Boas práticas nas clínicas de medicina diagnóstica garantem segurança do usuário

Certificações que avaliam o exercício da medicina e das instituições de Saúde garantem qualidade, resolutividade e sustentabilidade; tema foi discutido durante a JPR 2023

Analisar o cumprimento ético, seguro e eficaz dos serviços de Saúde foi o tema da palestra “Profissionalismo e Gestão em Saúde – Sessão Especial PADI (Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem)”. Os debatedores destacaram a importância da segurança do paciente por meio de programas de acreditação dos serviços, inclusive no enfrentamento de eventos adversos, e lembraram os requisitos que norteiam o uso de novas tecnologias. O evento aconteceu durante a Jornada Paulista de Radiologia (JPR) 2023.

As acreditações são como selos de qualidade que avaliam, por meio de instituições de classe e reguladoras, padrões e requisitos pré-definidos que devem estar na rotina de quem é avaliado para garantir a aplicação de boas práticas. A Abramed, sendo responsável por 60% dos exames particulares realizados no país, traz como critério associativo, a obrigatoriedade de as empresas serem acreditadas, seguindo as regulamentações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Essas avaliações proporcionam a observância da atuação profissional, das condições dos estabelecimentos, da aplicação de boas práticas e da ética, da gestão, da eficiência, como redução de desperdício, confiabilidade nos resultados e, finalmente, garantir a segurança no exercício da medicina. Mas especialistas atestam que poucos locais têm uma política voltada para isso.

Segundo a Abramed, dos 12 mil a 17 mil laboratórios no Brasil, apenas cerca de 5 mil utilizam controle de qualidade, obrigatório na Anvisa. Nesse cenário, a Associação estimula fortemente a regulação dos serviços. Na instituição, as clínicas de diagnóstico por imagem são acreditadas pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e passam por avaliações periódicas, em que devem demonstrar evidências do cumprimento dos padrões de segurança por meio do Padi.

Os laboratórios de análises clínicas ainda são certificados pelo Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (Palc), oferecido pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), reconhecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e certificado pela International Society for Quality in Health Care (ISQua), única sociedade no mundo que chancela padrões voltados para a acreditação em saúde, reconhecendo-os internacionalmente.

A certificação avalia se os locais de saúde estão preparados para enfrentamento de reações adversas em procedimentos. Natalia Henz Concatto, médica radiologista do Hospital Moinhos de Vento, destacou que, no caso da execução de ressonância magnética, é possível haver, mesmo que raramente, eventos adversos graves associados à aplicação de contraste. “Os profissionais de Saúde devem estar cientes dos potenciais riscos e tomar as medidas para minimizá-los.” Cláudia Maria Meira Dias, representante da DASA, completou que é necessário um time multidisciplinar qualificado para enfrentar possíveis problemas.

A comunicação assertiva também foi pauta do debate. E deve ser uma habilidade estimulada e prevista nas boas práticas da profissão. Felipe Veiga Rodrigues apresentou o sistema desenvolvido pelo Hospital Sírio-Libanês, que classifica em uma plataforma os tipos de achados críticos e auxilia em todo o processo de comunicação de eventos adversos para o paciente ou familiares.

O uso de tecnologias também faz parte da análise de padrões de qualidade, uma vez que recursos são cada vez mais usados na prática clínica, como a proteção de dados por meio da Lei Geral de Proteção de Dados. A discussão do uso das tecnologias passa por regulação, mas também por humanização dos serviços. Especialistas entendem que o uso de softwares e plataformas que facilitem a atuação do médico e a torne mais precisa possibilita que o profissional esteja mais disponível para o cuidado.

A liderança deve ser focada nas pessoas, sejam elas colaboradoras ou pacientes

* Por Juliana Richter

A saúde sempre teve grande relevância na vida das pessoas. Falamos mais sobre o assunto, buscamos mais saúde nos últimos anos, com um foco ainda maior na prevenção. Como liderança na área, no setor de medicina diagnóstica, busco estabelecer e praticar o lema #cuidesesempre, sejam nas práticas que adoto quando influencio em decisões que podem impactar pacientes, quanto na promoção de ações que envolvam saúde e bem-estar dos colaboradores.

Os números apontam uma retomada no setor de saúde suplementar, superando o patamar de 50 milhões de vidas cobertas. Em outra via, observa-se grande reestruturação das operadoras de saúde, um olhar mais dirigido na qualidade das prestadoras de serviços. Avanços em pesquisas, tecnologias e a busca na melhor experiência dos usuários vêm modificando a forma de conduzir o setor, de transformar os negócios e de equilibrar o interesse de todos os stakeholders.

Para promover empresas brasileiras do setor, será necessário criar um ambiente adequado e equilibrado. A inflação da saúde pressiona o Produto Interno Bruto (PIB) por mais investimentos e é utópico pensar que esses recursos virão apenas da iniciativa pública. O mercado de saúde suplementar tende a crescer fortemente, somado ao envelhecimento populacional, das tecnologias não excludentes e do modelo de negócios existente.

Certamente, tudo isto promoverá mudanças na busca por exames no setor de medicina diagnóstica. Entendendo o tamanho do desafio, busco encarar o presente e, ao mesmo tempo, me transformar para o futuro.

Na Clinoson, empresa de medicina diagnóstica de Porto Alegre (RS), onde atuo há mais de cinco anos, mantemos o foco no paciente. Entender de gente sempre foi algo natural na minha formação. Impactar positivamente a sociedade por meio da minha liderança sempre foi o meu norte. Para isso, é necessário, desenvolver negócios e pessoas, se envolver no ecossistema como um todo, conduzindo times para que a jornada do paciente seja a melhor possível, trazendo a satisfação, a segurança e a entrega dos resultados propostos.

Mulheres na liderança

Inevitavelmente, me perguntam sobre ser mulher em um ambiente tão masculino, já que permeio o espaço de grandes lideranças. Com minha veia empreendedora e proatividade, de gostar de “fazer acontecer”, desde cedo busquei estabelecer movimentos que me permitissem acessar melhores oportunidades, sejam nos setores da indústria como no segmento de serviço.

Nunca me senti sozinha. Pude contar com líderes incríveis, de ambos os gêneros, que visualizaram minhas competências, acreditaram, apostaram no meu desenvolvimento e experimentaram a minha capacidade (e vontade) de entrega.   Percebo que nas grandes empresas do segmento de medicina diagnóstica, é perceptível a relevância e o domínio das mulheres na abordagem de temas estratégicos e ocupando cargos de alta gestão. Na Clinoson, buscamos fomentar a competência, gerando oportunidades a todos. Contudo, somos sabedores que ainda há um caminho fértil a ser percorrido pela sociedade.

Em uma breve retrospectiva, minha carreira foi mais que uma escolha, foi a consequência de minhas ações reforçadas pelas formações que busquei e lideranças que me inspirei. Liderar sempre brilhou meus olhos. Desde muito cedo, me recordo de ir em busca de boas ferramentas e aprendizados e entender de negócios. Percorrer um caminho na área da indústria, ter pessoas que me inspiram e ensinam, ser apaixonada por gente e por tecnologia me fizeram chegar ao cargo de CEO.  Sempre foi “um olhar no presente e outro no futuro”.

*Juliana Richter é CEO da Clinoson e Conselheira de Administração da Casa dos Raros. Formada em análise de sistemas. Tem mestrado profissional em Gestão e Negócios (Brasil/França)

Abramed reforça parceria com IES para trabalhar autorregulação e ética

A associação é parte importante de um grupo de trabalho que tem a finalidade de identificar os principais riscos para a manutenção da integridade no setor de saúde.

A Abramed está reforçando sua parceria com o Instituto Ética Saúde (IES), da qual é conselheira consultiva, para contribuir no desenvolvimento do projeto de mapeamento de riscos e autorregulação.

O Instituto Ética Saúde é uma instituição independente cujo objetivo principal é promover um ambiente de negócios mais ético no setor, por meio de iniciativas e medidas que visam garantir a integridade e a transparência das atividades realizadas na área.

Seu Conselho de Administração é eleito entre quase 200 associados, que representam fabricantes, distribuidores, hospitais, laboratórios e outros setores. Além disso, o IES conta com um Conselho Consultivo, formado por entidades representativas de diversos elos da cadeia de valor, e com um Conselho de Ética, composto por indivíduos notáveis no terceiro setor, sem conflito de interesse.

Mapeamento de riscos e autorregulação

Um dos principais benefícios do Instituto Ética Saúde é unir, em um grupo de trabalho, as diversas entidades do setor, as quais, com experiência e conhecimento de mercado, conseguem identificar os principais riscos para a manutenção da integridade na área de saúde.

A partir dessa avaliação de riscos, o instituto propõe Instruções Normativas (INs), que servem como um importante instrumento de autorregulação do mercado, ajudando a mitigar tais riscos e promovendo os ajustes necessários. Além disso, como conselheiros, essas entidades ajudam a orientar as ações do Instituto Ética Saúde.

A autorregulação oferece uma vantagem significativa na rapidez de resposta aos riscos identificados. O IES, por exemplo, compila informações provenientes dos levantamentos de riscos no setor e do seu canal de denúncias, a fim de priorizar temas críticos. Em seguida, o Conselho de Ética é encarregado de elaborar uma instrução normativa para tratar desses pontos de atenção e mitigar os problemas encontrados.

“O grande instrumento acaba sendo a IN, que a Abramed e as outras entidades mais do que nunca são convidadas a nos ajudar a escrever, de forma dinâmica e sempre atual, a fim de mostrar o caminho que o mercado está percorrendo para mitigar ou prevenir os riscos”, diz Carlos Eduardo Gouvea, executivo de Relações Institucionais do IES.

Graças ao levantamento de riscos, foi possível publicar, em 23/09/2022, a Instrução Normativa nº 16 (5), que “adota e fomenta procedimentos para a adequada gestão dos riscos à transparência tributária e ética concorrencial relativos à aquisição e controle de produtos médicos e à prestação de serviços, de modo a desencorajar a retenção desleal de faturamento, e dá outras providências”.

O IES monitora e acompanha de perto propostas de projetos de lei relacionados à corrupção e à integridade no setor de saúde, contando com uma equipe jurídica dedicada a esse monitoramento constante.

“Estamos buscando fortalecer ainda mais essa atuação e envolver todo o nosso Conselho Consultivo, que inclui a Abramed. Reconhecemos a autoridade da entidade e entendemos que sua contribuição pode enriquecer ainda mais nossa atuação em prol da ética e da transparência no setor de saúde. Acreditamos na importância dessa interface e dessa permeabilidade para alcançarmos resultados efetivos na promoção da integridade e no combate à corrupção no mercado de saúde”, declara Filipe Venturini Signorelli, diretor-executivo do IES.

Gouvea acrescenta que é preciso empregar consideráveis esforços para alterar a direção do mercado e que existem duas maneiras de alcançar esse objetivo. A primeira é trabalhar em conjunto no levantamento de riscos. “A Abramed já fez boa parte do trabalho, e vamos continuar com outros laboratórios e até mesmo trazer outras entidades, como a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), para a discussão”, conta ele. Juntos, será possível construir um modelo de instrução normativa que seria uma referência para todo o mercado.

A segunda forma é agir em situações que indicam ilegalidade ou irregularidade, inclusive do ponto de vista concorrencial. Nessas ocasiões, pode-se contatar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Associação Nacional da Saúde (ANS) ou outras entidades competentes. “Esse trabalho não é fácil e nem rápido, mas precisa ser feito. O IES está disposto a trabalhar com a Abramed e outros parceiros do mercado laboratorial para alcançar esse objetivo”, reforça Gouvea.

Para Signorelli, a via produtiva de uma autorregulação se dá em médio e longo prazo. Quando o setor está bem trabalhado e autorregulado, com concorrência leal, a corrupção é muito menor.

De acordo com um estudo do IES, se houvesse menos corrupção e fraudes no Brasil, incluindo no setor privado, a saúde seria de 30% a 40% mais acessível e barata. “Embora esse benefício possa parecer intangível, ele é uma consequência direta da eliminação de más práticas e oportunismos no mercado. É por isso que os departamentos de compliance são tão importantes, pois as regras devem ser cumpridas para garantir que o setor esteja livre de más práticas e de estímulos à corrupção. O valor disso deve ser reconhecido pelos associados e pela sociedade em geral”, salienta Signorelli.

O instituto também conta com o Canal de Denúncias Ética Saúde (0800 741 0015 ou pelo site www.eticasaude.org.br), administrado pela International Consultants on Targeted Security (ICTS), especializada em gerenciamento de risco e compliance.

Uma denúncia pode envolver múltiplos denunciados, se um deles for associado do IES, terá um processo iniciado junto ao Conselho de Ética e será convidado a se defender. A decisão pode resultar em uma punição ou repressão em diferentes graus. Já com relação aos não associados, a situação é mais difícil, pois o instituto não tem poder de polícia para obrigá-los a se defender.

Abramed e Bracco realizam simpósio na JPR 2023

“Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?” é o tema da mesa-redonda que acontece dentro da programação do maior evento de radiologia da América Latina

Durante a 53ª edição da Jornada Paulista de Radiologia (JPR), a Abramed e a Bracco, parceira institucional da Associação, realizam o simpósio “Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?”. A JPR é o maior evento do setor da América Latina e o quarto maior do mundo. Estarão presentes 16 mil participantes, 3 mil expositores e 100 empresas do setor durante os dias de 27 a 30 de abril em São Paulo (SP).

O debate acontece no segundo dia de evento, dia 28, e reunirá Tommaso Montemurno, Country Manager da Bracco do Brasil; Gustavo Meirelles; vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Alliança Excelência em Saúde e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; Marcos Queiroz, diretor de medicina diagnóstica no Hospital Albert Einstein e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; e Márcio Sawamura, vice-diretor médico do InRad-HCFMUSP. O simpósio acontece às 12h45, no hall E, sala R. 

O evento acontece às 12h45 no Hall E, sala R, do Transamérica Expo Center, onde acontece o evento. As inscrições podem ser feitas em https://jpr2023.org.br/.

Abramed na JPR

Ainda dentro da programação da JPR, acontece o painel “O futuro da medicina diagnóstica”. Moderado por Cesar Nomura, vice-presidente do Conselho de Administração da entidade. Participam também Fábia Tetteroo-Bueno, CEO da Phillips Latin America; Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein, e Romeu Domingues, presidente do Conselho de Administração da Dasa. Milva Pagano, diretora-executiva, abre as duas discussões. O evento acontece, às 14h, no hall E, sala R. 

Um estande da Abramed também estará aberto para visitação durante todo o evento promovendo networking qualificado e mostrando aos participantes inovações na medicina diagnóstica. Vale lembrar que, 60% dos diagnósticos particulares realizados no Brasil são feitos por associados da entidade, mostrando a pertinência da sua presença no evento. 

Serviço

53ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR)
Data: de 27 a 30 de abril
Local: Transamérica Expo Center – São Paulo (SP)
Inscrições: https://jpr2023.org.br/
*Durante o evento, também acontece o 25º Congresso Latino-Americano de Radiologia Pediátrica (SLARP).

Programação Abramed na JPR

Simpósio “Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?”
Data: 28 de abril
Horário: 12h45
Local: hall E, sala R

Painel “O futuro da medicina”
Data: 28 de abril
Horário: 14h
Local: hall E, sala F

Abramed estará na JPR com estande institucional e painel sobre rumos para medicina diagnóstica

O futuro do setor será o tema do painel na tarde do segundo dia de evento; debates abrem a programação Abramed no evento

A Abramed estará, mais um ano, na Jornada Paulista de Radiologia (JPR), maior congresso do setor na América Latina e quarto maior do mundo. Na tarde do segundo dia de evento, que acontece de 27 a 30 de abril, a instituição promove o painel “Futuro da medicina”. Esta é a 53ª edição da JPR, que, este ano, deve abordar temas desafiadores, como regulação e acesso à Saúde. Nessas discussões, a Associação é um importante pilar, já que 60% dos diagnósticos particulares realizados no Brasil são feitos por associados da Abramed.

Moderado por Cesar Nomura, vice-presidente do Conselho de Administração da entidade, participam do painel Fábia Tetteroo-Bueno, CEO Phillips Latin America; Eliezer Silva, diretor-executivo do Sistema de Saúde Einstein, e Leonardo Vedolin, Vice-Presidente Médico da Dasa. Milva Pagano, diretora-executiva, abre as duas discussões. 

O evento acontece às 14h, no hall E, sala F, no Transamérica Expo Center, onde acontece o evento, em São Paulo (SP). As inscrições podem ser feitas em https://jpr2023.org.br/.

Simpósio em parceria com a Bracco integra participação da Abramed na JPR 2023

O simpósio da Abramed, em parceria com a Bracco, parceira institucional da entidade,  também faz parte da programação da JPR no dia 28 de abril. “Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?” terá a participação de Tommaso Montemurno, Country Manager da Bracco do Brasil; Gustavo Meirelles; vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Alliança Excelência em Saúde e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; Marcos Queiroz, diretor de medicina diagnóstica no Hospital Albert Einstein e líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed; e Márcio Sawamura, vice-diretor médico do InRad-HCFMUSP. O simpósio acontece às 12h45, no hall E, sala R. 

Um estande da Abramed também estará aberto para visitação durante todo o evento promovendo networking qualificado e mostrando aos participantes inovações na medicina diagnóstica. 

Serviço

53ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR)
Data: de 27 a 30 de abril
Local: Transamérica Expo Center – São Paulo (SP)
Inscrições: https://jpr2023.org.br/
*Durante o evento, também acontece o 25º Congresso Latino-Americano de Radiologia Pediátrica (SLARP).

Programação Abramed na JPR

Painel “O futuro da medicina diagnóstica”
Data: 28 de abril
Horário: 14h
Local: hall E, sala F

Simpósio “Radiologia e Diagnóstico por Imagem x Sustentabilidade: Quais os desafios?”
Data: 28 de abril
Horário: 12h45
Local: hall E, sala R

Presidente do Conselho de Administração da Abramed participa da Academia Shift Summit e destaca desafios setoriais

Wilson Shcolnik fez uma discussão abrangente abordando os principais problemas que os associados da entidade devem enfrentar e como agir visando os desafios e as boas perspectivas para o próximo quadriênio

O presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, participou  da Academia Shift Summit, realizada no dia 6 de abril. Sob o tema “O Brasil é o melhor país da América Latina para parcerias público-privadas”,  ele demonstrou, por meio de dados, a situação da medicina diagnóstica atual e os pontos de atenção para os próximos quatro anos, como as questões éticas e financeiras, a sustentabilidade e a integração diagnóstica da Saúde baseada em valor centrado no paciente. A Shift é parceria institucional da Abramed e promoveu a Academia Shift Summit até o dia 14, com programação voltada  somente para especialistas. 

Shcolnik estimulou os laboratórios a cumprirem sua missão de oferecer resultados rápidos, na hora oportuna e com menor custo, não se tratando de uma questão de quantidade, mas de qualidade. Ele comentou, ainda, que é imprescindível que a medicina diagnóstica consiga demonstrar seu valor para que as operadoras de Saúde não se mantenham resistentes à incorporação de novos procedimentos por entenderem representar apenas mais custos. 

“Temos, hoje, um modelo que remunera quem produz mais exames e isso tem um incentivo muito perverso, ou seja, não se trata do valor que o exame traz. Estamos sendo cobrados em relação a isso”, comenta. Segundo ele, essa realidade não considera a oferta de novos serviços como, além da telessaúde, a biópsia líquida, a inteligência artificial para reconhecimento de imagem, os drones para transporte de amostras, bem como novos materiais, como saliva para detecção de câncer.

“É perverso não tratar do valor que o exame traz e remunerar em quantidade sem qualidade”, pondera o presidente, lembrando que os laboratórios têm investido para que o paciente e o médico sejam apoiados por seus resultados. “Não podemos mais ser onerados com impostos”, complementa. Neste âmbito, Shcolnik citou a reforma tributária, que deve ser votada ainda neste semestre.

O monitoramento da qualidade foi estimulado pelo presidente. “Temos formas de monitoramento desde 2000, e existem produções de indicadores que podem ajudar os laboratórios a avaliar desempenho de colaboradores, descarte de insumos etc.” A implementação de novas tecnologias deve ajudar num ecossistema mais sustentável e menos oneroso. Shcolnik lembrou do sistema Loinc para a transmissão de dados. “Não adianta compilar não tendo padronização.” Ainda no contexto de um ecossistema eficaz, ele destacou a parceria público-privada para a formação de redes de cuidado por meio de aquisições como acontece atualmente, formando grandes empresas que oferecem centros de diagnóstico, oncológicos, oftalmológicos, entre outras especialidades. 

“As pessoas precisam fazer menos exames? Para diagnosticar as principais doenças que causam morte, precisamos nos relacionar com exames laboratoriais”, indaga. De acordo com ele, é necessário ter uma ideia do que acontece no país, das questões epidemiológicas, por exemplo, para demonstrar o valor de exames laboratoriais na prevenção de doenças e promoção da saúde.

Por meio de estudos britânicos apresentados, Shcolnik contradisse a perspectiva do público em geral de que se faz exames de forma exagerada e desnecessária. Sobre isso, ele explicou que os exames subsidiam 70% das resoluções médicas e devem ser feitos, porém, com monitoramento e assertividade. 

Ele citou, ainda, as principais causas de morte no país; entre elas estão, principalmente, doenças crônicas não transmissíveis, como doenças arteriais coronarianas, derrame cerebral, doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer de traqueia, brônquios e pulmões, infecção de baixo trato respiratório, diabetes mellitus, cardiopatia hipertensiva, mal de Alzheimer e outras demências e câncer de estômago. 

“O ritmo do desenvolvimento tecnológico está trazendo inovações sempre mais disruptivas, que vão mudar a nossa forma de trabalhar na medicina diagnóstica”, fala Tommaso Montemurno

No “Por que Abramed?” deste mês, o Country Manager da Bracco, parceira institucional da Associação, ressalta a importância da implantação de novas tecnologias e a sustentabilidade do sistema de Saúde

Algumas pautas estão em plena discussão no setor da medicina diagnóstica. Novas tecnologias, a possibilidade da desburocratização do fazer médico e da jornada do paciente e a preocupação com o usuário por meio de uma medicina que seja preventiva são temas correlatos e estão na pauta de palestras, congressos e, claro, da Bracco Imaging do Brasil, líder em diagnóstico por imagem.

A Abramed, como provedora de conteúdos relevantes para seus associados, entrevistou, este mês, o Country Manager da empresa, Tommaso Montemurno, conhecedor profundo dos temas que envolvem o setor. “O diagnóstico por imagem tem uma responsabilidade e um papel absolutamente relevante em um modelo que vai privilegiar os cuidados preventivos, disponibilizando tecnologia, competências e recursos para uma ampla parcela da população”, comentou.

A entrevista completa pode ser lida abaixo. “Por que Abramed” é publicado mensalmente em nosso site e em nossa newsletter “Abramed em Foco”.

Abramed em Foco: Como enxerga a atuação da Abramed na medicina diagnóstica? O que espera da entidade como parceira para o aprimoramento do setor?

Tommaso Montemurno: A Abramed tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento e aprimoramento do setor de medicina diagnóstica no país, dialogando com todos os atores da nossa cadeia de valor, promovendo a qualidade e a segurança dos serviços prestados, a integração e a colaboração entre as partes envolvidas, garantindo a implantação de políticas de regulamentação e tutela do setor e divulgando conhecimento e dados relevantes (e.g. Painel Abramed).

A atuação da Abramed vai ser fundamental para coordenar os esforços do setor no sentido de um desenvolvimento sustentável, que garanta o acesso de parcelas sempre maiores da nossa população a serviços de diagnóstico de qualidade e a uma medicina sempre mais personalizada, preventiva e eficaz.

Abramed em Foco: Num contexto em que a inteligência artificial está sendo usada de maneira mais ostensiva na Saúde, como na leitura de diagnósticos por imagem, de que modo a Bracco atua com tecnologias como inteligência artificial? Quais são as novidades?

Tommaso Montemurno: A inteligência artificial é uma ferramenta já amplamente usada no diagnóstico por imagem, mas ainda existem áreas não exploradas e um grande potencial para outras aplicações. Na Bracco, acreditamos nesse potencial e estamos investindo em três principais áreas de aplicação ligadas à eficácia diagnóstica e à eficiência no fluxo de processamento e na administração de contraste.

Primeiramente, estamos trabalhando, no core da nossa operação, em soluções que permitam aumentar a eficácia do processo diagnóstico, elaborando os dados extraídos nos procedimentos de imagem para aprimorar o resultado. Dados que, propriamente captados e analisados, podem guiar um diagnóstico mais eficaz e assertivo e a um desfecho mais rápido para o paciente.

Sob o ponto de vista da eficiência, acreditamos em soluções que otimizem o fluxo de processamento das imagens, reduzindo o tempo de aquisição e acelerando o processo de produção de laudos e relatórios. Isso, de um lado, melhora o tempo de resposta às necessidades dos nossos pacientes e, de outro, libera capacidade para atender outros pacientes e ampliar o acesso a um diagnóstico de qualidade.

Ainda na área da eficiência, buscamos soluções que otimizem o processo de administração dos meios de contraste, reduzindo o desperdício e potencializando o resultado diagnóstico. Numa época de escassez de recursos como a que temos vivido, a otimização do uso dos insumos traz benefícios para os prestadores de serviço e, mais uma vez, melhora o acesso aos pacientes.

Abramed em Foco: A pandemia de covid-19 acelerou o processo de transformação digital na saúde, como acabamos de falar da inteligência artificial. Anteriormente, os pacientes, colaboradores diversos e médicos não observavam o uso tão grande de ferramentas como telemedicina, chatbots, genômica. Qual é a importância de se implementar cada vez mais esses métodos na medicina diagnóstica?

Tommaso Montemurno: O uso das ferramentas digitais ao longo de toda a cadeia de valor de saúde é uma realidade que foi impulsionada pela pandemia, demonstrando que a tecnologia estava pronta para nos dar suporte e que uma mudança cultural era necessária para aproveitar ao máximo o potencial que poderia nos oferecer. O ritmo do desenvolvimento tecnológico está trazendo inovações sempre mais disruptivas, que vão mudar a nossa forma de trabalhar na medicina diagnóstica. Eu acredito que a mudança cultural acelerada pela pandemia já nos permite uma adoção consciente dessas ferramentas, melhorando a qualidade do processo diagnóstico e otimizando o uso dos recursos. As ferramentas digitais não irão substituir as modalidades tradicionais de atendimento, mas representarão um válido complemento para nos aproximar do paciente, suportando uma medicina mais humanizada e personalizada para as exigências específicas de cada indivíduo.

Abramed em Foco: Os avanços tecnológicos, o aumento do envelhecimento populacional e a crescente preocupação com a saúde e o bem-estar tendem a impulsionar o setor de medicina diagnóstica no Brasil e no mundo. Entre os desafios a serem superados, podemos considerar a existência de infraestrutura, recursos tecnológicos e humanos capacitados para lidar com o contínuo aumento da demanda. Também deverá ser solucionado o acesso a exames laboratoriais e de imagem, que têm trazido avanços, proporcionando o cuidado personalizado, gerando economia para o sistema de saúde e benefícios diretos aos pacientes. Como o senhor avalia essa afirmação?

Tommaso Montemurno: Acredito que o setor de medicina diagnóstica vai ter um papel ainda mais fundamental na gestão da Saúde dos próximos anos. O envelhecimento da população e uma maior sensibilidade e preocupação com saúde, que a experiência pandêmica acentuou, estão colocando sob pressão os sistemas de saúde e desafiando o uso eficiente dos recursos disponíveis. O foco está mudando de uma medicina curativa para uma medicina preventiva, capaz de melhorar a saúde de uma população cada vez mais idosa, minimizando os custos e melhorando os recursos a tratamentos mais invasivos e caros.

A mudança de foco chama a atenção sobre problemas ainda não resolvidos no nosso setor e traz novas preocupações quanto à capacidade desse sistema para atender de forma eficaz a uma demanda maior e mais exigente.

De um lado, temos uma oportunidade única para inovar, aumentando a relevância da nossa atuação no sistema de Saúde e aprimorando a qualidade do serviço e dos resultados diagnósticos para os nossos pacientes. Por outro lado, as inovações na medicina diagnóstica absorvem recursos financeiros e enfrentam desafios estruturais em termos de infraestrutura e capacitação dos profissionais do setor.

O principal desafio da nossa indústria nos próximos anos vai ser quebrar essas barreiras para adoção de soluções diagnósticas inovadoras, disponibilizando o acesso de toda a população a uma medicina preventiva mais personalizada. Todos os players do mercado têm uma responsabilidade fundamental nesse processo de desenvolvimento e é necessário atuarmos em conjunto para alavancarmos as competências disponíveis para efetivar essa transformação. Nesse cenário, instituições como a Abramed têm um papel fundamental no estímulo à transformação e na criação de um ambiente favorável para a cooperação produtiva de todos os atores do mercado.

Abramed em Foco: Qual é a situação da medicina diagnóstica no país em comparação ao mundo? O Brasil está no caminho certo? O que um país como o nosso, com problemas continentais, ainda deve fazer para promover Saúde? Como a Bracco enxerga a medicina diagnóstica no Brasil daqui 10 anos? O acesso a tecnologias ultramodernas deve estar acessíveis a mais brasileiros?

Tommaso Montemurno: O Brasil é um país complexo, onde convivem modelos de atendimentos diversos e diferentes níveis de desenvolvimento dos sistemas de Saúde. Temos um dos maiores sistemas de Saúde pública do mundo, com ilhas de absoluta excelência quanto a serviços e desenvolvimento tecnológico, que convivem com situações de atraso e carência de atendimento mínimo. Em paralelo, temos um sistema de Saúde suplementar com invejável nível de desenvolvimento tecnológico e qualitativo, mas acessível a uma parcela muito restrita da população.

Ambos os sistemas enfrentam os desafios típicos da medicina diagnóstica de alta complexidade, incluindo investimentos, custos, disponibilidade de profissionais qualificados e adequação das normas legais e regulatórias.

Para desenvolver a medicina diagnóstica, o Brasil vai ter que enfrentar desafios similares aos demais países desenvolvidos, com as complicações específicas de um país de dimensões continentais e com diferentes velocidades de desenvolvimento e de acesso.

O setor da indústria farmacêutica, em específico o de diagnóstico por imagem, tem uma responsabilidade e um papel absolutamente relevante em um modelo que vai privilegiar os cuidados preventivos, disponibilizando tecnologia, competências e recursos para uma ampla parcela da população.

A sustentabilidade desses modelos de desenvolvimento vai determinar o sucesso do nosso setor nos próximos anos. Já os atores da nossa cadeia de valor deverão buscar garantir que os sistemas de saúde sejam capazes de atender às necessidades das populações, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às próprias necessidades, com práticas que minimizem o desperdício, otimizem a eficiência e reduzam os impactos negativos sobre o meio ambiente e a sociedade.

Abramed em Foco: Qual é o trabalho de sustentabilidade da Bracco? Qual é a importância dele? 

Tommaso Montemurno: Sustentabilidade não é uma novidade na Bracco: faz mais de 28 anos que publicamos anualmente o nosso relatório de sustentabilidade, detalhando os esforços para maximizar o impacto no triple bottom line da nossa atividade: econômico, social e ambiental.

Na Bracco, entendemos que um mundo saudável tem que ser sustentável e que os nossos pacientes são importantes demais para tomar decisões com base em um quadro parcial. Por esse motivo, tentamos, desde sempre, ter uma visão holística do impacto da nossa atuação não só no nosso mercado, mas também nas comunidades e nas estruturas sociais nas quais atuamos.

Pessoas, inovação e planeta são os três pilares e as áreas de impacto definidas em nosso Relatório de Sustentabilidade 2022, enquadrado de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para 2030.

O pilar “Pessoas” expressa nosso compromisso com pacientes, profissionais de saúde, colaboradores e comunidades em que atuamos. Sempre comprometidos em valorizar as pessoas e proteger sua individualidade dentro e fora da empresa, estabelecemos objetivos desafiadores para salvaguardar e promover a diversidade, com inclusão de gênero e idade.

O pilar “Inovação” tem a ver com o nosso compromisso de desenvolver produtos e serviços de alta qualidade que melhorem a vida das pessoas e a segurança do paciente, assim como iniciativas educacionais inovadoras para promover temas STEM (science, technology, engineering and mathematics) entre os jovens.

Nosso pilar “Planeta” incorpora o respeito e a proteção aos recursos naturais, com ênfase específica na economia circular e na minimização do impacto ambiental. Estamos investindo nas melhores tecnologias disponíveis, tornando o uso de energia mais eficiente, reduzindo emissões e geração de resíduos, promovendo e consolidando práticas sustentáveis ​​e responsáveis ​​em toda a cadeia de valor. Além disso, estamos comprometidos com o objetivo de nos tornarmos carbon neutral até 2030.

Dengue: Cresce 221% o número de positivados por dengue nos laboratórios privados

    Número de exames para detectar a arbovirose também apresentam aumento 

A Abramed informa que houve crescimento de 221% de exames positivos para dengue com relação à primeira semana epidemiológica de 2023. Os exames realizados, no mesmo período, apresentaram aumento de 152%.  

O resultado foi o crescimento da positividade de 26,51% para 33,74%, no período da primeira à última semana epidemiológica deste ano. Vale destacar que “positivos” representa o número total de pacientes com testes positivos, enquanto “positividade” é a relação entre os testes positivos e os exames realizados. 

A análise já consegue apresentar tendência de aumento significativo e preocupante, como pode-se observar em algumas localidades que já declararam surto. A análise epidemiológica é feita a  partir dos dados oferecidos pelos laboratórios que integram a Associação. 

Testes diagnósticos disponíveis na rede privada 

De forma geral, 60% do volume de exames realizados na rede suplementar são feitos em laboratórios associados da Abramed. São mais de quatro mil tipos oferecidos, como testes de dengue, incluindo os de resposta rápida. 

São eles: anticorpos anti dengue IgG –IgM; antígeno para Dengue; antígeno dengue – NS1; detecção e tipagem do vírus da dengue por PCR; PCR para chikungunya e dengue; PCR para Zika, Chikungunya e Dengue; PCR para Zika, Chikungunya. 

*Consulte a disponibilidade da clínica.

Combate à Meningite: o exame do Líquor e os exames moleculares merecem destaque para diagnósticos precisos

Endêmica no país, atualmente a doença pode ser diagnosticada e tratada com precisão; vacinas também estão disponíveis nos laboratórios privados para público ampliado

A data de 24 de abril é marcada como o Dia Mundial de Combate à Meningite. Ela faz alusão à prevenção e ao diagnóstico dessa doença endêmica no Brasil, que pode ser fatal. Pela característica altamente transmissível, as vacinas são recomendadas e, no primeiro sinal de sintomas, é imprescindível realizar exames diagnósticos para evitar sequelas ou morte. São eles: exame Quimiocitológico do Líquor; Bacterioscopia Direta; Cultura de Bactérias; e Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (PCR).

Segundo o Dr. Carlos Senne, presidente do Senne Liquor Diagnóstico, laboratório associado da Abramed, o exame de líquor (LCR) é o mais recomendado para identificar a presença de meningite e também para definir o agente etiológico. “O diagnóstico diferencial entre as meningites virais e bacterianas inicia-se a partir da análise citológica e bioquímica do LCR. Como complemento, o diagnóstico microbiológico convencional, que inclui métodos de coloração (GRAM) e as culturas em placas de ágar, ainda são de grande importância nas meningites bacterianas”, declara.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2021, foram registrados quase 7 mil casos, que ocasionaram 793 óbitos. Um ano antes, um grande surto atingiu a cidade de São Paulo. No mundo, a meningite afeta mais de 2,8 milhões de pessoas a cada ano. A doença existe nas formas viral e bacteriana, as quais podem provocar inflamação no cérebro e na medula espinhal. Para as crianças menores de um ano de idade, a orientação é observar a presença de inchaço na moleira e choro persistente.

Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, náuseas e vômitos e febre. Em casos mais graves, podem levar a perda da consciência e convulsões. As meningites virais costumam ser mais leves – atingem crianças na maioria dos casos e têm grande potencial de causar surtos. Já as meningites bacterianas são mais graves e devem ser tratadas imediatamente, para evitar sequelas ou morte.

Por ter características distintas, o exame laboratorial da doença deve ser preciso para recomendação do melhor tratamento. Outro exame de destaque, segundo o médico, são os exames moleculares, por serem capazes de identificar o agente etiológico. Algumas metodologias moleculares envolvem técnica rápida e inovadora, podendo ser liberadas em poucas horas. “Foi um grande avanço”, afirma. Ainda segundo ele, a inteligência artificial (IA) pode permitir a integração de várias plataformas e abordagens para apoiar a tomada de decisões clínicas, uma vez que possibilita explorar vários fluxos de dados, incluindo, entre outros, informações laboratoriais, clínicas e radiológicas para fornecer aos médicos resultados preditivos e acionáveis. “Assim, temos grande potencial de contribuir no diagnóstico e na condução dos casos de meningite.”

Ainda segundo o Dr. Senne, durante datas alusivas, as pessoas tendem a se informar mais, e o número de exames solicitados pelos médicos aumenta. Embasando 70% das decisões médicas, os exames diagnósticos são indispensáveis para a garantia da saúde global. Tendo a doença diagnosticada, 20% podem ficar com sequelas, como amputação de um membro, surdez, cegueira ou outras complicações neurológicas. Mas 80% se curam.

As vacinas são consideradas a melhor forma de prevenção contra a doença e, na rede privada, elas atendem a todos os sorotipos por meio da administração da conjugada quadrivalente ACWY. São três doses até 1 ano de idade, dependendo da marca da fabricante. Também é recomendado um reforço entre os 5 e 6 anos e outra dose aos 11 anos. Pode ainda ser aplicada em adultos, em idosos e pessoas imunocomprometidas, ampliando o reforço do sistema público.

Uma vez que as coberturas vacinais estão em queda, a rede suplementar, por meio de distribuição particular, para empresas e subgrupos mais abrangentes, consegue auxiliar no atingimento da meta de 95% de cobertura e nas campanhas sazonais.

Abramed discute sustentabilidade da saúde suplementar em evento da Amcham

Presidente do Conselho de Administração mostrou a pertinência da medicina diagnóstica no contexto da Saúde suplementar e do acesso à Saúde

No último dia 30 de março, a Abramed esteve na Reunião Especial Amcham & Mattos Filho para discutir questões das indústrias Life Science e Saúde com foco nas atualizações regulatórias mais recentes. Em uma discussão multisetorial dentro da indústria da Saúde, problematizaram-se os rumos do setor nos próximos quatro anos e as questões que envolvem o acesso por meio da união entre público e privado e regulação. Representando a instituição no debate, estava o presidente do Conselho de Administração, Wilson Shcolnik. Os associados da Abramed são responsáveis por 60% de todos os exames diagnósticos da Saúde suplementar do país, despontando, assim, como um importante pilar do setor, que oferece mais de 4 mil tipos de exames atualmente.

Shcolnik comentou que a chegada de uma nova gestão governamental especializada anima o setor da Saúde, uma vez que os temas anunciados atendem aos interesses corporativos e da população. “Foi anunciado, por exemplo, o interesse em acelerar a atenção primária e empoderar a telessaúde, que é esperada como uma forma de levar eficiência a todo sistema, tanto público quanto privado.” Segundo ele, a pandemia deu a oportunidade de utilizar de forma mais ostensiva esses mecanismos tecnológicos e remotos e espera que as decisões regulatórias sirvam para a manutenção desse avanço.

Gustavo Swenson Caetano, sócio do escritório Mattos Filho, que patrocinou o evento, concorda que a pandemia acelerou assuntos até então parados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com relação à regulação. As atualizações das normas da agência rumo ao avanço tecnológico também foram destacadas. “Vemos uma tentativa de alinhamento de padrões internacionais para otimizar o trabalho regulatório”. Ainda de acordo com o advogado, a telemedicina foi um importante marco de implementação e regulação. “Precisamos buscar modelos de parceria saudáveis em termos financeiros que tenham segurança jurídica.”

Exaltando a parceria entre público e privado, Shcolnik ainda revelou que na pandemia foi preciso observar essa intersecção. Citando mais um anúncio do atual governo, ele fala que o complexo econômico-industrial da saúde é um destaque. “Sofremos muito na pandemia, pois não tínhamos reagentes para diagnosticar covid-19.” De acordo com ele, é muito importante o diagnóstico precoce, além da promoção e prevenção. “Isso alivia qualquer sistema de saúde de custos de agravamento de doenças.” O presidente do Conselho de Administração da Abramed relembrou que os associados da instituição são responsáveis por 60% dos diagnósticos privados no Brasil e complementou: “30% dos 2 bilhões de exames realizados no país são feitos por nossos associados – exames de laboratório e imagem”.

Nesse contexto, ele comentou que a Anvisa realiza diálogos abertos para a regulação, elogiando a Agência: “A norma de realização de exames fora de laboratório, que está em discussão, pode impactar a saúde do paciente”. Realizar exame dentro de clínicas adequando-a como posto de coleta laboratorial apresenta menos risco para o paciente, uma vez que cuidados pre-analiticos são essenciais para obtenção de um resultado de exameconfiável. “Se a agência não atuar para mudar essa perspectiva, haverá insegurança para a população.” 

Integrar setor público e privado é fundamental para promover acesso à saúde

Sobre as perspectivas para os próximos quatro anos e as pautas que devem ser destacadas nesse período, Fernando Iazzetta, head of Legal, Compliance & Government Affairs da Chiesi, também contribuiu dizendo que a Saúde deve ser prioridade em qualquer política de Estado. “Essa questão, em um país continental, é um dever de todos nós, inclusive da indústria.” O head destacou a criação de uma agenda para o uso das tecnologias e de digitalização e o aprimoramento de dados para criar recursos, inclusive chamando a esfera pública para esse desafio. “Como conseguimos reunir toda essa inteligência e esses dados incluindo todos os stakeholders e propor uma estratégia de alocação mais efetiva?”, indagou no contexto de valor agregado de cada produto, como os farmacêuticos.

Ainda segundo ele, é necessário integrar o setor público e o privado para promover acesso às regiões mais distantes e carentes de recursos. “Temos responsabilidade de, além de vender o medicamento, construir a Saúde da forma que ela merece.” Ponderou-se ainda, durante o debate, as questões orçamentárias que influenciam as propostas, uma vez que existem empresas com nível de endividamento grande, inclusive para promover crescimento, o que atrasaria as discussões econômicas, as discussões do setor da Saúde.

Leandro Fonseca, head of Public Affairs and Healthcare System Sustainability da Novartis, complementa a problematização dizendo que há uma grande busca por saúde suplementar e isso precisa ser observado pelo novo governo, além das questões econômicas. Mas tem uma visão otimista: “Há uma perspectiva de discussões para essa demanda no Planalto.”

Shcolnik aproveitou a chance e chamou a atenção para os obstáculos que podem interferir no acesso. Um deles é a proposta de aumento do piso salarial da enfermagem:“Esse assunto da enfermagem está em linha com o acesso. Quem está inserido na Saúde suplementar pode inviabilizar operações levando a aumento de custos e migração da população para o SUS e esse contingente não é esperado”. No mesmo contexto econômico, a reforma tributária deve ser neutra para o presidente: a exemplo do que ocorre em outros países, a Saúde e a educação devem ser tratadas de forma diferenciada.

Ele ainda se pronunciou sobre a Lei 14.454/22, que “dispõe sobre os planos privados de assistência à saúde, para estabelecer critérios que permitam a cobertura de exames ou tratamentos de saúde que não estão incluídos no rol de procedimentos e eventos em saúde suplementar”. “Temos uma posição não corporativista e nos posicionamos de forma contrária.” Segundo ele, a lei coloca em risco a sustentabilidade do setor. E destaca que a Lei 1.303/22, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde para tornar obrigatória a existência de contratos escritos entre as operadoras e seus prestadores de serviços, regulamentada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), não apresentou efetividade. “Isso afeta a qualidade dos serviços oferecidos ao usuário final.”

Ana Cândida Sammarco, sócia da Mattos Filho, destacou a importância da saúde suplementar dentro do ecossistema, mas ponderou o processo de judicialização. “Tivemos aumento no número de beneficiários, mas temos número muito alto de processos”, declara. Segundo ela, a cobertura extra no rol impactou significativamente o setor. Marcos Paulo Novais, superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), receia que perderemos um ano discutindo economia “e teremos dificuldade de colocar nossas pautas prioritárias nesse momento”.

A Amcham é uma Câmara Americana que integra todo o país disponibilizando conteúdos e networking qualificado para diversos segmentos com foco no setor privado. As datas de todos os eventos podem ser consultadas no site www.amcham.com.br.

*Créditos da imagem: Mario Miranda, Fotógrafo Amcham.