Antibiótico – Vilão ou Herói?

A resistência a antibimicrobianos é uma ameaça global que promete causar 10 milhões de mortes por ano até 2050 e danos catastróficos à economia. Atualmente, pelo menos 700.000 pessoas morrem a cada ano devido a doenças resistentes a medicamentos, e sem investimento, as gerações futuras enfrentarão os impactos desastrosos do uso de antimicrobianos de forma não controlada como a que ocorreu durante a pandemia da COVID19. 

O uso excessivo, indevido e o abuso de antimicrobianos foram reconhecidos como os principais impulsionadores do surgimento global de resistência antimicrobiana (AMR), tanto na comunidade quanto em hospitais. A taxa de uso inadequado de antimicrobianos em hospitais foi calculada em 50%, evidenciando a importância da adoção de iniciativas direcionadas a otimização do uso de antimicrobianos, incluindo seleção, dose, duração e via de administração, também conhecido como Antimicrobial Stewardship (AMS), e a criação de programas de manejo antimicrobiano (Antimicrobial Stewardship programs – ASPs). As iniciativas de AMS buscam a melhores resultados no cuidado ao paciente, reduzir efeitos adversos, diminuir a pressão seletiva para a resistência a antimicrobianos, e fornecer cuidados de saúde com boa relação custo-benefício.

Neste sentido, a bioMérieux lançou a primeira campanha desenvolvida a nível global com efetivação regional, como ocorre aqui no Brasil. O objetivo desta campanha de 2 anos é:

– AUMENTAR A VISIBILIDADE como parceiro de soluções para o público em geral em vários níveis de maturidade de gerenciamento antimicrobiano;

– GERAR IMPACTO NOS NEGÓCIOS da empresa, criando engajamento com nossa Oferta Integrada de AMS.

A primeira fase da campanha AMS foi lançada em novembro de 2021 durante a Semana Mundial de Conscientização Antimicrobiana (WAAW), com um artigo de liderança de pensamento com Mark Miller, MD, diretor médico, intitulado “O papel crucial do diagnóstico para melhorar a administração antimicrobiana”. Este artigo está incluído ao lado de outras empresas e associações líderes como um patrocínio de campanha de resistência antimicrobiana (AMR) com a Global Cause.

Os leitores do artigo terão acesso à página de destino da campanha AMS com conteúdo adaptado à sua maturidade AMS (com base na localização) e onde estão no processo de tomada de decisão. As postagens de mídia social que promovem a página de destino estão atualmente ativas no Facebook e no Twitter, juntamente com anúncios direcionados do LinkedIn para os principais públicos.

Em 2022, a campanha global AMS alinhará táticas e atividades em torno de importantes congressos e observâncias globais, como ECCMID, AACC, ASM Microbe, World AMR Congress e WAAW. A participação regional começará em meados do primeiro trimestre de 2022 em prazos designados, permitindo que as equipes regionais acelerem seus roteiros de AMS localizados, impulsionem mudanças e alcancem seu potencial total.

Ainda vale ressaltar que entre as soluções no uso correto dos antimicrobianos, a biomerieux disponibiliza testes de diagnósticos multiplex para pesquisa sindrômica de patógenos, que tem papel fundamental no direcionamento da terapia antimicrobiana. Sem ferramentas diagnósticas com bom desempenho e rápidas, como  os painéis, a equipe médica, que acreditam no conceito de stewardship não têm informações suficientes sobre o estado do paciente e qual o melhor tratamento a ser direcionado.

Durante a pandemia da COVID19, a grande maioria dos pacientes internados receberam antibióticos (DanielleOfri), mesmo sendo pouco frequente a infecção secundária por uma bactéria. Painéis multiplex para pesquisa de patógenos respiratórios possibilitam a identificação do patógeno causador dos sintomas em cerca de uma hora além dos genes de resistência o que possibilitam a maior assertividade do tratamento.

É nesta base – um diagnóstico rápido e confiável – que se constroem os pilares de AMS: conhecer os germes presentes em cada setor do hospital para orientar os tratamentos iniciais e guiar adequadamente o uso de antibióticos ao final da investigação laboratorial. É assim que vamos virar a jogo no combate a resistência bacteriana!

Associadas à Abramed investem em novos modelos de negócios e ganham destaque no combate à pandemia

Plataformas digitais de saúde e apoio hospitalar estão entre as soluções adotadas para agilizar o atendimento

Mesmo em meio à crise provocada pelo novo coronavírus, 64,4% das associadas à Abramed investiram no desenvolvimento de novos modelos de negócio, de acordo com o Painel 2021 da Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica: O DNA do Diagnóstico. Alguns destaques são: ampliação do atendimento domiciliar, oferta de vacinas, plataformas digitais de saúde e coordenação dos cuidados, exames para detecção da covid-19, apoio hospitalar e Home Care. 

Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Abramed, destaca que, segundo dados da Saúde Digital Brasil, entre 2020 e 2021, cerca de mais de 7 milhões e meio de consultas foram feitas por telemedicina. Com certeza, algumas delas geraram solicitações de exames complementares, tanto de diagnóstico por imagem como laboratoriais. “A telepatologia e a telerradiologia já são amplamente utilizadas. A telepatologia, que consiste no envio de lâminas microscópicas para a leitura remota de especialistas, é uma ferramenta que vem crescendo não só no Brasil, mas também em outros países.”

No início da pandemia, a falta de insumos gerou uma competição em nível internacional que se estendeu para as vacinas, complicando a situação no Brasil. “Mas nós brasileiros somos famosos pela criatividade e flexibilidade, então novas soluções foram colocadas em prática durante a pandemia, levando pesquisadores e profissionais que trabalham em laboratórios clínicos a adaptar métodos analíticos que eram muitas vezes usados em outras situações para enfrentar a pandemia”, diz Wilson Shcolnik. Um exemplo é o sequenciamento de Nova Geração, muito utilizado na medicina personalizada para detecção de mutações, que acabou sendo usado também na pandemia. “Podemos chamar de um pequeno desvio de função, mas com proveitos para a população”, acrescenta. 

Para todas as linhas de negócio citadas já existiam iniciativas incipientes dos membros associados à Abramed, no entanto, durante a pandemia, a implantação desses serviços acelerou-se de forma brutal. “Com a evolução da pandemia, do tratamento e da assistência dada a todos os beneficiários e pacientes, o sistema se adaptou de forma a não retroagir. Pode ser que algumas pessoas ainda prefiram usar o método antigo, mas quem descobriu outra via de acesso, proporcionada principalmente pelas plataformas, tem mantido a incidência muito alta em comparação com o pré-pandemia. É o conceito da conveniência”, diz Leandro Figueira, vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed.

As empresas associadas à Abramed também investem continuamente para promover soluções capazes de entregar mais valor aos pacientes. Por meio de softwares e sistemas avançados de gerenciamento, é possível analisar exames laboratoriais e de imagem de forma cada vez mais rápida e eficiente, além de possibilitar condutas clínicas mais assertivas. Um número maior de empresas associadas à Abramed tem se adaptado a essas tecnologias, com destaque para os softwares de Business Intelligence (BI), utilizados por 96,2% das associadas.

Um dos destaques é a tendência crescente de investimento na integração de dados originados de vários segmentos do cuidado ao paciente, para proporcionar maior agilidade, melhorar a tomada de decisões e obter maiores ganhos de eficiência do sistema de saúde.

O serviço de atendimento domiciliar também está no foco das associadas à Abramed, principalmente impulsionado pela pandemia. Isso porque as unidades laboratoriais tiveram de adaptar suas estruturas para atender os pacientes com suspeita de covid-19 de forma separada dos demais que foram realizar outros exames. Uma das alternativas encontradas pelos laboratórios foi oferecer o exame para detecção do novo coronavírus em sistema drive-thru ou coleta domiciliar.

O Grupo Pardini, por exemplo, desde o início da pandemia, executou mais de 30 projetos, incluindo o drive-thru e o atendimento domiciliar, o que permitiu atender com segurança o crescente fluxo de pacientes.

Já a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein ampliou o serviço de atendimento domiciliar em 2020. Além da coleta de exames laboratoriais e vacinação, passou a incluir eletrocardiograma, ultrassonografia e polissonografia, evitando os deslocamentos.

Pandemia impulsiona desenvolvimento de aplicativos, reduzindo desperdícios no setor da saúde

Quase 70% das associadas à Abramed desenvolveram soluções principalmente para o agendamento de atendimentos

A pandemia alterou dramaticamente a prestação do atendimento ambulatorial no ano de 2020. Desde o início da pandemia, os pacientes começaram a adiar consultas eletivas e tratamentos, migrando para o uso de telemedicina.

A necessidade de isolamento social, visando à proteção dos profissionais de saúde e pacientes, contribuiu ainda mais para adaptações dos serviços de saúde por meio da utilização dessa tecnologia a fim de mitigar a disseminação da covid-19.

Para lidar com esses desafios, as empresas associadas à Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica – têm investido no desenvolvimento de aplicativos para smartphones com objetivo de oferecer maior conforto e praticidade aos pacientes, conforme demonstra o Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico.

Em 2021, 69,2% das associadas à entidade desenvolveram aplicativos, principalmente para o agendamento de atendimentos em razão da pandemia. A ampliação do acesso de pacientes e médicos aos resultados de exames contribui para reduzir significativamente o desperdício no setor.

Segundo Leandro Figueira, vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed, os aplicativos fazem parte da vida dos brasileiros e vieram para ficar. A portabilidade dos resultados foi intensificada durante a pandemia, trazendo uma vantagem enorme, porque as pessoas deixaram de ter a exclusiva necessidade de circular com seus exames como antigamente, passando a ter todo o seu histórico dentro de um aplicativo. “Isso, em termos de saúde pública, muda o desfecho, trazendo uma nova visão de futuro”, expõe.

Através dos aplicativos também é possível mudar a jornada dos pacientes dentro dos ambulatórios e das clínicas, por meio de agendamento antecipado e do web check-in, diminuindo o tempo de permanência no local. Atualmente, a portabilidade da Medicina Diagnóstica no smartphone gera resultados ainda incalculáveis. “O benefício que isso trará para a coletividade é muito grande”, salienta Figueira.

Só para ilustrar, o aumento das despesas médico-hospitalares é um dos principais desafios para a sustentabilidade do mercado de saúde no Brasil e no mundo. Geralmente esse aumento decorre, entre outros fatores, do aumento na frequência de utilização dos serviços de assistência médica, dos preços dos procedimentos, materiais e insumos, além de fraudes, desperdícios e judicialização da saúde. Essa escalada onera principalmente os contratantes de planos de saúde: empresas, indivíduos e famílias. Os aplicativos estão entre as soluções que podem ajudar a reduzir esses custos.

Esses e outros dados estão no Painel Abramed 2021 – O DNA do Diagnóstico. Publicação traz um panorama único do setor de Medicina Diagnóstica no Brasil. Clique aqui para acessar.

Nota Técnica sobre Desabastecimento de Insumos para Testes de Covid-19

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), através de seu Comitê de Análises Clínicas, orienta por meio desta nota acerca da utilização criteriosa de testes para evitar risco de redução de oferta de exames para detecção da Covid-19. 

A importância da testagem de toda a população para controle epidemiológico e manejo de pacientes em uma pandemia é reconhecida por todos os profissionais de saúde e até mesmo por pacientes. Todavia a Abramed alerta que, assim como em outras partes do mundo,  a alta demanda de exames laboratoriais para o diagnóstico da Covid-19 trouxe ao setor de medicina diagnóstica brasileiro a preocupação com a falta de insumos necessários para a realização desses exames.

A alta transmissibilidade da nova variante Ômicron causou aumento exponencial de casos, o que vem demandando significativo aumento da  capacidade produtiva global de testes, tanto de PCR como de antígeno, e se os estoques não forem recompostos rapidamente poderá ocorrer a falta de oferta de exames. 

Quando avaliamos as notícias que vêm de outros países, de que eles já estão sem insumos, é certo que o problema chegará ao Brasil, não sendo possível mensurar nesse momento até quando poderemos atender, pois os estoques são variados dependendo do laboratório e da região, mas há um risco real de desabastecimento.

Dessa forma, recomendamos aos associados a priorização de pacientes para efetuarem os testes, segundo uma escala de gravidade a seguir: 

  1. Pacientes que tenham maior gravidade de sintomas
  2. Pacientes hospitalizados e cirúrgicos
  3. Pessoas no  grupo de risco
  4. Gestantes
  5. Trabalhadores assistenciais da área da saúde,
  6. Colaboradores de serviços essenciais

Outras entidades do setor de saúde também serão contatadas pela Abramed, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),  Agência Nacional de Saúde Suplementar  (ANS),  Ministério da Saúde,  Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Associação Médica Brasileira (AMB), e outras entidades congêneres, para que haja a sensibilização sobre a importância de otimizar o uso dos testes disponíveis até que a situação seja normalizada.

Exames para detecção de COVID-19 aumentaram 98% entre a semana do natal e o início de janeiro

Segundo dados extraídos dos associados da Abramed, além do salto na procura pelas testagens, houve um crescimento na taxa de positividade. Já os exames para detecção do vírus Influenza cresceram 1000% antes mesmo da virada do ano em alguns laboratórios

O início de 2022 está sendo marcado por um intenso aumento na demanda nos laboratórios privados nacionais por exames para detecção da infecção pelo novo coronavírus.  Dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) mostram que, entre as empresas associadas – que respondem por mais de 65%% de todos os exames realizados pela saúde suplementar no país,  entre os dias 3 e 8 de janeiro de 2022 foram mais de 240 mil exames feitos. Esses números representam aumento de 98% no número de exames realizados, em comparação a semana do natal (20 a 26 de dezembro de 2021).

A positividade também cresceu quando comparado esse mesmo período. O volume de exames com resultados positivos para Covid-19 passou de uma média de 7,6% na para mais de 40%, agora no início do mês. Apesar de não existirem dados comparativos com essa mesma semana em 2021, se o ritmo for mantido, a expectativa é que, até o final do mês, os números alcancem os registrados no final de  janeiro de 2021, quando foram realizados cerca de 1,5 milhão de exames.

Os exames para detecção do vírus Influenza também apresentaram aumento expressivo antes mesmo da virada do ano. Alguns laboratórios associados da Abramed registraram elevação superior a 1000% entre a primeira e a última semana de dezembro de 2021. A taxa de positividade chegou a 40% neste mesmo período. Entretanto, em janeiro, apesar do alto volume de testagens, a taxa de positividade caiu para 10% nos exames de Influenza.

SOBRE A ABRAMED

Fundada em 2010, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica – ABRAMED, surgiu num momento de transformações no sistema de saúde brasileiro, entre elas a consolidação de um novo perfil empresarial e o estabelecimento de regulamentações determinantes para o futuro da medicina diagnóstica no país. Esse cenário foi propício para que as empresas com atuação de ponta no país vislumbrassem os benefícios de uma ação integrada em torno da defesa de causas comuns.

A Abramed expressa também a visão de um setor de grande relevância socioeconômica, cujo desempenho tem impacto significativo sobre a saúde de parcela expressiva da população.

A Abramed conta com associados, que, juntos, respondem por mais de 65% de todos os exames realizados pela saúde suplementar no país. Essas empresas também são reconhecidas por sua qualidade na prestação de serviços, pela excelência tecnológica e pelas práticas avançadas de gestão, inovação, governança e responsabilidade corporativa.

MAIS INFORMAÇÕES À IMPRENSA

Deborah Rezende

Jornalista | Assessora de Imprensa

deborah@dehlicom.com.br

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Abramed debate o futuro da saúde pós-Covid-19 durante o evento da MD Health

A proposta do evento é servir como um guia para os profissionais do setor, que já tem em curso diversas transformações digitais e outras tantas novidades que estão a caminho, como o 5G

O dia 9 de novembro de 2021 ficou marcado para o presidente do conselho da MD Health, Dr. Marcelo Sampaio. “Após dois anos este é o meu primeiro evento presencial. Fiz muitas especializações onlines, mas nada substitui o ‘olho no olho’. Portanto, posso definir esse momento como especial também pela possiblidade de, quem sabe, estejamos vencendo a Covid-19”, discursou. Na ocasião, Dr. Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), e Luis Natel, ex-diretor executivo do Grupo Notredame Intermédica e fundador da Abramed, estiveram presentes para debater “O futuro da saúde pós-Covid” ao lado de Henrique Neves, diretor geral do Hospital Israelita Albert Einstein; e Dr. Nelson Teich, oncologista clínico e mestre em Economia da Saúde.

De acordo com o Dr. Marcelo Sampaio, só será possível ter a real dimensão da Covid-19 daqui cinco anos. “Eventos como esse em que podemos discutir sobre o futuro da saúde servem como um guia para iluminar os caminhos na medicina, que está passando por uma verdadeira revolução. A prova viva disso é o quanto estão avançando os atendimentos virtuais, os devices, monitoramento à distância, realidade virtual expandida, robótica, entre tantas outras novidades que estão a caminho, como o 5G”.

Em sua apresentação de abertura, Sampaio também explanou como a MD Health, empresa de educação médica independente do Brasil e América Latina, [JP1] vem contribuindo para que a capacitação profissional seja cada vez mais independente e, assim, ser capaz de lidar com as adversidades. “Até pouco tempo atrás, a informação era restrita a academia. Se saíssemos da faculdade não tínhamos mais acesso ao conhecimento. Agora não mais. Queremos ser a maior potência de conhecimento deste país, e no final poder gerar a cura de doenças e elevar a qualidade de vida das pessoas. Hoje, queremos expandir nossa atuação de oncologia para a cardiologia, neurologia e ortopedia. Montamos um verdadeiro time para termos mais médicos qualificados e assertivos em suas decisões terapêuticas”.

Para Dr. Wilson Shcolnik, a pandemia trouxe diversos desafios que prevalecerão nos próximos anos. “Antigamente, era nítido que cada um tinha seu nicho de atuação. Nesse período de crise sanitária vimos muita cooperação e solidariedade entre os profissionais da saúde. E tem que ser assim daqui por diante. Outro ponto que merece um olhar atento é a questão da barreira regulatória. Temos como exemplo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que simplificou os caminhos para termos os registros mais facilitados. As perspectivas para o futuro são boas e não estão diretamente ligada à Covid, como a constituição de ecossistemas”.

Outra observação do presidente da Abramed foi em relação a importância da medicina diagnóstica constante. “Em 2020 eram esperados que fossem realizados 1 bilhão de exames complementares na saúde suplementar. Por conta da pandemia, apenas 85% foi feito. A consequência disso, na prática, é que tivemos uma queda de 46% no número de mamografias, por exemplo, entre outras doenças que necessitam de diagnósticos essenciais. Além disso, temos uma população que está envelhecendo e que, via de regra, tem mais de duas doenças crônicas que necessitam de exames. Com a medicina personalizada na tendência do setor, é inegável a importância de combater o desperdício na hora do diagnóstico. Sabemos de todas as limitações para a sustentabilidade do sistema”.

“O mundo é global quando interessa. Quando o problema fica grande, ele é local”, foi o que apontou Luis Natel. “Os insumos inacessíveis durante a primeira onda da Covid e a dificuldade de vacinar a população foram as provas disso. Sempre vimos as Entidades de classe tentando aglutinar os objetivos. Mas, de fato, só vimos isso acontecer com a pandemia. Devemos continuar esse movimento colaborativo. A inflação médica também ficou bem clara e exposta. O desperdício deve ser combatido, seja o que for: erro, má conduta, medo, recursos. É preciso aprender sobre gestão. O mercado vem se profissionalizando e, para termos um trabalho mais amplo, devemos ser integrados”.

Já Henrique Neves destacou o fato de algumas mudanças já estarem em curso quando o surto da Covid chegou. “Já havia uma transformação digital em andamento, na questão da transmissão e do armazenamento dos dados. Já emergia um novo consumidor, com voz ativa, que se manifesta e diz suas necessidades sem intermediador. O grande fato que vimos foi o poder de resiliência do brasileiro. Vimos um esforço profundo do estado e dos municípios para conseguir controlar a situação. Na segunda onda, vimos um sistema de saúde mais calibrado e evoluído, capaz de administrar e conseguir recursos. Estamos chegando no ‘início do final’, espero não estar sendo traído pelo vírus”, disse bem-humorado.

Na visão de Neves, o que é interessante é refletir se teremos paciência de olharmos para trás para refletir sobre essa experiência. “O que é tendência? O que acontecerá com o sistema de saúde no futuro? Quais as lições aprendidas durante a pandemia? Precisamos entender cada ponto e avaliar a questão da equidade, o que nós, como país, entendemos como equidade de acesso. Temos obrigação de fazer e discutir mais sobre esse tema que, certamente, dominará a agenda política”.

Dr. Nelson Teich lamentou o fato de ter presenciado o mundo inteiro brigando por um respirador. “A experiência de querer ajudar e não conseguir foi tensa, sofrida. A Covid veio para mostrar as fragilidades e ineficiências do sistema de saúde. A inovação transformou rapidamente os acessos, como o recurso diagnóstico. Mas, a capacidade de gestão não acompanhou na mesma velocidade. Os gestores precisam ter informação detalhada sobre o financiamento, a operação e a entrega. A informação deve ser clara, senão caminha-se às cegas e tomam-se decisões baseadas em intuição. Quando não se domina as variáveis, trabalhamos com a sensação que estamos usando a lógica. Em uma pandemia, aquilo que deveria ser tratado como evolução é encarada como uma situação de confronto. Nenhum país é preparado para uma sobrecarga como foi, nem Japão e países europeus foram capazes de lidar com o coronavírus”. O presidente da MD Health mostrou sua preocupação: “Onde está o verdadeiro colapso? É esse que vimos ou virá pós-Covid?”. Para o executivo é essencial estudarmos algumas variáveis. “Os médicos precisam entender um pouco sobre gestão, independente do sistema ser público ou privado. Vimos uma mudança de pensamento da população brasileira, que está mais preocupada com a sua saúde. Nos grandes centros vimos outro fenômeno, a vinda de pacientes que não imaginavam que alguns serviços não tinham o custo tão elevado. Agora: o que faremos com os programas de prevenções de doenças crônicas que foram interrompidos nesses dois anos? Quais serão os efeitos? Tivemos pesquisas e áreas de conhecimentos que também foram interrompidas. O que isso vai representar para o mundo pós-Covid?”, finalizou.

Abramed promove discussão sobre Medicina Diagnóstica do Futuro no ComMeets 21

Painel teve presença da Quest Diagnostics e do Hospital Israelita Albert Einstein

A “Medicina Diagnóstica do Futuro” foi o tema discutido no ComMeets 21, uma iniciativa do Fórum Inovação Saúde (FIS), que contou com a mediação de Wilson Shcolnik, presidente do conselho de administração da Abramed. No dia 12 de novembro, Carlos Moreira, diretor gerente da Quest Diagnostics CALA (Caribe e América do Sul); e Eliezer Silva, diretor de medicina diagnóstica e ambulatorial do Hospital Israelita Albert Einstein, estiveram juntos para mostrar seus cases e suas visões de mercado.

Em sua apresentação, Eliezer Silva mostrou que a medicina diagnóstica começou desde a fundação do Albert Einstein para dar todo o suporte necessário ao processo assistencial. “São 50 anos de experiência. Quando decidimos montar unidade de urgência e consultórios médicos, tivemos uma expansão da medicina diagnóstica, sempre casada com a assistência. Cada unidade lançada era associada a um serviço, papel preponderante dentro do hospital. Nos últimos três anos, decidimos criar a rede de atenção primária e, novamente, ela esteve presente – nos exames essenciais, permeando todos os níveis de atenção, participando ativamente na sustentabilidade da instituição. Atendemos o SUS, administramos dois hospitais, 23 unidades básicas, AMAS, Caps”, revela.

Carlos Moreira apresentou toda a expertise da Quest, inclusive o know-how em promover muito mais do que diagnósticos. “Trabalhamos na direção e consideração de riscos, bem como na predição de doenças e enfermidades antes mesmo dela existirem. Os investimentos nessa linha são altos, como espectrometria de massa, mobilidade iônica, entre outras tecnologias. Afinal, é preciso obter resultados melhores em saúde por meio de insights no diagnóstico”.

O Albert Einstein foi o primeiro laboratório brasileiro a diagnosticar um paciente com Covid. “Em janeiro de 2020, criamos uma rotina semanal, depois diária para o enfrentamento da doença. Isso foi fundamental para fazer uma previsão da curva de progressão e traçar a taxa de ocupação hospitalar e terapia intensiva. No final de fevereiro, registramos 135 internados na rede privada. Participamos da criação do Hospital Campanha do Pacaembu, tivemos que desenvolver nossa área de biologia molecular, precisávamos criar uma capacidade operacional brutal. Apoiamos, e continuamos apoiando, o Instituto Butantan na realização dos exames RT-PCR”.

Para Silva, a área de imagem foi fundamental, principalmente na medida que os processamentos de exames de pulmão foram demandados de maneira intensa, dando suporte tanto a unidade de pronto atendimento, quanto terapia intensiva. “Nos preparamos muito. O que achamos que ia acontecer em 2020, aconteceu no ano seguinte. Em 2021, tivemos 303 pacientes internados (o dobro do ano anterior) e quase 100 pacientes em ventilação mecânica. Fomos obrigados a criar um hospital de campanha dentro da nossa unidade no Morumbi. O fato é que a medicina diagnóstica vem se estruturando em processos e dando suporte em tempo real para assistir adequadamente os pacientes. Hoje, em novembro de 2021, temos oito internados e apenas dois em ventilação mecânica”.

Os investimentos da Quest durante o auge da pandemia foram massivos. “Colocamos para operar 25 centros de testagem nos Estados Unidos, repentinamente. Hoje, fazemos 200 mil testes PCR e 350 mil de antígeno por dia. Prestamos um serviço importante para as empresas que não podiam deixar seus funcionários em casa. Foram 6.800 postos de atendimentos nos EUA e 30 mil espalhados pelo mundo, por meio dos nossos parceiros. Foi muito importante ter tido essa estrutura e capacidade de grandes testagens”, afirma Moreira.

Revolução tecnológica

No final do ano passado, o diretor de medicina diagnóstica do Einstein recebeu a missão de coordenar o processo de transformação digital da instituição. “Um desafio enorme de aproximar as áreas de TI, big data, assistenciais e de negócios. Ao desenhar a jornada do paciente começamos pela medicina diagnóstica. Notamos que havia um distanciamento enorme desses processos da ponta que tem íntima relação com a experiência do cliente na percepção da equipe de tecnologia. Ouvimos com frequência: ‘não sabia que era para isso’. Nosso propósito da mudança é entender as necessidades mais triviais de forma integrada. Durante a pandemia, saltamos de 200 mil clientes atendidos diretamente pelo médico para uma base de 2 milhões por meio dos recursos digitais. O que notamos é que o indivíduo aprendeu a usar a tecnologia”. Moreira afirma que na Quest o digital sempre teve papel importante. “São 1,800 milhão de testes diariamente, 7 mil postos de atendimentos, 3.700 veículos de coleta, 23 aviões, 56 bilhões de data points de pacientes. É muito investimento em pesquisa e desenvolvimento para combinar dados e algoritmos. O uso da tecnologia é caro, mas permite informações mais precisas e de qualidade superior que conseguem trazer aspecto de predição”, finaliza.

Mobilização do setor de diagnóstico trouxe conquistas que permitirão a evolução das práticas assistenciais

Abramed ampliou o debate com outras entidades e órgãos reguladores para superar desafios e ampliar a representatividade da medicina diagnóstica

A saúde é uma área altamente regulada, que segue rígidas diretrizes, algo fundamental para garantir a segurança dos pacientes. Inserida nesse cenário, a medicina diagnóstica vem mantendo o diálogo com instituições públicas, governamentais e regulatórias, expressando a visão e os anseios quanto a assuntos relacionados ao setor, bem como à adoção de políticas e medidas que consideram a importância do segmento para os cuidados da população.

Este ano, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) alcançou conquistas significativas para o setor, que farão evoluir as práticas assistenciais e de gestão, além de afirmar a representatividade da medicina diagnóstica.

“Avançamos para 2021 com o pleito junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre as Consultas Públicas (CPs) 911 e 912, que tratam, respectivamente, da regulação de farmácias e drogarias e das diretrizes que regem as atividades dos laboratórios clínicos como possibilidade para a revisão da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 302/2005, há tempos pleiteada pelo segmento. Com a mobilização que conseguimos no setor decorrente das manifestações sobre as CPs, houve uma paralisação na condução desse tema pelo órgão regulador, o qual anunciou que irá rever o processo e fazer novas escutas sobre o tema com o setor”, explica Alex Galoro, diretor do Comitê Técnico de Análises Clínicas (CTAC) da Abramed.

O comunicado da Anvisa, em agosto, informou que a análise feita pela área técnica da agência identificou pontos que necessitam de uma nova rodada de discussões, para que seja possível construir um instrumento normativo que atenda às demandas relacionadas ao tema. Para tanto, prevê a realização de reuniões para a discussão de assuntos específicos sobre essa temática.

Em paralelo, para subsidiar o órgão regulador com as melhores práticas setoriais, o CTAC desenvolveu propostas para revisões da RDC nº 302, sobre o regulamento técnico para funcionamento de laboratórios clínicos com outras entidades do setor e com os Conselhos Regionais de Medicina, Biomedicina e Farmácia.

“Fizemos um grupo de trabalho que compilou as propostas que tínhamos com os pleitos feitos para as CPs e encaminhamos uma proposta à Anvisa sobre como regular os testes rápidos e fora do ambiente seguro dos laboratórios”, comentou Galoro, que destacou o trabalho da diretoria da Abramed na aproximação junto à Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) na elaboração de uma proposta conjunta para revisão da RDC nº 302.

O CTAC ainda trabalhou na proposta de revisão da Portaria CVS-13 — que trata das condições de funcionamento dos laboratórios de análises e pesquisas clínicas, patologia clínica e congêneres, dos postos de coleta descentralizados, regulamenta os procedimentos de coleta de material humano realizados nos domicílios dos cidadãos, disciplina o transporte de material humano —, especialmente sobre a mudança na exigência da presença do responsável técnico durante todo o horário de funcionamento dos laboratórios e postos de coleta.

Forte atuação

Outra conquista regulatória da Abramed no ano foi a interlocução com a ANAC — Agência Nacional de Aviação Civil para discutir os dispositivos da RBAC nº 175 e da IS nº 175-012, que obrigam a utilização de embalagens ensaiadas e apresentação dos respectivos laudos para o transporte de artigos perigosos e infectantes, demonstrando impactos e as dificuldades atuais do mercado para atender a nova exigência.

A nova regra, em princípio, valeria a partir de 1º de outubro, porém, em atendimento ao pedido de adiamento formulado pela entidade perante a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o início da vigência foi prorrogado para 1º de abril de 2022,  promovendo mais tranquilidade para adaptação do setor.

Em reuniões realizadas com o órgão regulador, segundo Teresa Gutierrez, sócia da Machado Nunes Advogados e membro do Comitê Jurídico da Abramed, foram apresentados os impactos da nova regra na dinâmica e logística de toda a rede de medicina diagnóstica nacional, que habitualmente se vale da aviação para transportar milhões de amostras de exames utilizados para prevenção, diagnóstico e gerenciamento de doenças.

Após a prorrogação da entrada em vigor da resolução da ANAC, o Comitê Jurídico da entidade aguarda a constituição de grupo de trabalho com a agência reguladora para a discussão sobre as limitações existentes no mercado para a realização dos ensaios e certificação das embalagens.

Ainda abordando processos de alteração de normas em vigor, a Abramed conquistou, em novembro, a revisão da RDC 25/2001, da Anvisa, que trata especificamente da importação, comercialização e doação de produtos para saúde usados e recondicionados. Desde 2018, a Associação vinha enfatizando seu posicionamento de ter como premissa a segurança do paciente e elencando razões pelas quais as restrições da RDC impactavam negativamente o setor.

Com a revisão da RDC 25/2001 e as propostas da Abramed acatadas, definiu-se que equipamentos usados devem ter a etiqueta indelével para viabilizar a rastreabilidade; para Classes I e II — produtos considerados mais simples e menos perigosos, passa a ser autorizada a transferência de equipamentos usados mediante avaliação de profissional dentro do mesmo grupo econômico; para as Classes III e IV, passa a ser cobrado laudo técnico, emitido por empresa detentora de registro, pelo fabricante ou terceiro por ela indicado, atestando atendimento às especificações do fabricante. Serão isentos de laudo os equipamentos da RDC 330/2019, bem como transferências dentro do mesmo grupo econômico. (Veja matéria completa)

Desafios

O ano de 2021 continua desafios. As novas ondas da covid-19 e as instabilidades no país, segundo o diretor do Comitê Jurídico (CJ) da Abramed, Fábio Cunha, trouxeram urgências em temas bastante sensíveis.

“Discussões significativas envolvendo questões trabalhistas, como a covid-19 ser uma doença relacionada ao trabalho ou não; de quem é a responsabilidade pelo uso dos equipamentos de proteção individual; se é permitido ou não demitir funcionário que se recusar a tomar a vacina contra a covid-19, permearam o dia a dia dos desafios jurídicos enfrentados pelas empresas de medicina diagnóstica”, exemplificou o advogado.

As empresas associadas à Abramed também continuam aguardando o entendimento jurídico sobre o recolhimento do Imposto Sobre Serviços (ISS) para laboratórios de análises clínicas, serviços de patologia e de imagem. Alguns municípios, como a cidade de São Paulo, publicaram portaria determinando que o pagamento do tributo aconteça no município onde a coleta do material biológico é realizada, independentemente do local onde será feita a análise clínica. 

Para tal decisão, o legislador adotou o princípio da territorialidade como critério definidor da competência tributária, observando a Lei Complementar nº 116/2003, que, em seu artigo 3º, considera o recolhimento do imposto no local da prestação de serviço.

Essa questão, segundo Cunha, continua amplamente debatida nos Tribunais Estaduais, inclusive com entendimentos divergentes, pois há quem reconheça que o recolhimento do ISS deve ser feito no município onde é feita a análise do material biológico coletado.

Telessaúde

Junto à Saúde Digital Brasil (SDB) e à Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), a Abramed está atuando em prol do Projeto de Lei (PL) nº 1998/2020, que autoriza e define a prática da telemedicina em todo o território nacional.

Em análise na Câmara dos Deputados, a proposta prevê a realização dos atendimentos remotos, podendo o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentar os procedimentos mínimos para a prática, autorizada temporariamente no Brasil, em abril do ano passado, devido à pandemia de covid-19.

O diretor do CJ chama a atenção para a Resolução CFM 2299/2021, de 26 de outubro, que normatiza, regulamenta e disciplina a emissão de documentos médicos eletrônicos, como a prescrição digital nas consultas presenciais e na telemedicina. As regras valerão a partir de 25 de dezembro de 2021.

A nova norma traz mudanças importantes para o dia a dia do médico, como a exigência de assinaturas eletrônicas certificadas com nível de segurança 2 — geradas por certificados e chaves emitidos pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP-Brasil). Também apresenta normas direcionadas aos fornecedores de sistemas de prescrição eletrônicas e gestores de saúde.

Com a nova resolução, será necessário ter uma assinatura digital não somente para prescrição de medicamento controlado e atestados médicos, como estabelecido pela Lei Federal nº 14.063/2020, mas também para a emissão de laudos, solicitações de exames, relatórios e pareceres técnicos. A exceção fica somente para os prontuários eletrônicos.

“Essa medida aumenta o escopo da transformação da saúde para digital e requer mais investimento em um cenário em que o desafio regulatório da telessaúde ainda não está resolvido”, ressalta Fábio Cunha.

Estratégias

Desde sua constituição, há 11 anos, a Abramed tem uma atuação importante no  acompanhamento do mercado, antevendo as mudanças regulatórias e dando o suporte necessário para que as normas expedidas pela administração pública garantam atuação equânime ao mercado de saúde suplementar, sem criar desequilíbrio entre os diversos agentes.

Comitês têm forte atuação em decisões relevantes para a medicina diagnóstica

Especialistas fortalecem debates da Abramed sobre temas importantes para o desenvolvimento do setor

Atualmente, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) reúne empresas responsáveis pela realização de 56% dos exames da saúde suplementar no Brasil, representando o setor de forma bastante abrangente, mas muitas atendem também à área pública.

Para compreender e atuar nos desafios do segmento, a entidade conta com comitês específicos, compostos por executivos das associadas que se reúnem mensalmente — durante a pandemia, em ambiente virtual — com uma pauta estabelecida de acordo com o planejamento de cada Comitê e suas diretrizes, que são (i) disseminação de boas práticas, (ii) geração de conteúdo relevante e (iii) desenvolvimento de projetos específicos. 

Nesta linha foi a atuação do Comitê Padrão TISS (CPTISS) da Abramed, que obteve duas grandes conquistas em 2021. A primeira foi a publicação da consolidação das propostas de melhorias à TISS feita pelo CPTISS, em 2020, unificadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na versão de março/2021 do Padrão TISS.

A nova versão trouxe duas alterações principais: atualizações nas tabelas de procedimentos (Terminologia de Procedimentos e Eventos em Saúde), em atendimento à Resolução Normativa nº 465, de 24/2/2021, da agência reguladora, que dispõe sobre o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde; e atualização dos componentes de segurança, publicados originalmente em dezembro de 2017.

“O objetivo dessa série de melhorias foi combater os problemas de comunicação entre prestadores de serviços de saúde e operadoras”, explica  Bruno Pimentel Maciel, diretor do CPTISS.

O segundo grande trabalho do Comitê foi a preparação de uma proposta de adequação da TISS à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que saiu na versão 4.0 do Padrão, publicada em julho deste ano pela ANS.

Segundo Maciel, a atualização traz melhorias importantes para adequar a troca de informações entre os agentes da saúde à LGPD e os componentes de segurança necessários para a garantia da proteção das informações dos beneficiários da saúde suplementar. Também apresenta uma nova estrutura de mensagem para padronizar a troca de arquivos digitalizados entre prestadores e operadoras, acompanhando o movimento de digitalização dos processos de faturamento e gestão de glosas acelerado pela pandemia de covid-19.

“Foi um trabalho minucioso, que começou no Comitê e avançou para o COPISS — Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar, da ANS. Nossas propostas foram o gatilho para a Agência tratar desse tema tão importante que é a adequação à LGPD, para todo mundo ficar mais seguro na troca de informação dentro de um padrão que preserva a privacidade de pacientes e médicos. Sem dúvida, foi uma grande conquista do CPTISS não só para a Abramed e suas associadas, mas para todo o setor de saúde”, destaca Maciel, que já tem duas pautas para o Comitê em 2022: auxiliar as empresas de medicina diagnóstica na adequação às novas versões da padronização de troca de informações e iniciar a atualização da padronização LOINC 2.0 (modelo de codificação para exames) com a TISS.

O tema LGPD também dominou a atuação do Comitê de Proteção de Dados em 2021, que lançou, em setembro, o Guia de Boas Práticas em Proteção de Dados para Medicina Diagnóstica.

O documento — que está disponível para download AQUI — traz as bases legais para o tratamento de dados sensíveis, apresenta detalhes sobre como atender aos direitos dos titulares e aborda o compartilhamento de dados de saúde com as operadoras. Além disso, contribui diretamente para a gestão corporativa ao abordar a proteção de dados pessoais no contexto dos recursos humanos e as práticas comerciais em marketing.

“Para garantir a implementação da LGPD, as empresas devem criar estratégias administrativas, mecanismos jurídicos e tecnológicos, bem como identificar responsabilidades, prevenindo e antecipando riscos. Para apoiar nossos associados e demais empresas do setor no processo de adequação à lei, preparamos esse guia com uma linguagem simples e exemplos práticos. Trata-se de uma ferramenta consultiva para diferentes áreas das corporações”, pontua Rogéria Leoni Cruz, diretora do Comitê de Proteção de Dados.

A relevância do assunto levou o tema ao 5º Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), realizado em outubro pela Abramed. Waldemar Gonçalves Ortunho Junior, presidente da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), apresentou todo o trabalho desenvolvido nesse quase um ano de existência do órgão fiscalizador.

“Sabemos que a LGPD extrapola as questões de tecnologia e envolve uma mudança cultural, por isso discutimos amplamente toda a temática que envolve a lei. Tentamos ao longo deste ano trabalhar com os nossos associados o pilar da importância de tratar a segurança dos dados de maneira eficiente, responsável e transparente”, ressalta Rogéria.

Ela salienta que 2022 ainda será um ano de muito trabalho, pois está na pauta do planejamento estratégico da ANPD tratar de direitos dos titulares dos dados e transferência de dados pessoais, dois assuntos muito relevantes para a área da saúde.

Outra preocupação abordada pelo Comitê de Proteção de Dados foi cibersegurança. De modo a promover conhecimento sobre a criação de um ambiente virtual seguro, a reunião de setembro do grupo de trabalho contou com a participação de Domingo Montanaro, perito em TI e cofundador da Ventura Enterprise Risk. O especialista falou sobre os riscos e a prevenção no uso de dados no setor de medicina diagnóstica.

“Precisamos tratar desse assunto que é recorrente e não se refere apenas à segurança do dado. Temos acompanhado, na Europa, que as instituições de saúde muitas vezes são as mais atingidas com a interrupção dos serviços e o sequestro de dados. A saúde no próximo ano será a bola da vez, porque todas essas discussões impactam o nosso dia a dia”, observa Rogéria.

Indicadores setoriais

Outro comitê técnico bastante atuante este ano foi o de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CTRDI). Segundo seu diretor, Gustavo Meirelles, para estimular um benchmark anonimizado, foi proposto o desenvolvimento de um painel informativo com o objetivo de acompanhar indicadores setoriais de determinados exames de imagem para compor o anuário da Abramed.

“É muito importante aos associados que eles tenham dados e conheçam seus indicadores para melhorar suas atuações”, aponta Meirelles.

Um tema relevante que o CTRDI vem debatendo e segue em discussão para 2022 é a necessidade de redução de impressões de exames de imagem, ação que impacta diretamente os custos de armazenamento das instituições, muito relevante para que a saúde seja também um setor sustentável.

Para o próximo ano, a expectativa, segundo Meirelles, é ainda dar andamento ao projeto de unificação dos portais de exames de imagens.

“Com uma estrutura unificada, pretendemos colocar o paciente no centro do cuidado e garantir que tenha acesso a seu histórico de saúde”, explica o diretor CTRDI.

Já o Comitê de Governança, Ética e Compliance (CGEC) atuou durante 2021 no desenvolvimento de um Dicionário de Riscos e na discussão para que o Código de Conduta da Abramed seja revisado, demandas que seguirão para conclusão em 2022.

Tendo em vista a necessidade constante de aprimorar e fomentar comportamentos éticos e transparentes no mercado e o importante papel exercido pela entidade nesse sentido, o GEC também está apoiando a realização de uma pesquisa sobre as preocupações dos associados quanto a esses temas.

Para Viviane Miranda, diretora do CGEC, isso pode auxiliar no aumento da  participação e engajamento das associadas no Comitê.

“É fundamental conhecermos a opinião das empresas de medicina diagnóstica, inclusive das associadas menores, para saber o que realmente interessa a elas compreender e compartilhar sobre compliance”, justifica Viviane.

Temas sensíveis

A pandemia de covid-19 trouxe urgências em temas sensíveis ao Comitê de Recursos Humanos (RH) da Abramed.

A nota técnica do Ministério Público do Trabalho (MPT) 01/2021 sobre a proteção à saúde e igualdade de oportunidades para trabalhadoras gestantes em face da segunda onda de infecção pelo novo coronavírus; ações para os cuidados com a saúde dos colaboradores em tempos de pandemia; a vacinação contra a covid-19; a discussão sobre o afastamento dos profissionais com comorbidades, gestantes e o custeio pelo INSS foram assuntos de alta relevância discutidos pelo Comitê este ano.

Lucilene Costa, diretora do Comitê de RH, salienta que existe instabilidade nas leis que conferem mudanças em aspectos regulatórios, como, por exemplo, sobre as gestantes, adequações no eSocial; descontinuidade em ações de saúde (uso de EPIs, liberação do uso — máscaras) etc., o que traz a necessidade de uma constante vigilância e de mudança contínua em protocolos.

O ano de 2021 foi mesmo intenso para o Comitê de RH, que ainda trabalhou na Consulta Pública nº 04, do Ministério do Trabalho, para a reforma da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e alterações nas normas regulamentadoras. Ainda foi firmada parceria com a Fundacentro no projeto “O papel da gestação para o risco de agravos à saúde de trabalhadoras gestantes presumivelmente expostas a agentes biológicos infecciosos”, em que a Abramed contribuirá com o intuito de demonstrar que boas práticas e utilização de medidas de proteção são eficazes para evitar danos às gestantes e, com isso, embasar o estudo técnico que poderá alterar a disposição sobre o tema em normas.

Considerando a relevância do Setembro Amarelo e de campanhas de prevenção ao suicídio, o Comitê de RH convidou Carlos Bonilha, psicólogo e diretor técnico da Equilibrium, para falar sobre “Saúde mental: desafios para as corporações”, na reunião do grupo naquele mês.

A expectativa de Lucilene para 2022 é criar uma agenda para o Comitê de RH com assuntos que envolvam e provoquem para melhorias constantes; atuar com o comitê específico para ESG (environmental, social and corporate governance) que foi criado pela entidade, em ações voltadas ao RH; dividir, discutir e utilizar os cases dos diferentes associados para melhoria contínua do grupo.

“A Abramed tem muita relevância no setor e na sociedade. Devemos, cada vez mais, trabalhar em conjunto com outras associações para representar esse segmento tão importante no cuidado integral de saúde da nossa população e usar o nosso conhecimento para fortalecer e provocar o mercado na busca de novos modelos de atuação”, aponta Lucilene.

Opinião reiterada por William Malfatti, diretor do Comitê de Comunicação da entidade, cujo pilar principal neste ano foi fortalecer ainda mais a percepção de contribuição do segmento de medicina diagnóstica para a sociedade, o equilíbrio e a sustentabilidade do sistema de saúde.

Para tanto, estreitaram o relacionamento com a imprensa por meio de encontros, entrevistas e a realização do 3º Bootcamp, em fevereiro, iniciativa que reúne  anualmente os jornalistas para levar informação qualificada sobre as questões mais relevantes na saúde do país e as tendências setoriais.

Conectado de forma contínua aos advocacies da entidade, o Comitê de Comunicação teve como pauta contínua o desenvolvimento de estratégias que externalizassem esses temas em seus canais de comunicação, nas manifestações na imprensa e em ações conjuntas com outras associações de saúde. Os impactos da Reforma Tributária sobre o setor, por exemplo, foram um dos focos de atuação do grupo.

O Comitê de Comunicação ainda definiu a realização de campanha cujo tema será “Medicina diagnóstica salva vidas”, uma iniciativa que deve ser implementada em 2022.

Programa Empresa Saudável apoia cuidado integral com os colaboradores nas organizações

Iniciativa visa à troca de informações e boas práticas para nortear as empresas com indicadores de saúde

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), por meio do seu Comitê de Recursos Humanos (RH), está apoiando o Programa Empresa Saudável (PES), cujo propósito é contribuir para a melhoria da saúde nas empresas e sua rede de influência, a partir da visão compartilhada de que a saúde é um bem essencial para as pessoas, para as organizações e para a sociedade.

A iniciativa do projeto, lançada em agosto, é da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) e conta com o apoio da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O programa já conta com a adesão de várias instituições, entre elas a  Associação Brasileira de Promoção da Alimentação Saudável e Sustentável (ABPASS); a Aliança de Saúde Populacional (ASAP); o Fórum Nacional de Saúde Corporativa (FNSC); o Grupo de Recursos Humanos (G3); o Great Place to Work (GPTW) e o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

Lucilene Costa, diretora do Comitê de RH da Abramed, explica que a proposta do PES é contribuir para melhoria da saúde através de trocas com as organizações do setor e mostrar que os investimentos na área podem gerar mais valor, sem desperdícios ou custos desnecessários.

“Conhecendo o cenário das empresas participantes do programa poderemos trabalhar com troca de informações e boas práticas norteando políticas e indicadores de saúde. A Abramed é um braço forte no PES, que com seu conhecimento e experiência irá enriquecer a atuação do projeto”, destaca Lucilene.

Qualquer empresa, de todos os portes, pode aderir ao PES. Basta preencher o cadastro disponível no link: https://www.abrhbrasil.org.br/pes/ sem nenhum custo de filiação ou participação, até o próximo dia 17, e enviar o termo de adesão ao programa, com a assinatura do líder principal da organização (presidente, CEO, gerente-geral ou outra denominação) e do responsável por Recursos Humanos (quando houver).

Além disso, é preciso responder ao questionário de perfil epidemiológico para o projeto entender o cenário atual da empresa e classificá-la nos grupos de discussão.

A diretora do Comitê de RH da Abramed explica que, ao aderir ao PES, a instituição assume o compromisso de desenvolver, durante o primeiro ano de participação, algumas iniciativas que contribuam para melhorar os resultados dos seus investimentos em saúde, que serão orientadas por uma política, um plano estratégico e indicadores de saúde, contando com o apoio do programa, que dará orientações para a implementação.

Benefícios

As instituições que se filiarem ao PES contarão com uma série de benefícios, como:

  • Acesso gratuito a um kit de soluções — um conjunto de conhecimentos, conceitos e práticas acumulado pelas instituições apoiadoras do programa, que demonstrou ser efetivo na melhoria dos resultados da gestão de saúde nas empresas. O kit inclui recomendações estratégicas, de governança e gestão, guias e intercâmbios de melhores práticas.
  • Emblema de participação, que poderá ser utilizado nos veículos de comunicação da organização, e certificado pelos quais a empresa se identifica como participante do PES, facilitando sua relação, integração e intercâmbio com parceiros e empresas filiadas ao projeto.
  • Programas específicos de temas específicos, técnicas ou experiências bem-sucedidas.
  • Condições especiais para aquisição de soluções, produtos e tecnologias para a gestão da saúde corporativa, que sejam disponibilizados futuramente por prestadores de serviços em saúde corporativa.

“O PES é um espaço estratégico para as empresas, uma iniciativa de mobilização para melhorar a saúde corporativa e compartilhar conhecimentos e boas práticas. Quanto mais organizações se beneficiarem dessas informações, ações e inovações, melhor será a saúde de suas equipes e menores serão os custos decorrentes da sua sinistralidade e das ineficiências acumuladas pelo mau uso do sistema de saúde”, conclui Lucilene Costa.