No-show em exames: como boas práticas de gestão de agendamento ajudam a enfrentar esse desafio?

Taxa de ausência em laboratórios associados à Abramed cai para 13,5% em 2024 com processos estruturados e uso em escala de sistemas integrados.

O não comparecimento de pacientes aos exames — conhecido no setor de saúde como no-show — continua sendo um dos principais desafios para a eficiência da Medicina Diagnóstica. Cada ausência representa ociosidade de equipamentos, desperdício de insumos e aumento de custos, além de sobrecarregar agendas de técnicos, médicos e demais profissionais.

No contexto do sistema de saúde, o no-show compromete a agilidade dos resultados, atrasa diagnósticos e impacta negativamente a jornada de cuidado. Um estudo realizado na Grande São Paulo e divulgado pela Medicina S/A em 2024 apontou que clínicas privadas perdem, em média, R$ 144 mil por ano com o absenteísmo em agendamentos.

Esse cenário, no entanto, vem sendo transformado pelo avanço da tecnologia, pela adoção de processos estruturados de gestão e pela conscientização dos pacientes sobre a importância do comparecimento para a sustentabilidade do setor.

De acordo com a 7ª edição do Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, a taxa média de no-show entre os laboratórios associados caiu de 15,3% em 2023 para 13,5% em 2024. O resultado reflete o engajamento crescente das instituições no monitoramento de indicadores de comparecimento, na adoção de práticas gerenciais eficientes e no fortalecimento da comunicação com os pacientes. 

A redução das ausências está diretamente relacionada à implementação de sistemas integrados de agendamento, que permitem redistribuir vagas em tempo hábil e otimizar a capacidade operacional. Segundo o Painel Abramed, 94,7% dos associados já utilizam sistemas que integram logística de agendamento, recepção e triagem — pilares essenciais para a eficiência em saúde. 

Essas plataformas, combinadas a lembretes digitais via SMS, e-mail, WhatsApp e aplicativos próprios, proporcionam uma comunicação mais próxima e personalizada. Além disso, a confirmação ativa de presença tem reduzido ausências não justificadas e aumentado a previsibilidade das agendas. Segundo Marcos Queiroz, Líder do Comitê de Diagnóstico por Imagem e Membro do Conselho de Administração da Abramed, essas ações, principalmente em exames de alto custo como a Ressonância Magnética, podem fazer a diferença na viabilização do investimento em um novo equipamento. “Infelizmente ainda existe um aspecto cultural no nosso país que faz com que, mesmo com o uso de todas as ferramentas tecnológicas de confirmação, ainda tenhamos índices de no-show acima de 10%”, explica.

Outro avanço é o uso de algorítimos de análise de dados para acompanhar indicadores de comparecimento e satisfação. O Painel mostra que 89,5% dos associados já investem em soluções de Business Intelligence (BI), o que permite identificar padrões e aplicar ajustes rápidos — como priorizar pacientes com histórico de presença e facilitar reagendamentos.

Esse conjunto de práticas contribui para reduzir desperdícios e tornar o fluxo de atendimento mais ágil e sustentável para todo o setor.

Boas práticas e o papel institucional da Abramed

Além dos investimentos tecnológicos, o setor tem ampliado ações de educação dos pacientes, reforçando a importância de comparecer aos exames e avisar previamente sobre imprevistos.

Para a Abramed, o avanço observado é resultado da cooperação entre os associados e da disseminação de boas práticas. A entidade atua como articuladora de iniciativas de benchmarking, promovendo a troca de experiências e incentivando o uso da tecnologia como catalisadora de eficiência operacional, sempre aliada à gestão de pessoas.

Ao estimular o uso racional de recursos e a otimização de processos, a Abramed contribui para um modelo de saúde diagnóstica mais acessível, resolutivo e centrado na qualidade do atendimento aos pacientes.