FILIS 2024: líderes da Saúde se reúnem para debater um futuro mais sustentável

O evento será no dia 29 de agosto, no Teatro B32, em São Paulo; as inscrições estão abertas e as vagas são limitadas

26 de junho de 2024 – Ponto de encontro para todos os membros da cadeia de saúde, o Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (FILIS), organizado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), chega à sua 8ª edição, reunindo grandes nomes para discutir os desafios e as soluções que moldam o futuro do segmento no Brasil.

O evento, que tem como macrotema “Saúde Inovadora: Oportunidades para um setor sustentável”, acontecerá no dia 29 de agosto de 2024, das 8h00 às 18h00, no Teatro B32, em São Paulo, e promete ser um espaço valioso para a troca de conhecimentos.

“Em mais esta edição do FILIS, reiteramos nosso compromisso e protagonismo em promover agendas propositivas para a área. Este ano, a participação das agências reguladoras e do Ministério da Saúde reforça a importância de uma colaboração ampla e integrada para enfrentar os desafios e avançar em soluções inovadoras e sustentáveis para toda a cadeia”, declara Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

Ela participará da solenidade de abertura junto a Cesar Higa Nomura, presidente do Conselho de Administração da entidade. A primeira palestra será proferida por uma autoridade governamental, que apresentará um panorama amplo do setor de saúde no país. 

Logo após, será realizada a entrega da 6ª edição do Prêmio Dr. Luiz Gastão Rosenfeld, que reconhece e homenageia personalidades que se destacaram por contribuições significativas para o avanço do setor. Criado pela Abramed em 2018, a premiação leva o nome de uma das maiores autoridades em patologia clínica e hematologia do Brasil, que foi membro da Câmara Técnica da entidade. 

O evento está repleto de debates e palestras que aprofundarão questões de alta relevância para toda a cadeia. O primeiro debate terá como tema “Integrando a cadeia de valor: Desafios e soluções para melhoria do cuidado em saúde”.

Para fortalecer o networking dos convidados, haverá uma pausa, chamada de Leaders Connection: uma oportunidade para líderes de diferentes áreas se reunirem informalmente para um momento de verdadeira interação.

Na sequência, terá início um bloco especial com duas palestras abordando aquecimento global e mudanças climáticas. Essas apresentações serão a base para o debate “Impactos das Mudanças Ambientais e Climáticas na Saúde Brasileira”, reunindo especialistas na área.

O intervalo para almoço será mais uma oportunidade para networking informal. Logo após, haverá uma palestra com mais uma autoridade governamental, trazendo contribuições para o desenvolvimento da Saúde Suplementar no Brasil.

Lideranças do setor público e privado estarão no debate “O papel da qualidade para a sustentabilidade do setor”, compartilhando experiências e inspirando mudanças. Ao final, outro Leaders Connection promoverá a interação entre os presentes, que poderão conferir, na sequência, o Momento Transformação, com a apresentação de um case de inovação.

O último debate abordará o tema: “Interoperabilidade na Saúde: Desafios, Perspectivas e Inovações”, trazendo relevantes personalidades do governo, da indústria e de instituições de saúde para falar deste assunto que tem sido o foco da Abramed, em prol da integração de todo o setor. O encerramento será com Lídia Abdalla, vice-presidente do Conselho de Administração da entidade.

O FILIS é uma plataforma essencial para discussões estratégicas sobre as tendências e inovações no setor de saúde. A presença de autoridades, especialistas e líderes de várias áreas assegura um debate rico e diversificado, contribuindo para o desenvolvimento e aprimoramento das políticas e práticas de saúde no Brasil.

As inscrições estão abertas e as vagas são limitadas. Faça parte dessa jornada de transformação!

Serviço

8ª edição do FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde

Tema: “Saúde Inovadora: Oportunidades para um setor sustentável”

Quando: 29 de agosto de 2024

Horário: Das 9h00 às 18h00

Onde: Teatro B32, São Paulo

Garanta já sua participação: http://www.abramed.org.br/filis

Casos de dengue caem 26% e casos de covid-19 sobem 14% na rede privada, segundo Abramed

Os resultados são enviados diretamente à RNDS/DATASUS, contribuindo para o monitoramento epidemiológico do Ministério da Saúde

26 de junho de 2024 – Os casos de dengue registrados na rede privada caíram 26% na comparação entre as semanas de 9 a 15 de junho e de 16 a 22 de junho, passando de 5.550 para 4.091. Os dados são da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), cujos associados representam cerca de 65% do volume total de exames realizados na saúde suplementar no Brasil.

Com relação ao número de exames realizados, a variação é baixa. Entre os dias 9 e 15 de junho, foram realizados 26.781, enquanto de 16 a 22 de junho, o número de exames caiu para 26.250, uma variação de 2%.

Ao analisar o período completo das últimas seis semanas, de 12 de maio a 22 de junho, os dados revelam uma tendência geral de queda na positividade dos exames de dengue. No total, foram realizados 236.430 exames com uma taxa de positividade média ponderada de 29,8%, resultando em 70.556 casos positivos.

Já os dados de exames de Covid-19 realizados na rede privada, segundo associados da Abramed, mostram um aumento de 14% na positividade, comparando as semanas de 9 a 15 de junho e de 16 a 22 de junho, passando de 353 para 311 casos. Esta quantidade é a maior registrada ao longo das últimas seis semanas, de 12 de maio a 22 de junho.

Em relação ao número de exames, de 9 e 15 de junho foram realizados 9.519, contra 9.171, da semana posterior, de 16 a 22 de junho. A queda foi de 4%.

Nas últimas seis semanas, de 12 de maio a 22 de junho, foram realizados 59.353 exames de Covid-19, com uma taxa de positividade média ponderada de 2,4%, resultando em 1.449 casos positivos. O valor mais baixo de positividade no período foi registrado na semana de 19 a 25 de maio, quando foram realizados 11.232 exames, com uma taxa de positividade de apenas 1,4%, resultando em 157 casos positivos.

Prezando pela precisão e qualidade dos resultados, a Abramed defende que os exames sejam feitos em laboratórios clínicos. Vale lembrar que os associados enviam os resultados dos exames diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico do Ministério da Saúde. Essas informações são essenciais para avaliar a situação da doença e orientar as medidas de saúde pública.

Abramed debate “O papel do ESG na Medicina Diagnóstica”

Parceria entre a Abramed, o Comitê de ESG e a Roche Diagnóstica, o encontro contou com representantes do Pacto Global da ONU, do Capitalismo Consciente e associados da entidade

26 de junho de 2024 – Para discutir como práticas sustentáveis, de governança e socialmente responsáveis moldam o futuro da saúde, a Abramed realizou, em 20 de junho, um encontro especial com profissionais referências, na sede da Roche Diagnóstica Brasil, em São Paulo.

Flavia Vianna, gerente de Saúde e Trabalho do Pacto Global Brasil da ONU; Lidia Abdalla, CEO do Grupo Sabin e vice-presidente do Conselho de Administração da Abramed; Daniela Garcia, CEO do Capitalismo Consciente Brasil; e Sandra Sampaio, diretora de estratégia da Roche Diagnóstica trouxeram excelentes insights sobre o tema, sob mediação de Daniel Perigo, gerente de Sustentabilidade do Grupo Fleury e Líder do Comitê de ESG da Abramed.

Como anfitrião, Carlos Martins, CEO da Roche Diagnóstica Brasil, abriu o encontro, lembrando que, em 2024, a empresa foi eleita, pelo 15º ano consecutivo, a mais sustentável do setor de saúde, de acordo com o índice Dow Jones. “Sustentabilidade, segurança, diversidade e inclusão são vistas de forma muito séria por nós. Iniciamos há dois meses um projeto de alta profundidade, que tem como objetivo impactar quatro pilares: pessoas, pacientes, nossa cultura e, consequentemente, a sociedade”, explicou.

Logo após, Lidia apresentou a Abramed e ressaltou a relevância desse primeiro encontro para discutir o tema ESG e seus impactos na medicina diagnóstica. Na sequência, Périgo destacou que a reunião é um desejo antigo do Comitê de criar maneiras para estimular as melhores práticas de ESG nas empresas. “Sabemos que o trabalho é grande, mas há muitas oportunidades. Nosso grupo se dedica a conversar sobre esse tema e contribuir para o avanço das iniciativas”, expôs.

O encontro contou com palestra da Flavia, que iniciou falando sobre o Pacto Global Brasil da ONU, formado por 10 movimentos ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das questões mais urgentes do Brasil. “Trata-se de um chamado às empresas para promover ações concretas por meio de compromissos públicos. Somos a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com abrangência e engajamento em 162 países”, expôs.

O Pacto Global da ONU – Rede Brasil é a segunda maior rede local do mundo, com mais de 1.900 participantes. Os mais de 50 projetos conduzidos no país abrangem, principalmente, os temas: Água e Saneamento, Alimentos e Agricultura, Energia e Clima, Direitos Humanos e Trabalho, Anticorrupção, Engajamento e Comunicação.

Flavia explicou o Movimento Mente em Foco, iniciativa do Pacto Global da ONU no Brasil que convida empresas a agir em benefício de seus colaboradores e da sociedade no combate ao estigma e ao preconceito social ao redor da saúde mental. O objetivo é que a saúde mental seja tratada não apenas como uma medida emergencial, mas, de forma preventiva e humanizada, como um tema perene e que faça parte da estratégia de negócio das companhias.

“É fundamental falar de sustentabilidade no trabalho, mas, se não olharmos para as pessoas, não vamos conseguir fazer a transformação que queremos no planeta. Cuidar da saúde mental é urgente e necessário. Portanto, ambicionamos ter, em 2030, mil empresas com programas estruturantes de saúde mental, impactando 10 milhões de trabalhadores”, disse.

Flavia também divulgou o Guia prático para construção de um ambiente de trabalho com segurança psicológica. “Trouxemos o assunto da saúde mental, mas reforçamos a saúde integral, ou seja, física e emocional. A proposta é colocar as pessoas nas tomadas de decisão das empresas”, expôs, lembrando que a saúde mental é responsabilidade de todas as pessoas, da liderança e de cada um, para um mundo corporativo mais saudável. “Sendo assim, precisamos realizar um trabalho preventivo, muito mais que um atendimento emergencial, sem tabu”, reforçou.

Após apresentação, foi aberta a mesa de debates com os demais participantes. Daniela começou explicando que o Capitalismo Consciente é um movimento que objetiva ajudar as empresas a implementarem práticas de estratégia e liderança conscientes, gerando um impacto positivo nos resultados, nas pessoas e no planeta. “A empresa é um sistema, que depende das boas relações com trabalhadores, fornecedores e comunidade”, disse.

Segundo ela, existem várias maneiras de externalizar isso, como a educação dos consumidores sobre medicamentos e a gestão de resíduos. Por exemplo, o descarte adequado de radiografias. “Uma empresa que ensina esses procedimentos está fortalecendo sua relação com os stakeholders externos que consomem seus produtos”, disse.

A Roche, por exemplo, busca engajar outros stakeholders da cadeia em suas ações sustentáveis, como explicou Sandra. São mais de 60 mil fornecedores, o que significa que a comunicação e a gestão dessa cadeia são fundamentais. “A Roche apoia os ODS e tem como meta, em relação aos parceiros, reduzir, até 2030, pelo menos 18% da emissão produzida de forma indireta”, disse.

Em relação aos distribuidores, a empresa garante o cumprimento das metas através do código de conduta, ética e sustentabilidade, que permeia todo o programa de desempenho. Para o paciente, há ações de conscientização sobre o descarte de medicamentos em parceria com outras empresas. E expandindo o impacto à comunidade, a Roche, por meio de um programa global, incentiva os colaboradores a fazerem doações a instituições que ajudam crianças em situação de vulnerabilidade. “Temos muitas ações internas e externas, o tema ESG é um dos critérios, por exemplo, para eleger fornecedores”, disse.

Falando sobre tecnologia, Sandra ressaltou o valor da inteligência artificial, destacando seu papel na redução do tempo de processos e na sustentabilidade do laboratório. Este tema está diretamente relacionado à medicina de precisão, que foca na prevenção e na diminuição de desperdícios. “No âmbito local, é fundamental dialogar com os órgãos de saúde competentes para ampliar o acesso da população a essas tecnologias e melhorar os desfechos para os pacientes”, expôs.

Por sua vez, Lidia salientou que o compromisso com as metas ambientais e sociais deve estar na agenda das lideranças, pois dar o exemplo é essencial para o engajamento. “Quando as pessoas se sentem respeitadas e ouvidas, começam a ver que o impacto vai além delas, atingindo seu círculo de amigos e a comunidade. Mas se nada disso sensibiliza o líder, há a questão da lucratividade, pois a empresa se torna mais competitiva quando investe em ESG e sua reputação sobe”, declarou. 

Sobre como começar, Lidia disse que não é necessário reinventar a roda; basta buscar exemplos do que está funcionando bem. “É importante fazer benchmarking com empresas de outros segmentos também. Às vezes, encontramos boas práticas simples que podemos implementar no dia a dia. Começar é difícil, mas depois é questão de manter o foco e o compromisso. Fazer e replicar: esse é o maior potencial que temos como profissionais, influenciar aqueles ao nosso redor”, expôs.

De fato, Flavia comentou que o desafio é enorme e que precisamos nos unir para enfrentar o problema. “Não podemos mais olhar para uma catástrofe e achar que ela está longe, pois ela está muito perto de nós. Precisamos nos mobilizar. O Impacto Global também destaca a importância do movimento das empresas para a transformação. Muitas colocam a responsabilidade no público, mas cabe a elas reconhecerem o poder que têm de transformar e gerar receita de forma responsável e sustentável. Precisamos estar dispostos a separar o tempo necessário para estarmos juntos, ouvir o que os especialistas estão dizendo e aprender com o que outras empresas estão fazendo, promovendo a troca de experiências”, disse.

Questionada sobre tendências em ESG, Daniela respondeu que, em termos de business, é reportar cada vez mais, afinal, ESG não é uma escolha, mas uma jornada. Já em termos de negócio e reputação, a tendência é analisar como a empresa se organiza e amplifica a sua atuação a respeito desses temas com transparência e ética. “Por fim, a tendência global é olhar para dados, ajudando o ser humano a viver melhor. Estamos caminhando para a sociedade 5.0, que é a tecnologia a serviço do bem-estar”, disse.

Daniela reforçou que ESG é cultura, assim como a transformação digital, e precisa ser trabalhado transversalmente. “Procure entre seus pares líderes de outras áreas para que, juntos, possam comprometer a liderança a ser patrocinadora desse tema. De forma mais pragmática, ignorar o impacto positivo pode resultar em problemas na gestão de riscos, na área financeira e na reputação.”

Segundo Daniela, precisamos ter uma visão sistêmica. Se não olharmos para nós como parte do todo, não vamos caminhar. “O sistema precisa fluir, esse é aprendizado da pandemia. Todos devem seguir a mesma jornada e trabalhar com propósito. O recado é muito claro: precisamos ter consciência do nosso impacto, intencionalidade das ações e buscar a melhor performance possível com foco na prosperidade da sociedade.”

Ao final, Flavia deixou uma frase bem conhecida e inspiradora: sonho que se sonha só é só um sonho, mas um sonho que se sonha junto se torna realidade. “Precisamos sonhar com um mundo sustentável, inclusivo e que contemple todas as pessoas. E que elas estejam saudáveis em sua integralidade, porque só assim teremos um mundo seguro e saudável para cada um de nós.”

Associados da Abramed exploram a tecnologia para reduzir impacto ambiental na medicina diagnóstica

Iniciativas impulsionam a transformação ecossistêmica, refletindo o compromisso ético do setor com o meio ambiente

17 de junho de 2024 – Como toda atividade produtiva, a medicina diagnóstica impacta o meio ambiente, exigindo uma gestão consciente e eficiente dos recursos naturais e das emissões de gases de efeito estufa geradas pelas operações assistenciais e administrativas. Um aspecto chave no setor é a gestão adequada de água, efluentes, energia, resíduos e emissão de CO2.

Para ajudar nesse processo, as empresas do setor vêm investindo em tecnologia, como destaca Andrea Pinheiro, membro do Comitê ESG da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e diretora de Relações Institucionais e Comunicação Corporativa do Grupo Sabin. Segundo ela, a inovação tecnológica tem contribuído de forma decisiva em várias frentes. “A adoção de métodos de construção sustentáveis, a automação predial para iluminação e refrigeração, captação de águas da chuva e estações de tratamento de efluentes mais inovadoras viabilizam o reúso de um volume maior de água, por exemplo”, explica.

Como mostra o Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, quase metade das associadas participantes do levantamento recorre a fontes alternativas, como poços artesianos, água pluvial e água de reúso. As empresas não apenas captam água de forma responsável, mas também adotam práticas de conservação e uso eficiente da água em suas operações.   

“Aqui no Grupo Sabin, adquirimos, em 2021, uma nova Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) para nosso maior Núcleo Técnico Operacional (NTO) em Brasília, permitindo a reutilização de 100% da água consumida no processamento de amostras clínicas para regar jardins e nas descargas sanitárias, totalizando 2,6 milhões de litros reutilizados no último ano”, conta Andrea.

Segundo ela, desde 2019, a empresa investe em projetos de migração de matriz energética, alcançando em 2023 a marca de 45% da energia consumida proveniente de fontes renováveis em todo o país. “Além disso, reciclamos 196,3 toneladas de material e recebemos o Certificado de Neutralização de Emissões de Gases de Efeito Estufa pelo terceiro ano consecutivo, com uma redução de 40% nas emissões em comparação com o ano anterior”, complementa.

Em relação ao processo analítico, Andrea acrescenta que a automação, através do uso de esteiras automatizadas em laboratórios de análises clínicas, é um grande divisor de águas. Essas esteiras transportam amostras de forma eficiente e organizada, permitindo a redução do número de tubos e do volume das amostras necessárias para a realização de exames. Como consequência, há uma redução significativa dos resíduos gerados. A cada ano, a evolução dessas esteiras automatizadas traz novos aspectos de integração que melhoram a gestão desses indicadores de eficiência e sustentabilidade.

Na área de diagnóstico por imagem, a tecnologia permite a digitalização e o uso de sistemas de laudos digitais. Isso significa que os resultados dos exames, como radiografias, ressonâncias magnéticas e tomografias, podem ser armazenados e compartilhados de forma eletrônica. Além da economia de recursos na cadeia de insumos, como toners de impressora e energia elétrica, a tecnologia também possibilita agilizar o processo de análise e de suporte ao diagnóstico à comunidade médica.

Vale destacar que a própria evolução dos sistemas de informações laboratoriais permitiu a disponibilização de laudos e históricos de exames digitais não só por meio de sites, mas também de aplicativos, contribuindo para a redução da impressão de laudos. Segundo o Painel Abramed – O DNA do Diagnóstico, em 2022, a quantidade de laudos acessados por meio eletrônico foi de aproximadamente 122 milhões, o que equivale a cerca de 19% do total de exames realizados. “Esses dados mostram que ainda temos um grande espaço para evoluir tanto tecnologicamente quanto na conscientização e educação dos usuários dos serviços”, expõe Andrea. 

Apesar da transformação digital, as empresas de medicina diagnóstica ainda possuem em suas operações a necessidade de impressão, guarda e descarte de papeis devido ao faturamento que envolve guias físicas em seus processos transacionais com as operadoras de saúde. “Os investimentos em sistemas integradores e que permitem a interoperabilidade dessas transações também contribuem positivamente na gestão ambiental”, acrescenta.

Além das associadas, a própria Abramed colabora para as práticas sustentáveis, ajudando a reunir e consolidar ações realizadas pelas empresas do setor. A entidade possui também um papel relevante nas discussões e contribuições técnicas a partir de seus comitês e consultas públicas sobre mudanças regulatórias. 

“Outra entrega importante se refere à geração de informações, indicadores e conteúdos, como o Painel Abramed, que permite acompanhar a evolução do setor, inspirando e dando suporte aos associados e outras empresas na expansão de suas ações e programas ambientais”, salienta Andrea.

Por fim, vale ressaltar que a adoção de práticas ESG não só mitiga os impactos no meio ambiente, mas também reflete um compromisso ético com a saúde e o meio ambiente. Além de demonstrar responsabilidade socioambiental, essas ações ajudam a fortalecer relações com clientes, fornecedores e outros stakeholders.

Ferramentas diagnósticas são fundamentais para mitigar os impactos da Covid longa

Conheça os sistemas e órgãos afetados, os principais exames para o diagnóstico de cada caso e as evidências até então

17 de junho de 2024 – A pandemia de Covid-19 trouxe desafios sem precedentes para a saúde pública e, agora, estudos se debruçam sobre as sequelas da Covid-19 ou Covid longa, condição caracterizada pela persistência ou desenvolvimento de novos sintomas três meses ou mais após a infecção inicial pelo SARS-CoV-2, sem que exista outra justificativa médica para o quadro clínico.

Segundo Estudo Multicêntrico Brasileiro, cerca de 10% a 20% dos pacientes que tiveram Covid-19, especialmente aqueles com formas mais graves da doença ou que já tinham problemas crônicos de saúde, podem apresentar sintomas relacionados à Covid longa. “O número de pessoas com sequelas da doença e sintomas persistentes é significativo, o que impacta diretamente a demanda por serviços de medicina diagnóstica”, comenta Marcos Queiroz, líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e diretor de Medicina Diagnóstica no Albert Einstein.

A Covid longa tem o potencial de afetar múltiplos sistemas e os principais órgãos do nosso corpo, sendo relacionada a mais de 200 sintomas diferentes na literatura médica, como: fadiga persistente, dificuldade respiratória, dor no peito, problemas de memória e concentração, dores musculares e articulares, alterações no paladar e olfato, taquicardia e outros sintomas cardíacos. 

De acordo com Queiroz, o comprometimento pulmonar na Covid-19 nas suas formas mais graves gerou sequelas, como cicatrizes pulmonares e diminuição da capacidade respiratória, aumentando, nestes casos, a demanda por exames diagnósticos específicos, como radiografia, tomografia de tórax e prova de função pulmonar.

“Essa demanda tem exigido planejamento e uma série de medidas para garantir o bom atendimento dos pacientes nos serviços de medicina diagnóstica, como disponibilidade ampliada de horários para exames, equipes médicas e de enfermagem capacitadas e rápida entrega de resultados. No entanto, com a diminuição da pressão causada pelos casos agudos de Covid-19, os sistemas de saúde estão mais aptos a atender pacientes com suspeita de Covid longa de forma eficaz, sem maiores dificuldades”, explica.

Queiroz destaca que, especialmente durante a fase aguda da Covid-19, houve um aumento significativo de fenômenos tromboembólicos. Isso, em parte, é atribuído à inflamação e ao dano vascular causados pelo vírus, resultando na formação de coágulos nos vasos sanguíneos, principalmente tromboses venosas. Esses coágulos podem, por exemplo, se desprender dos vasos e migrar para os pulmões, causando embolia pulmonar, gerando falta de ar e dor no peito, com potencial risco de vida.

O líder do Comitê de Radiologia e Diagnóstico por Imagem da Abramed também ressalta que em uma pequena proporção de casos, os coágulos não são totalmente dissolvidos e podem levar à doença tromboembólica crônica. No entanto, ainda não está claro se esse fenômeno será observado na Covid longa e com qual frequência.

“Testes de sangue são fundamentais para detectar marcadores de inflamação e avaliar o estado da coagulação. Técnicas de imagem avançadas, como ultrassonografia com Doppler vascular, angiotomografia computadorizada e angiorressonância magnética, são cruciais para identificar coágulos sanguíneos e avaliar danos vasculares”, explica.

Queiroz acrescenta, ainda, que avaliações cardíacas, incluindo ecocardiograma, eletrocardiograma e ressonância magnética cardíaca, são empregadas para monitorar complicações cardiovasculares, como inflamação do miocárdio, pericardite e infarto agudo do miocárdio.

“A detecção precoce e o gerenciamento abrangente por meio dessas ferramentas diagnósticas são fundamentais para mitigar os impactos de longo prazo da Covid longa na saúde e melhorar os resultados dos pacientes, considerando que este aspecto ainda não foi completamente explorado na literatura médica”, destaca o entrevistado.

Já as condições neurológicas frequentemente identificadas em pacientes com Covid longa incluem: confusão mental, cefaleias crônicas, neuropatia periférica e encefalite. No entanto, por serem queixas muito frequentes, a relação causal com infecção prévia por Covid-19 nem sempre é clara. Os exames utilizados para identificar essas condições são ressonância magnética (RM) do cérebro, eletroencefalograma (EEG), estudos de condução nervosa e avaliações neuropsicológicas.

Tecnologia 

Sobre as inovações tecnológicas, Queiroz menciona que a pandemia foi um grande catalisador no desenvolvimento de novos algoritmos e ferramentas de inteligência artificial, conhecimentos que podem ser utilizados no melhor entendimento das alterações a longo prazo da infecção por Covid-19. Isso se dá por meio da análise de dados longitudinais coletados ao longo do tempo, incluindo sintomas, exames laboratoriais, imagens, avaliações funcionais, anotações médicas e monitoramentos.

O objetivo é compreender melhor a doença, suas diferentes formas de apresentação, evolução e os resultados dos tratamentos, permitindo um entendimento mais preciso de como a Covid longa se manifesta em cada indivíduo, qual a evolução esperada, o momento ideal para intervenção e o tratamento mais eficaz para cada caso.

Fronteiras da IA na Medicina: desafios regulatórios e potencial transformador

Por Rogéria Cruz*

Na saúde e na medicina diagnóstica, a inteligência artificial está revolucionando a forma como os profissionais lidam com diversas tarefas, desde a triagem de pacientes até a personalização de tratamentos. Sua aplicação abrange o apoio ao diagnóstico por imagem, a condução de pesquisas médicas avançadas e a otimização de processos de trabalho. A IA permite avaliar uma grande quantidade de dados de um paciente de maneira ágil e precisa, analisando prontuários eletrônicos para compilar o histórico de saúde, identificar riscos e ajudar na formulação de terapias personalizadas.

Por exemplo, na área de diagnóstico por imagem, existe um protocolo de AVC que permite uma avaliação mais rápida e facilita a comunicação entre a imagem e o pronto atendimento. Também há uma ferramenta que realiza o cálculo automatizado da idade óssea em radiografias de mão, outra que detecta fraturas em radiografias de extremidades, e mais uma, ainda, que utiliza tecnologia avançada para a detecção automática de alterações em radiografias de tórax.

Já estamos testemunhando modelos que trazem maior eficiência e redução de custos, o que tem impulsionado debates maduros sobre o impacto de uma regulamentação restritiva que não permita captar todo o benefício possível.

E justamente para regulamentar o tema, está em tramitação e discussão no Congresso Nacional o Projeto de Lei (PL) 2338/2023, que propõe estabelecer um novo marco regulatório para a IA no Brasil, visando garantir a proteção dos direitos fundamentais, a implementação de sistemas seguros e confiáveis e o desenvolvimento responsável dessa ferramenta. 

Recentemente, uma nova proposta foi apresentada para o texto regulatório, trazendo mudanças significativas e introduzindo algumas novidades. Entre elas, a criação do Sistema Nacional de Regulação e Governança de Inteligência Artificial (SIA), que atuará em cooperação e harmonização com as demais agências e órgãos reguladores. Além disso, a proposta prevê a implementação de Códigos de Conduta, certificadoras e mecanismos de autorregulação.

A regulamentação precisa considerar questões éticas e de segurança, como a garantia do uso responsável das tecnologias, a segurança e o tratamento adequado dos dados, a acessibilidade, o impacto social, a desigualdade digital e as implicações morais e sociais específicas dessas tecnologias. É fundamental discutir sobre ética na inteligência artificial e garantir transparência. A tecnologia deve ser desenvolvida e usada de maneira responsável e justa, com o objetivo de atender a sociedade.

Enquanto a regulamentação está em tramitação, as empresas que atuam no setor de saúde precisam lidar com a tecnologia de forma responsável, utilizando dados confiáveis. É fundamental realizar uma análise de impacto algorítmico e implementar uma supervisão humana com monitoramento constante.

Os principais obstáculos que ainda precisam ser superados para uma regulamentação mais eficaz e abrangente são diversos. O maior desafio reside em buscar uma regulamentação que promova a inovação, mitigue os riscos e garanta segurança jurídica. Este é um processo complexo e desafiador.

Observando o cenário internacional, vemos discussões avançadas nos Estados Unidos e na Europa. Enquanto os Estados Unidos focam em iniciativas principiológicas e estruturas de governança e avaliação de risco, a União Europeia optou por uma legislação mais robusta e prescritiva, como o AI ACT, com 458 páginas.

Recentemente, tive a oportunidade de saber como o tema é tratado no Reino Unido e sua abordagem criteriosa e ponderada, com cinco princípios orientadores fundamentais: segurança, robustez, transparência, governança e segurança jurídica, que despertaram minha simpatia. Neste momento, estamos em busca de uma legislação que estimule o desenvolvimento socioeconômico, a inovação e a competitividade do país, sem deixar de lado a proteção de direitos e garantias. 

A colaboração entre governos, empresas de tecnologia, profissionais de saúde, reguladores e entidades, como a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), é essencial para o desenvolvimento da regulamentação em IA na área da saúde. A entidade tem desempenhado um papel de destaque nesse cenário, participando ativamente de discussões e audiências públicas, com o objetivo de sensibilizar senadores, deputados e a sociedade em geral sobre o impacto da IA no setor.

Inclusive, a Abramed desenvolveu a pesquisa “O uso da IA na medicina diagnóstica brasileira”, com dados de 30 laboratórios privados, que representam 65% de todos os exames realizados na Saúde Suplementar no Brasil. Segundo o documento, o uso da IA impacta mensalmente um número significativo de pacientes, variando de 10 mil a 140 mil, dependendo do porte e capacidade dos laboratórios.

Essa colaboração multifacetada pode gerar uma série de benefícios, incluindo a redução da desigualdade e a ampliação do acesso aos serviços de saúde. A inteligência artificial tem o potencial de ampliar as habilidades humanas e melhorar os resultados clínicos. Portanto, ouvir e valorizar todos os setores envolvidos, em uma abordagem integrativa, é fundamental para assegurar o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico do país, garantindo ao mesmo tempo a segurança, a eficácia e a ética no uso da IA.

Questões cruciais como responsabilidade civil, definição e classificação de riscos, governança e sanções estão sendo discutidas e refinadas. Estamos engajados com a sociedade na construção desse caminho, contribuindo ativamente para o texto em discussão. Já conseguimos a prorrogação, solicitada pelo Senador Eduardo Gomes, até o dia 18 de julho, da Comissão Temporária Interna sobre Inteligência Artificial no Brasil (CTIA). Essa prorrogação garante discussões integrativas e multissetoriais, promovendo um debate amplo e aprofundado.

À medida que avançamos rumo a uma regulamentação abrangente da IA, é essencial manter um diálogo contínuo entre todos os envolvidos. Com a colaboração entre governo, empresas, profissionais de saúde e entidades reguladoras, podemos moldar um futuro em que a IA aprimore os cuidados de saúde, promovendo tanto a inovação quanto a segurança dos pacientes.

*Rogéria Cruz, Líder do Comitê de Proteção de Dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e Diretora-Executiva Jurídica da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein

17/06/2024

Conectando informações em Saúde: avanços e desafios na integração de dados

Por Fabiano Gomes Estellita*

Na medicina diagnóstica, a integração de dados entre sistemas é como um quebra-cabeça complexo: peças de informação valiosas espalhadas, com alta sensibilidade e sem um padrão para uni-las. Imagine os desafios: garantir a segurança de dados de saúde, como rege a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), e encontrar um modelo que atenda às necessidades de segurança, integridade e praticidade.

É como se cada organização tivesse seu próprio idioma, dificultando a comunicação e o compartilhamento de conhecimentos que podem salvar vidas. Sem um padrão claro de codificação, é preciso decidir qual modelo usar. A criação de novos formatos só complica ainda mais o processo de decisão, para quem tem à frente o desafio de fazer integrações cada vez mais complexas.

A saída para responder a estes anseios tem sido o foco de ação de empresas desenvolvedoras de softwares, entidades de representação, como a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), e outros agentes participantes deste complexo cenário. Em geral, são adotados modelos já criados pelos fornecedores de software com adequações específicas para atender alguma demanda. No entanto, cada integração é quase um novo modelo ou a versão adaptada de um já existente

Essa diversidade de formatos e codificações contribui para gerar ineficiência no setor, além de retrabalho e uma demora excessiva em viabilizar ações. Muitas vezes nos deparamos com mudanças que levam meses, desde a identificação de uma necessidade de integração, passando pela definição do formato e conciliação de códigos e validação. Ter a tecnologia como um fator que gera atrasos é um dilema antagônico, afinal, ela deve ser um catalizador para otimização de processos.

Nesse ponto, a Inteligência Artificial (IA) e a Internet das Coisas (IoT) estão revolucionando a troca, o tratamento e a análise de dados em saúde. A IoT facilita integrações entre sistemas, enquanto a IA identifica padrões, anomalias e sugere melhorias na gestão de informações, de forma rápida. Ainda estamos vivendo um momento de entendimento de até onde estas tecnologias podem nos levar, mas sem dúvidas há uma quebra de paradigmas e possibilidades a nossa frente.

Entre os fatores críticos relacionados à integração estão a segurança e a privacidade dos dados. Para lidar com isso, os protocolos de comunicação devem incluir camadas de proteção para garantir que apenas emissor e receptor interpretem os dados. Outros pontos importantes são integrar apenas informações necessárias e garantir que os proprietários estejam cientes do uso e acesso aos seus dados. Ao alimentar bases de conhecimento públicas, é fundamental proteger a identidade e os dados sensíveis dos indivíduos, tornando as informações úteis para pesquisas sem comprometer a privacidade.

De fato, a pandemia de 2020 destacou a importância de informações unificadas e padronizadas para respostas mais eficientes no sistema de saúde. Com a diversidade de empresas envolvidas na geração e compartilhamento de dados, a troca de dados é essencial para um sistema de saúde democrático e acessível, reduzindo custos e possibilitando o acesso a procedimentos modernos e eficazes.

Padrões de codificação como o LOINC (Padrão Universal para identificação procedimentos médicos) e o HL7 (conjunto de normas internacionais para a transferência de dados clínicos entre sistemas de informação em saúde), que já são usados em grande escala fora do Brasil, são caminhos promissores na direção da padronização e do ganho de eficiência. 

Vale ressaltar que a troca de informações de saúde garante que as operações tenham escala para suportar o grande volume de demandas por diagnósticos ágeis e confiáveis, além de ampliar o acesso a procedimentos complexos e diferenciados, possibilitados pela integração entre organizações. Além disso, o compartilhamento de dados entre as empresas viabiliza ações de negócios entre elas e ajuda a construir bases de conhecimento que possam servir como fonte de dados para orientar políticas de saúde públicas.

No Comitê de Interoperabilidade da Abramed, trabalhamos para democratizar o entendimento sobre interoperabilidade, tornando-o acessível a todos, não restrito a fóruns mais técnicos. Com uma equipe multidisciplinar, incluindo profissionais de diversas áreas e de relevantes empresas da medicina diagnóstica, buscamos promover uma visão ampla e integrada.

Também colaboramos com órgãos governamentais e outras associações para incentivar a adoção de padrões de comunicação e codificação, impulsionando a padronização e a simplificação das trocas de informações no setor. Estamos comprometidos em facilitar a colaboração e garantir um futuro mais conectado e sustentável para toda a cadeia da saúde.

* Fabiano Gomes Estellita, gerente de Tecnologia da Analiza e Membro do Comitê de Interoperabilidade da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Formado em Matemática com especialização em Governança de Tecnologia de Informação (SENAC-RJ) e MBA em Liderança, Gestão de Equipes e Produtividade (PUCRS), atua há 30 anos com tecnologia em empresas de medicina diagnóstica.

28/05/2024

Summit da Abramed na Hospitalar reafirmou o papel da inteligência artificial na transformação do setor de saúde

21 de maio de 2024 – A Hospitalar 2024 foi palco para o Summit Abramed, que reuniu importantes nomes do setor para discutir o macro tema “Transformação Digital na Saúde: Como a Inteligência Artificial está moldando o futuro do cuidado”.  O encontro foi realizado no dia 21 de maio, no São Paulo Expo. 

O presidente do Conselho de Administração da Abramed, Cesar Nomura, deu as boas-vindas e iniciou a programação, que contou com duas palestras e dois debates para tratar dos impactos da Inteligência Artificial (IA) na saúde, além de aspectos regulatórios e éticos sobre o tema. 

Ainda na abertura, Milva Pagano, diretora-executiva da entidade, apresentou institucionalmente a Abramed e mostrou a recém pesquisa lançada pela associação sobre o “Uso da Inteligência Artificial na Medicina Diagnóstica”, a publicação está disponível no site www.abramed.org.br.

Sobre o tema “Desafios e oportunidades para o uso da Inteligência Artificial na Saúde”, foi realizada uma palestra introdutória com a participação da diretora geral da Siemens Healthineers no Brasil, Adriana Costa, que iniciou sua apresentação expondo que, atualmente, metade da população global não tem acesso aos cuidados básicos de saúde.

Segundo ela, todos que atuam na área, independentemente do segmento, precisam lidar com desafios globais relevantes, que causam essa falta de acesso, como longevidade, crescimento demográfico da população e escassez de mão de obra especializada. “A Siemens está presente em mais de 70 países, com mais de 84 soluções alimentadas por Inteligência Artificial. Já usamos a IA em nossas tecnologias e soluções há algum tempo, mas é importante conectarmos aos avanços atuais da IA generativa e outros pontos fundamentais em termos de discussões futuras”, explicou.

Adriana ressaltou que a IA é uma grande ferramenta que possibilita resolver os problemas atuais em saúde, desde que o dados sejam interpretados corretamente. “Geramos muitas informações, mas o que fazemos com esses dados?”, comentou, afirmando que a IA generativa foi a adoção mais rápida de uma oferta digital na história da humanidade. Para ela, a IA generativa complementará as atuais soluções e poderá ajudar na padronização de protocolos e boas práticas no Brasil e mundialmente. 

Logo após, foi realizado o debate moderado por Ademar Paes Jr., sócio da Clínica Imagem e membro do Conselho de Administração da Abramed, além de Adriana Costa, da Siemens, e Carlos Pedrotti, gerente médico de Telemedicina no Hospital Israelita Albert Einstein e presidente do Conselho de Administração da Saúde Digital Brasil.

Para Paes Jr., a IA é extremamente importante nessa jornada atual, com o objetivo claro de melhorar o acesso e o desfecho para os pacientes, além de aperfeiçoar a eficiência do setor no âmbito da gestão. “Utilizamos a IA em diversas áreas, incluindo gestão de pessoas, operações, finanças, comercial e estratégica. Nosso objetivo é melhorar a eficiência empresarial e criar condições para implementar tecnologias que impactem positivamente a vida das pessoas”, ressaltou.

No painel, Adriana colocou que qualquer avanço na área de tecnologia precisa considerar o mercado atuante e o benefício tanto para o paciente quanto para a cadeia como um todo. “Precisamos entender o contexto onde estamos, seguir padrões globais e locais. O uso deve estar associado à realidade do mercado, ao acesso a essas tecnologias, pensando na cadeia de forma integrada”, afirmou.

A tendência no aumento da oferta de novas soluções e como elas devem ser consumidas também foram discutidas. “Essa é a pergunta de um bilhão de dólares. Antes de discutir quem vai liderar, é fundamental entender por que estamos fazendo isso e qual é o propósito do desenvolvimento dessa tecnologia. Nesse processo, já estamos bem avançados junto a diversas instituições. A colaboração e a integração determinarão a rapidez com que endereçaremos as soluções. Não haverá uma liderança única”, disse Adriana. 

Por sua vez, Pedrotti comentou como será essa integração para que se possa oferecer soluções de forma mais organizada e estruturada. “Nesse cenário, o importante não é só a inovação, mas também como transformar o sistema para ter viabilidade econômica. Hoje, a saúde digital é de grande representatividade. Existe uma cadeia de tecnologias das mais simples às mais complexas, em contato direto com o público em geral”, disse.

Segundo o gerente médico de Telemedicina no Hospital Albert Einstein, a IA será rapidamente incorporada quando provar ao usuário, ao médico que utiliza o sistema ou a outro profissional de saúde que ele se tornará mais eficiente usando a tecnologia, sem perda de tempo com tarefas repetitivas e burocráticas. “A eficiência pode vir em poucos toques, baseada nos protocolos mais atualizados, para que o próprio médico possa acessar rapidamente e acompanhar o paciente transversalmente”, explicou.

Para encerrar, uma pergunta da plateia mencionou a questão do tráfego de dados necessário para a tomada de decisões. Como fazer essas informações circularem entre instituições, em conformidade com a LGPD? “Embora ainda estejamos distantes da interoperabilidade, muitos outros países também enfrentam esse desafio. Esse é um dos pontos fundamentais para que o sistema de saúde avance com mais qualidade”, afirmou Pedrotti.

Já Adriana completou que poucos países têm tantos dados como o SUS. “Quanto mais os setores público e privado e as agências reguladoras trabalharem em conjunto, mais teremos essa articulação para trazer uma solução combinada de dados.”

Conforme destacou, a tecnologia é uma grande impulsionadora para garantir qualidade para todos em qualquer lugar. “Precisamos colocar o paciente no centro, e o negócio precisa ser rentável e justo para toda a cadeia. As pautas não são excludentes, mas combinadas, para ter um bom resultado para todos nós”, encerrou Adriana.

O Summit Abramed na Hospitalar 2024 também promoveu um debate sobre os desafios regulatórios da Inteligência Artificial na saúde. Leia aqui.

FILIS 2024 – Integrando a cadeia de valor: Desafios e soluções para melhoria do cuidado em saúde

Tema será discutido na oitava edição do evento, que acontecerá em 29 de agosto, no Teatro B32, em São Paulo

24 de maio de 2024 – Para atuar no complexo cenário da saúde, é preciso dedicar esforços em dois importantes pilares, já reconhecidos e debatidos. Um deles é a gestão dos serviços, que envolve as áreas de estratégia, pessoas, marketing, vendas e operações financeiras. O segundo é a inovação, que abre novos caminhos para resolver antigos problemas e está intrinsecamente ligada à gestão.

“A novidade é a incorporação de um terceiro pilar: a integração dos elementos da cadeia de valor. Se exercer a excelência em gestão e estar atualizado com as últimas inovações sempre foram obrigatórios para um sistema sustentável, agora precisamos reconhecer a importância de criar e implementar soluções inovadoras em conjunto, de forma eficaz”, explica Ademar Paes Junior, membro do Conselho de Administração da Abramed e moderador do debate “Integrando a cadeia de valor: Desafios e soluções para melhoria do cuidado em saúde”, programado para a 8ª edição do FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde.

Fazem parte da cadeia de valor: as empresas que contratam planos de saúde e oferecem esses benefícios aos seus funcionários; os intermediários financeiros, como seguradoras, operadoras de planos de saúde e cooperativas médicas; os prestadores de serviços de saúde, como hospitais, clínicas, consultórios médicos e profissionais de saúde autônomos; e demais fornecedores, como indústria farmacêutica, fabricantes de equipamentos médicos, serviços de manutenção e logística, startups, entre outros.

“Essas empresas frequentemente tentam resolver problemas sozinhos, o que resulta em barreiras e burocracias”, observa Paes Junior. A integração vem, justamente, para auxiliar em duas questões críticas quando se fala em sistema de saúde. A primeira é aprimorar a experiência do paciente, ou seja, reduzir o tempo de jornada e melhorar o desfecho, afinal, medicina não é só acesso. A segunda questão é otimizar os recursos financeiros, quer dizer, sempre fazer mais com menos.

Para fazer essa integração na prática, Paes Junior cita alguns exemplos. Uma startup pode unir forças com uma empresa e uma seguradora para reduzir a sinistralidade. Um plano de saúde e um prestador de serviços podem aprimorar a eficiência do atendimento e diminuir o deslocamento desnecessário dos pacientes, o que resultaria em uma maior eficiência e, consequentemente, em menores custos.

Além disso, um fornecedor pode melhorar a experiência do paciente em uma instalação médica, agregando valor em uma negociação com um plano de saúde. E, ainda, projetos colaborativos entre empresas, seguradoras e prestadores podem garantir a eficiência no atendimento de grupos específicos, como pacientes crônicos, de alto custo ou idosos com fragilidades.

“Isso já vem ocorrendo, mas de forma bastante limitada. Temos visto alguns modelos de planos de saúde estabelecendo parcerias diretas com hospitais e tanto hospitais quanto laboratórios fornecendo serviços diretamente para empresas. Há, portanto, diversas possibilidades”, acrescenta.

Segundo Paes Junior, a integração depende de criatividade e confiança entre os elementos da cadeia. Para ganhar essa confiança, são necessários três elementos-chave: comunicação assertiva, disponibilidade de dados e criação de uma agenda de trabalho. “Quando demonstramos uma abordagem ética, respeitosa e centrada no paciente, a confiança é construída de forma natural”, expõe.

Espaço para discussão

O FILIS, organizado pela Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, surgiu, justamente, como um ponto de encontro para iniciar a discussão sobre integração, já que seu objetivo é reunir lideranças de diversos setores da cadeia de saúde.

Especialmente agora, de acordo com Paes Junior, o setor vem encarando alguns desafios, como a dificuldade das empresas em lidar com os aumentos propostos pelos planos de saúde, os altos custos enfrentados pela cadeia de fornecedores e prestadores de serviços, bem como as dificuldades da rede prestadora em repassar esses custos aos intermediadores financeiros e planos de saúde.

“Nosso propósito é apresentar sugestões inovadoras que possam ser assumidas como compromissos após o FILIS, com o intuito de informar a comunidade da Abramed sobre os avanços que esse debate pode trazer para o setor”, acrescenta Paes Junior.

A Abramed também inova ao trazer para o evento representantes da indústria e das empresas que contratam planos de saúde. “Elas são o ponto inicial no financiamento do setor suplementar, e sua participação na discussão é considerada essencial pela entidade. Em algumas situações, as empresas enxergam o plano de saúde como uma ameaça devido aos custos crescentes, porém, o desenvolvimento econômico é crucial para que elas possam consumir serviços de saúde privados e contribuir financeiramente para o sistema de saúde público de qualidade”, ressalta.

Paes Junior destaca, ainda, que o FILIS tem se estabelecido como um evento de referência altamente conceituado entre os tomadores de decisão. “Durante sua realização, não temos apenas a oportunidade de compartilhar informações e dados relevantes do setor de medicina diagnóstica, mas também de utilizá-los como base para enriquecer nossas discussões. Além disso, a presença das lideranças oferece um momento propício para estabelecer uma agenda de trabalho, aproveitando as conexões estabelecidas ao longo do encontro”, finaliza.

Serviço

8ª edição do FILIS – Fórum Internacional de Lideranças da Saúde

Macrotema: “Saúde Inovadora: Oportunidades para um setor sustentável”

Quando: 29 de agosto de 2024

Horário: Das 9h00 às 18h00

Onde: Teatro B32, São Paulo

Inscrições em: www.abramed.org.br/filis

As vagas são limitadas!

Abramed lança pesquisa sobre o uso de Inteligência Artificial na medicina diagnóstica

O propósito é fornecer insights para a tomada de decisão estratégica e ações de advocacy em defesa do setor

9 de maio de 2024 – A Inteligência Artificial (IA) tem se destacado como uma poderosa aliada na área da saúde, otimizando tanto procedimentos clínicos quanto administrativos e operacionais. Diversas empresas da área de medicina diagnóstica têm implementado soluções baseadas em IA para aprimorar seus serviços e oferecer um atendimento mais eficiente e personalizado aos pacientes.

Comprometida com o desenvolvimento e a regulamentação da Inteligência Artificial no Brasil, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) desenvolveu a pesquisa “O uso da IA na medicina diagnóstica brasileira”. Seu propósito é fornecer insights para a tomada de decisão estratégica e ações de advocacy em defesa do setor, especialmente com relação ao Projeto de Lei 2.338/2023, que regula o uso da IA no país e está em discussão no Congresso Nacional. A tramitação deste PL é de extrema importância à Abramed e seus associados.

A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa com um questionário estruturado, aplicado em 30 laboratórios privados, que representam 65% de todos os exames realizados na Saúde Suplementar no Brasil. Segundo o documento, o uso da IA impacta mensalmente um número significativo de pacientes, variando de 10 mil a 140 mil, dependendo do porte e capacidade dos laboratórios. 

Nos procedimentos clínicos, de acordo com percepção dos entrevistados, a IA permite a melhora da experiência do paciente, com a priorização de laudo por médicos radiologistas na suspeita de casos urgentes. Para os algoritmos de IA que atuam como triagem de casos de urgência, o que faz mais sentido é o algoritmo analisar o exame assim que ele é realizado, para ganhar tempo.

Entre os principais procedimentos clínicos beneficiados pelo uso de IA estão a Tomografia Computadorizada (TC) de Crânio para diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC); a Ressonância Magnética para análise de volumetria cerebral, identificação de escore de cálcio em TC de tórax de rotina, quantificação de gordura abdominal e idade óssea; e o Raio-X de Tórax. Nestes casos, algoritmos de IA são empregados para analisar imagens médicas com precisão e rapidez, auxiliando os profissionais de saúde no diagnóstico precoce e na tomada de decisões mais assertivas.

Além disso, a aplicação de Processamento de Linguagem Natural (NLP) tem sido fundamental na interpretação de laudos médicos e prontuários, automatizando tarefas de leitura e identificação de informações relevantes. Essa tecnologia também é utilizada na gestão de agendamentos, filas e liberação de resultados de exames, proporcionando uma experiência mais fluida e eficiente tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde.

No âmbito administrativo e operacional, a IA tem se mostrado igualmente imprescindível. A leitura automatizada de carteirinhas de planos de saúde facilita o processo de agendamento de exames, eliminando burocracias e reduzindo o tempo de espera dos pacientes. Além disso, a aplicação de NLP na leitura de prontuários médicos contribui para a melhoria da jornada do paciente, garantindo uma comunicação mais clara e eficaz entre os diversos profissionais envolvidos no seu tratamento.

A pesquisa revelou que a maioria das tecnologias de IA utilizadas é desenvolvida por terceiros (80%), enquanto apenas 20% são desenvolvidas internamente, geralmente por grandes laboratórios. Os fornecedores de IA são tanto nacionais quanto internacionais, com uma ligeira predominância de empresas multinacionais.

Apontamentos e contribuições

Segundo o documento, é necessária uma abordagem regulatória principiológica para o uso da IA na saúde, respeitando princípios como transparência, justiça, equidade e responsabilidade. É crucial o diálogo entre o setor da saúde e as agências regulatórias para estabelecer normativas que garantam a segurança e eficácia da IA.

Também é destacada a necessidade de regulamentação específica para garantir a qualidade e a segurança dos procedimentos assistenciais que utilizam IA, enquanto se defende a autonomia do profissional de saúde na tomada de decisão.

“As evidências apresentadas na pesquisa servem como contribuição, por exemplo, para que o PL 2338/2023 seja alterado profundamente, especialmente no que diz respeito ao enquadramento das aplicações de IA no setor da saúde como sendo de alto risco, independente dos dados que são utilizados e a sua área de atuação, já que existe uma vasta possibilidade de utilização no campo administrativo e operacional”, destaca Milva Pagano, diretora-executiva da Abramed.

Por fim, existem as questões técnicas específicas do desenvolvimento do algoritmo relacionadas à qualidade da distribuição, composição e representatividade dos dados, assim como análise de bias, também chamado de viés, que se refere a uma tendência sistemática do modelo de IA para produzir resultados imprecisos, injustos ou incorretos devido a certos preconceitos ou desequilíbrios nos dados de treinamento. Nesse sentido, é preciso conectar as referências e trazer o olhar da ciência aplicada e da segurança do paciente na formatação final do uso dessas aplicações na medicina.

Acesse aqui a pesquisa completa “O uso da IA na medicina diagnóstica brasileira”.