossistema de saúde integrada, preventiva e híbrida, combinando ofertas físicas e digitais. Com esse sistema integrado, tem conseguido cada vez mais apoiar a conduta clínica do médico na busca de soluções que atendam às necessidades de cada paciente, ao mesmo tempo que contribuem para a sustentabilidade do sistema. Além de medicina diagnóstica, tem expandido sua atuação para as etapas de prevenção, atenção primária, secundária e terciária.

Com mais de 12 mil colaboradores e 3 mil médicos, a empresa está presente nos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão e Distrito Federal.

A empresa tem se consolidado como uma das maiores referências em melhores práticas sociais, econômicas e ambientais (Environmental, Social and Governance – ESG). Recentemente, foi reconhecida e passou a integrar pela primeira vez o ‘Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI)’, da Bolsa de Valores de Nova York, na carteira DJSI Emerging Markets 2020/2021, sendo a única empresa do setor de Saúde nas Américas a fazer parte do índice.

Comitê de Proteção de Dados lança Guia de Boas Práticas

Documento está disponível para download e busca auxiliar o processo de adequação à LGPD nas empresas de medicina diagnóstica

6 de outubro de 2021

Visando sempre enfatizar a importância de comportamentos éticos, transparentes e vitais para a evolução da sustentabilidade do sistema de saúde, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) acaba de lançar, por meio do Grupo de Trabalho (GT) de Proteção de Dados, o Guia de Boas Práticas em Proteção de Dados para o Setor de Medicina Diagnóstica.

O documento – que está disponível para download AQUI – traz as bases legais para o tratamento de dados sensíveis, apresenta detalhes sobre como atender aos direitos dos titulares, e aborda o compartilhamento de dados de saúde com as operadoras. Além disso, contribui diretamente com a gestão corporativa ao abordar a proteção de dados pessoais no contexto dos recursos humanos e as práticas comerciais em marketing.

“Para garantir a implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as empresas devem criar estratégias administrativas, mecanismos jurídicos e tecnológicos e identificar responsabilidades, prevenindo e antecipando riscos. Para apoiar nossos associados e demais empresas do setor no processo de adequação à lei, preparamos esse guia com uma linguagem simples e exemplos práticos. Trata-se de uma ferramenta consultiva para diferentes áreas das corporações”, pontua Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed.

Devido à relevância do tema, em reunião realizada dia 23 de setembro, Milva Pagano, diretora-executiva da Associação, mencionou o interesse da entidade em transformar o GT de Proteção de Dados em um Comitê permanente na entidade. “Os grupos de trabalho têm ação específica e tempo pré-determinado de atuação. E o GT de Proteção de Dados foi iniciado com essa perspectiva. Porém, agora, a proposta é que ele evolua para um Comitê permanente envolvendo não somente membros dos departamentos jurídicos dos nossos associados, mas profissionais das áreas de tecnologia e segurança da informação. Assim poderemos ampliar as discussões”, disse.

Cibersegurança

A fim de promover conhecimento sobre a criação de um ambiente virtual seguro, a reunião de 23 de setembro contou com a participação de Domingo Montanaro, perito em TI e cofundador da Ventura Enterprise Risk. O especialista apresentou a palestra “Riscos e prevenção no uso de dados no setor de medicina diagnóstica”.

“Precisamos tratar desse assunto que é recorrente e não se refere apenas à segurança do dado em si. Temos acompanhado, na Europa, que as instituições de saúde muitas vezes são as mais atingidas com a interrupção dos serviços e o sequestro de dados”, disse Rogéria Leoni Cruz, diretora jurídica e Data Protection Officer do Hospital Israelita Albert Einstein, ao iniciar a reunião e apresentar Montanaro.

Explicando em detalhes as ameaças do ransomware – software de extorsão utilizado por quadrilhas digitais para sequestrar sistemas e exigir um resgate para a liberação em ataques cada vez mais recorrentes – o especialista fez alguns apontamentos bastante interessantes.

“Tratávamos de dois a três casos de ransomware por ano. Hoje estamos tratando dez ou doze. Essas gangues que executam os ataques estão conseguindo bilhões de dólares em pagamentos e se antes eles apenas interrompiam as operações, hoje conseguem também copiar uma grande massa de dados das corporações”, declarou. 

Algumas empresas, a fim de se precaver desse tipo de incidente, podem dedicar muitos esforços na criação e atualização constante de um backup, mas nem sempre isso é suficiente. O especialista exemplificou com o caso de uma companhia que tinha um backup ideal, porém a restauração poderia demorar 21 dias. “Nesse caso a empresa pagou o resgate não porque não tinha os dados, mas porque não podia aguardar três semanas para retomar sua operação. Então é importante analisar o tempo da restauração do backup”, declarou.

Outro ponto que foi abordado por Montanaro é que atualmente essas quadrilhas não planejam quem vão atacar, ficam escaneando a rede em busca de uma oportunidade. “Cerca de 80% dos casos de ransomware a quadrilha não escolheu o alvo”, pontuou. São tantos ataques nos Estados Unidos gerando bilhões de dólares em pagamentos de resgate que o Tesouro Nacional resolveu se posicionar quanto a essas ações.

O que as empresas precisam fazer para prevenir esses ataques?

O primeiro passo, na opinião do especialista, é reconhecer os erros. “Estamos colocando motores cada vez mais potentes sem melhorar os pneus, a suspensão, o câmbio e sem instalar airbag, extintor e cinto de segurança”, disse. Além disso, é preciso entender que o risco cibernético é intransferível e que a responsabilidade não é apenas das áreas de TI e segurança da informação.

Na sequência, existem algumas perguntas que precisam ser feitas olhando para o ambiente interno:

  • Quem está preocupado com o tema?
  • Quais são os ativos mais importantes da empresa?
  • Quem são os adversários?
  • Quais são as ameaças?
  • Qual a estratégia de combate a ameaças cibernéticas?

E o interessante é que esses questionamentos sejam debatidos junto ao conselho que, inclusive, segundo Montanaro, deve sempre ter pelo menos um membro bastante familiarizado com o assunto. “Além disso, é preciso ter um comitê com uma linha direta ao conselho”, disse.

Em sua apresentação, o especialista mencionou uma palestra de Ronald Sugar, que atuou como presidente do Conselho e CEO da Northrop Grumman até 2010, sobre todo esse cenário de cibersegurança, sugerindo que todas as pessoas que estão inseridas nesses projetos assistissem. Essa palestra está disponível no YouTube e você pode vê-la clicando AQUI.

Diretora-executiva da Abramed fala à Jovem Pan sobre aumento da procura por testes RT-PCR no primeiro semestre de 2021

No dia 10 de setembro, a diretora-executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) falou à Jovem Pan sobre o aumento na realização de exames RT-PCR durante o primeiro semestre de 2021. Confira a entrevista completa clicando AQUI.

Em entrevista, a executiva explicou que esse crescimento está relacionado ao aumento de casos registrados no começo do ano e que os planos de retomada influenciam nos números, uma vez que as pessoas precisam ser testadas para participar de eventos e outras ocasiões.

Abramed é destaque no Valor Econômico

No dia 3 de setembro, o jornal Valor Econômico publicou uma matéria destacando dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) sobre o aumento na média mensal de testes RT-PCR entre março e junho de 2021. O valor de testes realizados foi quase 5 vezes superior à do mesmo período em 2020.

Os laboratórios de medicina diagnóstica associados à Abramed realizaram, no primeiro semestre desse ano, 8,4 milhões de exames RT-PCR, considerado padrão ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para detecção do vírus Sars-CoV-2, responsável pela COVID-19.

Confira a matéria completa clicando AQUI.

Healthtech em crescimento, Pixeon fortalece soluções centradas no paciente

Felipe Clemente, CEO da Pixeon, fala sobre os projetos futuros da companhia

4 de outubro de 2021

Investindo em inovação para manter o paciente no centro de todas as ações, a Pixeon – empresa brasileira consolidada no mercado de tecnologia e que oferta um amplo portfólio de soluções de softwares para a área da saúde – trabalha com objetivos e metas bem definidos para 2022.

Nessa entrevista exclusiva para a Abramed em Foco, o CEO Felipe Clemente fala sobre os desafios gerados pela covid-19 e sobre as perspectivas futuras. “Felizmente não tivemos um impacto negativo nos investimentos, e seguimos trabalhando com o valor de R$ 83 milhões para o quinquênio que encerra em 2024”, comentou.

Confira a entrevista completa.

Abramed em Foco – Com a chegada da pandemia e os hospitais passando a direcionar a maior parcela de sua estrutura para atendimento a infectados pelo novo coronavírus e com um afastamento dos pacientes das clínicas e laboratórios, como ficaram os negócios da Pixeon? Como foi o impacto?

Felipe Clemente – Houve um impacto, sim. 2020 foi um ano sem precedentes, e acho que é impossível alguém dizer que não houve nenhum impacto em sua vida. Especialmente nos primeiros meses, em que não tínhamos nenhuma informação sobre como seria a pandemia. Foram vários tipos de impacto: tivemos que nos adaptar a novas formas de trabalho, novas formas de comunicação com os times… Nossa equipe precisou se adaptar ao home office que, em época de pandemia, exige um isolamento muito maior. E para lidar com os impactos na saúde da equipe, fizemos programas de saúde mental e atividade física, melhoramos as condições do home office disponibilizando cadeiras e mesas. Fomos aprendendo muito à medida que o tempo foi passando.

E por outro lado, tivemos impacto na inovação. Intensificamos o modo de pensar nossas soluções colocando o paciente no centro de tudo. Com isso, passamos a ter áreas dedicadas a transformação digital, antecipamos soluções que estavam previstas para ser lançadas mais tarde – como a teleconsulta que, por não ter previsão de regulamentação antes da pandemia estava sendo adiada, mas depois de três meses de crise nós conseguimos lançá-la.

Abramed em Foco – Vencidos os primeiros 15 meses da pandemia de covid-19, quais são os desafios da Pixeon para o próximo ano?

Felipe Clemente – Temos objetivos e metas bem definidas para o próximo ano e queremos sempre inovar, buscando colocar as necessidades do paciente no centro de todas as nossas ações. Apesar da pandemia ter sido um momento muito desafiador para todas as áreas, principalmente para a área da saúde, conseguimos aprender alguns aspectos importantes na comunicação com as instituições de saúde e com o paciente. Assim, as necessidades foram modificadas abrindo espaço para novas tecnologias e soluções se desenvolverem mais ainda, como a inteligência artificial, ferramenta de trabalho muito importante para médicos e profissionais do setor. 

Com isso, conseguimos perceber como cada vez mais a transformação digital é algo que faz a diferença no cotidiano, afinal, quem não precisou consultar um médico e fez por meio da videochamada durante a pandemia? Todos nós nos adaptamos e tiramos lições que vamos carregar, e para sempre impactar no modo como pensamos em saúde. Vamos levar esses aprendizados para os próximos anos, tendo como foco a inovação, o bem-estar do paciente e a otimização de processo para laboratórios e outras instituições de saúde, fazendo a transformação digital se tornar mais presente.

Abramed em Foco – A pandemia impactou negativamente os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação? Ou mesmo diante da crise os projetos conseguiram avançar?

Felipe Clemente – Conseguimos passar por este momento com o desenvolvimento acelerado e as expectativas altas para as novidades que estamos prestes a lançar – algumas delas ainda este ano. Felizmente não tivemos um impacto negativo nos investimentos, e seguimos trabalhando com o valor de R$ 83 milhões para o quinquênio que encerra em 2024, em todo o nosso portfólio de produtos voltados para todos os profissionais da saúde.

Abramed em Foco – A Abramed reúne empresas de medicina diagnóstica de todos os portes, de todas as regiões do Brasil. Como é o portfólio de diagnóstico da Pixeon pensando nas particularidades dessas empresas? Vocês têm soluções tanto para os pequenos quanto para os grandes?

Felipe Clemente – Temos um dos portfólios mais completos do mercado de saúde, e esse é um motivo de grande orgulho para nós. Temos soluções de gestão para hospitais (HIS), centros médicos (CIS), laboratórios (LIS) e centros de diagnóstico por imagem (RIS). Aliás, para diagnóstico por imagem, nós temos também um PACS (Pixeon Aurora) que recebeu prêmio internacional de qualidade por três anos seguidos.

Recentemente, desde que o BoaConsulta passou a ser Pixeon, também passamos a ter uma solução voltada a consultórios menores, o BoaConsulta Gestão. E por fim, temos uma solução de inteligência artificial para agendamentos que pode se encaixar perfeitamente em todas essas realidades.

Abramed em Foco – Pensando em acesso – que é uma das dificuldades de um país continental como o Brasil – como a indústria de diagnóstico pode auxiliar a levar testes mais precisos, eficazes e acessíveis para toda a população? Inteligência artificial é um caminho?

Felipe Clemente – Bom, temos vários desafios na saúde que a Inteligência Artificial pode atuar diretamente na solução. Por exemplo, um desafio encontrado pelo setor são os processos repetitivos da rotina e que não necessariamente envolvem o paciente. A utilização da Inteligência artificial para otimizar esses processos, além de aumentar a eficiência dos profissionais, também o ajuda com questões emocionais, diminuindo a sobrecarga e o estresse, se configurando como uma ferramenta muito útil para profissionais de laboratórios e da saúde, em geral.

O outro desafio mais evidente, é justamente o que você citou na pergunta: o dos testes. A IA auxilia demais em questões relacionadas a precisão e eficácia de testes, e ainda pode atuar como um facilitador na hora do profissional de saúde tomar decisões relacionadas a laudos e diagnósticos. E tudo isso está relacionado a acesso, sim. IA combinada com outras tecnologias (teleconsultas, exames e resultados on-line) vai facilitar a vida de quem mora em regiões remotas, por exemplo, e quer consultar com um especialista. Ou de alguém que viajou e precisou dos resultados dos últimos exames na viagem.

Em um país com proporções continentais assim como o Brasil, essas soluções facilitariam demais o acesso. Existe um custo muito grande na saúde do Brasil, e a aplicação da IA e outras soluções em nuvem vai torná-la mais barata e acessível.

Abramed em Foco – O setor de medicina diagnóstica tem falado muito sobre integração diagnóstica, ou seja, a utilização de resultados de diferentes exames para a melhor tomada de decisão. Como a indústria tem atuado, quais os segmentos que são mais promissores quando pensamos nessa integração?

Felipe Clemente – Sim, e esse é um ótimo tema para se debater. As pessoas com frequência acham que inovação é inventar algo totalmente novo, do zero. Quando na verdade, inovar pode ser uma maneira diferente de ver e usar ferramentas. A comunicação entre diferentes sistemas tecnológicos e a integração diagnóstica são duas etapas importantes para a inovação da medicina diagnóstica, e que anda lado a lado com a resposta anterior, sobre acesso.

E nesse aspecto, eu acredito que as soluções mais promissoras são aquelas que focam no paciente, que facilitam o acesso do paciente a diferentes exames e o compartilhamento de informação e histórico com o seu médico, sempre que necessário. É uma maneira diferente de pensar a tecnologia para a saúde, que inclui o paciente como personagem agente também, em vez de apenas um receptor de atenção clínica, facilitando a atuação assertiva dos laboratórios e de outras instituições envolvidas nos processos.

Abramed em Foco – Está ocorrendo um grande movimento de fusões e aquisições no mercado de medicina diagnóstica. Na indústria, esse movimento também se consolida? A Pixeon passou por fusões no último ano?

Felipe Clemente – A Pixeon passou por este processo no último ano com a aquisição do BoaConsulta. A ação, que se concretizou em setembro de 2020, nos colocou na liderança do mercado de healthtechs, com quase 6 mil clientes em toda a América Latina. A plataforma de agendamento de consultas, sistema de gestão clínica e telemedicina, criada em 2012, registrou recorde de tráfego em seu site no ano passado, somando quase dois milhões de acessos em um mês. Com isso, essa movimentação se tornou uma das etapas de um plano estratégico da Pixeon em se tornar cada vez mais protagonista na transformação digital do país.

Abramed em Foco – Qual o grande objetivo de vocês como uma healthtech?

Felipe Clemente – Nossos clientes são principalmente laboratórios e médicos, mas nossos clientes finais consequentemente se tornam os pacientes, por isso um dos nossos principais objetivos e metas como healthtech é valorizar a importância da jornada desta pessoa, sempre levando em consideração ações mais assertivas e que facilitem o cotidiano. O cliente como centro está na base de todos os nossos valores da transformação digital, para isso procuramos sempre utilizar as tecnologias disponíveis e a inovação, para buscar tecnologias que ainda não existem, tudo para melhorar a interação dos médicos com os pacientes de diversas instituições de saúde.

Abramed em Foco – Como enxerga a atuação da Abramed na medicina diagnóstica? O que espera da entidade como parceira para melhoria do setor?

Felipe Clemente – Enxergamos a Abramed como uma organização importante no setor, tanto no quesito representatividade das empresas quanto no quesito associação. O setor da medicina diagnóstica está sempre passando por transformações e precisamos cada vez mais de ações integradas para defender as causas em comum. Para a Pixeon, a transformação digital com foco nos laboratórios, médicos e pacientes é a meta diária, e ações para difundir como essas tecnologias são confiáveis e só existem com o propósito de facilitar o cotidiano de todos é algo de muita relevância para nosso trabalho. Com isso, queremos sempre levar melhorias e qualidade de vida aos nossos clientes, buscando o desenvolvimento de soluções totalmente eficazes e fáceis de se adaptar.

Na JPR, Abramed fala sobre segurança em saúde digital e lança Guia de Boas Práticas em Proteção de Dados para a Medicina Diagnóstica

Entidade participou da programação oficial do evento, no dia 24 de setembro

4 de outubro de 2021

A 51ª edição da Jornada Paulista de Radiologia (JPR) – realizada entre 22 e 25 de setembro – trouxe para o público participante uma extensa programação permeando diversas especialidades e áreas da medicina diagnóstica. Na seção sobre Gestão e Profissionalismo em Saúde, o painel com o tema “Segurança em Saúde Digital e LGPD – Como isso me afeta?” foi moderado pelo presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik e contou com participação do professor doutor Henrique Simão Trad, fundador da Lotus Radiologia; Luzia Sarno, CIO do Grupo Fleury; e Lucas Bonafé, advogado da Machado Nunes especialista em direito digital e proteção de dados.

Ao fazer a abertura do bate-papo, Shcolnik apresentou em primeira mão o Guia de Boas Práticas em Proteção de Dados para o Setor de Medicina Diagnóstica, uma publicação concretizada pelo Grupo de Trabalho (GT) de Proteção de Dados da Abramed. “Estamos tratando de um tema muito atual e esse guia pode ser uma importante ferramenta para que todos possam compreender melhor o assunto”, declarou. Os presentes puderam fazer o download da versão digital do guia por meio de um QR Code disponibilizado na palestra (clique AQUI para acessar).

Em sua contextualização sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e segurança digital, Trad explicou como a segurança afeta a infraestrutura de TI no ambiente da radiologia. Após mencionar aspectos relativos à transformação digital, o especialista abordou a significativa evolução da tecnologia da informação e explicou o que são dados sensíveis, um dos grandes ativos das empresas atuantes na área da saúde.

“O que é transformação digital? Em linhas gerais, é passar tudo para o digital. E isso transaciona nos materiais utilizados pelos radiologistas. Todos os mecanismos são, ao mesmo tempo, fonte e repositório de dados direcionados para algum lugar”, detalhou.

Outro assunto abordado foi a cibersegurança por ele definida como práticas, ferramentas e abordagens para proteger os dados e impedir que alguém desligue, por exemplo, equipamentos de ressonância que estão em funcionamento. “Os ataques estão cada vez mais frequentes e o nível de complexidade é crescente. Cada um desses ataques tem um objetivo que varia desde o simples prazer em atrapalhar até motivos econômicos que, inclusive, podem ser desastrosos”, disse. Entre os ataques que estão sendo observados no mercado estão pishing, malware, man-in-the-middle, password atacks e sequestro de dados.

Mas por qual motivo o setor de saúde vem sendo tão visado? Trad explica. “Dados médicos valem 25 vezes mais do que dados bancários. O cartão de crédito o usuário pode cancelar. O prontuário médico, não. Por isso os profissionais de saúde também devem tomar cuidado com os dados que estão transmitindo”, destacou.

O tema torna-se ainda mais importante com o advento da internet das coisas e o trabalho remoto, que de certa forma abriu as portas para novos ataques por conta da necessidade de acesso aos sistemas das empresas de diferentes locais, nem sempre tão seguros.

Especificamente no ambiente de radiologia, tecnologias como RIS/PACS estão cada vez mais complexas em suas interfaces, integrações e permissões. Mas onde entra, de fato, a LGPD?

Segundo Trad, a proteção de dados do paciente é, também, a proteção do médico. “O radiologista distribui, gera, armazena e comunica dados o tempo inteiro. Dessa forma, a lei está no dia a dia do profissional. O paciente, titular do dado, tem o direito de consentir, corrigir ou pedir a eliminação daquela informação a qualquer momento. E há, ainda, todas as questões relativas à sigilo e boas práticas”, pontuou.

Trazendo todo o conceito para a realidade dos laboratórios, Shcolnik convocou Luzia a falar um pouco mais sobre suas percepções quanto à preparação do setor de saúde. “Como você enxerga nosso segmento e qual seu diagnóstico sobre nossa adequação para que sobrevivamos aos desafios da LGPD”, questionou o executivo.

Luzia reforçou que o setor de saúde vem vivenciando um momento de crescimento significativo dos dados gerados dia a dia. “A questão é que, diferentemente da área financeira, nosso segmento não está preparado para isso. Nem clientes e nem pacientes. Não temos maturidade para proteger nossos próprios dados”, pontuou.

Segundo a especialista que comanda a área de tecnologia do Grupo Fleury, trata-se de um investimento pesado, mas a inércia e a falta de adequação podem gerar prejuízos consideráveis. “Do ponto de vista das empresas e clínicas menores, terceirizar é a solução para ter pessoas especializadas focadas em mitigar o custo”, disse.

Especialista em direito digital, Bonafé trouxe para o público presente bastante conhecimento sobre a regulamentação. Além de abordar as implicações jurídicas e as responsabilidades atreladas aos profissionais de saúde quando há vazamento de dados, mencionou que o mercado da saúde é bastante regulado e já tinha uma cultura de proteção dos dados do paciente. “Temos de ser diligentes na gestão das informações fazendo um trabalho jurídico a fim de compreender onde estão os gaps e observar quais podem ser os impactos”, disse.

Para pequenas e médias empresas – que são parte considerável da assistência em medicina diagnóstica no Brasil – o essencial é, na visão do especialista, entender onde estão essas brechas no dia a dia de trabalho, principalmente do ponto de vista ético. “Por vezes estão transitando dados de pacientes com uma liberdade maior do que deveriam. Claro que haverá burocratização de acesso para maior controle, mas será necessário”, pontuou.

Antes de finalizar sua apresentação, Shcolnik disse que ainda há muitas dúvidas sobre a solicitação de dados por parte das operadoras de planos de saúde, que contratam laboratórios e clínicas de imagem para prestação de serviços. Ao explicar a relação das empresas com operadoras no que tange ao intercâmbio desses dados, Bonafé sugeriu a criação de um contrato que detalhe como o compartilhamento será feito e quais serão as ações tomadas com as informações compartilhadas. “A solução seria cada um cuidar do seu dado, mas, por outro lado, quem tiver maior concentração de dados ganha mais. Teríamos que ter muita maturidade e ainda não temos no nosso país”, finalizou Luzia.